A Herdeira do Lorde escrita por letter


Capítulo 23
Capítulo 22 - Avada Kedavra


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos comentários do último capitulo pessoal, vocês não sabem o quanto fiquei feliz de ver os novos leitores comentarem, não deixem de comentar o que acharam do capitulo e se gostarem por favor recomendem.



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      Senti meu sangue ferver, e minhas mãos começaram a suar como sempre soavam ao tocar as de Ted. Seus dedos se entrelaçaram com meus lisos e negros cabelos e Ted puxou meu corpo para si, passando sua mão na minha cintura.

      Nossos corpos se encontraram e se encaixaram perfeitamente como se fossemos feitos exatamente um para o outro. Ted inclinou sua cabeça, em direção aos meus lábios. Por mais louco que fosse tudo aquilo, ambos gostavam, então nada mais importava.

    Quando nossos lábios se encontraram um choque percorreu nossos corpos. Passei os braços em torno de seu pescoço e senti seus lábios pressionarem aos meus, automaticamente abri levemente a boca em um convite que logo foi aceito por ele, que a invadiu.

    Nossas línguas dançavam em harmonia e ansiavam por tocar cada pedaço da boca do outro.    

    Moviam-se e com calma misturando nossas salivas tornando-as uma só. O beijo era repleto de todo amor, carinho e paixão que sentíamos um pelo outro.

    Não durou muito, pois não estávamos em um lugar oportuno e os alunos por ali passavam lançando para nós olhares de curiosos e de censura. Se para nossos amigos já era difícil aceitar nossa relação, para os outros eram pior. Não podiam acreditar que uma Sonserina estava namorando um Grifinório, pior ainda, a filha do Lord das Trevas e o afilhado do Menino que sobreviveu. Não era certo e para eles não fazia sentido.

     Mas não nos importávamos. Fomos caminhando de mãos dadas, rindo e conversando até a Sala de Poções. Cory nos recebeu com um bom humor que era um tanto suspeito e curioso.

    A professora foi dizendo que hoje não prepararíamos nenhuma poção. Ditou algumas situações e nos orientou a responder cada uma dizendo qual poção era mais apropriada para cada caso. Cory estava tão animado que fez questão de responder todas sozinhas e sem reclamar. Ver Cory feliz, mesmo sem saber o motivo, me deixou mais feliz do que já estava. Ultimamente ele andava tão calado, dando uma de Richard. Fiz mentalmente uma notação de conversar com ele depois.

    Depois de terminar todos os exercícios seguimos para sala de DCAT. Fiquei abismada em ver Cory e Ted caminhando juntos discutindo quadribol, ou algo do tipo. Procurei por Alice para compartilhar junto com ela meu choque momentâneo.

    - Por Merlin, o que eu perdi?

    - Relaxa Belly. O que tem de mais? Você e Penélope também estão de boa agora – disse Alice mostrando como era tudo normal de mais.

    - Não, eu perdi alguma coisa, tenho certeza. Richard o que eu perdi?

    - Querida AnnaBelly – disse Richard passando os braços por meus ombros – Olhe bem, talvez Ted e Cory viram o que tanto têm em comum. Gostam de quadribol, gostam de se achar e gostam de você.

     - Bom argumento – admiti entrando na sala de aula e me sentando ao lado de Ted, com Richard e Jhulia na frente, e Alice e Cory atrás.

     Inesperadamente senti um pequeno frio na barriga. Estivera evitando todas as aulas de DCAT o possivel. Já havia inventado doenças, perdido a hora e até irritado Neville a ponto de me mandar para o gabinete do diretor, tudo para não ver o professor Rowle.

     - Classe, silêncio – esse era o típico “Bom dia” do professor Rowle, apesar de todos se calarem instantaneamente ao verem a sombra dele aparecer perto da sala – página trezentos e oitenta e quatro. Senhor Leonard eu pedi silêncio. Devo tirar alguns pontos da Grifinória? – Ralhou ele com Leonard que conversava aos cochichos com Colin. – Faça-nos o favor e leia em voz alta para nós. Página trezentos e oitenta e quatro.   

     A sala foi tomada pela voz de Leonard que lia errando a pontuação e trocando as palavras devido ao nervosismo que o professor lhe causava. Eu olhava fixamente para o livro sem o enxergar, mas podia sentir os olhos do professor em mim, Ted também devia sentir isso, pois de tempos em tempos lhe lançava olhares acusadores. Richard virou se para trás discretamente e deixou um pedaço de pergaminho em minha mesa.

