A Última Palavra. escrita por thammy-chan


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Faz tempo que eu não posto, né?
Eu tinha esse capítulo pronto já. E faz tempo, mas jurava que já tinha postado. Aí quando chego aqui pra postar o capítulo 8, percebo que o 7 não está no site. Desculpem-me D:
Bom, sem mais delongas.
No capítulo anterior...
"Se é assim que prefere... Sim, eu tenho algo a dizer. E é muito importan-
Direto ao ponto. lembrou Liesel.
Não podemos mais nos ver."



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•UM PÉSSIMO HÁBITO DOS HUMANOS•
Não dizerem o que sentem.
Não me entendam mal, não estou dizendo que vocês mentem. Apenas omitem.
Mas é justamente essa omissão que causa uma pulga atrás da orelha e deixa a situação realmente desconfortável.

.

Na situação em que se encontrava, a única coisa que Liesel pode fazer, foi rir. Riu com vontade. Até seus pulmões arderem, suplicando por um pouco de ar.


O que poderia fazer, afinal? Era apenas mais uma alma vagabundeando por esse imenso universo até eu ficar entediada e resolver caçar alguns espíritos.



Ela queria chorar.

Só Deus sabe o quanto aquela garota queria chorar. Jogar-se da cama como se tivesse três anos e espernear até não poder mais, até suas pernas sangrarem de tanto bater contra o chão desnivelado.



Mas ela se recusava. Não tinha três anos, por isso não iria se comportar como tal. Tinha que mostrar para Max que era madura agora, devia isso a ele.



Por isso riu.



Não foi a coisa mais esperta a se fazer, pelo o que pude observar.

Irritadiço, Max apoiou as costas no batente da porta, e de braços cruzados esperou a crise de risos da pequena roubadora de livros passar.



Quando o silêncio enlouquecedor instalou-se pelo cômodo, o judeu viu ali sua oportunidade de falar.



Novamente, ajoelhou-se no chão de madeira que rangeu sob seu peso. A menina observava cada movimento que ele fazia com extrema atenção, como se em um piscar de olhos ele pudesse desaparecer.



E poderia.


As paredes rosa adquiriram um tom cinza sem graça de repente. Os livros de capas diversas e coloridas eram em preto e branco agora. Tudo por causa de uma palavra minúscula, de apenas duas sílabas.



—Adeus.



Assim. Adeus. Sem nem um abraço de despedida, sem sequer um beijo na testa de gratidão. Adeus. Um simples adeus.



Sem mais uma palavra Max deixou o cômodo. Atordoada, Liesel continuara olhando para o lugar onde segundos atrás o judeu estava.



Como ele ousava?



A fina máscara de porcelana que cobria os sentimentos de Liesel, quebrou-se.



Agora ela fez tudo o que queria ter feito minutos atrás. Jogou-se no chão, como uma criança. Os soluços vieram primeiro, as lágrimas inundaram seu rosto logo depois.



Não esperneou porque não tinha mais forças para isso. Apenas chorou, calma e silenciosamente. A madeira fria queimava sua bochecha pálida, mas a garota apenas não se importava. Fechou seus olhos e continuou assim, deitada com os joelhos dobrados e a bochecha no chão, desejando levar um tapa.



Sim, um tapa. A dor física não é maior do que a emocional, mas Liesel gostaria de poder concentrar-se em uma só. E a dor emocional era demais para ela. Sentia seus órgãos internos contorcerem-se e dilacerarem-se pouco a pouco.



Seu cérebro já não funcionava direito, seus pulmões já não se enchiam de ar. Sua boca seca sonhava com água, mas não a teria. Pelo menos não agora, enquanto suas pernas bambas não conseguiam manter-se em pé.


.

•O ABALO DE LIESEL•
Devia-se a pequenina palavra do judeu.
E vocês, humanos, ainda tem a capacidade de se dizerem poderosos.
Muitos humanos tentam me agredir com palavras, sabiam?
Ingênuos.
Para me fazer no mínimo cambalear, é preciso muito mais do que armas divinas ou nucleares, meus queridos. Aprendam.


.

E foi assim que ela passou a noite. No frio e desconforto do piso de madeira.


Particularmente, eu sempre achei Liesel Meminger um ser humano forte.

Têm uma vida difícil, mas ao contrário da maioria das pessoas, não vive choramingando pelos cantos por conta disso. Não conheceu o pai, sua mãe fora assassinada e seus pais adotivos morreram soterrados. Seria motivo o suficiente para muita gente que eu conheço passar o resto da vida lamentando-se a cada segundo do dia.



Não foi para Liesel.


Apesar de tudo, vê-la chorando desesperadamente agora por um motivo tão egoísta, me faz repensar sobre tudo o que falei dela até agora. Afinal, choro é uma demonstração de fraqueza, certo? Errado. Chorar não significar ser fraco, significa ser humano.

.

•E OS PARABÉNS VÃO PARA•
Liesel Meminger.
Escapou de mim três vezes,
não é algo que qualquer um consegue.
Principalmente uma garotinha.
Porém, acredito que eu carregarei sua alma em breve.
A cada lágrima que você derrama, nós nos aproximamos mais.
Vamos lá, colabore comigo. Chore um pouco mais.
Eu estou quase te alcançando.


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Notas finais do capítulo

Curto, mas o próximo vem esses dias.
Uma curiosidade: Algum menino por aí?
Notei que todas as pessoas que lêem minhas fics são meninas, rs. Será que as coisas que eu escrevo são tão melosas assim?
Enfim. Desculpem pela demora e deixem reviews.
Ah, antes que eu me esqueça: Vocês vão ganhar um presentinho de fim de ano, heim. Um post enorme (:
beijos!