A Herdeira do Lorde escrita por letter


Capítulo 21
Capítulo 20 - Maldito Riddle.




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-“E o time da Sonserina invade o campo da Grifinória com a formação de ataque Hawkshead, Richard Jones com a posse da Goles ao meio, com Alec Dippet e Eldred Louis o cobrindo por trás, Jones desvia por pouco de um balaço que acaba acertando a vassoura de Dippet estragando a formação, mas Richard não para minha gente! E ele sobrevoa, desvia-se de Thomas e avança e marca ponto! Mas dez ponto pra Sonserina!

       - “Estamos com 70 da grifinória contra 90 da sonserina, a disputa estas sendo acirrada e os Sonserinos já não estão mais tão confiantessem seu velho apanhador, Cory Corner. Vamos ver se o novo apanhador vai conseguir cobrir as expectativas. E falando em apanhador olha lá o pomo de ouro!

       Todas as cabeças nas arquibancadas levantaram o olhar para onde Bryan Owen, narrador da Corvinal, apontou o dedo. Ao alto se via um pequeno borrão alaranjado sendo seguido por outro pequeno borrão prata. As mãos de ambos apanhadores estendidas. Ninguém percebeu quando Alec marcou outro ponto em favor da Sonserina, ou quando Nott lançou um balaço de propósito no apanhador da Grifinória que passou raspando por ele e atingiu Demetri o apanhador da Sonserina.

        - “Por Merlin, Lupim está cada vez mais perto! E ele vai, vai, vai, vai, e ele agarra o pomo! E acaba o jogo! Duzentos e vinte para Grifinória contra cem da Sonserina! Pela primeira vez em quatro anos Sonserina perde um jogo!”

        - Droga! – Resmungou Alice frustrada. – Como o Nott pode ser tão burro?

        - Falei que não ganhariam um jogo sem eu como apanhador, mas alguém me houve?

        Fomos saindo das arquibancadas atrás de uma furiosa e revoltada multidão de alunos da Sonserina. No meio do campo se formou uma aglomeração de pessoas em volta dos jogadores da Grifinória para parabenizá-los, de longe eu via Theodore, seus cabelos novamente alaranjados em homenagem as cores da casa se destacavam e era visível de qualquer lugar do campo.

        Havia várias garotas da Grifinória ao lado de Ted. Abraçando-o. Beijado suas bochechas. Ao lado de Ted. Abraçando Ted! Beijando as bochechas de Ted! Meu Ted!

       Sorte a delas de eu ter mudado de vida e parar de atacar qualquer uma. Sorte a delas.

       Respirei fundo e tentei ignorar. Caminhei ao lado de Alice e Cory até o time da Sonserina para parabenizar Alec, Eldred e Richard. Eldred estava muito ocupado para responder nossos cumprimentos já que estava com a boca grudada na de Penélope. Alice e Jhulia tentavam acalmar Richard que queria amaldiçoar Nott, e Cory se juntou a Alec para falar de todos os defeitos da Grifinória, os outros três jogadores da Sonserina estavam indo em direção aos vestiários e passado algum tempo deixamos nossos amigos irem se trocar.

       - Ainda não me acostumei em ver Eldred com Penélope... Quer dizer, ela é a garota que junto com Victorie vivia nos implicando, é estranho.

       - Depois que Victorie saiu da escola, Penélope meio que amadureceu. Aí! Não puxa Alice!

       - Desculpe, mas está embaraçado, bem que você podia fazer um relaxamento capilar de vez em quando. Eu não queria ser seu cabelo, sério! Ele é tão lindo, mas tem uma dona que nem o escova direito!

        - Ora, é pra isso que você serve. – respondi rindo.

        - Boba. – Disse ela rindo terminando de escovar meus cabelos e sentando-se ao meu lado na cama. – Todos amadureceram... Menos Cory, continua agindo como criança. E continuo achando Eldred e Penélope estranhos.

        -Mesmo sendo um bobão você ainda gosta de Cory... Não gosta?

        - Acho que sim... Eu pensava que eu gostava de Richard, mas o amor que eu sentia por ele não passava de carinho... E Cory é tão lindo, inteligente, engraçado, lindo, esperto, charmoso e lindo.

         - Mas não é maduro o suficiente. – completei.

         - Isso! Você me entende! E ainda por cima ele gosta de você. Nada contra.

