You sit and you stare and you wait and you wonder

You think "Maybe it's me and I'm being a fool."

You start to believe it's a curse that you're under

And you're just a doll for a girl who is cruel

With a pin

Você senta e assiste, espera e imagina

Você pensa "Talvez seja só eu e estou sendo um tolo"

Você começa acreditar que está amaldiçoado

E você é apenas uma boneca para uma moça cruel

A me alfinetar

  Sentado na mais profunda solidão, pensava em coisas que nunca se atreveu a pensar. Por curiosidade talvez quisesse ao menos entender aquele sentimento que os humanos tanto zelavam. Aquele sentimento chamado “amor”. Será que para ele isso era algo distante? Será que poderia tocá-lo? Será que poderia vê-lo?

  Soltou um longo e desanimado suspiro. É claro que não! De onde tirou essa idéia? Ele se repreendia por estar pensando em coisas tão fúteis, mas de certa forma interessante. Seu coração e sua mente estavam confusos.

  Por que foi sentir algo diferente pela pessoa que mais o desprezou na vida? Por que aquela cor de cabelo o fascinava tanto? Por que aquele corpo lhe atraía de um jeito estranho? Sempre conviveu com ela e antes nunca sentira algo assim... Realmente não estava se reconhecendo.

  Soltou uma risada ao sentir seu coração bater mais forte só pelo fato da imagem dela invadir-lhe a mente. Sentia-se um tolo, um completo idiota.

  Levantou-se e foi até a janela olhar aquele céu que parecia inalcançável, onde somente uma meia lua o tingia. As noites ali eram escuras e sem emoção alguma. Aquele lugar todo era sem emoção alguma. A única coisa que o enfeitava era o sorriso daquela que julgava estar amando. Neliell.

  Atualmente ela passa tomar conta de seus pensamentos a cada segundo que passa. Como agora. Era uma coisa irritante! Tinha mais coisas a pensar, mas sua mente se recusava a esquecê-la. Para tentar tirar aqueles irritantes pensamentos da cabeça ele dá um forte soco na parede que abre um pequeno buraco. Abaixa a cabeça como se estivesse chorando, mas era algo talvez impossível.

  Dá porta, ela o olhava meio assustada. Tá certo que ele sempre fora estranho em sua opinião, mas aquilo estava deixando-a meio sentida. Sentia que ele estava triste e um pouco abalado. Sem muito pensar adentrou aquele quarto que antes nunca quis estar.

  Ele sente aquele perfume e presença que sempre o atormentaram por ter tão perto. Endireita o corpo assumindo uma postura autoritária, como se fosse superior, mas no fundo sabia que não era tanto assim.

  – O que faz aqui? – sem olhá-la lançou a pergunta que a fez não ter tempo de formular uma resposta.

  Dizer que viu a porta aberta e entrou não ia colar com Nnoitra de jeito nenhum, ainda mais com aquele jeito de deboche que possuía. Não queria falar que sentira uma necessidade em estar perto, uma preocupação ao vê-lo daquele jeito. Preferiu ficar quieta, sem nada a dizer.

  Virou-se para sair, sentia que ali não era bem vinda, mas ele refez a pergunta com voz embargada:

   – O que faz aqui? – desta vez ele se deu ao trabalho de virar-se para olhá-la.

  – Nada de importante. – deu mais um passo em direção a porta, mas parou ao sentir que ele dera um passo em sua direção.

  Não agüentaria ficar ali por muito tempo, ainda mais na companhia dele. O homem que fazia seu coração bater desesperadamente. Perguntava-se se o dele batia tão descontroladamente quando a via. Isso era até algo bobo a se pensar se tratando dela.

  Continuou seu caminho para fora do quarto com esperanças que ele fosse atrás dela, mas foi apenas um desejo profundo. Ele a deixou ir, sem impedi-la. E de certo modo ele não tinha o porquê de deixá-la ficar.

So let me know

So let me out,

Or let me in

And tell me how

We can win.

Cause I really wanna know now,

Before I begin

To let you go

Então deixe-me saber

Então deixe me ir,

Ou me aceite

E me diga como

Nós podemos vencer.

