Pov: Sara.

“Fale alguma coisa, Sara!”, eu podia ouvir minha mente falar, mas algo me travou não saia nem sequer uma droga de som. Mas eu tinha de falar algo, afinal, ele estava no aeroporto, isso deveria significar algo, escrevera uma carta perfeita e me fizera sair do avião isso é alguma coisa! E ainda tinha Annie, que de alguma forma parecia se divertir com a minha situação, me virei para ela e disse:

-Toma. –entreguei uma quantia em dinheiro. –Pode ir brincar ali no parque e se quiser compre algo para comer.

-Obrigada e boa sorte. – ela saiu feliz, pulando, com os longos cabelos voando.

Que diabos ela quis dizer com boa sorte? Algo me dizia que aquela garotinha era mais esperta do que eu posso imaginar. Ela sempre sabia de algo. Mas tirando as proezas de Annie de minha cabeça, eu ainda tinha Gil Grissom para decifrar. Como um homem pode ser tão sexy e sábio ao mesmo tempo? Eu não sei, mas isso faz dele um homem mais do que especial. E lá estava eu de novo, sem saber o que falar e com a garganta seca, mas o que é isso Sara Sidle? Não demostre fraqueza, a fraqueza é o que faz o inimigo descobrir o seu ponto fraco. Mas Gil Grissom está longe de ser meu inimigo, não em tese, claro que muitas vezes eu entrei em confronto com a enigmática percepção daquele homem, mas nunca poderia considera-lo assim, afinal eu sou completamente apaixonada por ele.

Como um CSI, pago para ser observador e entender as coisas de acordo com as evidencias, não consegue notar que eu o amo desde a primeira vez que o vi? Será que eu não deixei bem claro que sentia por ele mais do que apresso por ele ser o melhor palestrante que eu já vi e que fez uma garota em Harvard apaixonada por física que não sabia em que se especializar se interessar logo pelas ciências forenses que trairiam uma mudança definitiva na vida da mesma? Diga-me qualquer coisa, menos que nunca deixei claro meu real sentimento por ele. 

-Então, o que faz neste aeroporto? –Perguntei tentando me recompor da melhor forma.

-Eu... Eu estava... –ele estava vacilante.

-Estava...? –tentei incentiva-lo.

-Estava... Estava... –as palavras não saiam da boca dele.

-Respire Gil. –Não posso negar que estava me divertindo com a confusão dele.

Pov: Grissom.

Respirei fundo, mas aqueles olhos castanhos estavam me inibindo, por que diabos eu estava assim? Sempre que pareço perto de encontrar a coisa certa para dizer a ela alguma coisa me atrapalha e eu fico sem palavras, ela me sorri e o mundo gira de uma forma diferente e tudo não parece estar no lugar. Mas agora não tenho m ais tempo para erra, ela já esperou tempo de mais, e eu não posso mais confundi-la e nem me confundir, e hora de começar de novo, é hora de tê-la para mim.

-Estava tentando impedir que você fosse embora... –podia jurar que meu rosto estava vermelho e que eu estava falando muito baixo.

-Grissom, quer falar num tom que eu possa ouvir?

-Desculpa... Eu... Vim aqui impedir você de ir embora. –falei num tom meio rude, por mais que eu não quisesse, ela me olhou com curiosidade e deu um sorriso irônico.

-Grissom, eu não sei bem o que você veio ou não fazer aqui. Mas seja o que for você está sendo você mesmo, um cara que nunca sabe demostrar o que sente o que pensa.

-Desculpa se eu não sou bom nesse tipo de coisa.

-Tente Gil... –ela parecia apelar para que eu falasse algo.

E de certa forma eu devia falar mesmo e ela estava certa, nunca consegui mostrar meus sentimentos para ela, como eu queria dizer que ela eu a amo que vim para pedir, ou melhor, implorar que ela não fosse, mas mesmo assim eu teria chego atrasado e teria de vê-la ir embora, partindo em um avião.

-Sara... Não quis que você fosse embora, eu...

-Grissom, vamos falar sério agora... Eu estou cansada de esperar que você nunca termine uma frase e nunca me diga o que sente... Por favor, Grissom, eu estou cansada de esperar por você.

-Sara, pode esperar só mais um segundo, deixe-me escolher as palavras certas.

-Eu não posso esperar para sempre. –Ela parecia irritada, pegou sua mala e saiu arrastando em direção onde Annie estava.

-Sara. –segurei seu braço.

