4 dias depois...

O barulho irritante do despertador me acordou e eu imediatamente levantei. Normalmente eu ficava um pouco área, tentando me situar em tempo e espaço logo que eu acordava. Mas não hoje.

Hoje era o dia do julgamento. Como eu poderia me esquecer, mesmo que por um segundo?

A decisão do juiz não sairia hoje, mas hoje a guerra começaria. E eu tentaria colocar um dos homens mais encantadores que eu já tinha conhecido na cadeia.

O caso interessava a toda imprensa, mas ela foi terminantemente proibida de está no fórum. Todos nós preferimos assim.

Eu já tinha colocado tudo na mais perfeita ordem no dia de ontem, mas eu resolvi conferir tudo de novo, já que tinha colocado o despertador para tocar com tempo de sobra para me arrumar.

O toque do meu celular me interrompeu quando eu estava quase terminando de checar tudo.

Mamãe. O que ela queria?

- Você esqueceu, não foi? – Ela disse com a voz um pouco abalada. Fiquei um pouco deslocada por alguns momentos, mas logo me lembrei: A competição entre escolas que eu tinha prometido ir.

- Claro que não, mãe. – Na verdade, eu tinha me esquecido completamente e não sabia se daria tempo de ir. – Só me esqueci que horas começa. Porque você sabe que o meu caso é hoje, não é? – Claro que ela sabia, por isso essa ligação.

- Começa às 13h.

Bem, o caso começava às 10h. Se tudo ocorresse conforme o planejado, eu já estaria livre às 13h.

- Eu vou sim, mãe, pode ficar tranquila. – Falar isso era dá um tiro no escuro, mas eu não conseguia dizer não à minha mãe.

- Ótimo! Muito obrigada mesmo filinha! – Ela disse bem animadinha, acho que ela iria se dar bem com a Alice.

- Tchau mãe. – Disse docemente.

- Tchau filha.

O que eu tinha feito?

[...]

Eu estava dirigindo em direção ao fórum e a expectativa me consumia cada vez mais. Eu estava preocupada em não conseguir cumprir o que tinha prometido pra minha mãe, mas prometi para mim mesma que iria me focar somente no tribunal. Eu tinha que ganhar esse caso.

Cheguei lá e vi vários rostos conhecidos. Primeiro achei Aro, e comecei a conversar com ele sobre tudo. Eu realmente o apoiava porque achava certo, mas ele me dava novo, desde o seu jeito de se vestir até o seu jeito de falar. Sempre se achando melhor que todo mundo.

Depois achei Rosálie e Alice conversando em um canto e me juntei a elas. Se a imprensa estivesse ali com certeza condenaria toda essa amizade.

- Ei meninas. – Eu disse.

- Ei Bella. – Alice respondeu e Rosálie apenas acenou com a cabeça. Não por estar com raiva de mim, mas por estar nervosa demais para falar qualquer coisa.

Eu me imaginei no lugar dela. Ela estava defendendo seu melhor amigo quando quase todos estavam contra ele. Se fosse eu defendendo o Jasper acho que eu ficaria louca.

A cada minuto que passava eu ficava mais nervosa e ao mesmo assim o tempo não passava. Eu estava começando a me sentir perto de um ataque de nervos. Quando o relógio finalmente bateu 10h e eu senti um grande alívio. Tudo que eu queria era acabar com isso logo.

Eu tinha visto o Edward, mas desviei os meus olhos o mais rápido possível, não queria perder o foco. Eu tinha que me concentrar, e ele não ajudava nisso.

Eu me sentei ao lado do Aro e Rosálie se sentou ao lado do Edward. Então foi impossível não o olhar. Por um longo segundo eu me perguntei se estava fazendo a coisa certa, mas me lembrei daquele documento. Sim, Edward era o culpado e eu iria provar isso.

Eu já havia decidido que iria guardar aquele pedaço de papel para mim. O motivo era muito simples, ele não iria servir de prova para nada. A defesa ainda poderia falar que a Jane estava assinando aquele papel por livre e espontânea vontade. Eu não deixaria o jogo virar tão fácil. Não iria mexer no time que estava ganhando.