         - O que ele sente por mim, é o que você sentia pelo Ric... Carinho confundido pelo amor, mas ele já esta percebendo isso. Voltando ao assunto, me simpatizo com Penélope... – Comentei me levantando da cama e indo até a janela.

         - Ela é bonitinha, mas é da Grifinória! É estanho. Imagine eu com Leonard e você com Ted? Não faz sentido.

         - Nem consigo imaginar – comentei disfarçadamente.

         - O que me faz lembrar uma coisa... Você e Ted... Pararam de se implicar por quê?

         - Acho que ele também amadureceu. – dei de ombros. – Engraçado, não? Mesmo estando nas masmorras podemos ver lá fora.

         - Não muda de assunto AnnaBelly Marvolo. O que ta havendo entre você e ele?

         - Nada. Amiga, você não esta pensando que eu estou de rolo com... ele? Estamos falando do Lupim! É nojento até pensar.

         - Bem... É verdade, é só que... Ah, esquece. Aonde você vai?

         - Biblioteca. Te vejo depois. – respondi fechando a porta.

       Certificando-me de que não estava sendo seguida caminhei até o lago de Hogwarts. Tive de abaixar a cabeça várias vezes para passar por baixo dos galhos e copas de algumas árvores até conseguir chegar do outro lado do lago. 

         - Aí! Pedra idiota. – Ralhei com uma pedra que me fizera dar um tropeção e por sorte não fizera cair de cara na terra.

         - A pedra não tem culpa de você não olhar pode onde caminha. – disse uma voz irônica.

         - Defende a pedra então!

         Ted veio caminhando para meu lado, ainda com os cabelos alaranjados e com o uniforme do time da Grifinória.

          - Por que não esta na torre da grifinória comemorando com suas amiguinhas? Elas pareciam tão felizes em te abraçar quando o jogo acabou. – Perguntei cruzando os braços.

          - Você fica linda quando esta com ciúmes – disse ele me puxando pela cintura.

          - Não estou com ciúmes... – menti.

          - Não?! Não foi isso que pareceu quando você viu a Meg me abraçando, o jeito como você olhava para ela me assustou – disse ele rindo ainda com os braços passados em minha cintura.

          - A então ela se chama Meg? Bom saber.

          - Não fique com ciúmes meu amor, você sabe que nem todas as garotas juntas dessa escola me valem por você, você sabe que só tenho olhos pra você, você sabe que eu só quero você e você sabe que meu coração é só de você. – Disse ele enquanto caminhava para frente, me fazendo dar alguns passos para trás até me apoiar na árvore.

          - Você adora me deixar sem palavra, não?

          - Você não faz idéia – Respondeu ele aproximando seu rosto ao meu, me envolvendo em um dos seus apaixonantes e irresistíveis beijos que fazia meu coração bater descompassado, que fazia minhas pernas tremerem, que me deixava sem fôlego e que eu sentia e retribuía com toda paixão e fervor que conseguia.  

           Ele se afastou alguns centímetros e sorrindo ficou me contemplando.

         - Adoro te deixar sem fôlego também.

         - Percebi isso faz um tempinho já – respondi retribuindo seu sorriso.

         - Belly... Eu te amo tanto, você não imagina o quanto. – Disse ele me deixando sem palavras. Mesmo estando a várias semanas ao lado de Ted, sentindo o quanto ele me amava e amando ele... Ele nunca havia me dito isso, e por mais que eu soubesse que ele me amava, ouvir as palavras saírem de sua boca...

        - Eu também te amo Ted – respondi com sinceridade percebendo o quanto eu realmente o amava. Não era gostar ou gostar bastante, era amar. Amar de uma forma pura e sincera da qual eu nunca pensei que fosse capaz de amar.

       - A Belly... – sussurrou ele juntando seus lábios ao meu novamente.

              

       - Sim senhorita Lestrange? – Perguntou professor Daves ao ver minha mão se levantar.

       - Preciso de licença para ir ao banheiro.

       - Vá senhorita Lestrange, vá... Senhor Corner preste atenção na aula...

      Caminhei lentamente apoiando na paredes para não tropeçar em meus próprios pés, mal via as coisas em minha frente e minhas pernas tremiam... Meu corpo tremia. Entrei em alguma sala de aula vazia e tranquei a porta e me deixei sentar escorada nela.

       - Pelo amor de Merlin Tom, pare com isso.

    Tom não respondia, mas eu sentia sua presença ativa em algum lugar dentro de mim.    

