Her Last Song escrita por Lully Cvic


Capítulo 29
Capítulo 29


Notas iniciais do capítulo

Meus amores... desculpa por ficar tanto tempo sem postar!

Vários contratempos, mas aqui está mais um cap. Aliás, o penúltimo! =/


Beijokinhas!



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Respirei profunda e lentamente antes de clicar no pequeno envelope no canto da tela.Comecei a ler debaixo para cima, na ordem em que haviam sido mandados.Abri o e-mail e comecei a lê-lo:

Gee! Querido... Como você está?Sentimos sua falta!Você anda sumido.Imagino que esteja com muitos compromissos.Emy pergunta tanto de você...está morrendo de saudades suas!

Falando nela, ela está bem e bem ansiosa!O médico disse que ela precisaria de um transplante de medula e felizmente, já encontramos uma compatível! A tia paterna dela está vindo em alguns dias para a realização dos exames e estamos repletos de confiança!

Bem, é isso!

Se cuide e mande notícias!

Beijos!

           

Fiquei feliz.Muito feliz!Emy estava melhorando!A mensagem me deu forças pra abrir as outras duas que faltavam.

Gee! Emy já foi operada e correu tudo bem.Agora só temos que aguardar pra ver se está tudo certo mesmo!

Beijos!

Abri a última mensagem, sem tirar o sorriso do rosto.Olhei a havia um espaço de quase 3 semanas entre elas.Estranhei.

Gee...lamento te dar uma notícia dessas por e-mail, mas não consigo lhe telefonar.Emy terá que fazer novos transplantes de medula,porque o corpo dela rejeitou a que recebeu recentemente.Estamos tão preocupados!Quando tiver uma folga,venha para Nova York!Emy precisa muito de você!

Beijos!

Me senti um traste.Um inútil, sem coração, irresponsável!Procurei algumas anotações sobre os compromissos da banda e olhei calmamente pra ver quando teria uma brecha pra ir ver minha namorada.

Nada.Nenhum espaço livre.Virei mais algumas páginas da agenda e uma foto caiu no chão.A peguei para ver.Éramos Emy e eu em um dos meus aniversários.Eu estava sentado e ela estava atrás de mim, com os braços ao redor do meu pescoço.Sorríamos com vontade e estávamos tão felizes!Era a minha foto favorita de nós dois.Me lembrei de cada detalhe daquele dia.Estava tão perfeito na minha memória que parecia que o momento tinha acabado de ocorrer.

Me peguei com um sorriso bobo no rosto, certo tempo depois.Senti como se tudo estivesse renovando.Me senti melhor, mas aliviado e com disposição.E dessa vez, não era por causa dos comprimidos.Peguei uma folha e uma caneta e comecei a escrever as coisas que surgiram na minha cabeça.Estava inspirado pra escrever.Mas não pra escrever qualquer canção... seria uma canção pra ela, pra minha Emy.

Passei a noite escrevendo, escolhendo melodias e ensaiando como seria a canção.Pela manhã, avisei Mikey que iria ao aeroporto e me encontrava com ele no fim de semana em Los Angeles. Pra minha sorte, havia um vôo disponível pras 8 da manhã e no máximo em 3 horas eu estaria em Nova York.Arrumei algumas malas com poucas coisas e peguei um táxi até o aeroporto.Quando cheguei, deixei as malas em casa e andei até uma loja, da qual Emy e eu adorávamos.Ela não sabia, mas prometi pra mim mesmo dar à ela um presente dali.No caminho lembrei de vários bons momentos e fiz promessas de melhoras. Mikey havia feito bem em me alertar sobre o caminho errado que eu estava seguindo.Comprei o que precisei corri até o hospital.

-Gee!!!! – minha sogra gritou do corredor, assim que me viu.

Ela veio correndo e se jogou nos meus braços, me dando um forte e caloroso abraço.Eu retribuí na mesma intensidade.As pessoas nos olhavam curiosas. Deviam achar que eu era o filho dela que ela não via há anos,pelo jeito como estávamos ali, abraçados por longos minutos.

-Como está a Emy? – perguntei ansioso.

