Shiroi Tsubasa escrita por Shiroyuki


Capítulo 24
Capítulo XXIV




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Aquela era uma situação delicada.

 Nadeshiko não conseguia imaginar como raios havia conseguido se enrolar tanto, e parar daquela maneira, nos braços de um pirralho idiota. Sua sorte era algo realmente notável.

Ela recuou, tentando se desvencilhar do garoto, que não parecia estar ciente dos seus esforços para fugir. Isso já havia se estendido tempo demais. Enquanto Satoshi pensava estar fazendo um bom trabalho, passando as mãos cheias de dedos pela cintura da garota, não percebia que a atitude dela estava se transformando.

Antes, caída e sem reação, ela parecia indefesa, mas quando enfim percebeu qual era a sua verdadeira situação, seus olhos mudaram, tornando-se ofensivos e perigosos. Cerrou os dentes, e impôs-se para frente, empurrando Satoshi com toda a força que possuía, e erguendo-se do chão logo depois. Ele caiu com um baque no chão, completamente atordoado, e com as costas doendo, pensando em como alguém delicado como aquela jovem dama possuía tamanha força bruta.

— VOCÊ PIROU, MALDITO? QUE P%@#$ FOI ESSA? – ela gritou com uma voz mais grave, com os punhos cerrados e uma aura assassina a envolvendo. Satoshi engoliu em seco, tremendo dos pés à cabeça, sem nada entender.

Nagihiko pretendia socar aquele infeliz até que os ossos dele virassem pó, mas sabia perfeitamente que em alguém como ele – filho único, de uma família rica – um olho roxo não passaria despercebido, e ele acabaria arrumando problemas para Rima também, caso sua identidade fosse exposta. Resolveu controlar suas emoções ao máximo, embora uma vozinha lá no fundo o impelisse a esquecer de tudo isso e chutar a bunda daquele idiota de uma vez.

— E-eu não quis… N-nadeshiko-chan, eu achei q-que… - Satoshi a olhava com aqueles olhos odiosos e culpados, já chorando, com os óculos presos por somente uma das orelhas.

— Olha aqui, pirralho – ela sibilou, esquecendo-se de mascarar a voz, e inclinou-se na direção do garoto apenas para olhá-lo nos olhos – Eu conheço bem esse seu tipo. Sempre teve tudo o que quis, e acha que é dono de todas as pessoas. Mas eu não vou deixar isso acontecer. – ela segurou-o pela gola do yukata, e ele parecia prestes a desmaiar – Nunca mais encoste em mim, tá entendendo? E se você sequer cogitar a possibilidade de fazer uma coisa dessas com a Rima, eu vou quebrar tudo isso que você chama de cara, pessoalmente. Você não vai conseguir nem se mexer, depois que eu terminar. Compreende?

— E-eu…

— Você está duvidando, Hanada-san? – Nadeshiko rosnou, aproximando ainda mais o rosto pálido dele – Quer que eu te de uma amostra agora mesmo?

— N-não, eu estou b-bem, eu… e-eu não vou…

— Eu sei que não vai – ela soltou Satoshi, que caiu sentado pateticamente no chão, e então se arrastou para o mais longe possível dela, até se espremer contra a parede, como se quisesse aderir-se a ela – Nós conversamos outro dia. O chá estava ótimo, Hanada-san – ela se curvou ligeiramente, com um sorriso perfeito brincando nos lábios – Espero que tenha aprendido a lição. E tenha uma ótima noite. – e dizendo isso, Nadeshiko sumiu pela porta, ainda sustentando sua pose de dama distinta, e deixando para trás um garoto abismado e muito provavelmente, traumatizado.

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Hitomi acordou lentamente. Sentia que estava abraçando algo esguio e quente, mas não conseguia de maneira nenhum se lembrar do que poderia ser. Havia também algo que a mantinha presa, e sua mente estava uma confusão, mas ela se sentia tão confortável ali que não se importou muito com isso. Até que seus olhos se abriram por completo, e a primeira visão que teve foi do rosto adorável de Tadase, sereno e com um sorriso brincando nos lábios, completamente adormecido. Ele também tinha os braços ao redor dela. Como uma enxurrada, as lembranças retornaram, e Hitomi desejou sumir por completo, apenas para não sentir aquele constrangimento que se apoderara dela por um momento.

