Vinculo Completo Parte 2: agora ou Nunca escrita por Fernanda Melo


Capítulo 25
Capítulo 24 - Acerto de contas.




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            - Não entendo por que você fez isso? Eu disse indignada com Luka por sua ação.

            - É acho que foi um erro meu ter te chamado para conversar. Ele disse virando seu rosto.

            - Isso só está causando mais sofrimento. Eu disse antes que ele quisesse ir embora.

            - Não posso parar de te ver, quer que eu me mude de cidade.

            - Não é disso, todos sabem que nos amamos ainda, nossa separação foi confusa Luka, o tempo que precisávamos para pensar já tivemos.

            - Eu não...

            - Já sei não precisa acabar a frase, foi um grande erro. Você não sabe como suas palavras doem aqui dentro de mim. Eu disse de cabeça baixa. – E se você não quiser mais me ver, não tem problema, meus pais querem mudar de cidade, só por causa que... esquece. Eu me virei e fui embora, ficar andando naquela floresta para mim é tão tranqüilizante, fui para o mesmo lugar que sempre me tranqüilizou. Vendo o por do sol, sempre me trazia boas recordações, já que minha vida já não está sendo tão perfeita assim como eu imaginava e eu que achava que ele ia me deixar depois que ele descobrisse meu segredo.

            O sol já ia se escondendo e a história se repetindo novamente, eu não iria voltar para casa tão cedo, nada pior poderia acontecer comigo eu acho. Fiquei sentada perto de um penhasco, ultimamente minha melhor companhia era a solidão, já não conversava com meus amigos do colégio como eu conversava antes, apenas fico perto da minha família no colégio, se não estou trancada dentro do meu quarto eu estou aqui vendo o por do sol, a única coisa que consegue me tranqüilizar.

            Nem mesmo o tempo apagará minhas memórias e nem o mar poderá levar meus sofrimentos. Eu não conseguia mais ser aquela garotinha que se achava a criança mais sortuda da face da terra por ter os pais que tinham, como eu tenho saudades daquele tempo que o que mais me importava era mesmo ser feliz, brincar, correr, me sujar, era apenas com isso que me importava.

            - Como queria poder voltar no tempo.

            - Não fique presa no passado, isso só faz que você sofra. Disse minha mãe. Eu apenas olhei para meu lado e ali estava ela sentada perto de mim. – Vamos, já está tarde e não pode mais ficar aqui.

            - Por quê?

            - Porque já está ficando tarde mocinha.

            - Ah mãe fica aqui comigo pelo menos. Eu disse me encostando em seu ombro, ela atendeu meu pedido sem muito dizer. – Sabe eu adoro esses nossos momentos.

            - Eu também filhota, eu também. Do nada comecei a ter uma forte dor de cabeça insuportável. Fechei os olhos fortemente para ver se a dor passava, mas em nada adiantou. – Kris você está bem?

            - Estou mãe, não se preocupe tanto comigo. Memórias vagas passavam pela minha cabeça de uma criança gritando pela mãe e chorando, uma criança presa se passando como louca, seus pais haviam a abandonado ali e ela estava sofrendo, depois um passado com a mesma menina dessa vez com dezenove anos, sendo mordida por um vampiro, ela matava várias pessoas, mãe por que você está fazendo isso por que? – Não, não...

            - Kris o que está acontecendo?

- Mãe por que você fez isso? Você me disse que nunca... e no momento veio a lembrança do meu pai dizendo “Ela não se lembra de nada”

– Você está com febre.

            - Mãe eu não estou... Eu não consegui terminar de falar eu apenas me sentir cair e não vi mais nada.

            - Kris, você está bem? Ouvi a voz doce da minha mãe, acho que ela teve uma visão de que eu iria acordar.

            - Estou mãe, foi só nervoso.

            - O problema é com o que? Você estava tão tranqüila e do nada você começou a agir estranho.

            - Mãe não é nada eu já disse.

            - Está bem não vou insistir quando você quiser me contar me conte, eu vou ir lá em baixo. Minha mãe se levantou da cama e foi embora ouvi ela conversar com meu pai e ele entrou no carro.

            - Eu sei que você não quer contar para sua mãe, mas pode ir falando para mim.

            - O que é isso quartel general? Ele fez cara feia pra mim e eu apenas revirei meus olhos. – Eu vi.

            - Viu o que?

            - O passado da mamãe, pai como vou esconder isso dela?

            - Não pode ser.

            - Pai, eu vi era ela. Eu parei de dizer, meu pai ficaria furioso comigo, me afundei na cama e puxei meu cobertor até minha cabeça e vi lágrimas descerem por meus olhos.

            - Kris.

            - Não quero mais falar nada, sei que estou parecendo criança, mas ninguém acredita em mim e você sempre fica furioso comigo, já chega, sai daqui.

