A Herdeira do Lorde escrita por letter


Capítulo 27
Capítulo 26 - Entre o medo e a coragem.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/134680/chapter/27

   - Não! Definitivamente, não! Não vou permitir, vocês não podem fazer isso sem minha autorização!

   - É a minha vida tio!

   - Está satisfeito Potter? Olhe o estrago que você fez! Você estragou minha sobrinha!

   - Ele não fez nada! Fui eu quem pediu, fui eu que escolhi!

   - E quem lhe meteu a maldita idéia na cabeça? Ele!

   - Lúcio, ela me pediu com sinceridade e eu prometi ser sincero. Lhe falhei suas chances e possibilidades, lhe dei seus caminhos e escolhas.

   - Por Merlin! Ela é apenas uma criança, não tem idade para escolher nada sozinha. Ela é apenas um bebê!

   - Eu não sou um bebê!

   - Pai, se Harry disse que ela tem uma escolha vamos analisá-la, não se altere assim...

   - Escute seu filho Lúcio, ele tem toda razão - interferiu Shacklebolt

   - Draco não tem razão nenhuma! Ele deu uma escolha a Belly, e não tem nada o que analisar, ou ela vive eu ela morre! Não vou deixá-la morrer.

   - Eu não vou morrer!

   - Pare de negar tudo o que eu digo AnnaBelly.

   - Não estou negando. Você me ama tio?

   - AnnaBelly...

   - O senhor me ama?

   - É claro que amo, mas querida...

   - É apenas isso. Sempre queremos o bem e o melhor das pessoas que amamos por mais que doa aceitar todas as situações em que eles se envolvem e ter de apoiá-las. Isso será para o meu próprio bem. Isso será para que eu possa voltar ter uma vida. Por favor, não me impeça de fazer isso, pode ser minha única chance.

   Um silêncio constrangedor tomou conta de todo o gabinete. Lúcio me fitava com seus cinzentos olhos, sua expressão era séria. Ele não cederia tão fácil.

   - Quais são as chances de o plano falhar Potter?

   - Mínimas, se não inexistentes.

   - Como tem tanta certeza?

   - Analisei o plano de todos os ângulos possíveis. A varinha que Voldemort usou para lançar a maldição da morte em mim, será usada por mim para lançar a mesma maldição em Belly. Uma varinha sempre armazena informações como quem são seus inimigos. Ela reconhecera Voldemort e matará ele.

   - Tem de ser usada por você?

   - Quanto a isso Lúcio - começou Kingsley - Todos concordamos de que talvez Harry seja o único a poder lançar o feitiço, ele carregou a alma de Riddle consigo por dezesseis anos, e o fato de quem lança o feitiço sempre conta.

   - O que isso tem haver?

   - Dirigirei o feitiço para Riddle não para AnnaBelly.

   - Você consegue fazer isso?

   - Se tudo der certo, sim.

   - E se não der?

   - Vai dar - falei.

   - Você não vai fazer isso AnnaBelly - protestou Alec

   - E que escolha tenho?

   - Não fazer?

   - Eu tenho que fazer. Você sabe o que eu fiz hoje de manhã?

   - Não, o quê?

   - Também não sei.

   - E o que isso quer dizer?

   - Riddle tem me controlado de maneira que eu não consigo me lembrar. Não vai demorar muito para conseguir me controlar totalmente. Ou me destruir por dentro.

   - AnnaBelly, não fale isso...

   - Mas é a verdade - respondi fechando meu livro - Acabamos com ele, ou ela acaba comigo.

   - Não tem outra forma?

   - Nenhuma que dê garantia.

     Foi com surpresa que vi Eldred nos fitando de longe, atento a toda conversa. Seus olhos estavam pensativos e atentos, assim que notou que eu o encarara desviou o olhar de volta para seu livro. Pobre Eldred, ainda não superara a perda, e ainda se isolava do mundo, dos amigos. Quando eu pensava em esquecer a minha culpa, vinha ele com suas simples atitudes me lembrar. 

     Tudo estava preparado. Todos estavam preparados. Restava apenas preparar Teddy.

     Não foi fácil subir até a torre da Grifinória, conseguir a senha com Leonard, encarar o olhar acusador de Colin, passar despercebida pelos leões e ter forças para encarar Teddy.

   - Teddy? - perguntei já abrindo a porta - Sou eu... Er... Vou entrar.

  O quarto estava perfeitamente bagunçado, da maneira de como eu bem me lembrava.

   - Teddy?

   - Um minuto - reconheci sua grave voz vindo detrás de uma porta - Chegou na hora certa Belly - disse ele com um grande sorriso saindo por trás da porta terminando de abotoar seus surrados jeans e com o peitoral e os cabelos cor de chiclete ainda molhados.

   - Engraçadinho - respondi sentando em sua bagunçada cama, será que alguma vez ele a arrumara? - Podemos conversar?

   - Claro - respondeu ele se sentando na cama que estava de frente, não pude deixar de apreciar os contornos de seus braços e peitoral. Ser portador dos genes licantropia com certeza tinha suas vantagens.

