- Eu sei de coisas que podem ajudar, e eu quero testemunhar a favor do Edward.

Todos ficamos perplexos com a figura que se encontrava na nossa frente. Alec olhava para nós com a cara decidida, porém abalada. Ele parecia mal, muito mal.

- Como assim? – Edward perguntou o que todos estávamos querendo saber.

- Posso entrar? – Ele se ofereceu, mas nesse momento normas de educação era o menos importante.

- Claro – Respondeu o dono da casa, apesar de parecer bem confuso também.

Eu fiquei preocupada, afinal, ele poderia muito bem estar ali como bode expiatório, mas era só ter cuidado e não soltar nada importante, que eu acredito que não sairíamos prejudicados. Pelo contrario, se fosse uma armadilha do Aro, ele voltaria para casa com as mesmas informações que tinha chegado.

Alec entrou, mas não falou nada.

- Vai ficar parado? – Falou Alice. – Sente-se e comece a contar o que te trouxe aqui.

Todos nós nos acomodamos e ficamos esperando o Alec começar o seu relato.

- Eu serei bem direito. – Ele suspirou e começou a contar a sua história: - Na noite do assassinato, eu cheguei mais cedo em casa. Meu pai não pôde perceber isso porque a porta da casa fica muito longe e da sala, então é impossível ouvir o barulho.

“Quando eu ia para sala avisá-lo que já havia chegado, vi meus tios – Marcus e Caius – lá. Eles estavam falando sobre a Jane, então resolvi parar para ouvir. Fiquei escondido atrás da parede do corredor, que dava para a sala.”

“Os meus tios começaram a falar que a Jane era estava dando problema e que ela tinha planos de dar todas as ações para o Edward. A minha irmã sempre cofiou no tio Marcus, apesar de eu não. Minha irmã me contava tudo, e eu estava ciente de todos os planos dela. Quando ela me disse que confidenciaria para o tio Marcus seus planos, eu a aconselhei a não fazer isso, mas ela era teimosa, quando ela colocava algo na cabeça, ninguém tirava.”

“Enquanto ouvia a conversa, entendia perfeitamente bem tudo o que estava acontecendo. – Não sei por que, mas nesse momento, tive a impressão de que sua voz falhou um pouco. – Eles estavam planejando impedi-la de passar as ações para você. – Ele olhou para Edward. – Eles não sabiam onde ela tinha guardado o documento, e, mesmo se soubessem, ela poderia fazer outro. Só tinha um modo de fazê-la parar realmente eficaz”

Ele não precisou terminar o seu discurso. Todos nós entendemos perfeitamente bem o que ele quis dizer com aquilo, os três irmãos a mataram. Não foi um plano do Aro, ele somente assistiu a tudo e deixou acontecer. Isso não o tornava menos repulsivo. Como alguém pode fazer isso com a própria filha?

- Houve um momento em que o Caius foi tão frio, dizendo que ela nem iria sentir, que eu derrubei o vaso que estava na minha frente, e eles quase me viram. Porém eu fui mais rápido e corri, assim que vi o vaso no chão. Depois disso eu não vi e nem ouvi mais nada, somente as noticias nos jornais.

- É só isso que você sabe? – Eu perguntei.

- Não. Eu sei como eles colocaram a arma na casa do Edward e quem foi o capanga que fez o serviço sujo de matar a minha irmã.

- Então fale. – Rosálie estava impaciente, mas quem poderia culpá-la?

- Edward, eles deram dinheiro a uma das empregadas da sua casa plantar a arma. Eu não sei o nome, não sei nada. Só sei que ela estava com dividas.

Edward parou, petrificado. Pelo que eu saiba, ele só tinha duas faxineiras. E, realmente, descobrir qual delas tinha feito isso seria difícil. As duas trabalhavam com ele há muito tempo.

- Não é possível. Minhas empregadas são de total confiança. – Ele sussurrou.

- Pelo visto não. – Alec respondeu, um pouco insensível.

Eu abracei o Edward. Na verdade, considerando tudo que estávamos vivendo, eu considerava a questão da empregada subornada uma das coisas mais fáceis de serem resolvidas, mas eu entendia o seu drama. É muito triste quando confiamos em alguém e essa pessoa nos decepciona. O pior de tudo deveria ser não saber qual das duas tinha cometido a traição.

