-Passar a noite aqui? – Victoria perguntou com uma voz receosa.

-É..estou cansado demais para te levar em casa e como já esta tarde imaginei que seria a atitude correta.

-Mas o outro quarto não esta arrumado ainda – disse encabulada.

-Eu sei, você iria dormir no sofá é claro.

-No sofá? – olhou indignada para ele – eu sou a mulher sabia? Você é que tem que dormir no sofá e não eu.

-Esta é a minha casa porque eu iria querer te deixar a cama para ficar com o sofá? É insano.

-Você que é insano e não se preocupe – pegou a sua bolsa – eu já vou embora – disse indo em direção a porta.

-Espere você vai sozinha há esta hora? – perguntou olhando o relógio de pulso que marcava onze da noite.

-Vou, eu fiquei te esperando ate essa hora não foi? Então não vejo nada demais nisso – disse saindo.

-Essa mulher é louca – falou suspirando e indo atrás dela.

Ken encontrou Victoria parada no ponto de ônibus sozinha. Ele não acreditou que ela fosse tão obstinada. Ficou parado a observando de longe e viu quando dois homens se aproximavam dela.

Victoria estava parada sozinha em um ponto de ônibus deserto onze da noite e qualquer coisa que lhe acontecesse iria por a culpa em Ken pensou decidida. Ela não percebeu que dois homens estavam atrás dela a encarando. Ken foi rapidamente ao encontro dela a puxando pelo braço.

-Venha – disse autoritário olhando para os homens atrás dela.

-Ei, me largue eu vou pegar um ônibus.

-Não vai, venha logo comigo.

-Ken me solte.

-Victoria faça o que eu digo – falou sério.

Victoria pela primeira vez resolveu obedecê-lo sem nem ela mesmo saber o motivo. Ao entrar novamente no apartamento dele, ele explicou o que tinha acontecido.

-Isso foi exagero eles poderiam ser apenas pessoas esperando o ônibus como eu Ken.

-E se não fossem?

-E se fossem?

-Droga, como você é uma pessoa difícil de convencer – virando as costas para ela – pode ficar aqui hoje eu deixo você ficar com a cama – falou indo em direção ao banheiro.

-E você é muito possessivo e dominador. – falou sem ser escutada.

Victoria ficou sem acreditar no que ele tinha feito. Supostamente a tinha salvado e agora a deixava dormir na cama dele. Ficou imaginando se talvez ele não estivesse se apaixonando por ela sorriu ao pensar nessa hipótese.

Ken emprestou um pijama para Victoria e a deixou se trocar enquanto arrumava o sofá para dormir. A noite será longa pensou ao se deitar.

A noite passou lentamente para os dois, ambos só conseguiram dormir após duas da manha.

Yuki tinha decidido fazer uma visita ao irmão para conversar com ele. Ao chegar ao prédio não parou na portaria e subiu rapidamente ao ver que o porteiro tinha deixado o portão aberto. Apertou a campainha e a porta foi aberta por Victoria vestida apenas com a parte de cima de um pijama masculino deixando suas coxas a mostra.

-Vicky? – perguntou surpreso olhando-a de cima a baixo – Uau.. digo o que esta fazendo aqui?

-Eu passei a noite aqui – dando passagem a ele – quer entrar?

-Claro não perderia isso por nada – ao entrar viu seu irmão Ken deitado no sofá – porque ele esta no sofá?

-Ele dormiu ai.

-Não entendi – disse com cara de confuso. – você passou a noite aqui e ele não fez nada? Simplesmente deitou e dormiu?

-Sim.

-Eu já desconfiava que ele era gay – foi ate o sofá e se ajoelhou ao lado do irmão –Acorde Ken esta na hora de levantar. E ver o seu belo irmão.

Ken acordou com alguém falando algo em seu lado, mas não conseguiu distinguir o que era exatamente ao abrir os olhos deu de cara com o seu irmão se assustando.

-O QUE ESTA FAZENDO AQUI?

-Meu irmão..você escutou algo que eu disse?

-Não – olhou para ele – você..o que esta fazendo aqui?

-Isso não é relevante, mas eu vou repetir - disse tentado parecer sério - Eu já desconfiava que Você era gay irmão seu segredo ficara a salvo comigo. – balançou a cabeça como se estivesse lamentando o fato.

-Você só pode estar brincando – falou se levantando do sofá.

-Mas é a verdade me dei conta hoje.

-E porque isso? – perguntou com a cara fechada.

-Uma mulher dorme em sua casa, na sua cama e você não faz nada com ela? – falou olhando para Victoria.

-Eu não sou nenhum tarado como você e alem do mais, ela não me atrai – disse olhando pela primeira vez naquela manha para Victoria, ele ficou impressionado com a sensualidade que ela exalava – VOCÊ ATENDEU A PORTA ASSIM? – perguntou a Victoria mostrando irritação. – Onde esta o resto do pijama? Eu lhe dei uma calça era para você esta a vestindo. – reclamou olhando-a de cima a baixo – não atenda a porta desta maneira e nem ande pela casa assim, os vizinhos da frente podem ver e naquela casa só vive homens.