-Ela está bem.Está terminando de tomar o café pra começar a fazer a quimio daqui a pouco.

Concordei.

-Tem lido meus e-mails? – ela perguntou de repente.

-Bem, eu vou ser sincero...eu os li ontem. Passei por momentos complicados, fiquei sem tempo, mas nunca me esqueci de vocês.Agora está tudo bem, mas afinal de contas... como está o transplante de medula?Por quê tantas rejeições?

-Ah, Gee... é tudo tão complicado!As medulas, segundo os médicos, são perfeitas, mas não entendemos porquê o corpo de Emy as rejeita.Parece que não são compatíveis.As cirurgias sempre são um sucesso, mas uns dois dias depois, ela tem que refazer tudo, retirar a medula e pôr outra no lugar... – ela mudou completamente sua feição.

Eu fiquei em silêncio.

-Vem, vamos tomar um café! –ela disse, enquanto pegava em minha mão e me guiava pro refeitório do hospital.

Enquanto tomávamos café, ela me explicava o que andou acontecendo enquanto estive fora.Minha mãe e o meu sogro chegaram poucos minutos depois. Nós acabamos por almoçar, enquanto Emy demorava na quimioterapia.Estava impaciente e ansioso pra vê-la!Tinha tanto pra contar à ela.

Lá pro meio da tarde, o médico veio nos dizer que ela estava descansando e perguntou se teríamos alguém mais pra fazer os testes pro transplante.Eu me ofereci logo.Fui pra casa, tomei um banho e fiquei algumas horas em jejum.Comprei algumas flores e voltei ao hospital e me preparei pro exames, enquanto aguardava o resultado, que provavelmente só sairia no dia seguinte,Emy acordou e ele me deixou visitá-la.

-Amor!!! – ela disse alto e sorrindo, assim que me viu.

Estava linda e com uma aparência bem melhor. Ainda estava bem magrinha, mas já estava um pouco mais corada e sem tantas olheiras.Me aproximei dela em passos largos e beijei seus lábios demoradamente.

Ela me abraçou cheia de saudade.

-Olha... – estendi o buquê pra ela. –São pra você!

Ela olhou as flores com tanta ternura que fez meus olhos se encherem d’água.

-Obrigada! – ela disse, se inclinando pra me beijar, em agradecimento.

- Por quê você ficou tanto tempo longe, sem dar notícias?Eu fiquei preocupada e senti tanto a sua falta... cheguei a achar que tivesse me abandonado!

-Não! Eu nunca faria isso, meu amor!Eu admito que me afastei um pouco, mas foi porque tive alguns problemas, até expliquei isso à sua mãe.Mas está tudo sob controle agora e eu estou aqui com você! –beijei sua testa.

-Que problemas foram esses? –ela quis saber.

Eu não sabia se devia contar e acabar estragando aquele momento.Mas eu nunca menti pra ela e me sentiria mal se fizesse isso agora.Decidi contar.Esperei ela ficar de cara feia, me xingar ou até falar coisas ruins e me diminuir.Mas ela não fez nada disso.Tinha esquecido que a minha Emy não era daquele jeito.Ela ficou séria e escutou cada detalhe com atenção, me entendeu e me deu conselhos.Ficou feliz por eu estar melhor e me afastando de tudo aquilo.

Ficamos um pouco em silêncio.

-Você está ótima!Bem melhor do que da última vez que te vi!

Ela sorriu tímida.

-Você acha?

-Sim... – fiz um pequeno carinho em seu rosto.

 Ela apoiou as flores nas pernas e me pediu pra contar como estava indo o novo cd e a turnê.

Conversamos por longo tempo e quando o assunto terminou, eu peguei o presente que havia comprado pra ela.

-O que é isso? – ela perguntou ao ver o pequeno embrulho nas minhas mãos.

Eu não respondi.Abri o embrulho,me ajoelhei ao lado da cama dela e deixei que meu gesto respondesse por mim.

Ela me olhou surpresa e antes que dissesse alguma coisa, eu pedi:

-Emy, quer se casar comigo?

Ela levou a mão à boca, sem parecer acreditar.

-Eu...ah...

