A Minha Vida em Mystic Falls escrita por AnaTheresaC


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Um resumo do que vão ler hoje:

Today, on A minha vida em Mystic Falls:

A única maneira de saber toda a história é...


—Eu preciso que tu me ensines mais coisas sobre vampiros


Mas cuidado com as verdades descobertas...


Ela transformou os irmãos Salvatore, que vivem numa vila no estado da Virgínia e está fugida de Klaus por ser uma doppelganger enquanto foi humana.


Porque podem não agradar muito...


Conheço um rapaz que é caçador de vampiros e está a usar-me (apesar de o negar) para matar o meu vampiro amigo.



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Capítulo 11

                                 

POV Demi Adams

O despertador tocou e a minha cabeça parecia uma bateria. Não parava e fazia-me sentir tonta. Lavei a cara e passei a água gelada na minha cabeça, esperando que passasse, mas nada. Liguei o alisador, já que o meu cabelo estava uma coisa horrível que nem sequer tinha nome: frisado, encaracolado, liso e volumoso, tudo ao mesmo tempo. Horrível.

Preparei o que iria vestir de acordo com o tempo que estava lá fora e deparei-me com o casaco do Damon em cima da minha cadeira da secretária. Tentei por tudo não chorar, mas escaparam duas lágrimas beeeeem grossas. Preparei a minha mala com os livros e voltei para a minha casa de banho. Alisei o cabelo e desliguei-o. Depois voltei para o meu quarto, vesti-me, fiz a cama (o Buddy não queria sair dela e tive que o empurrar para o chão) e depois voltei para a casa de banho para fazer a maquilhagem e disfarçar a… mordida do Damon. Desci as escadas a correr já com os livros e tudo. Eram oito em ponto e o Riley chegaria dentro de dez minutos. Bebi uma caneca de café sem açúcar e uma maçã e voltei a subir as escadas para escovar os dentes. Tirei o meu telemóvel da bolsa que tinha ontem e deparei-me com um pequeno saco de plástico cheio de uma erva. Usava, ou não? Eis a questão. E com o quê? Então lembrei-me que o Riley tinha dito que eu podia usar aquilo com um medalhão. Corri para o meu guarda jóias, onde tinha um colar que se podia abrir e tinha a fotografia da minha família toda junta. Tirei a foto e coloquei lá um pouco de verbena.

Descia as escadas, dei um beijo à minha tia e saí de casa. O carro de Riley acabava de parar mesmo de frente para a minha casa. Abri a porta do carro e sentei-me. Cumprimentei-o com dois beijos nas faces e seguimos para a escola.

-Bom dia!

-Bom dia, Demi! Está tudo bem? – indagou ele sorrindo. Ah, eu adorava o sorriso dele!

-Sim, está. E contigo?

-Também – sorriu ele. – Ouve, tu já sabes que eu sou filho de um caçador de vampiros e estou a fazer o meu treino, mas por favor, sou uma pessoa normal, OK?

-Está bem! – disse sorrindo amarelo.

Chegámos à escola num instante e fomos ter com Bonnie que estava com Elena e… Stefan.

-Bom dia! – disse eu.

Riley colocou-se estrategicamente à minha frente e olhou para Stefan por um longo segundo.

-Bom dia, Demi. Onde é que foste ontem à noite? – disse Elena. – Tu desapareceste do Mystic Grill.

-Ah, fui dar uma volta. Mas depois voltei para lá.

-Hum, OK. O Riley levou-te a casa? – inquiriu Bonnie sorrindo maliciosa. Riley sorriu para ela e depois para mim. Eu acenei com a cabeça e Bonnie sorriu um pouquinho mais.

-Eu levo-te até há aula, pode ser? – perguntou Riley para mim.

Eu olhei-o e corei um pouco. Ele era mesmo lindo!

-Sim, pode ser – virei-me para eles e disse: - Até já!

-Até já! – disseram todos em uníssono.

Fomos andando até há aula e eu sentei-me no meu lugar. Riley sentou-se de frente para mim, em cima de uma mesa.

-Eu lamento, Demi, mas tens que me contar o que se passou.

-Eu sei, Riley, mas ainda não estou preparada – falei-lhe e baixei os olhos para as minhas mãos que estavam pousadas em cima da mesa.

-Ele fez-te mal?