     “Consegue penetrar a mente do professor?”

    Richard e suas brilhantes idéias. Talvez eu consiga, afinal sempre fui especialista em legilimência. Como eu suspeitava o professor me fitava com um misto de receio, curiosidade e suspeitas. Respirei fundo e sustentei seu olhar. Concentrando-me senti como se uma fina e invisível linha me ligasse aos seus obscuros olhos, dos quais agora eu não conseguia me separar. A voz de Leonard já não era mais audível em meus ouvidos e um turbilhão de pensamentos e imagens alheias me vieram a cabeça. Senti algo despertar dentro de mim. Riddle. Ele sabia o que eu estava fazendo, mas não queria que eu fizesse, queria me impedir, estava tentando bloquear minha mente de forma que eu comecei a sentir o mínimo de latejar em minhas têmporas. Parecia que o professor tinha tomado consciência do que eu estava fazendo. Estava tudo tão misturado e confuso, meus pensamentos, pensamentos de Tom e pensamentos do ex-comensal, estava começando a sentir uma leve tonteira, mas não deixaria me abalar.

    O professor estava tentando usar oclumência, eu sentia, mas já era tarde. Eu encontrara o que queria. Não sabia se isso deveria me alegrar ou me desesperar. Eu via e absorvia cada pequeno detalhe que me era permitido, e sem que eu esperasse, senti voltar-me a mim mesma como se empurrada a força, e fora exatamente isso que aconteceu. O professor me expulsara de sua mente com toda força que lhe era permitida. Eu estava ofegante devido o esforço que fizera.

     Percebi que Leonard terminara a leitura, e todos prestavam atenção ao professor que estava encostada a parede, como para se defender de algo, estava ofegante e com as fisionomias distorcidas. Ted segurava minhas gélidas mãos e me questionava com o olhar. O professor nos dispensou da aula com um gaguejo e todos se perguntavam que diabos tinham acontecido com ele.

     Longe de olhos desconhecidos puxei meu camisete para cima e comecei a passar os dedos por sobre a marca em meu braço. Cory, Richard e Ted discutiam fervorosamente sobre o que lhes contei que vi na mente do professor. Alice estava sentada ao meu lado, com feições variando da pena para preocupação.

    - Você tem que contar isso ao Harry – Ted finalizou me olhando.

    - Qual das partes? – Perguntei levantando a cabeça para olhá-lo – A de que invadi a mente do professor, ou a parte em que eu o forcei e o ameacei de fazer a marca em mim?

    - Já discutimos isso Belly, não foi você. – Disse Richard como se explicasse algo pela milésima vez.

    - Você deveria contar a parte em que Riddle falou com o Rowle. Quer dizer você falou com Rowle... Ou seria... Bom, não sei! Sei que Riddle a controlou e a fez ameaçar Rowle e ainda por cima contou que ele era ele.  Como Riddle foi capaz de contar a um professor que ele te controla e o professor não fazer nada? – Cory perguntou incrédulo sentando ao lado de Alice embaixo da árvore.

    - Rowle antes de um professor é um Comensal da morte. Por isso ele não se importa de Voldemort estar me controlando. Droga! Ele está definitivamente me controlando. E se ele assumir meu controle totalmente?

    - Ai meu Merlin! Não fale isso Belly – disse Alice. – Vamos esquecer isso? – Perguntou ela puxando a manga do meu camisete para baixo, para tampar a marca. – Hoje é sexta e amanhã é seu aniversário, temos um motivo para se alegrar.

    - É, grande motivo. – respondi irônica.

       - Lestrange! - Um audível som de desentupidor de pia foi ouvido aos meus lábios se separarem subitamente dos de Ted, para ver de onde vinha a pessoa que me chamava. - Lamento interromper – disse Neville com um sorriso divertido, como se nada lamentasse – Mas lhe trago um recado do nosso diretor – Ele tirou de dentro das longas vestes um pequeno pergaminho e o desdobrou – “Srta. Lestrange – Começou a ler – “Devido às atuais e incontestáveis circunstancias, a pedido de seu responsável, Draco Malfoy, está proibida sua saída do castelo. Sua permissão para ir ao povoado de Hogsmeade fora anulada, e não poderá sair do castelo desacompanhada. Sinto não poder lhe informar o porquê, mas assim que possivel lhe chamarei para conversar. Sem mais, Kingsley Shacklebolt.”

     - O quê? Mas por quê? O que eu fiz?

