My Darkness escrita por Lúcia Hill


Capítulo 5
Chapter. – Curiosity


Notas iniciais do capítulo

A curiosidade, nos deixa a merce de grandes perigos, tentamos resolver tudo debaixo dos panos, mas nem sempre nos saimos muito bem, Eloise está disposta a descobrir o que está acontecendo com Noah seu amigo de infância.



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Eloise estava disposta a investigar o que estava ocorrendo na cidade, o relógio já estava anunciando 3h00 da madrugada, com passos silenciosos ela desceu os degraus.

Sou louca mesmo – pensava consigo mesma, enquanto se dirigia até a porta principal.

Sua respiração estava lenta e pesada, com certa agilidade, abriu a porta, olhou para ver se ninguém a seguia, colocou o capuz e começou a descer a rua rumo ao centro. Damon observava tudo pela janela fechada.

– Essa garota é muito curiosa. – sussurrou, mas ele estava disposto a segui-la.

Sentia medo, mas sua curiosidade era maior naquele momento, ansiava descobrir em qual furada seu amigo estava se metendo. Dobrou a esquina e sentiu uma lufada do vento gélido de outono soprar em seu rosto, ouviu risos, passos e automaticamente parou, não dava para ver direito, a densa neblina cobria St. John's, ela se enfiou no vão entre as casas.

Meu Deus! – pensou, escondendo-se, não era hora de pessoas iguais a ela ficarem na rua, vagando por ai, tinha muitos bêbados, moradores de rua e ladrões a solta. Se acalmou ao perceber que eles haviam se afastado, retomou sua caminhada. Damon estava em cima da casa onde ela tinha se escondido.

– Droga. – praguejou baixinho ao tropeçar em uma pedra.

Estava se arriscando demais, sua curiosidade poderia lhe custar muito caro. Viu de longe Noah passar pela estradinha que dava acesso a fazenda dos Easton, estranhou ele estar sozinho àquela hora, mas logo viu os demais o seguindo, riam e falavam alto.

– Mas você é um babaca mesmo, Julian! – berrou o mais baixo.

– Cala boca, vira lata... – o rapaz tinha raiva na fala. – Ou irei calar pra você.

Avistou Bryan se aproximar dos dois, parecia evitar uma briga ou algo semelhante. Sentiu seu coração disparar, recuando alguns passos, até trombar na parede, viu Bryan se virar na direção onde ela estava.

– Tem mais alguém aqui. – falou alto, ela pode ouvir.

Ele a tinha visto, Merda! Como tinha deixado que ele visse-a?

Sentiu uma mão tampar a sua boca e a puxar para o escuro, debatia-se sem sucesso, Damon abaixou sua cabeça e sussurrou no ouvido dela.

– Prometa que não vai gritar! – mantinha a mão sobre a boca dela.

– Uhum. – murmurou, tentando afastar aquela mão estranha de sua boca.

Ele soltou-a lentamente, Eloise tentou correr, mas novamente ele agarrou pelo braço fino e puxou-a, fazendo-a se chocar contra ele, não dava pra ver nada, estava em pânico total.

Estou ferrada – pensava, enquanto tentava se soltar daquelas mãos que pareciam de ferro.

– Solte-me! – grunhiu, batendo contra a mão dele.

– Sua tola. – enfim pode ver o rosto dele.

– M-Mas, o que faz aqui? – estranhou vê-lo, mas se sentia aliviada.

É claro que não iria dizer que estava à procura de vítimas para saciar sua sede, ele arqueou uma sobrancelha escura e mentiu.

– Tenho dificuldade para dormir. – soltou-a.

– Não acha que está longe demais da pensão? – soou irônico, mantinha os olhos fixos nele.

– Ah, Eu sei muito bem onde estou garota. – aproximou-se mais dela, fazendo-a recuar. – E você? Não é hora de garotinhas iguais a você estarem dormindo? – disse deixando-a sem graça.

– E-Eu... – gaguejou, voltando a encará-lo. – Não lhe devo satisfações! Não sei quem é você, apenas estou tentando proteger meu amigo daqueles babacas. – virou-se para apontar os rapazes, mas já não havia ninguém lá.

Damon fez uma careta, aumentando a fúria dela, empurrou-o e começou a caminhar rua a cima.

Seu amigo não precisa de sua ajuda, você quem tem que tomar cuidado com ele – sua voz rouca entrou na mente dela, fazendo-a se virar para trás assustada, ele também havia desaparecido.

– Quem disse isso? – questionou, tentando achá-lo.

Apressou os passos, mas o medo a invadiu de uma forma que sentia seu sangue gelar dentro das veias. Seu pânico cresceu ao ouvir um uivo.

Lobos. – pensou, enquanto corria. Os lobos daquela região eram perigosos e ferozes. Corria desesperadamente, antes que eles se aproximassem, estava perto da pensão. Damon observou-a entrar na pensão as pressas.

– A curiosidade matou o gato. – tinha um sorriso torto no rosto, apenas a observava de longe.