-Não – falei. – Ele apenas encontrou-me e levou-me até ao Mystic Grill e disse que tu estavas lá e que me podias levar a casa. Fim da história.

-Ele contou-te mais alguma coisa?

-Sim. Que tu eras um caçador de vampiros e falou-me da utilização da verbena. Nada mais – menti. Quer dizer, eu não estava a mentir totalmente, porque aquilo que disse era verdade, apenas omiti a parte em que ele dizia que me amava. O Riley não precisava de saber dessa parte. Foi demasiado íntimo.

-Demi, podes contar comigo para o que precisares – disse ele. – E mantém-te afastada dos Salvatore.

-Vou tentar. Mas Stefan…

-Ele é um vampiro e apesar de parecer inofensivo, é tão mau como o irmão dele. Aquilo tudo é uma máscara.

-Até mesmo o amor dele por Elena?

-Isso eu já não te sei responder – disse ele. – Mas os vampiros não têm sentimentos. Eles não amam ou odeiam. Eles só sentem desejo quando bebem o sangue de alguém.

-Então… - parei e as lágrimas começaram a ameaçar vir. – Tudo o que eles disserem no que se refere a sentimentos, estão a mentir.

-Pelos meus conhecimentos, sim.

-OK – disse.

A campainha tocou e ele foi para aula dele. Tentei mostrar-me forte e Elena, Stefan e Bonnie entraram rindo. Elena sentou-se ao meu lado e Bonnie do outro.

-Explica-nos tudo – pediu Elena. – Ontem passaste o dia todo com ele. Como é que foi?

-Ah, foi normal – disse escondendo a minha voz de choro. – Ele é muito atencioso.

-Só isso? Queres mais adjectivos? – disse Bonnie agitando muito as mãos e colocando-as em cima da minha mesa e fingindo um ar de sonhadora. – Charmoso, lindo, um gato, olhos lindos, maravilhosos até, alto, garanhão…

-OK, já chega! Somos só amigos – e depois acrescentei. – Por agora.

-Uuuuuuh – disseram elas em uníssono e eu gargalhei. Elas podiam estar no mesmo grupo que Stefan, mas elas eram minhas amigas, e eu não iria ficar sem elas apenas por causa de um vampiro. Aliás, até agora, o Stefan mostrou-se bastante diferente do irmão. Talvez o que ele sentisse pela Elena era mesmo o que ele dizia.

O professor entrou e nós calámo-nos. A aula decorreu calmamente. Agora, iria ter Educação Física.

-Correu tudo bem? – perguntou Riley ao meu lado, enquanto caminhava para o pavilhão.

-Sim, tudo.

-Demi, eu queria perguntar-te uma coisa – disse ele e meteu-se há minha frente impedindo-me de andar. – Queres ir comigo há festa?

Fiquei um bocado pensativa. Se eu fosse com ele, significaria uma coisa há qual eu não esperaria. Não era obrigatório irmos acompanhados, mas ter companhia quando entrar naquela festa agradar-me-ia muito.

-Claro que aceito! – exclamei e abracei-o. – Obrigada pelo convite, Riley.

-De nada. Acho que seria bom para nos conhecermos melhor – disse ele e desfizemos o abraço, não fossem os que estavam ali perto, começassem a pensar outras coisas.

Tocou e eu despedi-me dele. Entrei dentro do ginásio, equipei-me e fui para o pavilhão onde treinávamos desportos colectivos. Hoje, treinámos voleibol. Esqueci dizer que já fui federada no voleibol? Bem, já fui, por isso, joguei excepcionalmente bem!

Saí depois de voltar a vestir as minhas roupas normais (desculpem, mas eu odeio fatos de treino). Fui até aos bancos onde estava Riley, a conversar com Elena, Bonnie, Caroline e Stefan.

-Então, de que tanto se riem?

-O Riley estava aqui a contar que te convidou e…

-Elena! – pediu ele, corando um pouco.

-O quê? – perguntei sentando-me ao lado dele. – Agora estou curiosa!

-Quais são as tuas flores favoritas?

Arregalei os olhos, mas respondi há pergunta dele:

-Margaridas.

-OK. Obrigada pela informação – falou ele, corando como um pimentão.