   - Pode terminar de se vestir - falei sentindo minhas bochechas corarem, sua encantadora risada dizia que tinha percebido a mudança.

   - Você já viu mais do que isso Belly - respondeu ele de maneira maliciosa - Mas se não estiver à vontade - ele deu de ombros.

   - Tudo bem...

   - Teddy - falei num suspiro - Eu não queria estar tendo está conversa, mas...

   - Você não vai terminar comigo, vai? - perguntou arregalando seus olhos cor de uva para mim - Quer dizer, sempre que alguém fala em “precisamos conversar” e “eu não queria estar tendo essa conversa”, significa que...

   - Não é isso...

   -... Você não pode fazer isso Belly...

   -... Me ouça, eu não vou terminar...

   -... Ainda mais depois de tirar virtude...

   -... Teddy! Por Merlin...

   -... Você não pode se aproveitar das pessoas e depois querer jogá-las fora...

   -... O que? Não! Nada haver...

   -... Então é isso? Apenas queria se aproveitar de mim, e...

   - Teddy Remus Lupin! Faça o favor de me escutar?

   - Mas...

   - Não vou terminar com você, embora devesse. Teddy, seu tio e eu vamos tentar pela última vez destruir Riddle.

   - Então você não vai terminar comigo?

   - Por Merlin, não! - respondi incrédula

   - Ufa, pensei que você iria me deixar para ficar com Cory... Espere... Pela última vez?

   - Sim... Entenda, é uma última tentativa, pois não há outro modo.

   - O que vão fazer?

   - Então... Ele vai... Vai...

   - Vai...?

   - Isso, ele vai.

   - Vai o que Belly? - perguntou ele cautelosamente.

   - E importa?

   - AnnaBelly.

   - Não fique chateado nem nada... Mas você tem que entender que é a única maneira.

   - Por favor, estou ficando aflito AnnaBelly.

   - Ele vai me lançar a maldição da morte - dei de ombros, Teddy já abria a boca para falar algo, mas o interrompi - Não se preocupe, não irei morrer, apenas Riddle.

   - Isso é insano! De quem foi a brilhante idéia? - ele perguntou se levantando

   - Foi assim que a parte de Riddle foi destruída em Potter, você deveria saber.

   - Eu sei! Mas... Você não pode fazer isso.

   - E por que não, ora?

   - Belly... Não é tão simples, é arriscado demais, é perigoso demais.

   - Se você joga para ganhar você tem de correr os riscos.

   - Não AnnaBelly! - ele falava jogando as mãos para o alto - Não se lança a maldição da morte em qualquer um e a pessoa sai viva, nas minhas contas, até hoje só uma pessoa sobreviveu a ela!

   - Você tem outra sugestão?

   - Sim!

   - Então me fale!

   - Fique viva. É melhor você viva, com Riddle, do que você morta sem Riddle - suas palavras doíam e machucava ao ouví-las.

   - Prefiro morrer ao saber que ele pode voltar a dominar o mundo e a culpa seja disso seja minha.

   - Você tem que parar de se culpar por tudo que acontece - a essa altura ele caminhava freneticamente de um lado para o outro.

   - Eu já tomei minha decisão.

   - Belly...

   - Não Teddy, você não entende. O que você faria em meu lugar? Eu não posso simplesmente me dar o prazer de causar mais dor e sofrimento a que não merece. Eu vou arcar com as consequências de meus atos e não a nada que você pode falar ou fazer que vai me fazer mudar o que já foi decidido.

   - Eu preferiria que você estivesse terminando comigo...

   - Por que está tão preocupado? Vai dar tudo certo - falei enquanto caminhava até ele.

   - E se não der Belly? E se Harry estiver errado? - perguntou ele com a voz e os olhos cheios de amargura.

   - Ele não está Teddy.

   - Quando vão fazer isso?

   - Ao término das provas.

   - Daqui... Uma semana? - assenti - Pelo amor de Merlin, não Belly...

   - Teddy, não se preocupe, eu prometo que vai correr tudo bem.

   - E se não correr AnnaBelly? Eu simplesmente irei te perder? Para sempre?   

     O verão estava próximo, todos podiam sentir e apreciar as gostosas e quentes tardes depois das aulas pelos terrenos de Hogwarts. A biblioteca, meu refúgio, estava tomada por alunos que tão desesperadamente estudavam para as provas finais. Eldred se isolara de todos, inclusive de seus melhores amigos, Alec e Nott, e passava o dia atrás de um grande livro, seus escuros olhos vagavam pensativos pelas páginas e mesmo de longe era possível ver que ele lia sem prestar atenção. Estaria pensando em Penélope ou tramando algo? Alec contara a mim que explicou ao Eldred o plano de Potter e que ele ficou levemente interessado, mas nada viera falar comigo. Eu sentia falta de sua companhia e conselhos. Sentia falta de passar metade de meu tempo ao lado de Teddy, que estudava com mais vigor para recuperar seus tantos pontos perdidos durante o ano. Pela primeira vez em quatro anos a Sonserina perdera a taça de quadribol para a Grifinória, enquanto todos os Sonserinos se martirizavam nas masmorras, em segredo eu festejava com Teddy sua vitória. Riddle forçava a barra de forma que eu não agüentava, durante o dia não era uma ou duas vezes, mas eram várias vezes, eu perdia o controle e não me lembrava de muita coisa, apenas vislumbres. Segundo Shacklebolt não poderíamos mais adiar. Teria de ser feito, teríamos de realizar o plano, teríamos de nos livrar de Riddle de uma vez por todas.