    Parecia que eu havia corrido quilômetros sem cessar, eu arfava e meu coração batia descompassado.

      - O que você está fazendo Riddle?

      “Apenas testando minhas forças minha querida. Porquê o desespero?”

      - Pare com isso... Apenas pare... – sussurrei fechando os olhos, eu me sentia tão cansada...

      “Minha Lady não gosta que do fato de eu estar mais forte?”

      - Não Tom... Porque tem de me afetar tanto?

      “Ora, quanta ingenuidade, estamos dividindo um mesmo corpo e você quer continuar sentir o que sentia antes? E não se esqueça que foi você quem escolheu me trazer de volta. Agüente.”

       - Apenas... Apenas fique quieto, minha cabeça dói tanto quando você resolve se manifestar... Apenas... Saía daí.

       “E voltar para aquele purgatório? Prefiro minha consciência viva dentro de você do que dentro daquele diário. Mas não se preocupe minha Lady logo terei meu próprio corpo, por ora apenas coopere.”

       - Cooperar mais? Com o quê? Já pegou meu corpo e minha boa vontade de te agüentar, o que mais você pode querer?

       “Pare de encontrar o traidor do sangue e gaste seu tempo com algo útil procurando uma maneira de me ajudar”

       - Você não controla minha vida Riddle.

       “Não me desafie, você não sabe do que sou capaz”

       - Arrume um corpo e depois me ameace.

      Repentinamente uma dor latente tomou conta de todo meu corpo, desde os pés a cabeça, parecia que eu havia sido tomada por chamas, queimava, ardia, machucava.

      O grito pedia para sair de minha boca, mas eu segurava com minhas forças restantes.

      Lágrimas encheram meus olhos, não fui capaz de impedi-las e por minha face elas rolaram.

      Lágrimas de ódio e raiva por não ser capaz de me controlar.

      Da mesma forma como veio, a dor se foi, do nada. Eu tremia mais do que nunca, meu estomago embrulhara, consegui puxar o pequeno cesto de lixo ao lado antes de colocar para fora todo meu almoço e café da manhã.

        “Não me desafie.”- Repetiu Tom, e aos poucos senti sua presença desaparecer.

     - Você está bem Belly? – Perguntou Richard caminhando ao meu lado em direção as masmorras depois do jantar.

     - Sim, por quê?

     - Mal tocou na comida... Está pálida, mas que o normal.

     - Você até parece Astoria falando de mim para o Draco. 

     - Sem brincadeiras Belly. Outro dia você até sangrou na sala de aula.

     - Tenho sinusite. Às vezes acontece.

     - Belly, por favor.

     - O que é Richard? – Perguntei parando a porta do salão comunal.

     - Estou preocupado com você. Alice me disse que você esta tendo constantes pesadelos, por favor, me conte o que esta acontecendo.

       - Não é nada...

       - Não confia mais em mim?

       - Não é isso... é que...

       - É que...?

       - É complicado...

       - Confia em mim Belly.

       - É Riddle – confessei por fim – Não agüento o modo como ele esta me afetando... Ele é muito forte... E por outro lado eu sou muito fraca.

       - Você não é fraca Belly. Se fosse outro bruxo já teria perdido o controle, mas veja o quanto você esta sendo forte o suficiente para impedir isso.

       - Estou com medo – Falei desistindo de entrar no salão comum encostando-me na parede – Muito medo.

       - Você devia contar á alguém que seja capaz de te ajudar de verdade... Talvez Draco ou Lúcio, ou até Kingsley.

       - Eles não entenderiam...

       - Precisamos de ajuda Belly, sozinhos não vamos conseguir tirar Tom de dentro de você.

       - Eu sei. – disse num suspiro.

      Por fim Ric estava certo, eu precisava de ajuda. Sob a luz da varinha escrevi uma pequena carta, contando o que fizera e o que acontecera. Pensei em mandar para Lucio, depois para Draco. Cogitei a possibilidade de mandar a carta até para o professor Daves, mas depois de muito pensar, encontrei a pessoa certa a quem destinar a carta. No meio da noite fui até ao corujal e rezando para que não tivesse cometido um erro maior ainda amarrei a carta em uma coruja de cor marrom que alcançou vôo logo de imediato.

       - Porque você não me parece muito bem? – Perguntou Ted sentado de frente a mim entre uma das várias prateleiras de livros na biblioteca.

