Caramba! Aquela pergunta do Jacob me pegou de surpresa.

Tudo bem que qualquer garota ia imaginar que ele iria fazer isso ao me convidar na casa dele e com a sua família. Só que eu não sou qualquer garota.

Quando ele se ajoelhou na minha frente, pegando uma das minhas mãos, eu queria morrer. Não porque estivesse achando ruim, claro que não. E sim porque eu não sabia como reagir. O meu corpo todo estava em transe, preso no chão e eu não conseguia pensar em mais nada.

-Bella? Ei, eu te fiz uma pergunta. Quer namorar comigo? - Jacob repetiu.

-Hã?! O quê? Ah, nossa, Jake, você me pegou de surpresa... e...e... - eu não conseguia terminar de falar.

-E o que? Bella, por favor ! - ele parecia mais desesperado que eu. O que, de certa forma, me deixou mais calma.

-Sim. Eu aceito. - falei baixinho.

-Como?- ele perguntou, me provocando.

-Sim. Eu aceito ser sua! - gritei. Nem me lembrei de que seus pais e a pequena Leah estavam ali. Havia prometido pra mim mesma que faria de tudo para que aquela noite fosse inesquecível e estava sendo, agora.

Jacob me pegou pela cintura e me levantou. Presa em seus braços, ele começou a rodopiar. Aquela sensação era tão gostosa. Estar em seus braços, no aperto caloroso do seu corpo era a melhor coisa que havia.

-Te amo, Bella. - ele gritou, me deixando no chão.

-Te amo, Jacob.

-O que disse?

-Que te amo, Jacob. Meu Jacob. Te amo, muito.

Finalmente, depois de todo aquele tempo, demos o nosso primeiro beijo.

Foi tão bom! Na minha cabeça, uma mistura de todas as melhores lembranças que já vivi, iam e vinham ao mesmo tempo. A isso, se misturavam as idéias que começava a ter sobre o futuro de nós dois.

Pode dizer. Pode me criticar. Faça o que quiser. O fato é que a personalidade de menina durona que antes havia em mim, agora, finalmente depois de tanto tempo, tinha passado.

E, por mais inacreditável que possa parecer, me fazia bem me sentir assim. 

~*~

Jacob me trouxe pra casa. 

O maior problema foi na hora da despedida. Nem eu nem ele queriamos ficar longe um do outro. 

-Isso são horas de uma moça de família chegar? - meu pai já começou com seu falatório.

-E por um acaso eu tenho alguma família pra você falar isso. - disse. 

-Bella! Não me provoque! - ele gritou. 

-O que vai fazer? Me bater? Haha! Vai ficar lá na cama, soltando gritinha e socando na sua puta, lá em cima, no seu quarto e vê se me erra pelo menos uma vez na vida! Desgraça mesmo!

Saiu pisando alto no meu quarto. 

Enquanto subia as escadas e passava pelo corredor para chegar no meu quarto e dou de cara com uma mulher. Ela é estranha, toda magrela, o cabelo loiro oxigenado quase verde, magrela, só o osso e pele! É, realmente o gosto do meu pai ultimamente anda cada vez pior, se é que isso é possível.

-Oi, querida. - a loira oxigenada me cumprimento.

-Ih, qual é, garota?

-Hã? - ela perguntou, fazendo cara de desentendida.

-Ah, esquece. Pelo jeito, essa tinta afetou mesmo o seu cérebro.

Aff! Só essas putinhas mesmo pra me chamar de ''querida''. Sério, qualquer dia desses paro só para tentar entender o que passa na cabeça dessas mulheres pra tratar a filha dos caras que elas arranjam desse jeito.

Cheguei no meu quarto e já fui direto pra cama.

Estava muito cansada.

Troquei de roupa, depois de um tempo deitada, e fui tomar meu banho.

Precisava descansar.

Amanhã seria um longo dia...

E realmente foi um longo dia.

Meu maior medo era que todos já soubessem do que havia entre nós dois. Nós dois seríamos alvo das piadinhas e zoações mais sem graça e eu não queria nem que eu nem que Jacob se machucasse. Agora, ele era a única razão do meu viver.

-Bella, amor. - ouvi a sua voz atrás de mim. Ele me agarrou por trás, me fazendo arrepiar toda.

-Jake! - eu o reprimi.

-O que foi? - ele parecia bem atordoado.

-As pessoas... Você sabe o que elas vão pensar se nos virem assim. - enquanto eu ia dizendo, Jake ia dando mordidinhas no meu pescoço.

-E daí? Te importa o que elas vão pensar de nós?

-Sim,me importa e muito, amor.

