Capítulo 3 – Forks

No dia seguinte nossas coisas já haviam sido mandadas para a casa de meu tio Charlie. Faltavam dez minutos para pegarmos à chave de portal quando nos encontramos no salão principal. Harry e Rony estavam ofegantes.

-Porque a correria? –perguntou Hermione. Alguns alunos dispersos rondavam por ali esperando dar a hora para o inicio das aulas, todos nos encaravam feio, achando que por eu ser sobrinha de Charlie Swan isso tenha interferido na decisão.

-Estávamos dando as instruções necessárias para nossas vassouras chegarem em segurança. –disse Harry.

-Por acaso vocês acham que teremos tempo para quadribol? –perguntou Hermione querendo implicar.

-Minha vassoura já esta lá. –eu disse estufando o peito orgulha. Minha Aires 2000 recém adquirida já havia sido mandada no dia anterior, embalada cuidadosamente e com muitas recomendações de manuseio.

-Vocês não têm jeito mesmo. –resmungou Hermione. Só porque ela tinha medo de andar de vassoura, porque eu te garanto que se ela fosse boa nisso ela seria tão, ou mais, fissurada do que nós em Quadribol.

Eu fui artilheira para a Grifinória desde meu segundo ano em Hogwarts. Harry foi o apanhador mais brilhante de nossa casa desde seu pai, Tiago Potter. Rony entrou para o time no quinto ano, mas só fez sucesso a partir do sexto, já que ele era meio inseguro, mas em nosso ultimo ano em Hogwarts. Era o ultimo de Harry como capitão, então fizemos grandes partidas, não perdemos um único jogo e levamos a taça da vitória. Contando também com a Taça das Casas, realmente a Grifinória fez bonito em nosso ultimo ano.

-Já esta na hora. –disse Hermione e nos aproximamos de um vaso de flor quebrado, cada um toucou em uma parte e no minuto seguinte fomos sugados pela escuridão, para segundos depois aparecermos caídos no chão da sala de estar de meus tios.

-Bella. –ouvi a voz de meu tio e fui puxada para cima em um abraço. –Você esta ótima querida. –disse meu tio.

-Obrigada. –sorri tímida.

-Seu tio tem razão, você esta ótima. –disse a tia Reneé também vindo me abraçar.

-Olá rapazes, olá Hermione. –meu tio cumprimentou cada um deles com um abraço.

-Olá. –responderam os tres juntos.

-Como vão as coisas na escola? –perguntou meu tio para mim.

-Empolgantes, ainda mais agora. –eu disse sorrindo um pouco.

-Esta vendo Reneé, eu disse que não seria um problema para ela! –disse meu tio olhando irônico para minha tia.

-Não seja chato Charlie! –disse minha tia lhe dando um tapa no ombro.

-Sua tia criou caso. –meu tio explicou para mim e meus amigos que olhávamos confusos. –Ela acha que as coisas podem ser perigosas. –ele disse. –Mas eu disse que você já enfrentou coisa pior, que o que esta acontecendo aqui não é nada comparado a Voldemort e suas Horcruxes. –disse meu tio estufando o peito orgulhoso.

-Ta bom, ta bom. –disse minha tia. –Você tem toda a razão Charlie, como sempre. –ela piscou de canto para mim. –Agora deixe as crianças se instalarem. Vamos. –disse ela subindo as escadas.

A casa ainda era como eu me lembrava. Quente e aconchegante, bem como uma casa deve ser. Minha tia não pode ter filhos, então eles sempre deixaram um quarto aqui pronto para mim, eu era mais do que uma filha para meus tios.

-Eu aumentei o seu quarto magicamente para caberem duas camas, querida. –disse ela abrindo a primeira porta que encontramos, meu quarto. –Você e Hermione ficaram aqui. –disse ela. –Os garotos vão para o quarto de hóspedes, também o aumentei para vocês queridos. –disse minha tia carinhosamente, pude ver pelo seu tom que ela estava feliz com a casa cheia.