- Fale quem matou a Jane. – Rosálie estava extasiada. E não era para menos, saber o nome do assassino tornaria as coisas bem mais fáceis.

- James. James Pierre.

Eu e Jasper paramos no lugar.

- Ei gata. – Ele se apoiou na minha mesa. Eu não respondi, mas ele fingiu que não tinha notado esse “pequeno detalhe” – Se um dia quiser alguma coisa melhor que esse cara, me liga. – Ele deixou um cartão na mesa, e a única coisa que eu vi antes de amassá-lo e jogá-lo longe foi o nome: James Pierre.

- James Pierre é um dos assassinos profissionais mais procurados da policia. Sei disso porque ofereciam uma boa fortuna pela sua captura quando estávamos no exército. – Jasper disse afobado.

Eu continue paralisada no lugar, não era possível, não podia ser o mesmo James. Ou podia?

- Bella? O que foi? – Eu ainda estava abraçada ao Edward. E ele percebeu que eu tinha ficado quieta.

- Jasper, qual são as chances desse James ter me cantado no shopping?

- COMO ASSIM? AQUELE FILHO DA PUT*? – Edward gritava.

- Como assim pergunto eu. Conte essa história direito. – Jasper parecia muito interessado na revelação, já Edward continuava bem nervoso do meu lado.

- Quando eu e Edward estávamos no shopping um cara soltou várias gracinhas e depois me deu o cartão. O nome no cartão era James Pierre.

- Merda! Pode ser ele. – Jasper disse baixinho.

- Um assassino sairia andando pelo shopping? – Jacob perguntou erguendo a sobrancelha.

- Na verdade, sim. Nenhum oficial nunca viu o rosto dele, e, as pessoas que já viram, são as com quem ele negocia e as que ele mata. Então, não temos nenhum retrato-falado. Bem, acho que as coisas mudam um pouco agora que o Edward e a Bella o viram.

- E o nome? – Emmett fez uma pergunta inteligente.

- É claro que o seu verdadeiro nome não é James Pierre, é o nome de negócios. Aposto que ele só passou esse nome para a Bells porque era o único cartão que ele tinha disponível no momento. Ele não achou que faria diferença, afinal, é muito pouco o número de pessoas que conhece esse nome como o de um assassino. Vocês, por exemplo, não sabiam até eu contar.

- Mas por que isso se ele é um dos assassinos mais procurados? – Eu perguntei.

- Exatamente por isso. Ele já matou muita gente e a policia nunca conseguiu encontrá-lo. Isso é uma grande humilhação e prova de incompetência, então sempre conseguiram deixar esse caso abafado. O que só beneficia o James.

- Bella, você ainda tem o cartão? – Jasper perguntou esperançoso e isso só deixou o Edward com mais raiva. Acho que se eu tivesse guardado o cartão ele teria uma crise.

- Não. – Eu disse com lastima.

- Droga! Como vamos conseguir o número dele agora?

- Pra quê você quer o número dele? – Edward perguntou.

- Bem, ele deu o número para a Bella, não é? Eu estava planejando criar uma armadilha, a Bella ligaria para ele. Eu armaria uma emboscada com alguns amigos meus do exercito e capturaríamos o James.

Apesar de ficar com medo, achei a ideia excelente, mas Edward não pareceu concordar comigo.

- Jasper... VOCE COMEU MERDA?

- Amor, deixe de ser dramático, a ideia é ótima. Além de pegarmos esse cara super procurado ainda vamos poder convencê-lo a dedurar os irmãos.

- Não, a ideia é péssima. E se acontecer alguma coisa com você?

- Edward, ela é minha melhor amiga, acha mesmo que vou colocá-la em perigo? – Jasper revirou os olhos. – Vou fazer um plano bem seguro.

- Não. Eu ainda... – Edward tentou falar, mas foi interrompido.

- CHEGA! – Eu avisei que a Rosálie estava bem impaciente hoje. – Essa briga não vai nos levar a lugar nenhum. A ideia é boa, Ed, ponto final. Mas ainda nem temos o número. Como vamos conseguir?

Nesse olhou para o Jacob, e isso era bem normal, mas dessa vez ela o olhou de um jeito diferente.

- O que foi? – Ele perguntou.

Olhamos para a cena, e a Nessie com certeza tinha acabado de ter uma ideia.