Maré Vermelha escrita por Re_mione


Capítulo 24
CAPÍTULO XXIV – A BATALHA COMEÇA


Notas iniciais do capítulo

Queridas leitoras, o capítulo de hoje tem episódios dramáticos e não combina com essa data tão festiva para a maioria de nós: O Dia das Mães, mas tenho um compromisso com vocês, portanto cá está o capítulo. Se preferirem não ler hoje, tá tudo certo! Desejo um feliz dia das mães a todas as mamães de vocês e um beijo muito especial àquelas que já o são! Mione.



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Com um sorriso satisfeito nos lábios Aro observava a batalha ter início, ladeado por Renata e Caius que até minutos atrás estava absolutamente confiante e sorridente, mas a proximidade dos lobos não o deixava tão à vontade.

            - Não fique tão tenso meu caro irmão, esses licantropes estão acabados e como vê... – continuou em seu tom envaidecido –... Logo tudo aqui será devastado e então a grande América dos Cullen saberá dar ao nome Volturi o lugar que lhes cabe no mundo! O topo, nenhum outro nos cabe que não seja o topo do mundo! – E sua gargalhada sádica pôde ser ouvida em toda reserva.

            Enquanto Aro vangloriava-se de seu plano magistral, os demais vampiros avançavam impiedosos sobre a reserva, iam dizimando tudo que viam pela frente, pondo fogo em casas e comércios, segurando carros no ar e atirando-os longe por diversão e para demonstrar o tamanho de sua força. Caminhavam sem pressa, quase flutuando, mas foi o cheiro de sangue novo, fresco e infantil que fez Jane regozijar-se num sorriso perverso e dirigir-se em direção à escola da aldeia, a maioria das crianças com suas mães tinham sido para lá levadas a fim de que ficasse mais fácil de tentar protegê-las estando todos num só lugar, mas ninguém esperava o tipo de mal que lhes afligiria e especialmente de que pudessem identificar o paradeiro dos mais frágeis e indefesos a quem os lobos teriam que defender. Outros dois vampiros, seguiram-na, Chelsea e um jovem vampiro da guarda recente dos Volturi, mas antes que ficassem a menos de 200 metros de distância da escola, um lobo enorme de pelo brilhante e reluzente, de mandíbulas abertas, com todos os afiados dentes à mostra rosnou violentamente e imediatamente se tornou vítima das dores impostas por Jane, é claro que Quil, conhecedor do poder da vampira, não a subestimaria, mas serviria de isca a ela com satisfação, afinal, Claire agora com 10 anos também estava dentro daquela escola! Enquanto enlouquecidamente a loira insana divertia-se impondo ao lobo violentas dores que o fazia ganir e contorcer-se no chão, Collin, já não tão jovem e Seth um verdadeiro guerreiro Quileute a pegaram pelas costas, arrancando-lhes ambos os braços.  O seu grito agudo e ensurdecedor foi ouvido longe dali, o que bastou para que Aro autorizasse que Renata deixasse o seu lado e fosse em socorro de Jane. Mas era tarde demais a vampira loira havia sido pretenciosa e seu excesso de orgulho a havia matado, o próprio Quil arrancou sua cabeça numa abocanhada feroz. Imediatamente os três foram em socorro de Paul e Jared que lutavam bravamente com os outros dois vampiros, mas enfrentavam bem mais dificuldades, na luta corporal que travavam.

Emily que assistia a tudo desesperada de dentro da escola, ao ver os pedaços de Jane a metros de distância, soube que teria algo a fazer naquela luta, alguém teria que atear fogo naqueles desgraçados frios e ela o faria. Deixou Nicholas aos cuidados de Raquel que ainda tentou segurá-la, mas seu esforço foi inútil. Emily correu desabalada adentrando transtornada atrás de algo com que pudesse usar para incendiar as estátuas de mármore. A visão que a monstruosidade ali na frente pudesse se reunir e representar novamente perigo a seu filho e às outras crianças, fez com que ela enxergasse a necessidade de que precisaria fazer aquilo, já que os lobos estariam impedidos de fazê-lo enquanto lutavam transformados.  Mais afastado dali três bravos homens Quileutes tentaram sem sucesso nenhum deter Demetri que investia duramente contra Jacob, que havia sido lançado a uns 5 metros de distância contra a parede de um dos comércios do centro da aldeia, num salto que quase pareceu ser na velocidade da luz o vampiro que levava no rosto a expressão da besta, agarrou o lobo caído semi-inconsciente pelo pescoço e maléficamente contorceu-se num grito satisfeito, o sangue dos pobres homens deixados para trás escorrendo-lhe pela boca e regogizou-se com a ideia de suas presas brilhantes de encontro a pele do lobo. Mas antes que ele tivesse tempo de fazê-lo, ouviu-se um baque surdo. Leah havia se estatelado contra Demetri rápida, feito um relâmpago, lançando o vampiro a metros dali. Mas, este rapidamente se recompôs e mortalmente investiu contra ela, desferindo-lhe um golpe com uma árvore que facilmente havia arrancado do chão, acertando Leah no ombro esquerdo, fazendo-a voar e cair desacordada, Jacob saltou protetoramente na frente do corpo de Leah, mas Felix, agora se juntara ao vampiro rastreador e se dirigiam sedentos em direção aos dois lobos. Leah estava imóvel. Felix gargalhava alucinadamente:

- Patéticos, vocês não tem a menor chance de nos derrotar, façam um favor a si mesmos e evitem o prolongamento da dor! Lutar só adiará o inevitável!