     - Apenas me mandaram dar o recado – respondeu Longbottom – E vou deixar passar dessa vez, mas não me deixem pegar vocês dois agarrados novamente, se não terei de castigá-los. – finalizou ele voltando-se para o corredor.

     - Mas como assim? – perguntei incrédula – Que atuais circunstâncias são essas?

     - Talvez Rowle tenha dito o que você fez.

     - Teriam tirado pontos da Sonserina se fosse isso.

     - E se souberam da marca?

     - Mas nem seu tio sabe dela. Apenas você e... Droga! Seu tio!

     - Espera Belly, não sai correndo assim! Belly! Belly!

     - Desculpe senhor Potter, eu havia me esquecido da hora – me desculpei ao sentar de frente para Potter em uma sala reservada na biblioteca.

     - Fiquei sabendo que Ted está te atrasando constantemente agora – disse ele de modo divertido – Fico feliz que estejam se dando bem. Mas enfim, temo não ter boas noticias pra você.

     - Tem haver com o fato de Draco me proibir de sair do castelo?

     - Quanto a isso AnnaBelly, entenda que é para sua segurança.

     - Segurança contra o que?

     - Falei com seus tios. Prometi não falar a ninguém, mas eles precisavam saber do que estava acontecendo com você, não é algo que podemos esconder deles. E para minha surpresa eles já desconfiavam.

     - É?

     - Sim. O que você fez AnnaBelly?

     - Não entendi.

     - Você sabe o que é a marca negra, sim?

     - Sim – como Potter poderia saber sobre a marca? Eu não havia contado a ninguém, exceto meus amigos, será que Ted havia contado. Não, ele não faria isso – O que tem ela?

     - Depois que Voldemort caiu, a marca aos poucos foi desaparecendo dos Comensais, deixando apenas uma pequena sobra em seu lugar. Mas há alguns dias, a marca voltou a aparecer de forma mais nítida e todos ex-comensais estão sentindo isso.

     - Por isso Draco sabe – falei num suspiro – Eu não fiz nada... Acredite, não fiz. Riddle se revelou ao professor Rowle, e... Bom... Eu não me lembro o que aconteceu direito, mas eu vi na mente do professor Rowle. Ele me via. Mas meus olhos estavam frios, não era eu. Era Riddle no controle. Revelou-se ao professor e o obrigou a fazer a marca, não sei por que, mas ele queria muito a marca.

      - Porque se existe algum Comensal que ainda apóia Voldemort, sabe que agora ele está de volta. Por isso você não pode sair do castelo. Eles são o perigo.

     Engoli em seco. Comensais vindo atrás de mim? Mas não me fariam mal, afinal, eu era a filha de Voldemort, e ele estava dentro de mim. Não era preciso temê-los. Certo?

      - Basta ficar no castelo. Os aurores já estão de olho em cada Comensal solto. E hoje mesmo terei uma conversa com o senhor Rowle.

       Assenti em resposta.

     - Harry?

     - Sim?

     - Riddle. Ele esses dias não se mostra tão presente como antes. Ainda o sinto, mas ele está tão... Não sei dizer, seria possivel que ele estivesse desaparecendo?

     - Duvido muito. Está se reservando, poupando forças. – Falou ele cautelosamente.

     - O que ele planeja?

     - Provavelmente voltar e poder controlar a si mesmo.

     - E quanto a mim?

     - Não se preocupe AnnaBelly você não tem o que temer.

      - Não? Ele está me controlando, assumindo meu controle. Harry por favor, não me esconda nada, não precisa se preocupar com isso, apenas me conte tudo. Não tenho certeza se sei com o que estou lhe dando.

     - Você é bem madura para sua idade AnnaBelly, admiro isso. Mas não sei se é madura o suficiente para entender quê...

     - Quê o que? Por favor, Potter, conte-me. É comigo, é minha vida, preciso saber.

     - AnnaBelly...

     - Por favor Harry, por favor.

       Harry soltou um longo suspiro, e por um minuto me encarou com seus brilhantes olhos esmeraldas.

     - Tudo bem, é sua vida. Nada do que vou dizer é o que é, são apenas teorias, suspeitas bastante improváveis. 

      Não, não, não. Não! Não podia ser isso. Isso não podia acontecer. Isso não estava acontecendo. Não! Eu não era uma horcrux. Eu não podia ser!

     - Você é meu pai – sussurrei.

      “Você não é uma horcrux AnnaBelly.”