Ao entrar, trancou a porta. Sentia seu coração saltar dentro do peito, foi um erro ter ido lá àquela hora, subiu as escadas e se trancou no quarto.

Seu dia foi um pouco conturbado.

Enquanto esperava Robert chegar, mantinha os olhos verdes fixos na direção da fazenda.

[...]

– Mas o que deu em você? – ele se surpreendeu ao vê-la tão cedo.

Ela deu um pulo assustada com a presença repentina dele.

– T-Tá louco é? – repreendeu-o.

– Que foi, Lise? – ele sorriu sem graça pela sua reação. – Teve uma noite ruim?

Estava na cara que ela não dormiu bem, ou melhor, perdeu o sono, aventurando-se pelas ruas naquela madrugada escura e fria.

– Não. – entrou no bar, deixando-o sem graça na porta.

– O que deu em você? – ele seguiu-a, guardando seu casaco.

Ela se recusou a dizer o que havia acontecido. Claro que seria repreendida pela sua atitude errada, então preferiu ficar quieta.

As horas não passavam, estava encostada ao balcão, o movimento estava fraco aquela noite.

– Nenhum boa noite, mocinha que gosta de caminhar pela madrugada? – Damon tinha um sorriso fatal no rosto.

– Quieto... – grunhiu na direção dele. – Fale baixo!

Ele se mexeu na cadeira e fitou-a.

– Está com medo de seu namoradinho saber? – virou-se na direção de Noah, sentado com os mesmos rapazes.

– N-Namoradinho? Está louco é babaca? – seus olhos brilhavam de raiva.

– Eloise... – repreendeu Robert ao ouvir. – Não se fala assim com os clientes.

Sentiu o olhar reprovador dele, abaixou a cabeça e bufou. Damon se divertia, ela era muito corajosa, ele tinha que admitir.

– Vai me servir ou terei que ir aí buscar? – a voz dele estava deixando-a louca.

– Olha aqui, eu só não acerto essa maldita garrafa na sua testa por que meu chefe está ali. – apontou para Robert na porta, conversando. – Do contrário, eu adoraria fazer isso.

Sei que não faria isso, doçura. Aliás, é muito medrosa para me acertar com essa garrafa – novamente adentrou na mente dela, ela encarava-o perplexa.

– Que foi, doçura? – ele apoiou-se no balcão.

Daria tudo para não ser tão curiosa como era, sempre acabava se dando mau por isso.

– Doçura é a mãe! – rebateu a pergunta a altura, sentia suas veias pulsarem e seu rosto ficar vermelho.

Ele tomou um único gole e saiu, deixando-a mais furiosa.

Aquilo estava atormentando-a, queria saber por que seu amigo estava andando com os babacas da cidade. Noah passou sem dizer nada, largou a vassoura e disse:

– Pelo menos seja educado. – falou na direção dele.

Ele se virou, arqueou uma sobrancelha e a fitou por uns instantes.

– Estou vendo que seus novos amigos estão fazendo sua cabeça. – havia ciúme em sua voz.

– Já disse que ninguém faz minha cabeça, Eloise. – ele balançou as chaves nas mãos e deu alguns passos na direção dela.

– Ah tá! Já sei, não fala mais com os fracassados do colegial. – não iria desistir fácil, continuava encarando.

– Acho melhor ficar bem longe de mim. – até a voz dele tinha mudado, ele se voltou para o carro.

Ele acelerou e jogou a luz forte contra ela. Noah estava estranho, algo o estava fazendo mudar de atitude. Sem que percebesse, Damon se aproximou dela e disse perto de seu ouvido:

– Que triste...tomou um chega pra lá do cachorrinho. – sussurrou com um belo sorriso no rosto.

Ela se virou para ele. Aquilo era demais, tentou acertar um tapa nele, mas com seus reflexos perfeitos, ele segurou o braço dela.

– Está maluco, é?! – berrou, tentando se soltar.

– Você é muito arisca, gatinha. – mantinha o braço dela preso em sua mão forte, fazendo-a se apoiar em seu corpo.

– Solte-me! – ordenou, tentando golpeá-lo no meio das pernas. – Droga! – praguejou ao ver que não conseguiria se livrar dele.

Ele a soltou e desceu as escadas, seguindo para seu carro conversível preto, ela jogou a vassoura contra ele, em vão, não percebia que ele apenas queria mantê-la fora da verdadeira enrascada que estava entrando. Pois quem muito procura, acha.

Entrou seguindo direto para o banheiro.

– Está tudo bem, Lise? – Edward bateu na porta.

– Está! – soou áspero.

Saiu sem dizer nada e seguiu para a velha Cherb, não conseguia pensar em nada, estava tentando organizar seus pensamentos confusos.

Não sou louca, não sou! – pensava, enquanto dirigia rumo à pensão.

Não é loucura e sim realidade de um mundo que ela ainda não conhecia.


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Notas finais do capítulo

Boa Leitura!