A faculdade era uma coisa cansativa, e para acabar com o meu
animo que não estava lá muito alto o professor ainda dava um trabalho para fazer. Fiz par com Momo, minha amida de longa data que por um acaso também era amiga de Toushirou, nos duas escolhemos o mesmo curso. Arquitetura.

Esse trabalho iria definir se eu ia ou não passar e ser uma
grande arquiteta. Os corredores da faculdade eram sempre cheios, por isso eu tentava sempre andar com alguns amigos para não ser roubada por algum
engraçadinho.

Serio, não estou sendo chata, nem egoísta e muito menos
mesquinha, mas corredor super lotado sempre tem que ter algum grau de
desconfiança.

- Karin-chan, soube do casamento do Hitsugaya-kun? -
Perguntou Momo, super animada pelo casamento de nosso amigo.

- Sim, ele me contou. Ontem ele foi em casa e me deu a
noticia. - Respondi, não querendo dar a noticia de que Toushirou havia me
chamado para ser madrinha.

- Hitsugaya-kun parece estar tão feliz. - Comentou Hinamori
sonhadora.

Eu não deixei de notar o parece.
Por que parece? Ele não estava feliz de se casar com sua tão amada Naoko?Não quis comentar nada sobre isso, por isso rapidamente me despedi de Momo, combinando o dia para nos fazermos o trabalho.

Fui em direção aos portões da universidade de Tókio,
querendo desaparecer dali queria ligar para Toushirou e desmarcar o nosso encontro. Eu poderia fazer isso, já que ele não viria me pegar e nem nada desse tipo afinal ele só tinha combinado de nos encontrarmos  no restaurante.

Da faculdade para o restaurante era na verdade quatro
quadras, eu não estava a fim, mas eu não podia fazer essa desfeita com meu melhor amigo.

Perto do restaurante umas duas quadras antes, o celular
tocou. Eu tinha um imprevisto na empresa e precisava estar lá imediatamente,com rapidez girei nos calcanhares e apressada atravessei a rua.

- Ei moça!

 Olhei para direção em que um homem já de idade gritara, mas a única coisa que vi foi o rosto, antes de uma dor me atingir da cintura para baixo e tudo escurecer.

Eu ainda podia ouvir gritos.

- Ei, você esta bem? - Perguntava alguém aos gritos.

- Mas é claro que ela não esta bem. Tem sangue na cabeça
dela, alguém chama uma ambulância! - Gritou outra pessoa rispidamente.

Depois disso não ouvi mais nada.

~****~

Esperei varias horas por Karin, quando deu uma hora da
tarde, tentei ligar para o seu celular, mas ninguém atendia. O que ela estava pensando?

Comecei a me levantar da mesa do restaurante para ir embora,
mas meu celular tocou, logo que me levantei. Era o numero de Karin.

- Onde você ta Karin? – Perguntei em tom impaciente.

- Não sou a Karin. – Respondeu uma voz masculina do outro
lado da linha.

Uma sensação estranha me dominou. O que um homem estava
fazendo com o celular de Karin? Eu queria mandá-lo passar o telefone para
Karin, para tirar satisfações, mas eu sabia que não podia.

- Notei. – Respondi ríspido, com intenções serias de
desligar.

- O nome da moça é Karin. Bom, eu só queria informar que
essa moça, Karin acaba de sofrer um acidente e esta internada no hospital de karakura. – Informou o homem em tom consternado.

- Desculpa o que? –Perguntei não querendo acreditar no que
ouvia, mas o homem já havia desligado

Como pude pensar besteira? Rapidamente paguei o que tinha
bebido enquanto esperava Karin e fui direto para o hospital em que me
informaram que ela estava internada.

Quando cheguei ao hospital, fui direto falar com a
enfermeira.

- Boa Tarde. Você poderia me dar uma informação? – Perguntei
em tom educado e frio.

-Sim senhor, o que deseja? – A enfermeira me olhava de
maneira estranha.

- Kusosaki Karin, foi internada aqui, poderia me informar em
que quarto ela esta internada? – Ignorei o modo como ela me olhava.

- Ah!Kurosaki Karin esta internada no quarto 306, mas sinto
informar que agora você não poderá vê-la. – Respondeu a enfermeira com um olhar desapontado.

- E por que não? – A indignação tomava minha voz.

- Por que ela esta na UTI e nesse caso o senhor terá que
falar com o medico. –Explicou com certo pesar.

O acidente foi tão grave assim?

Fui em direção ao corredor onde ficava o quarto de Karin,
ali com certeza encontraria o medico que estava cuidando do caso.

Quando chegou mais perto do quarto viu que o pai de Karin e
também sua irmã gêmea estavam ali, parecia que os médicos localizaram a
família.

- Kurosaki-sama, Yuzu-chan. – Chamei em tom calmo, mesmo
estando ansioso.

- Hitsugaya-kun, então você soube. –Comentou Isshin
levantando a cabeça e me olhando com olhos preocupados.

- Sim, me avisaram.

Ele assentiu com a cabeça se voltando para Yuzu que parecia
que não estava se sentindo bem. Isshin logo deu alguma desculpa e saiu levando
yuzu para o restaurante do hospital. Quando os dois saíram meu telefone começou
a vibrar.

Na tela marcava Naoko. 
Eu realmente não queria atender, mas desde de que Naoko começou a morar
comigo não havia como fugir de modo que sabia que se não atendesse teria uma
discussão e eu realmente não estava com cabeça para isso.

-O que você quer Naoko? – Atendi impaciente.

- Onde você esta? Hoje de manha não te disse que tínhamos
que acertar os preparativos do casamento. – Reclamou ela em tom que não admitia
desculpa.

- Houve um imprevisto. – Respondi com maior simplicidade do
mundo.

- Como e esse imprevisto é mais importante que nosso
casamento? – Seu tom se tornou incrédulo e melo dramático.

- Naoko, o meu imprevisto foi uma coisa muito mais
importante que nosso casamento. – Falei sem pensar, mas eu realmente estava
cansado daquelas ceninhas que Naoko fazia.

- Então me diga o que é mais importante que o nosso
casamento e eu. – Perguntou ela, e só pelo seu tom de voz podia dizer que ela
ia começar a chorar.

- Karin sofreu um acidente e precisa de min. – Ouvi o
barulho de algo caindo do outro lado da linha e a respiração de Naoko aumentar.

- Como?  Você quer
dizer que Kurosaki Karin é mais importante, é isso? – O ódio e o ciúme eram
evidentes.

Eu realmente não devia responder, se eu realmente falasse
iria detonar de vez com meu casamento, mas 
sinceramente agora que eu estava nesse hospital e com Karin numa cama eu
não ligava a mínima para o meu casamento.

- Sim. Karin é mais importante. – Disse por fim.