Rimo-nos todos e depois fomos andando para o refeitório, para comer alguma coisa. Eu escolhi raviolli de espinafres com uma salada e cheescake. O meu almoço estava óptimo. Rimo-nos o tempo todo e falámos besteiras. Até Caroline falou algumas coisas sem sentido.

Depois, tivemos Biologia excepto Riley (hello, ele era um ano mais velho) e Caroline (ela ia ter Literatura Inglesa). Depois da aula, Caroline, Elena e Bonnie tiveram treino de cheerleader e eu fui assistir. Quando ainda morava em Nova Iorque, eu era cheerleader e adorava, mas eu estava disposta a ser um ser “invisível” na escola para ninguém me fazer perguntar nem fazer aqueles mexericos. Já estava farta daquilo.

Depois de ter acabado o treino, fomos todas até ao Mystic Grill (com o Riley e o Stefan incluídos) jogar ás setas e adivinhem quem tinha melhor pontaria? Stefan. E depois, oiço Caroline falar:

-Damon!

Congelei. Fiquei gelada e fiquei uma estátua. Não me conseguia mover.

-Olá a todos! – cumprimentou Damon.

Fiquei a olhar para as setas que estavam cravadas no alvo e fui tirá-las para voltarmos a jogar. Virei-me e vi Damon beijar Caroline. Como ele conseguia? Mentiroso! Tal como o Riley dizia: eles não têm sentimentos, tudo o que eles dizem sentir é mentira. Apetecia-me bater nele. Quer dizer, ele diz que gosta de mim, mas que não pode ficar comigo porque me pode magoar, mas depois anda por aí aos beijos com a minha amiga. Traidor! Só não fiz um escândalo porque estávamos no Mystic Grill, mas fiquei mais próxima do Riley, para ele ver que já não era importante na minha vida (ou fingir).

POV Damon Salvatore

Quando cheguei, ela aproximou-se mais do caçador. A raiva cresceu em mim e apeteceu-me arrancar o pescoço daquele tipo. Quem julgava ele ser para estar com a minha Demi?

Para me vingar, aproximei-me ainda mais de Caroline, apesar de ela me causar repulsa de todos os actos que ela tomava. Ela era boa, a nível de fazer sexo e beber o sangue dela, mas vá lá! Era tão fútil como uma folha de Outono à deriva no vento! Odeio pessoas fúteis, sejam eles humanos ou vampiros.

-Vamos andando, Riley? – indagou Demi sorrindo para ele.

-Claro que sim – assentiu ele e falou. – Até amanhã!

-Ah! – gritou Caroline, fazendo-nos todos estáticos na mesa, esperando alguma coisa má. – Demi, já sabes o que levar para a festa amanhã?

Demi gargalhou e sorriu para Caroline em gesto de compreensão.

-Na verdade, até tenho algumas dúvidas. O que achas: vestido ou calças?

-Mini saia – respondeu Caroline levantando os ombros, resolvendo o dilema da minha Demi.

-Boa opção, Caroline – observou Demi.

Ela e Riley saíram juntos, e eu falei para todos:

-Quase me esquecia, mas tenho uma coisa para fazer. Importam-se?

-Claro que não, Damon – disse Stefan aliviado por me ver pelas costas. Ri internamente. Ás vezes o meu irmão era tão previsível!

-Vais ter comigo mais logo? – indagou Caroline olhando-me com olhos de cachorrinho abandonado.

-Claro que sim, meu amor – falei irónico. Beijei-a delicadamente e despedi-me de todos.

Virei para o beco que ficava ao lado do Grill e transformei-me no corvo. Voei o mais rápido que pude até à casa da Demi, mas não estava ninguém em casa, a não ser aquela coisa peluda que eles chamam de cão.

Desnorteado, voei para casa e só me transformei quando já estava dentro do meu quarto. Que raios! Onde será que eles tinham ido?

POV Riley Clouds

-Eu preciso que tu me ensines mais coisas sobre vampiros – falou Demi assim que entrámos no carro.

-Então, acho que é melhor irmos a minha casa, para te ensinar – falei sério e rumei à minha casa.

Entrámos e descemos até à cave, que era o sítio onde o meu pai costumava treinar-me. Ela mantinha o seu ar espantado e curioso na sua face. Tudo o que via, fazia-a sorrir um pouco.

-Há quanto tempo é que és caçador?