Outros rosnados se ouviram somados aos de Jacob, Embry agora se juntara ao amigo.

- Somos bons, a morte de vocês será rápida! – Demetri levava no rosto um sorriso insano e dentes afiados que mais pareciam feitos de cristal.

Isso bastou para Jacob lançar-se violentamente ao ar contra Demetri, que cambaleou para trás ao ver a fúria do lobo gigante, que não poupou forças e desferiu-lhe uma patada tão forte no rosto de mármore a ponto de se ouvir unhas arranhando pedra, Demetri já desequilibrado, caiu de lado e com a rapidez de felino Jacob lançou-se sobre suas costas e arrancou-lhe a cabeça antes que ele tivesse piscado duas vezes.

 Embry ainda tentava livra-se de Felix, mas o vampiro apesar de não tão ágil devido ao seu tamanho descomunal, tinha a força proporcional a este. Leah agora ainda meio atordoada despertava e ao ver o perigo a que estavam expostos seus amigos, tirou de suas entranhas todas as forças que tinha e gritou para Jacob:

Pelas costas Jake, dou cobertura ao Embry”

“NÃO, MANTENHA-SE AFASTADA DESSE SANGUESSUGA GIGANTE!”

“Ora Jake, faça, o que eu digo, você pode pegá-lo enquanto ele se ocupa de nós.”

O lobo alfa não discutiu mais, sabia que Leah estava com a razão. Mas contrariamente ao que imaginavam, Felix virou-se mais rapidamente do que os três podiam imaginar e acertou Jacob fortemente, quebrando uma de suas costelas, caiu no chão, esganiçando de dor. Quando Felix voltou-se aos outros dois, percebeu a súbita desconcentração do lobo menor que parecia demasiadamente focado no outro ainda caído a metros dali, e numa fração de segundo, ele pegou a loba que era menor e mais leve que os outros dois, pelo pescoço e apertava-o com as duas mãos com uma ferocidade assassina. Leah sufocava e desfaleceu inerte no ar, quando Felix a jogou ela já estava novamente em sua forma humana. Embry que ao tentar impedir Felix havia sido chutado a mais de 100 metros de distância, quando se recompôs, foi tomado por uma fúria alucinada e gritou mentalmente desesperado.

“LEEEEAH, NÃÃÃÃÃÃ0!!!!”

Embry em total desespero lançou-se no ar, seus dentes todos à mostra, um único pensamento lhe tomava a cabeça, “destruir o sanguessuga desgraçado”, ele poderia morrer, mas levaria aquela estátua de pedra a todo custo com ele. Lutaram enfurecidamente, o lobo foi lançado contra o chão inúmeras vezes, sentia todo o seu corpo doer, mas Embry não desistiria de matar o desgraçado que tinha levado sua Leah e então, caído ao chão, puxou ambas as pernas da montanha de pedra com suas patas dianteiras, fazendo o cair com um baque surdo levantando poeira, por longa distância. Embry impulsionou suas patas traseiras numa velocidade e força inexplicáveis que quando estava sobre as costas do monstro de gelo, arrancar-lhe a cabeça, quase pareceu fácil. Imediatamente Embry transformou-se, as lágrimas escorriam grossas dos seus olhos, ele sabia que precisava continuar lutando, mas ao ver Leah morta não conseguia mais reagir a nada, ele não a deixaria ali, seu corpo não jaziria daquela forma, isso ele não permitiria. Abaixou-se para alçá-la, mas ao virá-la percebeu sua pulsação, ainda que fraca... Imediatamente Embry iniciou procedimentos de ressuscitação: fez-lhe respiração boca-a-boca mandandando para dentro dela todo ar que seus pulmões eram capazes de expirar, alternando com massagens cardíacas, ele pedia:

- Respire Leah, por favor, meu amor, respire!

Leah aos poucos, ainda engasgada e tossindo muito, começou a voltar a consciência, ainda confusa e atordoada

- Jake???

- Não, Leah, Embry.

- E Jake, Embry, onde ele está, está ferido??? – Apesar de desorientada, não conseguia parar de pensar nele.

- Pelo que posso ver, está tentando se reerguer exatamente agora. – Embry respondeu com um sorriso nos lábios, um misto de alívio e decepção, pela preocupação demonstrada por ela. – Nunca terei uma chance, não é???

- Embry??? – Leah parecia desnorteada com as palavras dele. Do que ele falava afinal? – Ela pensou. – Seria possível? – Mas nesse momento só pôde agradecer-lhe.

- Obrigada, por salvar minha vida!

- Trocaria a minha pela sua, se pudesse!

