Mais que Palavras escrita por Dark_Hina


Capítulo 6
Capítulo 6 – A realidade.


Notas iniciais do capítulo

Estou tentando postar um capítulo por semana.



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Catherine andava em passadas rápidas, um rapaz moreno de aparência asiática lhe esperava de frente a uma luz azul projetada pelas telas do computador, ele estava sentado em uma cadeira de estofado preto e tinha a mão pousada sobre um mouse.

A loira entrou na sala e ficou atrás dele olhando para a tela, nela, estava estampada a sala de frente ao quarto de Nick e Greg, Catherine havia reconhecido na hora pois sua bolsa estava no centro de vidro, e ao lado do centro, olhando para a janela de vidro, uma mulher, loira, talvez mais alta que ela, com o cabelo preso por um rabo de cavalo, trajava um jaleco, tinha luvas e uma máscara cirúrgica, uma aparente enfermeira que não levantaria suspeitas de nada a não ser pela maleta negra que carregava.

-Quem é? - Catherine indagou se apoiando na cadeia de Archie.

-Talvez seja ele, que no caso é ela. - Archie moveu os olhos na procura de saber o que dizer e se esclarecer, acabou por simplismente ampliar as imagens.

-Como é? - A loira tinha arqueado as sobrancelhas.

-Eu estava vendo a lista das pessoas que foram ver o Nick e o Greg, tinha seu nome, de 22:30, você dormiu sentada no sofá olhando para eles, não foi? - Archie tinha um sorriso de companheirismo no canto da boca, Catherine havia ficado acanhada, mas balançou a cabeça e indicou com a mesma para que o técnico continuasse. - Aí dois médicos, um às 07:30 e o outro às 08:50, foram lá.

-Não me lembro disso.

-Você estava dormindo, o importante é que, depois deles, vem mais dez minutos e essa enfermeira aparece, estranhei ela estar com essa mala, não é permitido objetos pessoais de funcionários ficarem circulando com eles, então, recebi as cópias do projeto da bomba, era uma bomba relógio colocada dentro de uma maleta preta, quando parei para ver os funcionários que tinha visitado o quarto do Nick e do Greg, ela não estava lá, ela não entrou pela porta da frente e o jaleco dela não tem logo do hospital.

-Ela poderia ter se esquecido da regra de conduta, e talvez tenha ido com um jaleco pessoal.

-Os jalecos são obrigatórios, como se fossem fardas, e tem mais, quando ela saí do quarto ela não volta com a maleta.

-Está certo Archie, por favor, imprima uma imagem dela, vamos sair perguntando se alguém viu essa enfermeira.

-Ok.


~♥~


O silêncio era quase aterrorizante, os dois evitavam os olhares diretos, ambos de cabeças baixas respirações pesadas e falsamente concentrados na procura de evidências.

-A bomba foi encontrada no quarto andar, por que estamos no sexto? - Sara soltou incomodada.

-Não sabemos exatamente como ele entrou ou saiu. - Ele exalou.

-Nós não estamos fazendo nada de útil.

-Estamos fazendo nosso trabalho. - Grissom disse ríspido.

-Então nosso trabalho é inútil. - Sara falou ainda mais cortante, colocou o pincel de digitais e o pote do pó dentro do Kit, fechou e foi subindo as escadas.

Grissom largou seu pincel no chão, deu dois passos largos, e conseguiu segurar o braço de Sara, mesmo encoberto pela luva de látex o toque suave e macio passou o material e foi sentindo na pele da perita, tanto o toque quanto a saliência dura e fria da aliança dele.

Ambos ficaram gelados e os olhares, fixos no outro, eram assustados.

Sara larga o kit no chão, ele se abre e todo o material que estava dentro caí e se espelha pelas escadas, ela segura o braço de Grissom e o empurra até deixá-lo contra a porta.

Ela tremia enquanto o impulsionava para trás quase sem força e os dois não perdiam o contato visual.

-Não encostre mais suas patas em mim, você não... - O bolso de Grissom começou a vibrar e som da chamada do celular ecoou. Sara soltou-lhe e ele atendeu atônico a ligação.

-Grissom.