-Desde os meus quinze anos – respondi-lhe e fui até ao sítio onde guardávamos os registos de vampiros da minha família. Era bem maior do que dez bíblias em cima umas das outras.

-Uau! – exclamou ela quando viu o volume do livro. – É mesmo muito grande.

-Séculos de registos.

Sentámo-nos nas cadeiras que estavam em frente a uma secretária enorme de madeira de carvalho. Acendi o pequeno candeeiro e comecei a falar:

-A minha família sempre caçou vampiros desde o nosso primeiro descendente, Charles Clouds. O primeiro registo que ele fez, foi em 1598.

-E a tua família, desde aí, tem sempre feito isso?

-Claro que sim. É o motivo pelo qual a nossa família resistiu aos séculos. Sabemos fugir, defendermo-nos e atacar.

-E qual foi o último registo? – quis ela saber, parecendo interessada e debruçando-se sobre o livro.

-Foi em 2000, pelo meu pai. Naquela altura, estávamos no Alasca.

-Isso foi…

-Há dez anos atrás, ainda tinha sete anos. Por esse motivo, não fui eu que fiz o registo. Sabes como fazemos o registo?

-Como?

-O descendente dos Clouds só pode escrever neste livro quando há duas hipóteses: os descendentes estão separados, ou os nossos pais já morreram.

-Então, quando a tua irmã…

Gargalhei. Eu tinha que lhe dizer isto:

-Aí está uma coisa bastante interessante, Demi. A minha irmã, é a primeira descendente dos Clouds que é do sexo feminino. Ao longo dos tempos, fomos sempre homens. Mas acho que hoje, nos dias que correm, isso não faz diferença nenhuma devido às igualdades. Mas sou eu que ficarei com o livro. Caso me aconteça algo, e eu não tenha nenhum descendente, ela fica com o livro, noutro caso, o livro irá passar para o meu filho. Ela sempre pode criar o seu próprio livro, mas isso quebraria a descendência deste livro.

-E quando as páginas acabarem? – perguntou ela preocupada.

Folheei o livro desde o início. As primeiras páginas, já estavam amareladas com o tempo, mas as últimas que tinham a caligrafia do meu pai ainda estavam brancas e intactas.

-Este livro é um mistério, mas sempre que as páginas se estão a acabar, aparecem novas. Parece que está enfeitiçado.

Ela ficou muito tempo olhando apenas para o livro, pensando em algo, tenho a certeza.

-É engraçado como tudo está interligado – observou ela.

-Que queres dizer? – perguntei.

-Nada – disse ela, corando um pouco. Decidi que não iria tocar no assunto e continuei com a conversa.

-Tu queres saber mais coisas sobre os vampiros, certo?

-Sim, certo.

-Então, talvez comecemos pela transformação – falei e levantei-me. Fui buscar à prateleira que tinha livros antigos e trouxe um que se referia apenas há transformação. Era pequeno (também, todo o livro é pequeno comparado com a bíblia/diário da minha família) mas era essencial.

-Então – comecei e abri o livro em cima da mesa, empurrando o outro para um canto da mesa. - ,primeiro, precisas de ter um vampiro – ela revirou os olhos, mas eu continuei. – A transformação é um processo complexo.

Apontei para a quinta linha do livro.

- 0 vampiro precisa de ejectar no teu corpo o seu sangue e depois, tens que morrer.

Ela acenou, parecendo um pouco aterrorizada.

-Depois, precisas de te alimentar de sangue humano.

-Só isso? – inquiriu ela chocada.

Sorri brevemente para ela.

-Não é assim tão fácil. Eles de te entregar o seu sangue, depois, precisam de te matar, e depois ainda tens que matar alguém. É só morte atrás de morte.

Ela fitou-me com os seus olhos castanhos, interessados no que eu estava a dizer.

-Então, quando eles bebem o teu sangue… - ela deixou a frase em aberto para eu completar.

-Nada acontece. Apenas ficas fraca e podes morrer.

-Mas eles podem ejectar o seu sangue enquanto estamos vivos, e não morrer, certo?

-Sim – confirmei. Como é que ela sabia fazer as questões certas? – Podes ficar com dores de cabeça durante algum tempo, e dores no corpo. Parece que estás com gripe.

-Isso não me aconteceu – disse ela.