Ela não disse nada, apenas segurou-lhe a mão, num claro pedido de ajuda para levantar-se. Ele lhe estendeu a mão e em segundos já eram lobos novamente, Jacob veio logo atrás, grunhindo em dores, depois de garantir que havia jogado bem longe uns dos outros os pedaços de Félix.

Quando os três se aproximavam do centro da aldeia tiveram a visão do inferno, casas e comércios pegavam fogo, Chelsea, Alec, Renata e outros vampiros da guarda real haviam dizimado grande parte da reserva, os lobos ainda ofereciam resistência Quil, Collin e outros continuavam a lutar bravamente, mas foi o ganido assustador de Sam e a maior dor que alguém pode sentir no mundo que atravessou rasgando a alma de Jacob e dos outros lobos da alcatéia de Sam. Segundos depois todos estavam cientes. Emily estava morta, Renata a havia matado enquanto ela ateava fogo nos vampiros mortos. Sam não conseguia deixar o corpo de sua amada, chorava sobre ele compulsivamente, estava acabado, estava morto também.

Tudo pareceu estar perdido, a morte de Emily sacramentaria o fim daquela aldeia, eles ainda resistiriam, mas não por muito tempo, não tendo que conviver com aquela perda, com o luto que cada um vivia agora e com a dor que sentiam vinda de Sam. Jake sentiu seu estômago desmoronar, foram segundos de total horror e no fundo de sua alma um pensamento inevitavelmente egoísta lhe veio à mente e ele agradeceu por Renesmee não estar ali, talvez ela nunca o perdoasse, mas sentindo o sofrimento de Sam, a morte em vida de seu amigo, decidiu que preferia tê-la longe, a morta e perdoou a si mesmo por sua escolha.

http://letras.terra.com.br/coldplay/1253930/traducao.html

I hear Jerusalem bells are ringing - Eu ouço os sinos de Jerusalém tocando

Roman Cavalry choirs are singing - Corais da cavalaria romana estão cantando

Be my mirror, my sword and shield - Seja meu espelho, minha espada e escudo

My missionaries in a foreign field - Meus missionários em um campo estrangeiro

Aro e Caius agora divertiam-se bebendo do sangue dos frágeis humanos e livrando-se de seus corpos como se jogassem carcaças a abutres. Eles sorriam vitoriosos, eles podiam sentir, seria questão de minutos para que tudo tivesse sido devastado, se não fosse por um mero detalhe ao qual o impiedoso Caius não deu a devida importância, mas ele não poderia mesmo, era incapaz de amar. E por mais que tenha pesquisado e conhecido os lobos Quileutes, ele não deu valor ao maior poder que havia entre eles, a força do amor de um Imprinting, o único poder que os Volturi nunca teriam para si, a força que justamente agora permitia que reforços se juntassem aos lobos para defender sua nação. Finalmente os Cullen haviam chegado, e seus cheiros familiares foram mais rapidamente reconhecidos pelos guerreiros Quileutes, que ergueram seus focinhos ao ar, na primeira brisa que lhe permitiu sentir o cheiro adocicado e enjoativo, mas também profundamente amistoso. Jacob não pôde evitar sorrir, mas a sua maior satisfação foi ter notado que o perfume dela, não estava entre os demais, Edward havia conseguido mantê-la longe. Nem mesmo Leah, conteve a satisfação ao sentir a presença dos Cullen, a reserva teria uma chance afinal.

Logo depois os Volturi que até então se envaideciam em demasia de sua conquista, não foram capazes de esconder a apreensão que os rostos gélidos assumiram.

- Caius pode me explicar como isto pode acontecer? – Aro bufava enraivecidamente e tentava responsabilizar o outro regente pela presença dos Cullen.

- Diga-me você, oh invencível! Seu plano não era infalível, eles não teriam que estar atrás de um lugar para ficar já que estão falidos?! – Caius num tom debochado e sarcástico, repetia a frase dita por Aro dias atrás.

Até mesmo Sam havia se distraído do corpo de Emily, quando sentiu o cheiro dos Cullen no ar. Foi a deixa de Jacob.

“Erga-se Sam honre a morte dela, defenda a vida de Nick e garanta que ele possa crescer junto de seu povo e de seus costumes! Emily não esperaria menos do que isso de você!”

Ouvindo as palavras do amigo em sua cabeça, apesar do pranto não deixar de cair dos seus olhos, Sam levantou-se.  Os lobos reuniram-se em fileiras e antes que Alec conseguisse atingi-los com seu poder maligno, ou Chelsea tentasse invalidar os laços afetivos entre eles, Bella já tinha a todos embaixo de seu escudo. Não levou mais do que poucos segundos e Renata já estava protetoramente ao lado de Aro. A cena remeteu a todos alia, há aproximados sete anos atrás. Estavam novamente frente a frente: Os Volturi de um lado e os Cullen e Lobos Quileutes do outro.     


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Notas finais do capítulo

Escolhi essa música porque além da letra falar das batalhas que temos que travar todos os dias de nossas vidas, acho a melodia muito Heróica! Comentem, digam o que acharam! Beijos. Mione =)