-A calça ficou muito grande – olhou para si mesma – e não vi mal algum em me vestir assim e atender a porta.

Ken levantou-se pegou seu cobertor e colocou por cima dos ombros dela.

-Vá para o meu quarto e se vista não quero que Yuki te veja nua – ao ver que ela continuava parada – VÁ LOGO.

-E porque eu deveria te obedecer?- tirando o cobertor de seus ombros. – e não estou nua estou vestindo uma blusa, sua por sinal que me serve como vestido.

-Pelo simples motivo que você esta em minha casa, ou seja, minha casa, minhas regras. – colocando o cobertor novamente – e não tire isso.

-Você esta sendo patético e como eu não faço o seu tipo, não vejo problema em continuar assim sem contar que duvido muito que Yuki se importe que eu fique assim não é? – disse tentando esconder a raiva e a frustração.

-Não mesmo – Yuki disse entusiasmado.

-Você não da opinião Yuki – Ken disse serio, virando-se para Victoria – vá para o quarto e troque de roupa agora.

-Eu não vou, já falei. Não há motivo para você se incomodar com a minha vestimenta.

-Eu não me incomodo – demonstrando irritação e nervosismo – só acho muito promiscua de sua parte ficar se exibindo pro seu cunhado.

-Ken – Yuki começou falando sorrindo – eu não me importo sério mesmo irmão e Victoria você esta linda assim, eu ficarei feliz se você continuar desse jeito.

-YUKI FIQUE CALADO – virou para Victoria e a carregou em seus braços sobre os protestos dela levando-a para o quarto onde a deixou e voltou para terminar a conversa com Yuki na sala – o que você veio fazer aqui?

-Felicitá-lo pelo seu noivado oficialmente. – sorrindo – e porque tirar Victoria da sala assim? Ela estava linda.

-Não precisa elogiá-la na minha frente sem contar que Você demorou tanto que nem graça mais tem em me dar os parabéns pelo noivado.

-Ora me perdoe por ter chegado em hora tão imprópria e ter interrompido a manha romântica de vocês.

-Não houve nada entre nós

-Eu nunca disse que houve – pegou no ombro dele – relaxe maninho e aproveite a sua noiva.

-Já disse que ela não me atrai

-É uma pena porque ela me atrai muito – disse sorrindo.

-COMO É? VOCE ESTA ELOGIANDO A MINHA NOIVA NA MINHA FRENTE?- pegando Yuki pelo colarinho da camisa.

-Para quem não sente atração você esta bem possessivo com ela não acha? – disse tranquilamente.

-Só não gosto de ser enganado então fique longe dela – falou soltando ele.

-Como poderei ficar longe de minha mais nova parenta.. – ao ver Victoria sair do quarto de Ken com a cara fechada arrumada para ir embora – vai agora Vicky?

Yuki perguntou sabendo que seria uma ótima oportunidade para perturbar seu irmão e ficar mais tempo a sós com ela.

-Vou sim Yuki. – disse ignorando Ken.

-Eu te levo – pegou Victoria pela cintura – adeus Ken. – saindo antes que o irmão falasse alguma coisa.

Yuki segurou Victoria ate sair do prédio de Ken ao chegar na rua a largou e sorriu para ela perguntando porque o semblante fechado.

-Seu irmão que me deixa de mau humor.

-Ah – parou para pensar um pouco – isso tem relação com o comentário dele sobre não te achar atraente?

-Não – mentiu – talvez um pouquinho – admitiu sem graça.

-Não acredite nele, se ele não tivesse alguma atração por você não agiria como um louco e nem seria tão dominador contigo.

 -É..talvez você tenha razão.

-Claro que tenho Vicky – olhou para a mão dela – esse cartão não é de Ken?

Victoria olhou para a sua mão e lembrou-se que tinha pegado para devolver o cartão a ele mais tinha esquecido.

-Eu esqueci de devolver, ele me deu ontem a noite para comprar alguma roupa para um jantar beneficente que terá hoje a noite.

-Então ele te convidou – pensou um pouco – isso é ótimo. – segurou a mão dela – vou te ajudar a comprar algumas coisas para hoje.

-Mas eu vou devolver o cartão a ele.

-Ora vocês são noivos sem contar que ele lhe deu o cartão então vamos nos divertir. Vou te ajudar a lhe deixar maravilhosa hoje para quando ele colocar os olhos em você não enxergar mais nada ao seu redor. – sorrindo a pegou pela mão e a colocou dentro do carro dele seguindo para uma butique famosa.

-Isso não foi um tanto exagerado? – perguntou dentro do carro.

-Claro que não, confie em mim. – disse piscando para ela rapidamente e voltando a sua atenção para a estrada.