Pensou seriamente em se desvencilhar do abraço dele, que era surpreendentemente possessivo, e ir embora como se nada tivesse acontecido, porém o fato de que aquela era sua casa frustrou seus planos, sem contar que seria categoricamente problemático caso ele fosse encontrado mais tarde por outra pessoa. Então ela pensou novamente, e decidiu que primeiro de tudo, deveria acordar o garoto. Ajoelhou-se na cama, depois de se soltar do abraço de Tadase com alguma dificuldade.

Ela ia jogar uma almofada na cara dele, ou chutá-lo para fora da cama… mas ele era tão absurdamente fofo enquanto ressonava, que Hitomi fraquejou. Aah, era covardia ficar usando os seus poderes kawaii para desarmá-la dessa forma! Ela tentou se imaginar acordando Tadase com beijos e palavras carinhosas, mas isso era tão inconcebível que Hitomi teve vontade de gritar, e escondeu o rosto chacoalhando-o com força para tirar aquela imagem da cabeça.

— Hi…t-tomi… chan…. – a voz de Tadase balbuciando algo fez a garota retornar para a realidade. Seu coração acelerou imediatamente, ao ouvir aquilo. Ele estava chamando por ela durante o sono… aah, isso era tão fofo! E constrangedor! Fazia Hitomi ter vontade de se esconder, e beijar Tadase, ao mesmo tempo. Mas antes que ela pudesse escolher por um dos dois, lembrou-se de que deveria dar um jeito de tirar aquele garoto da sua casa sem que ninguém visse. Decidida, ela ordenou os pensamentos, e se focou no seu principal dilema.

— Ei, Hoto… T-tadase! – ela chamou, com um tom de voz forçadamente indiferente, virando o rosto corado para o lado. Cutucou a bochecha dele com o indicador repetidamente, fazendo sua cabeça se mexer. Ele apenas murmurou alguma coisa, mas não deu sinais de que acordaria. Como ele poderia estar dormindo tão bem quando ela tinha tantas preocupações na cabeça?  Uma veia latejou na testa da garota, que perdeu a paciência no mesmo minuto. – Acorda logo, garoto…!

Quando ela gritou, Tadase se levantou em um susto, caindo da cama. Ele se reergueu, atordoado, com os cabelos completamente desordenados e a cara amassada, parecia perdido, mas assim que seus olhos se focaram em Hitomi, um sorriso se formou.

— E-eu achei que fosse um s-sonho… - murmurou mais para si mesmo, apoiando-se na beirada da cama para se por de pé. Esfregou os olhos, de uma maneira tão adorável que Hitomi obrigou-se a desviar os olhos.

— Não temos tempo para isso! O mais importante é tirar você daqui sem que ninguém veja… aah, como eu vou fazer isso?? – ela esfregou a cabeça, bagunçando os cabelos, como se isso fosse ajuda-la a ter uma boa ideia.

— Ah.. gomen’nee~- Tadase riu encabulado, olhando para a parede.

— Bom, a culpa não é s-… não, peraí! A culpa é sua sim!! É totalmente, completamente, 100% sua!!! – ela apontou acusadoramente para Tadase.

— M-mas… se eu não tivesse vindo, nós n-não… eu nunca mais… iria ver você… - Tadase argumentou fracamente, com os olhos enormes e brilhantes virados para a garota, que sentiu algo dentro de si derreter com somente isso.

— P-para de controlar a minha mente com essa sua hipnose!! – ela gritou, avançando contra Tadase e escondendo a cara dele com as mãos.

— Hitomi-chan…! – Tadase pronunciou com dificuldade, soltando as mãos de Hitomi. – Eu lembrei agora que eu trouxe algo para você ontem. Acabei me esquecendo de entregar, mas… a-aqui… - ele tirou um pequeno pacote já amassado do bolso da calça e estendeu a ela.

