Assim que nós saímos do corujal, já era hora do almoço, e tudo parecia calmo e tranquilo, eu, vi que os Marotos estavam cuidando de mim como se eu pudesse ser atacada a qualquer instante, ou simplesmente, que eu pudesse ter um ataque, o que provavelmente eu poderia ter.

            -Eu ainda acho que ela deveria ter tomado algo – falou Sirius, olhando pra mim, e pra Remus, nós dois ainda estávamos abraçados. Eu me sentia protegida nos braços de Remus o que simplesmente parecia ser bem doido, mas era a mais pura verdade.

            Nos sentamos pra almoçar, e o resto do dia foi normal, Callum não me procurou mais, mas pelo resto da semana, nenhum maroto me deixava andar sozinha por Hogwarts, eles não diziam nada, mas eu sabia que era pra me proteger.

            Isso tornava difícil, eu me transformar em loba, mas eu já tinha escapado deles, e conseguido me transformar em animaga, saindo um pouco da escola, e me sentindo livre.

            Os dias em Hogwarts eram magníficos, as aulas eram cada vez mais difíceis, mas eu gostava. McKinnon e Anna continuavam falando da bunda do meu irmão, e Lilly vivia reclamando que os marotos implicavam com o amigo sonserino dela, eu suspirava, e falava pra Lílian, que ela tinha que dar uma chance ao Potter, e ela saia da minha frente. Isso era bom, pelo menos, eu ria do papo da Marlene e da Anna.

            Fazia quase um mês que as aulas tinham começado, e era noite de lua cheia, eu tinha conseguido escapar do dormitório, e estava sentada no parapeito de uma janela do terceiro andar, ninguém deveria estar me vendo. A lua estava linda.

            E eu ainda estava pensando no porque Remus tinha desaparecido desde depois do almoço? Suspirei, e olhei pra meu irmão, James, e Peter, que tinham acabado de tirar a capa da invisibilidade de Potter, Lupin não estava lá. Revirei os olhos, e voltei a olhar pra Lua, ela estava linda. E mesmo a noite calma, senti que algo ruim estava pra acontecer.

             Saí dali, tentando desviar aquele pensamento ruim da minha cabeça, e fui dormir com um aperto no coração.

            Acordei mais cedo do que todas as outras meninas, me vesti, passei a maquiagem, e desci para o salão comunal, meu irmão parecia preocupado e estava andando de um lado pro outro, o que era realmente preocupante, o sol tinha acabado de nascer, e meu irmão estava de pé, mesmo depois de com certeza uma noite aprontando?

            -Six, o que foi que aconteceu? – eu perguntei o olhando assustada, ele olhou pra mim, e baixou o olhar.

            -O Moony... quer dizer o Remus – fazia duas semanas que eles tinham adotado novos apelidos, o de meu irmão era Padfoot, do James, era Prongs, do Remus era Moony e do Peter era Wormtail.

            -O que aconteceu como Moony? – eu perguntei, já estava acostumada a ouvi-los se chamar assim que de vez em quando eu também os chamava.

            -Ele, ele tá na ala hospitalar, ele não tá muito bem – eu olhei pra Six preocupada, e o abracei.

            -O que aconteceu? – perguntei lembrando que Remus havia sumido do mapa desde o meio dia do dia anterior.

            -Ele tá mal, eu sô vim aqui te chamar, porque, tá todo mundo lá – traduzindo, ele, Prongs e Wormtail.

            -Sirius, você não vai me contar como ele foi parar lá, não é mesmo? – eu perguntei, olhando pra ele séria, ele baixou a cabeça e mordeu o lábio. Ele não podia, esse segredo não era dele.

            -Desculpa Dani, mas não dá – ele falou olhando pro lado, eu suspirei, eu estava preocupada demais com Moony pra tentar arrancar alguma coisa do meu irmão. Eu olhei pra Sirius e dei ombros, ele me abraçou, e nós dois fomos juntos pra ala hospitalar.

            Lupin estava deitado na cama,e  parecia estar muito machucado, com vários arranhões no braço, e um corte na bochecha. Prongs, estava sentando em uma das cadeiras, e parecia estar lutando contra o sono. Peter estava, sentando no chão dormindo, e Sirius se encostou na parede assim que chegamos.

            -Moony? – eu perguntei me aproximando dele e sentando em uma das cadeiras do lado, o que será que tinha acontecido com ele?

            -Dani... – ele murmurou em resposta, na verdade no sonho, porque ele estava dormindo.

            -Eu estou aqui – respondi sentando na cadeira do lado dele, e dando minha mão para Remus, que mesmo dormindo, a segurou apertada, me deixando mais preocupada ainda.

            Ele estava fraco, e pálido, eu senti lágrimas se formarem em meus olhos, e eu apertei a mão de Lupin tentando pensar que ele ficaria bem, e que tudo daria certo.

            Eu estava praticamente chorando, quando eu senti Remus entrelaçando nossos dedos, e fazendo com que eu olhasse pra ele.

            -Eu estou bem Dani, não chore – ele falou com uma voz fraca, e eu mordi meu lábio – Eu prometi que não te faria chorar lembra? – eu assenti – Eu só caí enquanto ajudava o professor de Trato Das Criaturas Mágicas, e caí em um buraco. Demorou pra conseguirem me tirar de lá, mas eu vou me recuperar – eu sabia que Moony estava mentindo, eu sabia, mas não falei nada, eu vi que ele estava fraco, e não ia me meter em algo que eles não queriam me contar, eu sempre deixava os segredos deles entre eles.

            -Você está bem? – eu perguntei sentindo um aperto no peito como se eu tivesse que proteger Lupin.

            -Estou sim – ele respondeu, e sorriu, um sorriso fraco, mas um sorriso digno de um maroto, eu pisquei, e sorri pra ele.

            -Pronto, ele já acordou – falou Madame Ponffrey, saindo de algum lugar – Vocês só podem vir no horário de visita! Sr Potter, lembre-se que o combinado era até ele acordar  - ela disse,e James pareceu bufar, mas assentiu, e Madame Ponffrey praticamente nos expulsou de lá.

            -Ele vai ficar bem, né? – perguntei pra Six, que sorriu e assentiu.

            -Ele sempre fica, o Moony é forte, só de um tempo pra ele, ok? – perguntou meu irmão com um sorriso bobo na cara, eu assenti, e sorri.

            Eu estava preocupada, não se Remus ia se recuperar, porque ia, mas como segredo que os garotos estavam escondendo de mim.

            -Relaxa Dani, vai dar tudo certo, você vai ver – falou Prongs me abraçando como se eu fosse a irmã mais nova dele, e tentando me animar, eu suspirei e dei um sorriso.

            -Vai sim Prongs – se vocês não vão me contar o segredo de vocês, eu vou descobrir sozinha, eu não disse isso, mas pensei, e eu faria isso. Eu nunca me metia, mas algo me dizia que daquela vez era diferente.