Semicerrei os olhos. Bem me parecia que as perguntas estavam a ser demasiado certeiras. Pelos vistos, ela já teve mais algo com o Salvatore.

-Há algo que me queiras contar? – inquiri num tom ameaçador.

-N-não – gaguejou ela.

-Tens a certeza? – voltei a perguntar, aproximando o meu rosto do dela. Os nossos narizes quase se tocavam.

-Tenho – disse ela firmemente e piscou os olhos, como se estivesse hipnotizada.

-Eu sei que estás a mentir – falei, voltando a atenção para o livro. Ela respirou fundo e também se focou no livro.

-Como é que se mata um vampiro? – inquiriu ela.

-Vários métodos – expliquei. – Dissecação, deixando-os privados de sangue, uma estaca de madeira no peito, verbena e fogo. Também podem morrer da exposição do sol, sendo que este queima-os.

-Tantos métodos?

-Tantos e tão poucos. Há uma coisa qualquer que eles usam e que podem sair à luz do sol, alguns vampiros já experimentaram tanta verbena que já se tornaram imunes a ela. Talvez a privação de sangue, uma estaca no coração e o fogo sejam os mais eficazes, mas também os mais perigosos. Precisas de te aproximar muito dele.

Ela arregalou os olhos, parecendo chocada e furiosa.

-Então essa aproximação com o Stefan é tudo um jogo? – gritou ela.

-Não, claro que não! Mas não hesitarei em colocar-lhe uma estaca de madeira no coração caso ele faça alguma coisa de mal.

-Então, estás a usar-me – disse ela, parecendo perceber algo. Mas infelizmente, o raciocínio dela estava todo errado.

-Não, Demi, eu não te estou a usar! – exclamei.

As lágrimas começaram a vir-lhe aos olhos, e quando a primeira transbordou do seu olho, num acto instintivo, sequei-a. Ela retirou a minha mão com uma brutalidade que me senti ofendido.

-Sabes, Riley, pensei que fosses meu amigo. Já fui usada para muita coisa, mas não para matar. Mas isso é uma coisa que eu não admitirei! – disse ela e levantou-se. Correu até à porta, mas eu fui mais rápido e impedi-a, fechando-a.

-Não, Demi, por favor, ouve-me! – implorei desesperado. – Não é essa a minha intenção, juro-te pela minha vida, mas eu não recuarei em caso algum caso um dos Salvatore te magoe. Não o admitirei.

Ela ficou apenas a olhar para a porta, de costas voltadas para mim. A sua respiração estava ofegante, e eu via que as lágrimas continuavam a escorrer pelo seu rosto.

-Se queres ir para casa, eu entendo. Mas por favor, deixa-me levar-te.

Ela acenou com a cabeça e eu permiti que ela abrisse a porta. Ela abriu-a e saiu da cave. Os meus pais ainda não tinham chegado e a música alta vinha do quarto da minha irmã, um sinal que ela estava a fazer algo que não queria ser incomodada.

Ela entrou no carro e eu segui viagem até à casa dela. Quando parei o carro, ela saltou do banco e correu até casa, sem sequer olhar para trás.

O seu raciocínio estava mal, eu não queria usá-la para nada daquilo que ela pensava. Eu apenas queria protegê-la daqueles vampiros. Para isso, eu precisava de investigar um pouco mais sobre eles, por isso, voltei a casa e fechei-me na arrecadação, com a fúria que eu tinha deles estarem a estragar a amizade entre mim e a Demi. Isso não podia acontecer, senão, ela nunca confiaria em mim e estaria exposta a eles. A minha família sempre protegeu os seus ente queridos, e eu não iria deixar que o meu caso fosse excepção.

Vi cada página daquele livro, que tinha tudo sobre os vampiros. Então, eu vi uma coisa que me chocou:

Katerina Petrova contou-me tudo. Apesar de eu saber que ela mente em algumas coisas, eu consegui fazê-la a falar. Ela transformou os irmãos Salvatore, que vivem numa vila no estado da Virgínia e está fugida de Klaus por ser uma doppelganger enquanto foi humana. Uma tal de Rose transformou-a e ela também está fugida. A última vez que teve algum contacto com ela, foi em Londres, a 1770.

Fiquei a olhar para aquilo, embasbacado. Então, os Salvatore eram originais dali. Por que voltaram?

