My Darkness escrita por Lúcia Hill


Capítulo 17
Chapter - Mortal Hatred


Notas iniciais do capítulo

Noah pressentiu que Damon passou dos limites em relação à Eloise, mesmo não ouvindo da boca da garota, o rapaz sabe que o vampiro se deixou com ela na noite anterior, não tinha caído na desculpinha arrumada, sentia o cheiro de vampiro exalar do corpo dela.



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Noah esperava Damon passar. Este, ansioso, apertava ambas as mãos com fúria, tentando se controlar e não fazer besteira.

Ventava muito forte e podiam-se ver as últimas folhas pressas nos galhos secos das árvores. Era o início do inverno e, pelo caminhar, seria muito rigoroso.

— Vejo que está a minha espera, Noah. — disse irônico, abrindo um sorriso provocador.

Noah levantou-se o mais rápido que pode e procurou de onde vinha a voz. Cruzou os braços sobre a grossa jaqueta batida, retribuindo o mesmo sorriso.

— Grande merda é você, não é, Damon Salvatore? Por que não dá às caras e se mostra homem? — rebateu vitorioso.

Damon, sem demora, saiu de trás do imenso carvalho que ficava perto da pensão. Seus olhos azuis miraram na imensa lua que se erguia no céu acinzentado. As cores pálidas anunciavam uma geada.

— Vejo que o cachorrinho decidiu mostrar os dentes e rosnar. — grunhiu, cruzando os braços.

Noah se aproximou a passos firmes em direção de Damon, mas parou bruscamente e continuou encarando-o ameaçador.

— Eu mandei você ficar longe de Lise, acaso é surdo, babaca? — vociferou.

Damon mostrou um largo sorriso e chutou as folhas que estavam sobre o chão úmido da rua, gesticulou, aumentando ainda mais a raiva crescente de Noah.

— É você quem deve ficar longe da garota, pois ela pode pegar raiva vinda de você. Não estou nem um pouco a fim de bater boca com um vira lata. — respondeu.

Noah praticamente grudou na gola de Damon e o prensou contra o imponente carvalho seco. E, para aumentar ainda mais a fúria do garoto, o sorriso irônico de Damon continuou em seu rosto pálido.

— Quebro seus ossos, sua maldita sanguessuga. — disse, bufando ódio pelas narinas.

Com apenas um ágil puxão na mão do jovem, o experiente vampiro se livrou das garras de Noah, que permaneceu curvado no chão.

— Por este motivo, deve ficar longe da garota, seu garotinho mimado e tolo. — grunhiu, afrouxando a gola.

Noah mirou a imensa lua cheia sobre o céu, e a força incontrolável que crescia dentro de si o dominava a cada segundo. Não podia controlar sua fúria e, muito menos, suas atitudes depois de uma transformação.

Damon limpou o queixo e continuou encarando o rapaz, que parecia travar uma luta com ele mesmo.

— Todos sabem que lobisomens não se controlam, não é? Mas não tenho medo de vocês, nunca tive, não será agora que terei.

— Cala sua maldita boca. — berrou.

Damon sorriu e permaneceu no local. Para sorte de ambos, já era tarde e estava muito frio para alguém normal estar fora de casa.

Uma luz forte cegou Damon, que cobriu seus olhos com o braço direito. Assim que ouviu a porta abrir e fechar, pode pressentir que era um dos amiguinhos de Noah.

— Que bela e patética cena. — grunhiu Brian, encostando-se contra os faróis de sua Mercedes preta.

Damon mal conseguia abrir os olhos pela força da luz contra seus olhos sensíveis.

— Venha assistir também, moleque patético. — rebateu Damon.

Brian desencostou de seu carro e se aproximou alguns passos de Noah — que permanecia no chão —, encostando uma de suas mãos nas costas do rapaz. Virou-se para encarar Damon, que piscava, tentando estabelecer um foco sem tanta luz.

— Já até sei do que se trata. É por causa daquela garota desajeitada, não é? — questionou irônico.

Damon soltou algumas risadas forçadas, tentando tirá-lo de seu controle mental. Brian rodopiou a chave de sua Mercedes no dedo indicador e desligou os faróis.

— Esqueci que vocês são sensíveis a luz, desculpe minha falta de gentileza, ou melhor, o meu bom senso de humor. — debochou.

Damon fixou seus olhos em Brian.

— Vejo que tem um humor bem sensato. — rebateu.

Brian abriu os braços e mostrou um largo sorriso irônico.

— Mas ainda acho que deve ir, pois o garotão aqui — disse, apontando para Noah. — é muito perigoso quando está transformado em Lobo, não vai querer comprar briga com ele.

Damon voltou-se para Noah. Sabia que corria perigo ali, mesmo sendo o mais ágil, poderia se dar muito mal. Não demorou muito a se afastar, deixando os dois a sós. Brian fez uma careta e se voltou para encarar Noah.

— Vamos, meu irmão, você sabe que pode controlar. — disse, encarando-o.

Para sua sorte maior, uma imensa e densa nuvem escura cobriu a imensa lua, fazendo com que Noah pudesse controlar seus nervos e a transformação.

Assim que se virou, deu de cara com Brian Easton sorrindo.

— Cadê ele? — questionou.

Brian olhou para ambas as mãos, distraído.

— Está falando do sangue suga Damon? Já foi. — respondeu, encarando-o.

Noah levantou-se bufando de ódio. Reparou que a lua estava escondida, porém, não iria demorar a aparecer novamente, poderia se transformar a qualquer momento, mesmo se controlando.

— Vejo que não seguiu as regras do velho Jake, não é, Noah?! Desta vez, o garoto bonzinho errou feio. — debochou.

Noah o encarou e voltou seus olhos castanhos claros para a rua deserta. Novamente a voz estridente de Brian Easton adentrou em seus ouvidos.

— Foi por causa da garota, não foi? Tudo seria destruído, por causa de uma garota imbecil, não é, seu mimado? — debateu.

Sem chances para se defender, Noah agarrou-o pela garganta, sufocando-o contra o capo da Mercedes.

— Fecha essa maldita boca, babaca. — disse, soltando-o.

Brian tossiu e esfregou a garganta.

— Se está disposto a matar o vampiro, pode contar com minha ajuda, mas nunca irei ajudá-lo com aquela garota. — disse, tossindo.

Noah não se moveu, continuou a encarar o velho chafariz da pracinha central. Não seria uma má ajuda; se livraria de Damon Salvatore e depois continuaria sua vida em St. John's e tentaria conquistar de vez o coração da jovem Eloise.

Para surpresa de Brian, não houve resposta. Noah desapareceu no meio da escuridão da floresta.

Tomarei como um sim. — pensou, entrando em sua Mercedes e, também, desaparecendo.

Eloise, por outro lado, permaneceu sentada na imensa e velha janela, os olhos fechados, ouvindo os sons noturnos. Seu coração parecia bater tão calmo, que mal desconfiava dos perigos que agora estava realmente correndo, principalmente, com o plano de Brian — ajudar Noah a matar Damon.

Uma calma brisa de inverno pode trazer muitas desavenças consigo.


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Notas finais do capítulo

Boa Leitura!