A Lenda de Jamie Carter escrita por Live Gabriela


Capítulo 32
Baile


Notas iniciais do capítulo

Capítulo escrito por Mateus Scofield e narrado por Ryan Campbell



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Jogo meu bastão em um canto de minha tenda, meu corpo o segue recaindo-se sobre um monte de feno, posso ver dali o sol transpassando o teto da barraca.

A alguns minutos havia conversado com Jamie, dei-lhe um dia de folga pois estaria ocupado com um tal de baile para o príncipe, disse a ela que estaria lá para fazer a segurança do local mas na verdade era apenas mais um convidado, mas é claro que não admitiria isso diante da minha aprendiz, sempre defendi que o rei e seus familiares não passavam de humanos com aparatos de ouro adornando suas cabeças vazias e egocêntricas, não podia dizer a ela que estaria lá para homenagear um príncipe, seria contra os meus princípios.

Na verdade acredito que criei essa desculpa sobre estar lá para fazer segurança para que EU não me sentisse mal. Aquela falsidade toda me enjoava.

- Ryan? - Perguntou Mark Powell adentrando a minha tenda. - Está ai amigo? Hammel está nos esperando, temos que chegar logo, Steve e você são convidados de honra, o príncipe disse que não iniciaria o baile sem a presença do heroi da batalha das sete estrelas caídas.

- Hum... Duvido que isso seja verídico.

- Amigo, levante-se, não é todo dia que sua presença é tão requisitada por um futuro senhor.

- O que você acharia se eu lhe dissesse que não me importo com o que diz esse senhor?

- Diria que esta ficando louco, e que estaria perdendo a oportunidade de conhecer varias donzelas louquinhas por um bastão bem grande.

Parei e considerei a ideia.

- Continuo desencorajado Mark, não vejo razão em comparecer.

- Você me disse que iria, não traias a sua promessa irmão.

- Não trairei, mas devo notificar-lhe minha descontenta.

- Anotada senhor, agora levante seu traseiro desse monte de feno e venha, o príncipe espera pela sua presença.

O sol já havia passado pelo meio do céu a algumas horas quando chegamos ao castelo, alguns cavalheiros já estavam no local, todos bem trajados. Hammel com sua espada sempre em punho esnobava-os com seu tom forte de guerreiro, enumerando as suas vitórias sem pudor nenhum de matanças mesmo que estas fossem de amigos ou parceiros em missões, para ele cada morte dada por suas mãos em nome do rei era aplaudível e justificável. Os cavaleiros amedrontados que as ouviam o ovacionavam ao fim de cada conto.

Mesas cuidadosamente entalhadas estavam adornadas com as mais variadas frutas e flores, toalhas com as insígnias reais estavam dispostas por todos os lados e uma banda tocava em um pequeno palco ao lado da escada.

Próximo ao cair do sol o príncipe Eduardo desceu ao lado de seu pai Eduardo III, ambos estavam bem vestidos e confiantes, todos os olhavam com aprovação, Eduardo filho havia se consagrado após derrotar os Franceses na batalha de Crecy, o baile era em parte para homenageá-lo pelo acontecimento, era um heroi para aquelas pessoas, mas eu sabia ao olhá-lo nos olhos, aquele símbolo descendo as escadas era apenas um homem.

Os musicos começaram a tocar musicas mais lentas, os casais começaram a dançar, Steve conversava com o rei, eu fiquei parado ao lado da saída ao lado dos guerreiros que faziam a segurança do local, ficar ali fazia-me sentir melhor, como se fosse realmente parte da guarda do local.

Mark veio pelo menos quatro vezes me convidar para a dança, cada uma delas com uma acompanhante diferente. Neguei a todas, apos a quinta fui para o jardim, podia ouvir a boa musica saindo de dentro do castelo, foi ai que algo me chamou a atenção, uma palavra.

- Mestre...

- James? - Disse me virando para trás sem notar quem era a pessoa que me chamara.

- Quem é James?

Só então percebi quem me chamara, era uma garota de cabelos pretos e olhos esverdeados, seu vestido verde com bordados beges lhe destacava os seios, havia brincos e colares em seu pescoço e orelhas respectivamente, seus lábios grossos contrastavam com o nariz fino e branco, a garota tinha um tom angelical, e inocente. Mas era só tom, a conhecia de outros tempos, Leyla não era mais inocente a muito tempo.

- Leyla? Como vai senhorita, não lhe vejo a tanto tempo. - Disse andando um pouco para trás.

- Pois é mestre, devo lhe culpar por isso, pediu a minha mão e partiu no dia seguinte.

- Mil perdões, tive... Uma emergência.

- E dificuldade para retomar a comunicação depois pelo visto não?