Hitomi pareceu travar. Ela não era muito boa com presentes, ou elogios ou o que fosse, e nunca sabia reagir a esses eventos. Com um semblante irritado, que estava longe de ilustrar o que ela sentia nesse momento, ela pegou o embrulho e o abriu de uma só vez.

Dentro da caixinha, havia uma brilhante pulseira de prata, com alguns pingentes. Três deles eram cachorros, representando Onigiri, Rocambole e Pudim. Outro era uma pequena pimenta. E o último, era uma pequena coroa com um T gravado nela.

— T-tad…  - ela engasgou, e não conseguiu terminar a frase. Levantou a pulseira em frente aos olhos, admirada.

— Bem, eu achei uma loja que faz essas pulseiras personalizadas, e resolvi comprar uma para você. – ele começou a dizer, embaraçado – Eu não sabia bem o que colocar… então pedi por três cachorrinhos como os seus, por que eu sei que você ama muito eles. A pimenta… b-bem, eu achei que combinasse um pouquinho com sua personalidade… - ele disse, incerto – E essa coroa… bom, era o único com a letra T, e eu queria que você se lembrasse de mim, e-e-então…

Hitomi o interrompeu, avançando em um necessário abraço que quase os levou ao chão. Tadase a segurou pela cintura, sentindo-a tremer em seus braços enquanto afundava o rosto na curva do seu pescoço. Ela fungou, e ele soube que ela chorava.

— C-combina com você – ela soluçou, com a voz abafada, e Tadase sentiu com clareza a respiração quente dela batendo na sua pele – Por que você é como um Príncipe Encantado que me salvou… - disse baixinho, com o rosto escondido para que ele não a visse agora.

— Eu acho que prefiro ser um Rei… - ele disse incoerentemente, afastando Hitomi apenas o bastante para procurar pelos seus lábios, e juntar com os seus. Ela não se opôs, e segurou-o pelo pescoço, retribuindo ao beijo urgentemente.

Tadase secou as lágrimas que ainda manchavam o rosto dela, sem se afastar, e continuou com o toque cálido e suave dos lábios até que sentisse que conseguiria se afastar dela. Quando abriu os olhos, Hitomi corou furiosamente, e desviou o olhar. Ergueu o pulso, em uma exigência silenciosa, e Tadase fechou a pulseira ao redor, dando um singelo beijo em sua mão depois.

Quando ela baixou a mão, a pulseira tilintou, numa melodia espontânea.

— Agora, o mais importante é como vamos tirá-lo daqui – ela rebateu, fingindo que o momento anterior nunca acontecera – Ali, naquela porta tem um banheiro, você pode usar, me deixe pensar!

— Ah, então… c-com licença… - ele disse, e então, foi rumo ao lugar que Hitomi indicava.

Ela passou o tempo restante gastando o assoalho de madeira do quarto, andando de um lado para o outro. As ideias se embaralhavam na sua cabeça, uma mais descabida do que a outra, e então Tadase finalmente liberou o banheiro, com um semblante encabulado. Francamente, até quando ele ia agir assim? Depois de tudo o que acontece, era de se esperar que ele tivesse arranjado um pouquinho de confiança em algum lugar por aí. Andando envergonhado desse jeito depois de tudo apenas por usar o seu banheiro. Ele até parecia uma garota!

— É isso!!! – ela gritou, pulando sobre Tadase como um predador atacando sua presa. Segurou-o pelos ombros, girando pelo quarto – Tive uma ideia perfeita! Mas você vai ter que cooperar.

— Ah, que bom, Hitomi-chan! – Tadase sorriu para ela, surpreso com aquela euforia inesperada – O que eu tenho que fazer?

— Nada demais, Tadase-kun… ou eu devo dizer… Tadako-chan… - ela sorriu de uma maneira sugestiva, e Tadase sentiu um arrepio agourento na base das costas.

