Os cavalos trotam pela trilha, Hammel olha para os lados segurando o cabo da espada, ele parece confiante, eu por outro lado estou meio apreensivo.

O dia nasceu, e morreu, outro dia tomou o seu lugar e agora capenga para as suas últimas horas, se preparando para a chegada da noite. Eu e Hammel permanecemos em silencio quase o tempo todo desde que a nossa jornada começou, sabemos que as palavras levarão ao desintendimento e não estamos em condições de te-lo nesse momento.

As horas vão passando e a noite cai, junto com ela vem o frio e a fome. Hammel continua cavalgando sobre seu cavalo branco, ele tem um olhar gélido e obstinado, olhando para ele você poderia saber de uma coisa: Ele só pararia para descansar quando a cabeça de Daimmem Blaise estivesse em suas mãos. Mas não sou estúpido, sei que precisamos parar se quisermos caçar esse homem.

- Hammel, vamos fazer uma pausa.

Ele continua cavalgando, avançamos pela noite por mais alguns miniutos.

- Hammel, está me ouvindo? Vamos parar um pouco.

Ele continuou cavalgando, dei um toque para meu cavalo correr e alcançar o dele, de cima do cavalo puxei o meu bastão e o rodei no ar acertando o peito de Hammel que caiu do cavalo.

- Você está louco Campbell? - Disse Hammel se levantando do chão com a espada em punho.

Paro os dois cavalos e então vejo Hammel vindo com a espada levantada para mim.

- Hammel! Pare!

Ele desce a esada na vertical cortando o ar, vejo a lámina se aproximando da minha cabeça, meu coração acelera e então a espada para.

- O que? Como fez isso Campbell? - Perguntou Hammel antes de cair no chão paralizado

- Desculpa Hammel, mas foi necessário, precisávamos parar, estamos cansados e com fome, precisavamos fazer uma pausa se ainda temos a esperança de matar Blaise.

- Fale por você Campbell seu puto! Eu estava em perfeito estado até você me acertar com essa porra de bastão!

- Estava? Então por que o nosso grande guerreiro Hammel, o mais rápido e habilidoso cavaleiro que já conheci foi derrubado mesmo com a espada em mãos? Você sabe que se estivesse 100% teria defendido o golpe.

Ele não responde, apenas começa a voltar a mexer o corpo, eu havia atingido um ponto vital, todos os musculos do corpo dele haviam se contraido com o golpe, e agora voltavam aos poucos.

- Campbell, faça isso de novo, e eu juro que te mato.

- Ok, precisamos de água e comida, que ir atrás de qual?

- Você pega alguns coelhos Campbell, eu procuro um rio, espero que os animais estejam assados quando eu chegar.

Espero com ele até que os movimentos voltem e depois nos separamos. Utilizando um arco eu pego alguns coelhos no meio do mato, depois de quase uma hora volto para a clareira onde deixamos os cavalos e faço uma fogueira, vejo o criptar das brasas enquanto o coelho começa a tostar.

Hammel estava demorando para voltar, a lua iluminava copa das árvores e um nevoeiro começava a passar por ali.

Comi um coelho e meio, estava de barriga cheia. Enquanto eperava Hammel chegar tirei um cochilo, o coelho dourava ao som do fogo criptante.

Acordo depois de ter um sonho estranho, na verdade estava mais para uma lembrança, lembrei de Mark e da batalha das sete estrelas, acordei meio eufórico à procura de Hammel, ele ainda não havia voltado.

Tomo o que havia sobrado de água e mecho um pouco o corpo, com exceção do braço perfurado por uma flecha dias atrás eu estava 100%.

Ando em circulos pela clareira esperando Hammel aparecer, o chão estava branco, a luz da lua era forte e dava um tom sobrenatural ao local, as estrelas brilhavam e piscavam. Ouço o mato se mexendo atrás de mim, pego o bastão e então discretamente olho para trás, ao ver aquilo meu coração dispara.

Olhos fixos e sem emoção, esverdeados fixados em mim, a leve brisa passava pelo seu rosto, seu cabelo acinzentado se mexia junto com o vento, ele me olhava sem demonstrar nenhuma emoção, nunca havia o visto, mas já sabia quem era, o nome dele era Daimmem Blase, o demônio da noite.