Ela tinha razão, não havia mais porque fazê-la esperar tanto, não merecia sofrer tanto, não devia, ela já havia esperado e sofrido tanto e quantas vezes eu não quis abraça-la e pedir perdão por ter feito com que lágrimas caíssem de seu rosto, quanto eu sonhei em dizer que a amo sem ter medo do que isso poderia trazer depois, vamos admitir, eu sempre tive medo, que ela achasse alguém mais jovem e desimpedido, que isso pudesse prejudicar nosso trabalho, era tão errado, mas seria o meu melhor erro, eu deveria me entregar pular de cabeça, merecia tê-la para mim.

-O quê?

-Sara, eu vim aqui pedir para você ficar... Não quero que vá embora - suspirei pesadamente. – Não quero viver longe de você, não suportaria. Sei que eu tive medo, muitas vezes de chegar perto de você, mas... Eu não consigo mais. Eu amo você Sara Sidle... –a ultima parte não passou de um sussurro, mas foi muito bem ouvido por ela, vi seus olhos atingirem um novo grau de surpresa, que ele nunca tinha visto em seus olhos.

Pov: Autora.

Sara estava estática, pregada no chão, num segundo ela estava viajando dentro dos olhos dele, mas aquelas palavras soaram como musicas em seus ouvidos, justo aquelas três palavras que ela sempre quis ouvir saindo da boca dela, e agora estava lá, ouvindo aquela melodia sair com aquela voz perfeita, um sonho estava se realizando, mas por que ela se sentia tão insegura? Será que valia mesmo a pena? Ela esperou por isso, mas se sentia tão... Cansada de esperar por ele, realmente estaria pronto para viver com alguém, permitiria ser amado por ela?

-Sara, por favor, fala alguma coisa... –ele praticamente implorou ao não ver nada na expressão da morena.

-Está mesmo pronto Gil? –a expressão dela era séria.

-Para quê?

-Para se envolver com alguém, você me fez sofrer tanto... –os olhos dela se encheram de lágrimas. –Eu esperei por tanto tempo... E tudo por causa do seu medo...

-Sara...

-Me diga Gil, você realmente me quer? –ele parou ainda encarando os lindos olhos castanhos dela.

-Mas do que qualquer coisa na vida. –ele se aproximou e foi falando as palavras baixas e bem tranquilamente.

Estava a centímetros dela quando disse a última palavra, lábios separados por uma unidade de medida que nem ele saberia distinguir numa hora destas, se aproximou mais um pouco, os olhos dela ficaram meio fechados, as respirações de ambos podiam se sentidas nos rostos, ele já podia sentir o cheiro do perfume dela... Não aguentou por muito tempo, quebrou aquela distancia e fez os lábios se encontrarem.

Era um beijo calmo, ele estava tomando cuidado com ela, como se ela fosse uma bonequinha de porcelana, mas não pode evitar a pressão e a cada instante buscava mais os lábios dela, eram tão macies e ele desejou toca-los por tanto tempo. Não pode evitar colocar as mãos e sua cintura e ela também de envolvê-lo com seus braços. Estavam assim alguns minutos, mas então os corpos lembraram que necessitavam de ar e tiveram que, bem de vagar, separar os lábios que tinham um encaixe perfeito quando colocados juntos... Era a realização de um sonho.

-Grissom... –ela não tinha palavras, mas ele tinha apenas quatro, que queria muito pedir, ou melhor, implorar.

-Por favor, não vá. – ela não podia de maneira alguma dizer que não.

-Nunca poderia te deixar.

-Sara...

-Sim?

-Eu te amo...

-Eu também. E acho que sempre te amei.

-Me desculpa por ter te feito esperar tanto?

-Pra você, eu espero e passo o que pelo que for.

-Acho que estamos quebrando regras.

-Você não pode ignora-las por um tempo.

-Por você. Sempre! –ele disse fazendo a morena dar aquele sorrisinho que ele tanto gostava, ou melhor, amava.

E assim estavam eles, parados, abraçados, em um aeroporto bastante movimentado, algumas pessoas paravam para olhar a bonita cena do casal, mas algumas mal prestavam atenção no que acontecia, estavam ocupadas com alguma coisa que julgam mais importantes, mas ai você se pergunta: o que pode ser mais importante que o amor?

Isso eu não sei lhe responder, talvez o Grissom e a Sara possam, mas agora eles estão muito ocupados, demostrando o que anos de espera fazem a dois corações apaixonados.

*The end.*