O juiz sentou-se, nos obrigou a fazer todos os juramentos e eu comecei a falar tudo que eu tinha preparado durante todas essas semanas.

- Bem, nós temos um típico caso de inveja e vingança aqui. – Disse me levanto e me dirigindo aos jurados. – Todos sabem que a família Volturi controla a empresa C&V e que os Cullens queriam desesperadamente ocupar esse papel. O fato é que se um Volturi, um único Volturi, passasse a apoiar os Cullens, eles conseguiriam o poder. E foi exatamente nisso que o Edward Cullen pensou.

Fiz uma pequena pausa dramática.

- Jane foi a escolhida e no começo ela concordava com as idéias do Edward, tanto que se encontrou com ele uma vez, como ele mesmo disse no testemunho. Vejam bem, eles se encontraram uma vez, e ela provavelmente concordou com ele. Então eles marcaram de se encontrar de novo. Mas quando Edward pediu que ela traísse sua família transferindo suas ações para ele, ela negou.

Eu não pude evitar dar uma olhada para onde Edward estava sentado e ele me olhava perplexo, como se eu estivesse falando a maior mentira do mundo. Nesses momentos era muito fácil acreditar nele, mas eu tinha que me manter forte.

- O sangue da Jane foi parar no carro do Edward, talvez antes, ou depois do crime, isso não importa realmente. O corpo foi encontrado perto da casa do Edward. A arma foi encontrada na casa do Edward, e tudo isso aconteceu na hora que ela foi encontrar o Edward. Coincidência? Para mim está muito claro que não. Decidam por vocês se vão deixar um homem que faria qualquer coisa por poder impune. – Olhei diretamente para os jurados, que me ouviam falar com muita atenção.

- Eu acabei. – Declarei para o juiz.

- Ótimo, se você não tem mais nada a acrescentar, Rosálie, pode começar a sua defesa. – O juiz disse com a voz monótona.

- Não posso negar que temos várias evidencias. Mas evidencias não são provas. Tudo indica que meu cliente é o culpado, mas nada realmente o acusa. Prestem bastante atenção. Nem tudo que parece, é. A acusação diz que é muita coincidência Jane ser assassinada justamente quando foi se encontrar com Edward, e eu concordo. É muita coincidência que a Jane tenha sido assassinada justamente quando estava começando a criar amizade com os Cullens. Acho que isso desagradou muita gente. Gente que poderia ter feito alguma coisa...

- Eu protesto. Isso é calunia.

- Protesto aceito. Rosálie, por favor, o seu cliente está sendo julgado, não o contrario. – O juiz a repreendeu

Rosálie deu um sorrisinho, mesmo com o protesto, as palavras já haviam sido ditas, e com certeza haviam convencido alguns dos jurados.

- Bem, um compromisso na agenda não é o suficiente para acusar ninguém. Muitas coisas podem acontecer no caminho, e ninguém pode provar que ela realmente conseguiu chegar à casa do Edward Cullen. Jurados, por favor, mais vale 100 culpados soltos do que um inocente preso. Não acusem meu cliente se não tiverem certeza, e vocês simplesmente não tem como ter certeza de nada. – Ela parou de falar e virou para o juiz. – Terminei.

Eu usei argumentos para combater os delas e ela usou para combater os meus e ficamos bastante tempo assim. Até que ninguém tinha mais nada a declarar.

Eu tinha que admitir, Rosálie era uma boa advogada. Antes do julgamento eu tinha quase certeza da vitoria. Agora eu estou ficando realmente preocupada.

- Bem, sendo assim considero essa parte do julgamento encerrada. – O juiz disse.

Fomos saindo do fórum e eu olhei no relógio: 12h50. Ótimo, eu chegaria um pouco atrasada, mas chegaria. Minha mãe ficaria feliz.

Despedi-me de todos e fui para o meu carro. Tentei ligar varias vezes, mas o carro não estava pegando.

- Problemas com o carro, Bella? Eu posso de dar uma carona. – Uma voz zombeteira muito familiar falou pelo vidro que estava aberto.