Entrelaçadas pelo Amor escrita por Kaah_CSR


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem desse capítulo. Aí vai mais um.



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A muitos quilômetros, uma mulher morena tentava de todos os modos abrir a porta trancada, sem ter muito sucesso. Aquele maluco deve ter coloca umas mil trancas aí! Pensou Sara, sentindo-se cada vez mais desesperada. Como é que eu vou sair daqui? Por fim deu um último chute na porta e voltou a sentar na cama.

    - Meu Deus, como eu vou sair daqui? Como é que eu vou falar com Catherine? Ah, Catherine, como é que você não deve estar agora?

    As coisas pareciam ter realmente esquentado no Departamento de Polícia de Las Vegas. Todos os investigadores do turno da noite haviam achado algo importante para fazer. Brass tentava de todos os modos possíveis e imagináveis descobrir de onde veio a ligação enquanto Greg recolhia o aparelho celular de Sara e tentava descobrir alguma coisa. Grissom e Nick estavamno estacionamento – que agora ironicamente havia se tornado uma cena de crime – verificando cada centímetro do chão e dos carros enquanto Warrick examinava as entradas. Catherine ligava novamente para todas as pessoas que conhecia em busca de alguma notícia de Sara.

    Catherine apertou o botão vermelho de seu celular quando a última pessoa da lista dissera a mesma coisa que as outras, que não vira Sara há pelo menos dois dias. Não era à toa, eles trabalharam praticamente dois dias inteiros para dar conta do recado. Quando estava se preparando para ir atrás de Greg, seu celular tocou. Sem olhar quem era, atendeu apressadamente.

    - Alô?

    - Nossa, mãe! – exclamou Lindsay do outro lado da linha e Catherine baixou a guarda. – Eu sabia que você estava com saudades de mim, mas não precisa ficar desesperada. E aí, como está a Sara?

    - Ela... Ela... Foi... – Catherine gaguejou, mas não conseguiu terminar a frase.

    - Ah, não! – Lindsay disse, agora entendendo tudo. – Não me diga que a Sara tá desaparecida.

    - Sim, filha, ela está.

    Um minuto de silêncio e Lindsay praguejou alto e usando palavras que certamente não fora Catherine que as ensinara.

    - Onde você aprendeu a falar desse jeito?

    - Programas de TV – respondeu a filha. – Ei, quer que eu dê uma passada aí pra ajudar?

    Catherine riu, apesar de tudo.

    - O que foi? Virou investigadora?

    - Não, mas minha mãe é. Ou melhor, minhas mães são. Eu não fico dormindo o dia todo sabia? E Sara me ensinou algumas coisas sobre o seu trabalho. Por exemplo, você já tentou procurar ela em algum outro lugar?

    Catherine girou os olhos. Já era a terceira vez que a perguntavam isso.

    - Ela não está em nenhum lugar, Linds – respondeu Catherine de uma forma profissional na voz, mas sorrindo por dentro. – Alguma outra sugestão, investigadora-mirim?

    - Ha há, muito engraçado. Que tal, ou melhor, quem sabe se não foi um antigo amor? Ou talvez uma pausa para te comprar alguma coisa, ou talvez...

    - Linds, o que você disse? – perguntou Catherine rapidamente, uma ideia vindo à sua cabeça.

    - Comprar um presente para você?

    - Não, antes.

    - Um antigo amor?

    Catherine sorriu, já revirando seu cérebro atrás de possíveis suspeitos.

    - Agente Willows, você acaba de dar seu primeiro passo para a criminalística.

    - O que, é claro, aumenta minha mesada em digamos... Cinquenta por cento.

    - De onde você tirou essa ideia? – Catherine perguntou, mas Lindsay já havia desligado.

    Catherine mordeu o lábio inferior, tentando lembrar-se dos namorados que Sara tivera antes de seu relacionamento com ela, mas só conseguia se lembrar de um que fosse perigoso o suficiente para estar envolvido nessa história. Um que certamente prejudicaria a vida de sua amada caso tivesse a oportunidade. Hank.

    Engolindo em seco a fúria que estava sentindo, correu a procura de Greg e o encontrou saindo de uma das salas com um sorriso estampado no rosto. Catherine não correspondeu; não via a necessidade de sorrir naquele momento.

    - Alguma novidade? – ela foi direto ao ponto. Catherine Willows não era uma mulher que gostava de enrolar.

    - Sim e boas – Greg ergueu o celular de Sara para Catherine segurar. Ela segurou, mas continuou o encarando. – Veja quem foi a última pessoa a ligar para ela.

    Catherine olhou para a tela do celular e ergueu a sobrancelha.

    - Eu?

    - Não, antes de você.

    - Claro – respondeu Catherine, meio envergonhada. Ela olhou novamente na lista de chamadas e viu um número que certamente era de quem ela estava desconfiada. Agora estava se tornando certeza. – Eu sabia. O tapado do Hank.

    - O próprio. E veja quanto tempo demorou a chamada.

    - Um minuto e meio? – perguntou Catherine, conferindo o aparelho. – E?

