Crônicas de Sieghart escrita por xGabrielx


Capítulo 7
Colônia de Gosmas 7 — Queimadura




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– Mer Ellot! Precisamos voltar para a batalha! – gritou Linea.

A dupla estava junto com o grupo de feridos que haviam se retirado da batalha. Linea estava postada de frente para a batalha e atirava em gosmas que se aproximavam dos feridos, aos quais os ferimentos mais severos Mer Ellot tentava curar com sua magia.

– Pare de gritar assim! Desse modo eu não posso me concentrar, e já basta eu não ser bom em magias de cura... – reclamou o mago.

– Mais um motivo para voltarmos para lá! – retrucou a arqueira.

– Mas os feridos...

– Aumentarão muito mais se continuarmos aqui! – ela interrompeu-o.

Mer Ellot olhou-a melhor e percebeu uma grande preocupação em seu rosto. “Eu também não estou diferente...” pensou. “A quantidade de gosmas aumentou muito. Seria impossível elas terem se reproduzido tão rapidamente no meio da batalha, e não é como se nós não estivéssemos matando-as. Só não entendo de onde que elas vêm...”

– Você pode voltar para a batalha. As únicas magias de ataque que eu sei são de fogo, mas elas não fazem efeito nas gosmas. Serei mais útil aqui.

Linea hesitou. Ela queria voltar para a batalha, mas a essa distância do inimigo, a flecha perderia muita velocidade e, ao chegar na gosma, apenas grudaria nela, sem causar dano nenhum, mas também não queria deixar Mer Ellot com os feridos. Caso o grupo fosse atacado, ele seria o único que poderia confrontar o inimigo, mas se ele não pode atacar, também não poderia se defender...

Se continuasse desse jeito, os incapacitados só aumentariam.

– Tsk. – ela estalou a língua, em aborrecimento, e enquanto corria para o meio da batalha gritou – Então trate de curar mais rápido!

– Sieghart, se a batalha continuar assim, vamos perder. – afirmou Laethel.

– Acha que eu não percebi?

– Precisamos recuar.

Sieghart não respondeu. A idéia de recuar para gosmas não lhe agradava.

– Mesmo que sejam fracas, elas são muitas. – explicou Laethel, entendendo o que Sieghart pensava. – Lembre-se do que Trilel disse: é melhor fugir agora e derrotar o inimigo depois a morrer agora.

A expressão dura em volta dos olhos cinzas de Sieghart transformou-se em um sorriso sarcástico:

– Bem, duvido que ele tivesse gosmas como idéia de inimigo da qual fugiríamos...

– Talvez não para você, mas lembre-se que não são todos que possuem a mesma... - Laethel interrompeu a repreensão golpeando uma gosma que pulara na altura de sua cintura - ...habilidade que a sua em lutas.

“-...precisamos chegar ao tenente e convencê-lo a dar a ordem de fugir...

– Ou poderíamos gritar daqui para todo mundo...

– Escutar um jovem suicida e fazer o que ele manda? Vá por este lado. Irei por lá. Um de nós certamente o encontrará.”

Sieghart agora andava apressadamente pelo que agora poderia ser chamada uma verdadeira tempestade de gosmas. De alguma forma, elas não paravam de cair do alto. O jovem não sabia a causa: estavam pulando? Estavam surgindo do alto? Não importava. Seu pensamento se concentrava somente em desviar delas, achar o tenente e xingar Laethel. “Jovem suicida! Não é como se eu tivesse a intenção!”

– ...e quem ele pensa que é para sair dando ordens assim?! – resmungou Sieghart em voz alta.

Com isso, se distraiu e deixou uma gosma cair direto em seu antebraço direito, mas ela foi repelida com um golpe do braço no ar, sendo jogada para o chão e logo levando um golpe da espada de Sieghart. “Devo estar chegando no tenente... afinal, já andei um bom bocado... droga...” a manga de sua roupa estava corroída e seu braço direito agora latejava de dor.

Após andar mais uns dez passos, avistou um homem com uma grande armadura e um martelo em seu braço esquerdo e um escudo no direito. Seus cabelos grisalhos pareciam somar uma maior quantidade do que antes. Seria a luz do sol, deduziu Sieghart. O jovem também avistou Laethel ao lado, e os dois estavam discutindo algo enquanto atacavam as gosmas.