- É, isso também.

- Tudo bem, o estranho foi esse problema perdurar por mais de um ano.

- Tive outras desventuras.

- Percebo.

Ela me encara e então se aproxima, aos poucos coloca a mão no meu rosto beijando a minha face e me abraçando, assim que nossos corpos começam a se afastar ela me vira um tapa no rosto.

- Espero que a sua emergência tenha valido a pena parvo.

A mulher se vira e anda apressadamente para dentro do prédio, a sigo, lá dentro todos festejavam e ostentavam grandes coxas de frango banhadas em banha de porco, homens gordos cortejavam jovens senhoras e o príncipe me olhava fixamente.

- Leyla! Me espere.

Ela vai se embrenhando no meio das pessoas até passar por uma grande porta, a sigo e então me encontro em um novo jardim, a alcanço e então a seguro pela cintura, fina e sem espartilho.

- Por que esta fugindo? - perguntei fitando os lindos olhos verdes da garota.

- Você ainda pergunta?

- Desculpa por ter partido.

- Quem disse que estava correndo de você por causa disso?

- Como?

- Só queria te trazer para um local mais isolado...

Ela se aproxima de mim segurando meus ombros, vejo o seu corpo se aproximando, não me mexo. Súbito, um som abafado de madeira arrebentando corta o ar da fria noite, eu e Leyla nos voltamos para trás, então vemos um vulto passando atrás de uma pilastra.

- Ly, saia daqui.

- Pra deixar você se divertir sozinho? Não seja tão inocente Ryan.

O vulto sai de trás da pilastra, podemos ver a silhueta de um arqueiro preparando a sua flecha, Retiro o meu bastão das costas. Leyla me observa e então volta a olhar para o arqueiro escondido nas sombras. Por um breve momento fraquejo, uma ideia aterrorizante passa pela minha cabeça, aquele ali poderia ser Daimmem Blaise, caso esse fato fosse confirmado era bom eu conseguir matá-lo agora, caso contrario hoje haveria uma carnificina.

A flecha corta o ar noturno do jardim, me esquivo a tempo, o arquiro se prepara para uma nova tentativa, grito para Leyla chamar ajuda, mas a garota já estava cara-a-cara com o arqueiro sombrio,  Vejo ele disparando uma flecha, a única coisa que posso ver depois é sangue pintando as caras paredes do castelo do rei, Leyla vai ao chão, corro em sua direção chamando-a, nessa hora vejo ela se levantar, uma flecha limpa de sangue estava no chão, o arqueiro havia errado o alvo, em compensação uma adaga na mão de Ly estava banhada em sangue.

- Ly, você está bem?

- Melhor do que nunca.

Ela se aproxima e me puxa pela blusa, com os olhos entre abertos ela tenta encontrar os meus lábios, mas logo somos surpreendidos por uma forte barulheira, dentro do castelo.

Corremos para ver o que era, a festa cheia de ostentação que agradava ao ricos donos de terras a alguns minutos havia se tornado um banho de sangue, os franceses havia invadido o castelo por um dos jardins, era muitos deles. No meio da confusão pude ver Steve, sua espada arrancava vísceras com uma velocidade espantosa.

- Campbell!

Era meu amigo Mark, ele segurava o corpo de uma garota com a barriga aberta, suas tripas pulavam para fora toda vez que Mark se mexia para se defender de algum golpe, mesmo assim a garota estava viva.

- Ryan, me ajude a tira-la daqui. - Disse Mark olhando para mim, logo a sua atenção se voltou para Leyla, os dois já foram bem próximos a muito tempo.

Ly se levanta e pega na mão da garota.

- Vou te tirar daqui garota, Mark, volte para combate com Ryan, temos muitos franceses para eviscerar agora.

Mark se levanta, ele empunhava um machado, menor do que os que ele costumava usar, mais igualmente letal. Com lagrimas nos olhos Mark se pos em posição de ataque, e depois correu para a luta, duas flechas atravessaram o peito de sua blusa, mas por sempre andar com a parte do peito da armadura ele chegou aos arqueiros intacto, e bem a tempo de partir os corpos de ambos em dois lados.

O príncipe Eduardo balançava a sua espada contra um francês, o rei não estava no local, um francês veio pelas minhas costas, acertei-o com meu bastão em baixo do braço, a mão dele fraquejou e sua arma foi para o chão, iria acertá-lo de novo quando vi sua mão esquerda levantando uma adaga contra mim, antes do impacto o braço do francês havia sido decepado, jogado no chão como tantos outros braços cortados por aquela espada, eu havia sido salvo por Steve.

- RYAN! - gritou ele agora se virando para a confusão no centro do salão - É melhor ficar mais atento, temos trabalho a fazer.


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