Porque eu quero muito saber

Antes que eu comece

A te esquecer

  Ele a via se afastar e se perguntava por que não a impedia se ainda dava tempo. Poderia tê-la sem o menor esforço, mas algo dentro de si dizia que era errado. E talvez fosse, mas sentia o estranho sentimento de querer ter alguém ao seu lado, mesmo que por um único instante. E se essa pessoa fosse ela, ele não se importaria.

  Será que algum dia ele poderia ser como os humanos? Amar, odiar, chorar, sofrer, rir? Chorar e sofrer – para isso – ele não precisava ser um humano. Chorava e sofria em silêncio e sempre sozinho.

  – Nell... – a voz fraca cantou atrás de si e a fez virar-se. – Será que... Ainda poderemos... Ser como as outras pessoas? – se sentia fraco em estar mostrando aquele lado a ela. – Eu nunca quis ser quem eu sou... E você? – por um breve instante permitiu-se fitar aqueles olhos verdes.

  – Eu... Estou bem do que jeito que estou. Você também deveria estar... Nnoitra. – fitava-o com a expressão séria, mas na verdade estava um pouco abalada por estar vendo-o daquela maneira. – E se vamos algum dia, ser como as outras pessoas só depende de nós mesmos.

  Nnoitra ficou alguns minutos em silêncio, não tinha resposta e nem argumentos. Por que ele estava assim justo na frente de quem mais o desprezou e agora tomava-lhe a mente? A qualquer momento poderia ter um ar de deboche ou outra coisa vinda dela. Mas, se surpreendeu ao não ter.

  Ela ainda o olhava de maneira indiferente. A vontade que tinha era de ir até ele e arrancar o que for que lhe incomodasse, mas se fizesse isso não seria mais a Neliell que sempre fora: fria e séria. Pelo menos com ele.

  Aos poucos, foi se aproximando dela sustentando aquele olhar indiferente. Pegou a mão dela e a levou até seu peito, queria que ela sentisse o quanto sofria mesmo não demonstrando. Queria fazê-la sentir o quanto perturbado seu coração estava. Coração? Ele tinha um? Não sabia ao certo, mas sabia que algo nele estava batendo.

  Estava ficando doido, mas levou a mão ao rosto dela e o acariciou sem modo. Mas, vê-la sorrir por aquela atitude havia sido um choque, não esperava que ela gostasse. Achou que o afastaria.

  Atreveu-se a mais uma coisa. Abaixou um pouco a cabeça e com seus lábios tocou os dela suavemente. Nunca se lembrara que foi tão gentil assim com alguém, ele nunca se importou com mais ninguém a não ser com ele mesmo. Pediu passagem com a língua e iniciou um beijo lento, mas desejoso.

  Neliell envolveu o pescoço dele e o puxou para perto, não queria que ele a qualquer momento parasse com o que estava fazendo. Nem por um instante.

  Aquilo era algo novo para ambos, mas sentiam que sempre estariam ali para outro. As mãos dele foram de encontro à cintura fina e a apertaram, fazendo-a colar ainda mais em seu corpo. Os batimentos dos corações já eram ouvidos e as respirações já eram sentidas.

  Se afastaram um pouco e no silêncio dos olhos do outro puderam ver tudo o que queriam dizer, sem o uso das palavras. Ele a ergueu nos braços e a deitou na cama de lençóis brancos e macios até. Ficou por cima apoiando o peso do corpo nos braços, mas sem tirar os olhos dos dela.

  – Me deixe amar você, Nell... – fez o pedido com voz baixa e melodiosa. – Só você acalma meu coração... Me deixe te fazer minha...

  Ela sorriu com o pedido e aproximou-se um pouco para beijá-lo. O que ela poderia responder a ele? A resposta daria com seu corpo e sua alma.

  – Sim, Nnoitra...

And who'd thought I'd have the strength to say

"Let me out or let me in"?

But as the words are forming in my mouth

I wanna say them again, and again, and again, oh!

Quem diria que eu teria força para dizer

"Deixe-me ir, ou me aceite"?

Mas conforme as palavras vão se formando em minha boca,

Eu quero dizê-las de novo, e de novo, e de novo!