Ma Poésie Lobscurité escrita por MCRlover gigi


Capítulo 2
Poison




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/13768/chapter/2

Não era o esperado. Não era real. Tudo aquilo, com certeza, não passava de um sonho. Um pesadelo sinistro no qual não queria acordar. E se um dia eu acordasse, ainda estaria a parecer que estava dormindo. Dormindo eternamente em meu sono profundo. Pois quando abro meus olhos, somente o que teria de dizer-me 'bom dia', era o que me obrigava a dormir denovo... A claridade.

Não era incomum. Mais uma vez o louro encontrava-se em seu quarto, sob a penumbra das cortinas pesadas, que cobriam-lhe a janela e esquentavam o ambiente. Olhava-se no espelho, porém não via nada. Não que não estivesse refletido nele, mas sua visão embaçada agora pregava-lhe peças. Suas orbes azuladas deveriam já ter se acostumado à toda a escuridão, mas tudo o que faziam era trair-lhe ainda mais. Seus suspiros embaçavam o envidraçado, as lágrimas contidas perante sua íris - também não ajudavam-lhe a ver o mundo com nitidez - já pareciam desistir de escorrer-lhe a face. Ficavam ali, sobre as pálpebras, como se fossem cair há qualquer momento. Mas não caíam. Nada acontecia. Assim como em sua vida...

Tocou as manchas purpúreas abaixo de seus olhos, com a ponta dos dedos gélidos. Engoliu à seco, umedeceu os lábios, passou a língua pelas pequenas rachuras que ali haviam. O cabelo desgrenhado, rosto magro, corpo esquelético e anêmico. Assim seria estar morto? Talvez, coisa que preferisse, mas não estava. Não ainda. Fazê-lo-ia. Não iria tardar em providenciar seu túmulo. Poderia escrever em sua lápide um de seus 'desabafos' - assim dizia ele, nós, caros leitores, enxergamos tais como 'poemas'. Foi o que fez. Pegou um papel e lápis, e começou a projetar palavras, versos, palavras de 'adeus'. Sequer releu o que havia escrito, mas pôde notar que era demais para uma lápide pequena, insignificante como a dele seria. E desatou a rir. Risos abafados, massantes, descontrolados. Risos de escárnio. Ria-se para não chorar.

- Nekozawa-sama! - Chamou-lhe a criada morena, de cabelos compridos e um vestido de seda curto (não mencionemos dela o nome, não nos interessa nessa história de lamúrias).

- Estou descendo... - Respondeu-lhe sem emoção o louro. Ela não o ouviria, estava ciente, mas sua voz arrastada e rouca não conseguiria alcançar mais alto tom. Sobrepôs sua capa negra, sua peruca verde-pântano, cobrindo-lhe as medeixas douradas e dando à ele ar de total escuridão. Era o que gostava. Guardou suas palavras enxarcadas de solidão em um dos bolsos do terninho escolar azul-bebê, e desceu as escadas de seu casarão. Parou em frente ao seu auto-retrato, gigantesco, dominando-lhe uma das paredes. Mentira, pensou ele. Não há príncipe Umehito. Assim saiu de sua casa, sendo levado até a escola pela limusine requintada.

Saltemos a parte de extrema monotonia causada pela ida e pela chegada do mesmo no colégio.

 

A caixa de doações. Encarava-lhe novamente. Colocou o papel de suas escritas dentro da mesma, e afastou-se rapidamente. Mal sabia ele que, num lugar distante, estavam sete jovens a espiar todos os seus feitos, com expressões que iam desde admiração, até surpresa e pavor - identifica-se Tamaki.

- Nekozawa-Senpai escreveu! - O príncipe do Host Bu gritava em desespero, cortorcia-se, roía as unhas das mãos e comportava lágrimas em seus olhos.

- Shh! Vai nos denunciar! - Haruhi tampou a boca do maior, enquando fazia com que o mesmo se abaixasse atrás da parede do corredor.

- Pelas minhas estatísticas, Nekozawa tem 48,2% de probabilidade de ser o escritor misterioso. - Apontou o moreno, e sabemos bem quem.

- Não é muito, mas é uma chance. - Dito isso, Haruhi caminhou pé-ante-pé até a pequena caixinha, a abrindo e observando minuciosamente o papel que estava por cima de todos. O mais recente, notou. O pegou com cuidado, e levou até o grupo, agora todos em pé em frente à ela. - Vejamos.

 

Aqui, há um corpo

Um corpo, que corpo?

O de um sonhador.

Sonhos, que sonhos?

De amor, de liberdade. Paixão e vontade.

Ilusão em demasia.

Vontades carnais

Palavras Banais.

Nada ocorreu

E agora, coração?

Coração, do qual já bate?

Não bate e não bateu

De hoje, agora, já morreu.

- Uma carta de suicídio! - Tamaki gritou horrorizado.

- Nada disso, idiota! Me parece mais frase de túmulo. - Disse um dos gêmeos, não se sabe qual.

- Não iria caber em um túmulo...

- Por isso foi colocada aqui, dã.

- Ah...

- Acha que isso poderia ser do Senpai, Kyoya?

- Creio que sim. - Ajeitou os óculos sobre seu nariz.

- KYA! NEKOZAWA-SENPAI IRÁ SE MATAR!! - Preocupação vã e inteligível a do louro. Apenas correu em direção à sala do rei das trevas. Abriu a porta em um chute, e um calafrio percorreu-lhe a espinha ao presenciar tal cena. As íris purpúreas enxeram-se de lágrimas, tomando um brilho diferente, de carinho ou espanto, quem sabe. Teve de apoiar-se ao batente da porta para não desabar. Por quê Nekozawa Umehito, presidente do Clube de Magia Negra do Host-Bu, estaria sujando seu rosto... com lágrimas?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Que cap pequeno, uma droga, estou reprovada como escritora, fato. x_x' Apenas queria parecer 'não-morta', ou seja, dando continuidade às minhas histórias. Torno a dizer que sou preguiçosa, e meu novo computador nem sequer tem Word para eu escrever. Isso dificulta as coisas... -_-
Está bem, irei parar de arrumar desculpas para minha vagabundice.