Por um momento achei que ela fosse desmaiar e antes que fizesse isso, peguei sua mão e pus o anel em seu dedo.

Ela olhou nos meus olhos, toda chorosa e me puxou para um abraço e um beijo carinhoso.

-Não acredito que está fazendo isso!Tem mesmo certeza? –ela perguntou, olhando pra aliança.

-Tenho certeza absoluta!Eu não tenho mais motivos pra esperar e nem pra ter dúvidas sobre querer passar o resto da minha vida com você!

-Você não existe, Gerard Way! –ela disse, rindo.

Ela tossiu ao terminar de falar e acabou se engasgando.

-Espera só um pouquinho, amor, eu vou buscar água pra você!

Sai do quarto as pressas e quando voltei, ela já havia parado de tossir e estava deitada na cama, olhando pras flores.

-Está tudo bem? –perguntei, enquanto levava o copo de água pra ela.

-Está... – ela sorriu.

-Com sono?

-Acho que sim. Estranho porque não sinto sono nessa hora, talvez seja a dosagem do medicamento novo.

Ela bebeu a água aos poucos.Puxei uma cadeira pra me sentar ao seu lado e segurei sua mão.

-Tenho mais uma coisa pra você!

Ela me olhou animada.

Ajeitei melhor o travesseiro sob suas costas e comecei a cantar a canção que havia feito pra ela.

Emy sorria a cada frase que ouvia.Ainda tinha no bolso o papel que havia escrito e sempre que esquecia alguma parte, olhava-o.

A cada vez que olhava do papel pra Emy, a via piscar profunda e lentamente.Logo ela iria adormecer.Quando dei uma pausa, pra passar pra próxima estrofe, a ouvi sussurrar:

-Eu te amo.

Olhei pra ela mais uma vez.

-Muito.E vou amar pra sempre! –ela continuou.

Eu sorri apaixonado e levantei pra beijá-la.Demorei alguns segundos segurando seus lábios.Quando me afastei pra olhá-la, ela continuou com os olhos fechados.

-Emy... –acariciei seu rosto.

Ela continuou quieta.Olhei pra seu peito e para seu nariz.Nenhum movimento.De repente a mão dela se soltou da minha, caindo na cama.Me desesperei.Aquilo não podia estar acontecendo.

-Emy!!! –gritei, sacudindo-a pelos ombros.

As lágrimas começaram a descer involuntariamente e o medo tomou conta de mim.Olhei pro monitor cardíaco, ele estava sem sinal algum e logo começou a apitar.

-Enfermeira!!!! –gritei, enquanto tentava reanimá-la.

Cheguei no corredor e voltei a gritar por ajuda.

Logo chegaram duas enfermeiras acompanhadas de um médico, que tomaram as providência pra tentar fazer Emy reagir.O médico me pôs do lado de fora e pediu pra esperar.Eu gritei, briguei com ele, mas de nada adiantou.Corri pra onde estavam minha mãe e meus sogros pra explicar o que estava acontecendo.

Pouco tempo depois, o mesmo médico nos chamou pra uma sala de espera reservada, onde não havia ninguém e nos deu a notícia.

-Eu sinto muito, senhores.Mas tudo o que fizemos não foi o bastante para salvá-la.Emy... acabou de falecer.

Aquelas palavras foram como uma faca sendo enterrada no meu peito.E de repente eu não estava mais ali, não vi mais ninguém, nem ouvia nada.Tudo parou ao meu redor.Não conseguia acreditar que aquilo era real.Eu estava com ela há minutos atrás, ela estava bem! Sorriu pra mim, me beijou e disse que me amava!Não era possível!

Algo estava errado ali!

Eu acordei do meu devaneio, quando ouvi minha sogra começar a chorar.

-Eu preciso vê-la!Por favor! – implorei ao médico.

-Agora não vai ser possível, estamos cuidando dela.Mas assim que pudermos, chamaremos os senhores.Se me dão licença...eu estou às ordens, se precisarem.

Eu abracei minha mãe com toda a minha força e desabei em seus ombros.Custava a acreditar que tinha perdido a minha Emy pra sempre.


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