-Gil é a Catherine, nosso 'homem' é na verdade nossa mulher, loira, mediana e estava usando luvas.

-Ok Catherine, obrigado. - Grissom olhou para o chão e se dirigiu a Sara, que estava sentada nas escadas arrumando o seu kit. - Não estamos perseguindo um homem, e sim uma mulher, loira e média.

Ela movimentou a cabeça baixa e não disse nada, Grissom por sua vez se sentou ao seu lado, ela fastou, em seguida ele lhe puxou deitando-a no seu peitoral, por birra ela socou fracamente o braço dele mas não tentou sair do ninho de aconchego e calor dos braços de Grissom.


~♥~

Tomou posse do volante, ligou o som do carro e o ar condicionado, deu a partida do veículo e seguiu a direção da rodovia, esboçando um sorriso malicioso em seus lábios se lembrando do que fizera há pouco tempo. O orgulho lhe cobria por completo. "É só uma questão de tempo, é só esperar".

Ela se lembrava e a cada segundo da recordação entrava em êxtase profundo, ela ainda sentia o metal gelado de quando levou seu polegar direito sem a proteção da luva de látex ao botão de ativação da bomba "Tudo mediculasamente planejado e bem feito, e agora assistirei tudo de camarote." Pensava confiante predestinando sua vitória, relaxada no confortável banco do Denali prata que dirigia.


~♥~

Os dois ficaram parados por muito tempo, o que seria aproximados quinze minutos, até que novamente o celular de Grissom se faz presente soando, foram três toques até Sara se encomodar com o barulho.

-Não vai atender?

-Não.

-Você vai se casar daqui a uns meses com Heather, eu estou trabalhando em um bom e grande centro de pesquisas, não dá... - Grissom fez um barulho com a boca para que ela se calasse e mesmo no silêncio dos dois o celular perturbava.

-Você já está de volta, poderia pelo menos tentar...

-Eu não posso Griss, queria mesmo Griss, queria muito, queria, mas não posso. - Ela o interrompeu antes que ele pudesse terminar o pedido.

-Está certo, eu só acho... - O celular toca outra vez. Sem se soltar dela ele retira o celular do bolso e o atende um pouco embravecido. -Grissom. - Disse ríspido.

-Gil? Onde você está? - A voz adentrou nos seus ouvidos, como a visibilidade de um flash de luz em uma sala escura, a realidade lhe chamava. Em uma brincadeira sem graça de sua mente, a frase de Catherine sobre alguém lhe esperar em casa com um chicote nas mãos pareceu anular sem tom irônico vendo a possibilidade daquilo realmente acontecer àquela noite.

-Eu estou trabalhando. - Ele falava quase que monossilábico, Sara havia percebido o tom estranho do supervisor e olhava deitada em seu braços para a feição força de tranqüilidade dele.

-Tudo bem, desculpa se liguei em má hora. - Heather soltou com um tom falso de ofendimento.

-Não comece, por favor.

-É que está em todos os telejornais esse ataque no hospital. Nick e Greg estão bem?

-Sim estão, não houve nada demais. A bomba já foi desarmada e todos estão bem.

-Você vem dormir em casa?

-Não sei, vou tentar.

-Tente mesmo, precisamos conversar, e, por favor, mande meus cumprimentos à Sara. - Heather foi refinada na intonação da última palavra, como se a estivesse falando após contorcê-la por entre as unhas dos polegares, então a ligação foi desligada. Grissom só pôde engolir a seco.

Sara levantou-se e começou a pegar o seu material que ainda estava espalhado por entre a área da escada, o supervisor tinha sua cabeça baixa e uma névoa de vergonha sobre o semblante, ele se levantou cambaleante e encarou a morena abaixada recolhendo suas coisas, uma alusão do recolher dos pedaços que ele fragmentara do coração dela. "Onde está uma bomba nessas horas para eu me explodir?", Grissom pensou fechando os olhos deixando-se invadir por uma repulsa dele mesmo.

~~CONTINUA

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Notas finais do capítulo

Quem ainda não votou, por favor, vote em Mais Que Palavras - Dark_Hina: http://margejorja.forumbrasil.net/t88-primeiro-concurso-de-fanfics-mj ... Fico grata.



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