POV Demi Adams

Cheguei a casa e a tia Melinda não estava em casa. Corri para o quarto e fui até à varanda, espairecer. Fiquei a olhar para o céu, que estava a escurecer.

(N/A: para irem ouvindo: http://www.youtube.com/watch?v=JwhTMClm2A0)

-Porquê? – inquiri para o nada, frustrada, zangada, confusa.

Eu não sabia o que pensar. Primeiro, os meus pais morrem, depois venho viver para Mystic Falls, fico amiga de um vampiro e o irmão deste, que também é um vampiro, diz que me ama, mas não pode ficar comigo porque me pode magoar, mas fica com a minha amiga que não entende nada do que se passa. Depois, conheço um rapaz que é caçador de vampiros e está a usar-me (apesar de o negar) para matar o meu vampiro amigo. A minha amiga desconfia que é uma bruxa, e outras duas amigas minhas namoram com vampiros que são irmãos. No meio disto tudo, será que eu me encaixo? O melhor, era ter ido naquela noite, naquele carro, e ter tido aquele estúpido acidente, que me iria retirar a vida. Pelo menos, estaria com a minha família, onde quer que eles estivessem.

As lágrimas não paravam de escorrer, fazendo a minha visão ficar turva, mas ainda consegui observar uma estrela candente, no crepúsculo.

Afinal, porque será que eu vivi e eles não? Seria para a vida me dar uma segunda hipótese, como disse o Riley, ou seria para eu aprender a sofrer, a ter saudades e a sentir um buraco no meu coração que não tinha fim?

Buddy aproximou-se de mim e encostou a sua bochecha na minha coxa. Olhou para mim, com aqueles olhinhos fofinhos, e eu fiquei algum tempo a olhar para ele. Parecia que ele me compreendia.

-Tenho saudades deles, Buddy – afirmei para ele. Ele ganiu e dei-lhe um meio sorriso.

POV Damon Salvatore

Stefan entrou no meu quarto, querendo saber o que tinha feito.

-Deixa-me em paz! – gritei-lhe em resposta.

-O que se passa? – inquiriu ele, preocupado.

-Já te disse para me deixares em paz, está bem?! – voltei a gritar, apontando para a porta.

Ele tinha que sair.

-Damon…

-Deixa-me! – gritei o mais alto que pude e atirei à parede uma jarra vazia.

-Tu é que sabes – disse ele, encolhendo os ombros e saindo do quarto fechando a porta.

Dei um grito bem alto, e ajoelhei-me.

A dor no meu coração, era insuportável. Eu não suportava ver a Demi junto daquele tipo (N/A: sério? Tipo? Made in Vampire Diaries). Eu só queria matá-lo.

E quando ela viu a carta que eu lhe deixei, os olhos dela, a sua desilusão, a sua dor. A imagem dela não me saia da cabeça. Quando Caroline a magoou naquele jantar em casa de Elena, devido há utilização do presente em vez do passado, em relação aos pais dela, o seu sorriso, o seu espanto, ela durante a noite quando se perdeu pelas ruas de Mystic Falls, o acidente de carro, o que aconteceu quando bebi o sangue dela, ela dizer que estava com medo do que lhe tinha acontecido na noite anterior porque não sabia o que tinha acontecido, o pânico dela quando percebeu o que eu realmente era.

Tudo estava a passar-me pela mente, causando dores físicas. Nada se igualava àquilo. Parecia que eu estava a ser esquartejado, queimado, a beber verbena, a levar uma estaca, a ser queimado ao sol, privado de sangue, privado de Katherine… isto tudo, mas mil vezes pior.

A minha dor era insuportável. Olhei para o chão e uma gotícula de água caiu. Eu estava a chorar.

Pela primeira vez, em muito tempo, eu tinha sentido algo mais do que eu tinha sentido por Katherine, tinha que o admitir, mas eu não podia. Eu era egoísta, mas eu não queria magoá-la, porque só de pensar nisso, magoava-me. O que iria fazer? Pela primeira vez, algo me desnorteou, eu não sabia o que fazer, o que dizer, como agir. Eu não sabia nada.

(N/A: podem parar a música)


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Notas finais do capítulo

Obrigada aos meus 7 leitores!
Comentem, please!
O que acham dos resumos dos capítulos que eu faço no início? Dá para relembrar os episódios, não é?

Bjs



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