            - Kristin, olha como você fala com seu pai. Eu apenas virei a cara. - Quando você estiver mais calma nós conversamos.

            Assim que ele saiu eu voltei a olhar para o lugar onde meu pai estava. O que eu estava fazendo enlouquecendo de vez? Foram eles que me criaram e eu estou aqui fazendo eles sofrerem. Eu sou uma idiota, apenas causo sofrimento para minha família, a minha biológica morreu e minha adotiva sofre nas mãos dos Volturi por minha culpa, seria mais do que certo eu fugir dessa casa e deixá-los em paz, mas eles iriam atrás de mim.

            Meus pensamentos fluíam, mas foi interrompido por vozes e barulhos, Cheguei na janela do meu quarto e vi quatro vampiros discutindo com minha família, a expressão do rosto da minha mãe não era nada boa e nem a do meu pai, eu voltei rapidamente para dentro do meu quarto. Fiquei parada durante alguns segundos até ouvir meu pai gritando o nome de minha mãe. Por impulso saí correndo, fui até a sala e abri a porta bruscamente, vi um vampiro segurando o pescoço da minha mãe.

            - Kris volta pra casa. Disse ela em um tom fraco. Eu fiz que não com a cabeça e continuei a encará-la com uma cara de medo do que poderia acontecer.

            - Solta a minha mãe. Eu disse baixo, sabia que eles iriam ouvir.

            - Então aí está você, crescida, uma bela moça e humana. Falou um homem loiro

            - Esperamos tanto tempo para te ver, e o cheiro do seu sangue é tão delicioso quanto o de sua mamãe. Eu senti meu sangue ferver naquele momento, sentia que eu devia fazer alguma coisa, o tal vampiro de cabelos cacheados falava comigo e ia se aproximando cada vez mais. Meu avô veio para perto de mim.

            - Saiam daqui. Disse meu pai furioso.

            - Nem tente se aproximar ou sua amada morre meu caro.

            - Jasper, tenha calma. Disse meu avô.

            - O que vocês querem?

            - Queremos você.

            - Apenas diga que você virá conosco e nós soltamos sua mamãe.

            - Kris não. Disse ela com voz fraca, eu não conseguia mais olhar para ela daquele jeito, eu simplesmente abaixei a cabeça – Está bem.

            - Kris nós daremos um jeito. Disse meu avô segurando meu braço.

            - Não vô, não posso deixar que eles matem um membro da família.

            - Você também é Kris. Disse ele. Eu abaixei a cabeça e deixei que uma lágrima escorresse pelo meu rosto. – Solta ela. Eu disse me aproximando mais.

            - Não Kris por favor.

            - Não posso deixar que façam isso com você. Eu já estou aqui, solta ela e nem tente fazer alguma graçinha. Ele empurrou minha mãe avançou em mim, eu simplesmente fechei os olhos. – Isso tem que dar certo. Não senti nada me puxar e nem ao menos me enforcar, abri meus olhos assustada, e vi ele sentado no chão perto de uma arvore quebrada. – Isso. Eu sorri.

            - O que você fez garota? Perguntou a única vampira, de cabelos incrivelmente negros.

            - Nada. Eu disse recuando alguns passos para trás.

            - Não se atreva a encostar um dedo na minha filha. Disse minha mãe perto de mim. – Kris saia daqui. Do nada as duas começaram a se atacar, eu recuei alguns passos tentando chegar na porta de casa, uma nova briga havia começado, senti um braço me puxar e no mesmo instante, eu estava dentro de casa.

            - Você está doida? Querendo morrer?

            - Mary, por favor, nem começa, minha mãe está lá correndo perigo por minha culpa.

            - Kris, por favor, se acalme vai ficar tudo bem. Eu simplesmente subi para meu quarto e me joguei na cama, todas aquelas coisas que vi do passado da minha mãe mexeram comigo, como por que fazer isso?

            - Ela era apenas uma criança.

            - Quem era apenas uma criança? Meus pensamentos sumiram e eu fiquei completamente sem fala, quando vi minha mãe ali.

            - Nada.

            - Kris você está muito estranha, o que aconteceu? Ela se sentou ao meu lado.

            - O que você faria se tivesse que contar algo para alguém que você amasse muito, mas soubesse que isso iria magoar muito essa pessoa, apesar que ela queira saber muito. Observei seu braço que tinha uma marca de mordida, passei minha mão em sua marca, mais nova marca da batalha.

            - Não é sua culpa.

            - É sim. Eu disse baixo.

            - Voltando no outro assunto eu tentaria conversar com a pessoa calmamente. Eu já passei por isso querida.

            - Quando?

            - Quando tive que lhe dizer que você era minha filha adotiva. Eu sorri, lembro muito daquele momento, não foi um dos melhores para mim, mas eu os amava tanto que não podia deixar meu orgulho falar mais alto e eu precisava deles.