– Comandante Trilel! – chamou o jovem, fazendo uma reverência ao chegar perto dos dois.

– Seu braço... – comentou Laethel.

– Estou bem. – não estava. O braço, bem vermelho, ardia, mas ainda dava para agüentar sem fazer caretas.

– Não parece. Aqui. – Trilel jogou um pequeno frasco com um líquido vermelho a Sieghart – Tome mais cuidado.

– Então, senhor, sobre recuarmos... – Laethel tentou retomar a conversa.

– Sim, algo não está certo. Devemos voltar imediatamente pa...

De repente, um grande tremor se fez sentir a todos que estavam naquela enorme clareira, junto a um enorme estrondo. Vários soldados caíram, Sieghart entre eles.

As gosmas pararam de atacar. Nenhum golpe a mais fora deferido pelos atacantes.

– Mas que droga... – começou Sieghart, se levantando.

– Lá! – uma das pessoas em meio às várias gosmas apontava na direção onde antes estava somente o grupo de feridos.

Agora, estava flutuando um enorme portal negro e oval virado para o grupo. Um braço, da mesma cor do portal, do tamanho de um homem e com garras no lugar dos dedos saiu de onde quer que estivesse conectado à clareira. Ela avançava em direção aos feridos.

“Cadê o tenente?” Linea acabara de deixar Mer Ellot com os feridos. “Precisamos recuar...” ela atirava nas gosmas em que podia, mas não parava de se movimentar.

“Gosmas... caindo do céu...? Isso está muito estranho. Não li nada sobre isso nos livros...” após vagar por mais um momento pela batalha, ela finalmente avistou o homem alto, de cabelos grisalhos e com um martelo que procurava ao lado de um homem de cabelos cor da terra. O jovem Kriewalt também havia se juntado a eles.

“Algo está muito errado. Qualquer idiota perceberia isso! Por que Trilel já não deu a ordem para...” ela andava na direção deles, mas foi interrompida, perdendo o equilíbrio e apoiando-se de joelhos no chão. “A terra tremeu?!” seu olhar percorreu sua volta e se focou em um enorme portal negro. Dele saíra uma mão, que a avançava em direção a Mer Ellot e os outros.

“Curá-los mais rápido! É justamente o que eu estou tentando fazer!” resmungou Mer Ellot. Linea acabara de correr em direção à batalha.

“Estou quase sem magia no rubi... se as coisas continuarem assim, terei que usar a do meu corpo... ninguém mais pode ajudar aqui?! Ih...” Havia uma gosma se aproximando dos feridos. Mer Ellot disparou uma bola de fogo. Logo se arrependeu, pois não causou dano algum e esgotou a magia em seu cetro.

– Uh... com licença... – pediu ao pegar uma espada de bronze de um dos feridos que estava desmaiado.

“Até que não é tão pesada...” pensou ao levantar a espada.

“Ah, droga...” pensou ao golpear a gosma e constatar que era muito fraco para cortar a gosma ao meio, fazendo com que a espada parasse no meio do corpo da gosma. A espada parara no meio do corpo da gosma. “A não ser que...” o mago levantou a espada. A gosma ficara grudada à espada. “Consistência mais alta que o esperado...” e atirou a espada em algum canto da floresta, para fora da clareira.

“...não que gosmas mais duras seja mais estranho que uma chuva delas...” seus olhos estavam agora virados para o céu e observavam várias gosmas caindo. A imagem da parte do céu de onde elas caíam parecia tremer. “Como se o ar estivesse... distorcido? Um portal...?!”

Repentinamente, o chão tremeu, acompanhado de um forte ruído. Mer Ellot caiu de costas. Ao ficar sentado e passar a mão pela parte da cabeça que batera no chão, ele pôde observar uma forma negra e oval a uns vinte metros dele e dos feridos e a silhueta de uma enorme garra da mesma cor de onde saía.

A garra avançava em sua direção.


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Notas finais do capítulo

O que acontecerá com Mer Ellot!?!?!? E os feridos inúteis que não conseguem se defender das gosmas?!?!!? Incapazes de se defenderem de meros monstros clichês de RPGs! Pfff!



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