    - Vamos supor que ele estava aqui no LVPD, vigiando quando ela iria sair. Impaciente, decidiu ligar para ela e enquanto falava, ia conversando... Um minuto e meio da chamada... Dá mais ou menos em um cruzamento. Ou seja, tem câmeras lá.

    - Como você sabe?

    - Tem um cara que vende cachorro-quente na esquina – confessou Greg.

    - Sei. Sabe o que a Sara diria agora?

    - Vamos nessa – disse Greg, começando a sorrir esperançosamente.

Sara estava andando para lá e para cá ao lado da cama, furiosa como um tigre enjaulado, tentando bolar um plano para sair dali. Não havia nenhuma janela, nenhuma fresta; nada por onde ela pudesse sair, a não ser a porta. Ela já se jogara contra a porta, tentara arrebentar a tranca, arrombar com o pé, mas não conseguiu. Aquilo parecia ser de ferro.

    E ela estava começando a ficar cansada e com fome.Por que eu não comi nada no laboratório? Sua mania de se entupir de café ao invés de comida agora estava mostrando seu lado ruim. Como Hank era louco, era bem capaz de deixá-la sem comer apenas por esperar que ela se apaixonasse por ele.

    - Idiota – murmurou Sara e então se deu conta de que ninguém poderia ouvi-la e começou a gritar. – IDIOTA!  EU NUNCA VOU AMAR VOCÊ!

    E não iria mesmo. Não ia nem mesmo ceder a um toque dele. Se ainda existia algum respeito ou consideração por Hank, aquilo acabara no instante em que ela acordou e o viu. Ele disse que tudo ia ficar bem, que ia superar, mas aquilo não tinha cara de superação, ao contrário, estava mais para perseguição.

    Sara passou uma mão no rosto para afastar o calor e voltou a pensar. Ela não podia fazer mais nada mesmo. Tentou lembrar-se do que acontecera. Aos poucos a lembrança de seus últimos momentos no laboratório começava a vir à tona.

    - Que turno pesado! – queixou-se Catherine e Sara sorriu, ela não gostava de admitir na frente de Catherine, mas gostava absurdamente desses turnos longos. E aquele havia mesmo sido um turno longo, ou melhor, turno triplo. – Pelo menos aquele idiota foi condenado.

    - Idiota mesmo – Sara concordou. Um dos casos aquele dia havia sido realmente difícil. Anderson havia estuprado e matado a própria filha de apenas oito anos, e Sara investira todos os seus conhecimentos em criminalística para colocar aquele homem na cadeia.

    - Mas ainda acho que você exagerou na dose, Sara – Catherine disse, olhando preocupada para Sara. – Tem certeza que você está bem?

    - Cath, eu só fiquei um pouquinho envolvida no caso – Sara tentou acalmá-la.

    - Um pouquinho? Você nem ao menoscomeu no intervalo e quase avançou em cima do suspeito na sala de interrogação, além de se entupir de café. Você devia deixar a cafeína de lado, ela não é um bom vício para você.

    Sara sorriu maliciosamente com o sentido duplo da frase e trancou a porta de seu armário. Ela se encostou ali e olhou para Catherine, que acabara de pegar sua bolsa.

    - Ah, é? – perguntou Sara, começando a andar vagarosamente na direção da loira. – E o que é um bom vício para mim, Willows?

    Catherine sorriu e mordeu o lábio, fingindo pensar no assunto. Ainda em silêncio, se aproximou de Sara até ficar extremamente perto dela, o suficiente para sentirem a respiração uma da outra. Sara sentiu um arrepio percorrer por seu corpo quando Catherine colocou uma mão em seu pescoço.

    - Isso aqui é um ótimo exemplo de bom vício, minha cara Sidle – sussurrou Catherine e encostou seus lábios suavemente sobre os de Sara, roçando sua língua levemente no contorno do lábio inferior dela, como se pedindo permissão para beijá-la. No instante em que os lábios de Sara se separaram, alguém entrou na sala. Elas imediatamente se afastaram e olharam ansiosas para ver quem era e ficaram aliviadas ao perceber que era Greg entrando.

    - Ah... – ele não sabia o que dizer. Ele tinha conhecimento da relação entre Sara e Catherine, embora ainda sonhasse com o dia de ter Sara ao seu lado. Mas mesmo assim, não revelara as vezes em que as encontrava se beijando na sala de armários ou até mesmo no meio de uma cena de crime, quando ninguém estava olhando, é claro. – Oi, garotas...

    - Oi, Greg – disseram as duas ao mesmo tempo, meio encabuladas.

    - Turno difícil esse, hein? – perguntou Greg, abrindo seu armário e procurando alguma coisa lá.

    - É. – respondeu Catherine e o silêncio voltou.

    - Eu vou indo – disse ele, se dirigindo para a porta. – Podem continuar o que estavam fazendo, meninas.

    Sara desviou o olhar, sua face ficando ruborizada. Catherine sorriu e deu uma piscadela para Greg, que desapareceu quase que imediatamente.

    - Sabe que eu adoro quando você fica assim? – perguntou Catherine, colocando sua bolsa no ombro.