    - Belly? Belly você está ai? – Uma voz feminina perguntou subindo os degraus da torre de astronomia. – Graças aos céus! Ted colocou um batalhão atrás de você!

    - Ah... Oi Penélope – falei me levantando.

    - Você está bem? – Penélope se aproximou cautelosamente – Você estava... chorando?

    - Não... Quer dizer, sim... Mas não se preocupe.

    - O que aconteceu? Posso ajudar?

        “Para se tronar uma horcrux, a alma deve estar fragmentada, minha alma apenas se uniria a sua, se sua alma se fragmentasse minha Lady.”

    - Não se preocupe. Sério, apenas não estou me sentindo muito bem.

    - Tem certeza? – Ela se aproximou ainda mais e colocou uma das mãos em meu ombro, talvez fosse por ser tão atenta que Eldred gostasse tanto dela.

    - Tenho, obrigada – respondi olhando em seus olhos pela primeira vez, nunca havia notado os quão calorosos eles eram.

    - Talvez queira conversar, desabafar. É sério, pode contar comigo.

       “Uma alma só se fragmenta matando.Você mataria alguém minha Lady?”

      Um horrível arrepio se passou por todo meu corpo e um sexto sentido até agora inexistente me alertava de perigo.

    - Penélope, por favor, saía daqui – pedi com a voz abafada.

     O surto de poder começava a correr por minhas veias, por cada canto de meu corpo e eu o sentia tremer.

    - O quê? – Perguntou ela confusa.

    - Saía Penélope, por favor – perdi novamente com os dentes cerrados.

       “Um simples e poderoso feitiço. Pode tirar uma vida e criar outra. Você sabe o feitiço, você sabe o que tem de fazer, faça minha Lady”

    - Não! –gritei para Riddle, e os amendoados olhos de Penélope se arregalaram. Fechei minhas mãos em punho e cada vez mais sentia meu corpo balançar, ele estava tentando assumir o controle – Eu não vou deixar você fazer isso Riddle!

    - AnnaBelly, por Merlin, o que está acontecendo?

    - Penélope, você precisa sair daqui agora!

    - Não! Não posso de deixar sozinha!

      Como se tivessem vontade própria, minhas mãos desceram para o lado interno de minhas vestes de onde eu tirei minha varinha. O esforço para me manter no controle era tão grande que meus membros começaram a doer devido à rigidez que eu os forçava em vão ficar.

    - Pare com isso Riddle, por favor, pare com isso – Implorei com os olhos enchendo-se de lágrimas.

     - Você está me assustando AnnaBelly – disse Penélope dando alguns pequenos e cautelosos passos para trás.

     - Não me force a fazer isso Riddle, por favor – implorei ao sentir minhas pernas caminharem em direção a Penélope. Eu já havia perdido o controle, não conseguia regressar – Penélope! VÁ!

    - Não posso te deixar.

     Vi minha mão direita se levantar e apontar a varinha para Penélope.

     Senti a quente lágrima rolar por minha face, e meus olhos se embasaram pelas demais que estavam a caminho. 

    - VÁ PENÉLOPE, VÁ! – consegui gritar antes de perder a voz.

   “Não faça isso Tom” – Implorei em pensamento.

     Penélope pareceu entender que era para sair apenas depois que minha varinha se levantou em sua direção, o medo e a incompreensão fizeram-na tropeçar em suas próprias pernas ao tentar correr, mas já era tarde. Ela me encarou com os infantis olhos apertados e assustados.

    - Me desculpe – consegui dizer num sussurro.

    Eu queria dizer mais, queria explicar que não era eu, queria dizer que era Riddle quem estava fazendo isso, queria dizer que era o próprio Lord Voldemort que estava me obrigando, e que se dependesse de mim eu daria minha vida para salva-lá, mas eu não conseguia dizer, muito menos fazer. Penélope apenas sorriu e deixou uma pequena lágrima escorrer, talvez ela tenha entendido, talvez tenha compreendido pelo meu olhar o que eu queria dizer. Ela fechou os olhos, já sabia o que aconteceria em seguida. Meu coração batia apertado e doído, também fechei os olhos, não queria ver. E sem que eu quisesse, sem que eu fizesse as palavras veio à força em minha boca:

      - “Avada Kedavra”  


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Notas finais do capítulo

E agora gente, o que acham que vai acontecer com a Belly? Riddle é mesmo muito mau... E A Penélope toda inocente coitada :O Quero ver a opinião de vocês, beijos, até o próximo.