Cerca de meia-hora depois, Hitomi saia do quarto, acompanhada da sua “amiga” da escola. O plano dela se resumia em vestir de Tadase de garota, e assim ninguém teria motivos para querer interferir em seu relacionamento, e ele poderia ir embora facilmente. Claro que ele relutou de início, mas ao ver que não havia outra opção, ele acabou cedendo, em parte por que a empolgação de Hitomi em arrumar ele parecia se exceder cada vez mais, e ela até mesmo já deveria ter esquecido o objetivo inicial.

Colocou o vestido cor-de-rosa que foi alcançado, e ela prendeu o cabelo dele em dois pequenos rabinhos loiros, por uma fita de cetim. Depois de um pouco de maquiagem, e colocando as suas roupas verdadeiras em uma bolsa, Tadase estava pronto para se passar por uma garota. Não foi de fato um desafio dos maiores, afinal, aquele rosto dele era bastante favorável, e Hitomi não deixou de fazer observações sobre isso, empolgadíssima.

— Agora já sei muito bem como o Fujisaki-san se sente todos os dias… - Tadase resmungou, desajeitado, tentando segurar a barra da saia como se isso fosse acabar com aquele ventinho que entrava pelo meio das suas pernas – Esse sapato é muito apertado!

— Não tenho culpa se seu pé é maior que o meu – Hitomi disse, tentando ampará-lo pelo outro braço – Anda direito, você parece um pinguim manco!

— Ah, é que esses babados fazem cócegas… - Tadase reclamou. Hitomi suspirou, e então se aproximou de Tadase, encurralando-o na parede do corredor.

— Se você fizer tudo direitinho… - ela recitou, no seu ouvido. Tadase arrepiou-se, incapaz de formular uma frase coerente - … eu vou recompensá-lo mais tarde.

— T-tudo bem… e-eu não vou mais reclamar – ele disse rapidamente, e ela sorriu vitoriosa – E também… n-não é como se eu nunca tivesse feito isso antes… - concluiu, mais para si mesmo.

— O que? Você já usou saia? – Hitomi arquejou, soltando Tadase – Como assim?

— B-bem, no café do Onii-chan… eu t-trabalhei por um tempo… e… e…

— Eu preciso ver você no seu trabalho!! – ela quase gritou, e Tadase podia jurar que nunca havia visto aquele brilho estranho nos olhos dela.

— Você realmente gosta dessas coisas hein… - ele coçou o queixo, sem jeito.

— N-não é como se eu gostasse, eu só… fiquei curiosa… - ela argumentou – Mas é melhor irmos logo, vamos!!

— Ah, sim… - ele tentou usar o tom de voz suave e feminino que eles treinaram juntos mais cedo, e o resultado foi tão perfeito que Hitomi não se aguentou e começou a gargalhar – Nee, para de rir de mim!!

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— Eeei… acorda… Você é pesado! – Rima mal conseguia respirar. Cutucou as costelas de Nagihiko, que dormia esparramado em cima dela, com os cabelos soltos jogados sobre o seu rosto. Ela nem sabia dizer ao certo como as coisas foram terminar assim, mas por algum motivo, durante a noite, Nagihiko havia rolado para o seu futon e agora a usava como travesseiro.

— Não. – ele resmungou, apertando ainda mais o abraço ao redor dela, quase a sufocando – Eu… não vou te entregar a Rima… seu pervertido… e tira a mão… da minha saia…

— Do que você está falando?! Acorda logo!! – Rima tentou mais uma vez erguer o desacordado Nagi, sem sucesso. Mas ele pareceu sentir a movimentação embaixo dele, pois seus olhos fizeram menção de se abrir, e um sorriso torto se formou assim que ele tomou consciência.

— Só se você me der um beijinho de bom dia…

— Levanta logo, eu quero tomar café da manhã! – Rima terminou de gritar, tirando forças sabe-se lá de onde para enfim conseguir mover Nagihiko para longe. Ele se bocejou longamente, antes de se levantar, e Rima lançou a ele um olhar irritado, se retirando em direção ao banheiro.

Alguns minutos depois voltou de lá, já penteada e com um fresco vestido de verão xadrez rosa claro.