    - Achei que iríamos continuar o que estávamos fazendo – Sara ignorou a pergunta da loira.

    - E vamos.

    Com um sorriso malicioso nos lábios, Catherine saiu da sala. Sara ficou um momento parada, absorvendo o que acontecera depois balançou a cabeça e seguiu sua amada até a porta por onde elas saíram do laboratório.

    - Ai, droga! – exclamou Sara, dando um tapa na própria testa. – Esqueci de uma coisa. Cath, eu preciso falar com o Grissom, vai indo na frente.

    - Tem certeza?

    - Aham. – disse Sara e se inclinou para sussurrar no ouvido de Catherine: – E não vá fazer nada de indecente antes de eu chegar.

    - Eu te espero – respondeu Catherine, quase sem fôlego.

    Sara sorriu, olhou em volta e, vendo que não havia ninguém muito perto dali, deu um breve selinho em Catherine.

    - Só isso?

    - Eu disse para você me esperar – Sara piscou uma vez e se dirigiu à sala de Grissom.

    Catherine ficou observando a morena sumir na virada do corredor e com um suspiro, andou até seu carro.

    Sara andou rapidamente até a sala de seu supervisor, ignorando as pessoas que a observavam. Ela sentiu uma leve sensação de dejá-vù fazendo isso, lembrando-se do tempo em que ela fazia esse mesmo caminho, com quase a mesma velocidade, por motivo semelhante, só que com seus sentimentos diferentes.

    - Grissom! – disse Sara, assim que chegou à soleira da porta.

    O supervisor ergueu os olhos de um relatório para olhar para sua subordinada, que agora estava sentada em uma das cadeiras.

    - Algum problema Sara?

    - Não, na verdade, acho que é a resolução de um.

    - Do que você está falando?

    - Grissom, já passou pela sua cabeça que dois casos de hoje podem estar conectados?

    - Como assim? – agora Grissom estava realmente curioso.

    Sara sorriu.

    - Sabe o caso de Anna Belle, que foi morta por um cara chamado Michael?

    - Sim – confirmou Gil. – E ele foi condenado. Por quê?

    - Acho que ele também é culpado pela morte de Brian, que foi encontrado debaixo da ponte. Pense bem, Michael matou Anna Belle entre 02h00min e 02h30min, não foi?

    - Mais precisamente às 02h17min de acordo com nosso David.

    - Isso. Mas para chegar na casa dela, ele teria que atravessar a ponte onde a morte de Brian foi dada...

    - Às 02h00 – completou Grissom, sorrindo e já entendendo onde Sara queria chegar.

    - E a causa da morte foi um tiro no peito de ambos, e a balística mostrou que a bala é do mesmo calibre em ambos os casos – explicou Sara.

    Grissom pensou por um momento e depois sorriu.

    - Você tem razão. Bom trabalho.

    Sara se levantou.

    - Obrigada – e apontou para os relatórios. – Vai ter um dia duro pela frente. Boa sorte para você.

    - Até hoje à noite.

    Dando às costas para ele, Sara se dirigiu pelo corredor em direção ao estacionamento.

    - Sara! – Warrick a chamou.

    - War, o que foi?

    - Eu estava passando na frente da sala do Grissom e ouvi a sua teoria sobre os casos. Eu concordo com você.

    - Que bom – a morena sorriu. – Você estava no caso do assassinato de Brian, não estava?

    - Sim, e eu descobri que ele era um antigo amigo de Michael. E o namorado de Anna Belle.

    - É uma pena quando uma relação tão amigável acaba em um assassinato tão cruel.

Quando estavam a alguns metros perto da porta de saída, seu celular tocou. Ela ergueu uma sobrancelha ao ver quem era.

    - Vou deixar você aqui. Até mais, Sara.

    - Até mais Warrick – respondeu ela quando o moreno já estava longe. Suspirando, ela olhou novamente para o número que estava chamando no seu aparelho e, mesmo receosa, atendeu.– Hank? O que você quer?

    - Falar com você Sara.

    - Hank, olha...

    - Por favor, Sara – interrompeu ele. – Preciso de ajuda, por favor, nem que seja como uma amiga. Prometo que não vai demorar.

    - Tá bom, Hank – ela por fim cedeu. Alguns minutos não iriam fazer mal. – Só vou passar em casa para tomar um banho e ligo para você de novo, tá?

    - Tá. Te vejo em breve.

    Sara saiu do estacionamento do laboratório e seguiu o caminho a pé. Quando estava virando a esquina, um carro preto estacionou do seu lado. Ela tentou ver de quem se tratava, mas não conseguiu, sentiu uma forte pancada na cabeça e imediatamente desmaiou.

    - E agora, eu estou aqui – concluiu Sara, olhando para onde estava. –Que droga, se pelo menos aquele idiota trouxesse alguma comida... Não, eu não posso comer. Ele pode estar colocando veneno na comida para me deixar dopada... Droga. Eu só espero que você me encontre, Cath. Eu realmente espero isso. Eu te amo.


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Notas finais do capítulo

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