      - Não dormi bem essa noite... Perdi o sono – eu disse grifando o livro – Ted alguma vez na vida você ficou por mais de dez minutos dentro da biblioteca? – perguntei irônica.

      - Por incrível que pareça... Não. E esse livro é o primeiro livro de verdade que eu to lendo. Você não me devia obrigar a fazer uma coisa dessas.

      - Um dia você me agradece – eu disse sorrindo. – Ted... não me olha assim – eu disse sem graça.

      - Desculpe... Mas seus olhos, seu sorriso – disse ele com um grande suspiro – não resisto.

     Dizendo isso deixou o livro de lado e se arrastou até mim tirando o livro de minha mão.

       - Eu ia te dar isso no dia dos namorados, mas...

       Ele tirou de dentro do bolso uma caixinha mínima de veludo azul marinho e a abriu.

       Havia um pequeno anel redondo de ouro, simples em detalhes, mas lindo sob qualquer olhar.

       - Era de minha mãe – explicou ele –Meu pai deu a ela quando a pediu em casamento. Não faz essa cara Belly – disse ele rindo – Não estou te pedindo em casamento, apenas um relacionamento sério, mas não significa que um dia não quero me casar com você. 

       - Ted, por mais lindo que isso é não posso aceitar. Era de sua mãe.

       - Aposto que ela iria querer que eu desse para mulher que eu amo.

       - Mesmo assim...

       - Belly – disse ele puxando minha mão esquerda – A vaga de teimoso entre esse casal já foi ocupada, ok? – Ele puxou meu dedo, o que dedo em que se coloca aliança de casados e colocou o anel nele. Instintivamente o abracei, o ato o pegou de surpresa, eu nunca fora de abraçar muito, mas eu o amava tanto, tanto.

       - Eu te amo – sussurrei em seu ouvido.

       - Também te amo – respondeu ele ao meu, nos afastamos poucos centímetros, o suficiente para nossos lábios se encontrarem e nos unirmos num suave beijo.

         Eu corria, corria por entre a densa e escura floresta, corria sem direção, corria como se disso dependesse minha vida. E dependia. Mas do que eu corria? Porque eu corria? O pensamento me fez parar e olhar em volta, a floresta sumiu e foi substituída por um nada. Um simples nada. O desespero me consumira e eu queria gritar, mas não havia voz, minha voz sumira. Alguém vinha caminhando em minha direção. Ted. O alivio foi imediato ao ver sua imagem e não pude deixar de sorrir, corri em seu encontro, mas Ted se transformara em chamas, onde ele estava fora substituído por uma enorme fogueira que aos poucos foi diminuindo de tamanho e atrás da fogueira eu via Tom, com um grande sorriso que me fizera arrepiar e com a varinha apontada para as chamas. Para onde ele mandara Ted? E quando finalmente a chama se foi e ficaram as cinzas, eu via sobre elas um anel redondo de ouro, igual ao meu, mas não era o meu, pois ele estava em meu dedo. Era o de Ted. As cinzas eram Ted.

      O susto me fizera acordar, o grito de desespero ainda preso na garganta. Maldito sonho. Maldito pesadelo. Olhei em volta e via que adormecera sobre os livros na biblioteca. Depois que Ted saiu resolvi adiantar os trabalhos e pegara no sono. O relógio marcava nove e meia, já não era hora de jantar.

     Ainda assustada com o sonho, desci cautelosamente as escadas em direção a cozinha precisava de algo para encher a barriga.

     Os corredores estavam desertos, de alunos, de professores, de fantasmas.

    - AnnaBelly – uma voz chamou atrás de mim me sobressaltando. 

     Olhei para trás e vi um homem, de capa preta e rosto sério me encarando. Ele aparecera do nada e quase me fizera ter um ataque do miocárdio catastrófico.

    - Desculpe não queria te assustar – disse ele ao ver minha reação – Recebi sua carta – disse ele mostrando um pergaminho nas mãos – Vim mais rápido que pude. Mas não entendo, se isso é verdade, porque escrever a mim?

     - Achei que você seria o único a me entender – eu respondi depois de um tempo.

     - Fez bem em me avisar. Mas vamos temos muito a conversar.

     - Obrigada.  

     - Não me agradeça ainda. – Disse o homem de olhos claros passando discretamente os dedos sobre a cicatriz em forma de raio que havia em sua testa. 


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Notas finais do capítulo

então leitores, me digam o que acharam, não deixem de comentar, elogiar, criticar ou recomendar, grande beijo.