            - Me lembro muito bem.

            - Não tenha medo, por mais que a verdade seja ruim, tente falar com a pessoa. Ela disse passando a mão em meu rosto. – Eu julguei seus atos muito antes de saber que eles seriam tão maravilhosos. Eu sorri novamente para ela, eu não conseguiria contar para minha mãe, esse assunto era pior do que falar para a filha que era adotada. Eu com certeza não conseguiria. Ela estava levantando para sair do meu quarto quando segurei sua mão firmemente.

            - Mãe você sabe que eu te amo não é?

            - É claro meu amor.

            - Eu queria ser aquela criancinha que não se importava com nada. Que saia correndo para pular no colo dos pais. Sinto tanta falta disso. Eu queria nunca ter crescido.

            - Não fale assim Kris, te amamos do mesmo jeito que antes, e pra mim você sempre será aquela menininha sapeca. Ela disse em um leve sorriso.

            - Mãe fica aqui comigo um pouquinho. Ela se sentou na cama e eu deitei perto dela, ela acariciava meus cabelos. – Mãe posso te perguntar uma coisa, mas promete que não vai ficar chateada.

            - Claro.

            - Por que o papai fica chateado com todo mundo que pergunta do seu passado?

            - Você perguntou a ele? Eu olhei para ela e fiz que sim com a cabeça. – Seu pai é super protetor, ele sente os sentimentos das pessoas e quando ele vê que uma pessoa que ele ama muito está sofrendo ele não atura. Ele discutiu com você?

            - Não discutiu ele apenas chamou minha atenção. Mas eu entendo o que o papai sente, é terrível saber o que as pessoas estão sentindo.

            - Mas aonde essa conversa vai chegar?

            - Em nenhum lugar mãe, ela já chegou aonde tinha que chegar.

            - Está bem, mas não ache que me dei por vencida, eu sei que você está me escondendo alguma coisa sobre esse assunto.

            - Mãe eu não sei...

            - Filha pode me falar não vou ficar chateada.

            - Você promete? É que eu não sei se eu devo, mas você busca tanto sobre seu passado e eu...

            - Você acabou descobrindo não é?

            - Mãe não sei se devo te contar...

            - Vamos pode me dizer. Ela conseguiu fazer com que lhe contasse a história, por fim eu consegui dizer o que havia lhe ocorrido, ela ficou triste por saber o rumo que sua vida levou, mas feliz por saber que tinha um passado, aos poucos ela ia se recordando de algumas coisas que eu lhe dizia, no começo estava meio nervosa não sabia como ela iria reagir, mas por fim ela aceitou seu passado normalmente.

            - Mãe você não ficou nem um pouco chateada?

            - Por que ficaria? Se as coisas ocorreram dessa maneira era por que o futuro me reservava uma boa coisa. Se isso não houvesse ocorrido, eu não teria me casado com seu pai, não teria conhecido a nossa família, não teria lhe encontrado, nada disso teria ocorrido se minha família não tivesse me deixado lá. Claro que é triste, mas sempre tem um lado positivo nas coisas mais negativas.

            - Eu adoro esse seu jeito otimista. Dei-lhe um enorme sorriso e um beijo, eu percebi que o papai estava na porta. Minha expressão ficou séria, parecia que ele iria me xingar.

            - Não precisa ficar assim, achei sua escolha bem sensata.

            - Isso quer dizer que você não está chateado comigo?

            - Claro que não, eu e sua mãe tivemos uma conversa séria, me desculpe pela minha falta de paciência com você.

            - Eu entendo pai, não tenho por que lhe desculpar.

            - Bem vou deixar vocês duas sozinhas. Estranhei, provavelmente mamãe quisesse falar algo comigo.

            - Você quer falar algo?

            - Quero sim, não gosto de ver minha filha triste.

            - Mãe a gente já falou sobre isso.

            - Filha você não sai mais de casa, fica voada pelos cantos, estamos preocupados.

            - Eu não quero mais saber dele.

            - Você não quer?

            - Está bem, eu não consigo, mas quero esquecê-lo, é horrível ver a nossa felicidade depositada nas outras pessoas.

            - Nunca se esquece um verdadeiro amor, você ainda o ama e ele te ama, ele terminou o relacionamento por impulso.

            - Você tem razão, eu ainda o amo mãe e isso dói, mas ele não quer mais ficar perto de mim. Senti meus olhos encherem de água, eu queria e sonhava com aquele relacionamento indo longe, mas nem tudo é como pensamos.

            - Eu sei meu anjo, o amor às vezes machuca, mas não fique assim você está tão tristonha pelos cantos, sozinha. Minha mãe disse me abraçando. – As vezes pode ser difícil, mas no fundo vocês se amam.

            - Ah mãe, eu queria que no final tudo desse certo.

            - E dará só dê tempo ao tempo.


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