     Eu tinha certeza do que iria fazer e certeza do que tinha de fazer.

     Nos dias que se seguiram Harry Potter aparecia com mais freqüência, se possível, e adentrávamos tardes e noites conversando. Ele me contara tudo sobre suas lutas que duraram anos contra Lorde Voldemort, a cada dia ele contava um pouco. Contava de como fora criado com trouxas e descobrira que era um bruxo apenas quando sua carta chegara, de como descobrira a verdade sobre a morte de seus pais, de como destruiu o Lorde em seu primeiro ano e em seu segundo ano, de como o enfrentou em seu quarto e quinto ano, contara de como compartilhava de seus sentimentos e visões e finalmente de como descobrira que era uma horcrux e que se entregara para o Lorde, ele aceitara morrer, mas não morreu.

  - Não estive nem morto nem vivo - explicava ele - Minha alma vagou para fora de meu corpo... Até hoje não sei explicar direito o que aconteceu. Para mim se passaram horas desde que estive fora de mim, mas no mundo real foram questão de segundos.

   - E comigo vai ser assim?

   - Com certeza.

   - Como você tem tanta certeza Harry? - em segredo eu inveja sua confiança, por mais determinada que eu estivesse, eu não negava a mim mesma que estava com medo.

   - Confie em mim, vai dar certo.

   - Eu confio.

“Vocês não podem fazer isso comigo, vocês não ousem tentar fazer isso comigo!”

   - Belly... Tudo bem?

POV Harry.

       Num segundo eu vi as feições de AnnaBelly mudar. Ela fitava o colo e estava com as mãos fechadas em punho.

   - Belly... Tudo bem?

       Lentamente ela levantou o rosto e deixou um sorriso sarcástico se formar em seus lábios. Vi uma sombra passar por seus olhos. Aqueles olhos cor de safiras, antes suaves e cheios de segredos estavam agora, frios e injetados. Foi inevitável o arrepio que correu por minha espinha.    Mais por impulso do que por vontade saquei a varinha de dentro das vestes.

   - Não pensaram que eu iria aceitar sem reagir, não?

   - Por que você continua a insistir se sabe que perdeu?

   - Eu perco apenas se você continuar vivo para me matar.

     Vi a pequena mão de AnnaBelly, controlada por Riddle descer até o cós da saia onde estava posta a varinha dela. Sincronizadamente apontamos a varinha um para outro.

   - Por que tenho a impressão de que já fizemos isso antes?

   - Não se preocupe - falei firme - Essa será a última vez. Expelliarmus!

   - Protego! Perfurosempra!

   - Impedimenta

   - Waddiwasi.

   - Protego! Não continue com isso Tom, não quero ter que machucá-la.

   - Você não ia lançar a maldição da morte? Não ia Potter? Por que não agora? Vamos, ande, faça!

   - Incarcerous! - cordas apertaram as mãos e os pés da garota possuída a minha frente - Não tente nos impedir novamente - falei andando até ele e ajoelhando-me ao seu lado.

   - Você sabe que pode falhar, e mesmo assim vai arrisca a vida dela?

   - Não vou falhar.

   - Se você tivesse tanta certeza, teríamos terminado isso agora.

  Riddle fechou os olhos e deixou a cabeça cair para frente. Quando os abriu novamente eu via que já não era ele. Era ela.

   - Harry... - AnnaBelly correu os olhos assustados para as mãos e pés atados, com um aceno de varinha fiz as cordas desaparecerem, queria eu poder usar um simples aceno de varinha para terminar todo esse pesadelo - Ele... Tom... Eu sinto muito.

   - Tudo bem, não é sua culpa - levantei e estendi as mãos para ajudá-la - Não podemos adiar mais AnnaBelly.

   - Sim... Eu sei.

   - Temo que da próxima vez que ele assumir não temos a garantia que você possa voltar.

   - Entendo... - ela estava atordoada e nervosa, era compreensível.

   - Temos de fazer logo.

   - Sim, quando?

   - Amanhã.

   - O quê? Amanhã!? Merlin - ela levou uma das mãos à cabeça e se deixou cair no banco as suas costas.

   - Se você não estiver pronta...

   - Não, não! Eu estou, eu estou pronta - disse ela mais para si mesma do que para mim - Faremos amanhã. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Preparados para o último capitulo? Ele está com a naty, a minha linda beta, assim que ela mandar de volta eu posto, segundo ela ficou muito bom. Mas voltando a esse capitulo, o que acharam? O que acham que vai acontecer com a Belly? Como imaginam o final? Beijão pra vocês e comentem, por favor.