— Você está muito fofa, Rima-chan! – Nadeshiko era quem estava ali, com um yukata laranja claro decorado com flores de pessegueiro. Ela amarrava os cabelos em frente ao espelho do outro lado do quarto, e encarava Rima através do reflexo. De alguma maneira, isso pareceu perturbar a garota ainda mais do que se ele estivesse a olhando normalmente.

— O-ob-obrigada… eu acho. Não aguentava mais esses yukatas, eu não consigo me mexer neles. Não sei como você aguenta, Nadeshiko. – Ela reclamou, mais para desviar o assunto e disfarçar o rubor em seu rosto.

— Bem, eu estou acostumada, de alguma forma. Na verdade, eu usava os modelos masculinos… mas a minha família sempre cultuou bastante as tradições. – ela respondeu, aprontando o cabelo e então se virando para Rima – Vamos?

— Sim, eu estou faminta – Rima a acompanhou para fora do quarto – Mas… Nadeshiko, você nunca fala sobre a sua família. Fiquei curiosa…

— Ah… não há nada de interessante para se saber, sério mesmo! – Nadeshiko respondeu rapidamente – Eu falo com eles de tempos em tempos, mas faz realmente algumas semanas que estou sem ligar para casa. Eu não tenho irmãos, mas tenho muitos, muitos primos. Meu pai é o líder da família, está sempre trabalhando. Minha casa vive cheia de empregados… e a minha mãe… bom, ela é bastante rígida.

— No que a sua família trabalha? – Rima olhou para ele, interessada.

— Olha só, já estão nos esperando para comer! – Nadeshiko disse cordialmente, mas parecia também uma forma de desviar o assunto. Rima não parou muito tempo para pensar, pois seu estômago roncou audivelmente, e ela correu para a mesa.

Depois de cumprimentar o pai sem muito entusiasmo, ela avançou na comida a fim de esquecer os problemas. Não ousou olhar na direção de Homura Satoshi, que parecia também empenhado na tarefa de ignorar sua existência.

— Ohayou, Homura-san – Nadeshiko sorriu para ele, tomando o cuidado de falar o nome certo dessa vez. Ajoelhou-se de forma refinada em frente à mesa, ainda olhando para ele.

— O-o-o-o-oha-ha-ha-y-y-yo… - ele gaguejou desesperadamente, deixando os hashis caírem, e derrubando mais da metade do seu arroz ao tentar juntá-los. Nadeshiko tentou por tudo no mundo não soltar uma gargalhada diante daquela cena, e por muito pouco conseguiu se controlar.

— Ei… - Rima chamou, cochichando discretamente sem que seu pai tomasse nota – O que aconteceu com ele?

— Quem sabe? – Nadeshiko inclinou-se na direção dela, e escondeu a boca, segurando o riso – Talvez esteja tonto por causa da sua beleza… - piscou um olho, retornando ao seu lugar.

Rima corou furiosamente, inflando as bochechas, e resolveu se concentrar no seu chá verde. Nadeshiko sorriu para si mesma, satisfeita com o trabalho bem feito. Satoshi parecia que tinha engolido uma britadeira, de tanto que tremia. E o pai de Rima apenas lia seu jornal, alheio a tudo isso.

— Você quer fazer um passeio depois, Rima-chan? – Nadeshiko convidou, sorrindo suavemente para a loira, que corou levemente, embora seu semblante fosse de total e completa indiferença.

— Seria muito agradável – Rima respondeu apenas, tomando outro gole de chá.

— Você deveria ir com elas, Satoshi-kun – o Sr. Mashiro sugeriu, animadamente.

— N-n-n-n-n-n-não… e-e-e-eu estou b-b-bem… e-e-e-eu tenho um c-c-compromisso! – Satoshi tremeu mais ainda, com os olhos vazios fixos em Nadeshiko. Ele derrubou seu peixe dentro do copo de chá.

Rima olhou para Nadeshiko, intrigada, e ela apenas sorriu tranquilamente, sem nada a se preocupar. Finalmente, havia visto uma luz no fim do túnel, e talvez tivesse prestes a solucionar aquele dilema de uma vez por todas. Só precisava dar um último empurrãozinho, e essa história de noivado iria para os ares. Só precisava… formular um plano perfeito.


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