Assim que nos certificamos de que todas as nossas coisas – leiam-se nossas vassouras e no caso de Hermione, seus livros – estavam bem guardadas, descemos as escadas para conversar com meu tio sobre o que estava acontecendo. Todos nos sentamos na sala de TV e ouvimos.

-Há quase dois meses atrás recebi uma denúncia na delegacia de que um grupo de montanhistas havia desaparecido do nada. -disse meu tio. –Pedir reforços para a policia de Seattle já que não disponibilizamos de tanto policiais assim por aqui.

“As investigações começaram então, e nesse meio tempo continuamos recebendo mais algumas denuncias de desaparecimentos. De pessoas que estavam viajando e que pegavam à auto-estrada nas redondezas de Forks. - meu tio se arrumou em sua cadeira. - Percebi então que esses acontecimentos não eram por acaso, e que não era um caso de Serial Killer, como o delegado de Seatlle sugeriu. - ele tomou uma pausa para respirar e então continuou:

“A muito mais aí do que os trouxas podem ver. Nenhum vestígio de  nada, e então a duas semanas atrás encontramos alguns corpos boiando no rio. A autópsia dos corpos foram feitas, mas a causa da morte não pode ser definida. Vi que o caso não cabia mais a mim. Não era algo ‘humano’ acontecendo ali, tinha algo de sobrenatural. Contatei as autoridades mágicas dos Estados Unidos e eles entraram em contato com a Academia de Aurores. Me comunicaram que um grupo de jovens da nova turma seria enviado para ajudar nas investigações e bom... Aqui estão vocês!”

-Será que é algum bruxo das trevas rebelde agindo? –perguntou Rony centrado.

-Pensei nessa possibilidade também, mas não havia sinal de magia. –disse meu tio. –Quando algo mágico acontece em um local geralmente deixa algum vestígio e há alguns feitiços simples para se descobrir. Mas o que mais me intrigou foi que eu não encontrei absolutamente nada.

-Quais são suas sugestões tio? –perguntei. –O senhor acha que pode ser alguma criatura sanguinária?

-Talvez, mas não tenho provas. –ele disse. –Não posso abandonar meu posto e sair para investigar sozinho, se é algo de sobrenatural acontecendo tenho que ficar sempre em alerta para proteger o maior numero possível de trouxas. –disse ele rodando sua varinha entre os dedos. –É aí que vocês entram. Investigam, eliminam e saem formados na academia. –disse ele sorrindo de lado.

-Bom... –começou Harry. –Nós podemos começar vendo o local de onde os corpos apareceram. Esse seria um bom começo. –disse ele passando as mãos no cabelo. –Depois podemos interrogar alguns trouxas, claro que sem dar bandeira. Geralmente os trouxas sempre tem alguma teoria absurda sobre o que esta acontecendo, e muitas das vezes eles podem estar mais perto da verdade do que imaginam. –disse Harry e eu tive que concordar, os trouxas eram muito tendenciosos em suas teorias e muitas vezes ficavam tão cegos com a comodidade que não percebiam que estavam absolutamente certos.

-Então acho que podemos estrear nossas vassouras aqui em Forks. –eu disse pulando animada do sofá. Os garotos e meu tio sorriram animados, minha tia e Hermione balançavam a cabeça em negação.

-Ela é idêntica ao pai e a mãe dela. –eu sorri emocionada. Todos viviam comprando minha animação para o perigo e para a aventura com a animação dos meus pais, me sentia feliz em manter essa parte deles viva em mim.

Passamos o resto do sábado fazendo o reconhecimento da área. Era importante que conhecêssemos todos os caminhos e trilhas da floresta. Fomos montados em nossas vassouras percorrer todo o perímetro. Harry foi com a sua capa da Invisibilidade, meu tio Charlie e Rony –com Hermione em sua garupa- usaram o feitiço da desilusão, já eu não necessitava dessas coisas, minha vassoura vinha com um feitiço anti-trouxa que me tornava invisível na presença deles, era bem legal ter uma vassoura tão moderna quanto a minha.