-Bella, não vai começar com isso de ...

-Sim, eu vou começar. Se essa gente toda nos ver juntos, vamos ser motivo de zuação e você já sabe muito bem disso. Não quero ver você sofrendo por causa disso.

-Shi! - ele colocou o dedo indicador em meus lábios. - Não liga pra isso. Nós nos amamos e isso é o que importa.

-AHÁ! Finalmente achei o casal sensação do colégio - Jessica veio aos pulos, parecendo uma verdadeira gazela saltitante.

-Pode ir parando com isso, mocinha.

-Ah, Bella. Por favor. Quem tem que parar com isso é você. Isso é muito infantil, sabia? Quero dizer, essa coisa de ficar escondendo o romance de vocês é coisa muito idiota.

-Viu?! - Jacob me olhou com cara lerda. Não tinha como resistir!

-Está bem, está bem. Vocês dois ganharam.

-Amo você, menina.

 Ele colocou suas mãos em minha cintura, me envolvendo completamente.

Todos do colégio tinham o olhar vidrado em nós dois. Me sentia meio estranha, com todos olhando pra mim. Era uma sensação esquisita, tenho que admitir. Na real, eu não queria. Mas já que Jacob tanto queria isso, assim o faria e fiz.

-Doeu? - ele me perguntou.

-Um pouquinho. - sorri. - Tenho que ir pra aula agora, amor.

-Já? Aném. Você sabe que eu não dou mais conta de passar um segundo longe você.

-Nem eu. Mas é aula, né? Não dá pra fazer nada. - dei um beijo no canto da boca dele.

-Beleza então.

 -Não faz esse biquinho,por favor, Jake...

-Ok. Então a gente se vê depois. Beijos. Juizo, hein?

-Pode deixar.

-Então quer dizer que vocês estão juntos? - eu reconheceria aquela vozinha irritante em qualquer lugar. Era Rosalie querendo me provocar.

-Sim. Alguma problema, garota? Ah, sim. Você tem todos os problemas, não é? Além de ser uma vadiazinha que adora meter a boca nos garotos, é chata, irritante, insuportável...

-Chega! - ela gritou, irritada - Pode parar com esse seu teatrinho, Isabella. Só vim pra te dar uma aviso.

-Então diga logo porque tenho muito mais o que fazer do que perder meu precioso tempo ouvindo suas idiotices.

-Fique bem longe do Jacob.

-Posso saber por quê?

-Porque ele é meu.

-Seu? Desde quando, garota? Será que você não nos viu juntos? Não sabe que estamos namorando? Caralho, garota! Acho que você está precisando de um óculos. Ou melhor, de um médico pra ver se concerta essa cabecinha loira sua! - já estava começando a ficar nervosa com Rosalie. Ela queria me provocar. Então, se era guerra que ela tanto queria, era guerra que ia ter.

-Hahaha! Faça me rir, Isabella. Ele nunca foi seu, nem será. Porque você não tem nada que chame a atenção de um garoto.

-Tenho cérebro. Coisa que você, pelo jeito, não tem, não é?

-Deve ser. Mas tenho mais do que beleza.

-Então me mostre a sua ''arma'' secreta! - eu disse. Pagava pra ver do que aquela vaca seria capaz.

Foi então que levei um susto.

Em um segundo, Rosalie puxava o meu cabelo. Mas eu não ia deixar isso barato, é claro. Peguei ela pela cabeça e girei, ficando por cima da loira. Ela continuou se debatendo contra meus golpes.

-Briga!Briga! - um monte de gente gritava.

-Vai lá, Bella. Acaba com ela! - ouvi Jess me incentivar.

-Rosalie, detona essa machinha ! - Renesmee, a maria-vai-com-as-outras de Rosalie, gritou. Machinha? Há, sorte da ruivinha que eu estava concentrada demais socando a cara de Rosalie.

Rosalie já estava suando frio e eu adorando essa sensação. Sei que você pode imaginar que sou uma pessoa violenta, mas se coloque no meu lugar que vai entender a minha situação.

Ouvi o estalido de um salto fino de um salto ecoar pelo corredor.

Meu coração começou a bater forte e intenso.

Sabia que, se fosse quem eu pensava, a coisa estava feia.

Ai, maldita boca a minha!

A roda se abriu para que a dona do salto alto passasse. Não se ouvia mais ninguém gritando ''briga!briga!''. Calaram-se todos.

-Posso saber o que está acontecendo aqui? - Esme perguntou, batendo o pé contra o piso e olhando para mim e Rosalie, ambas descabeladas.

É, agora sim eu digo: fudeu geral!