Kagome estava atordoada. Nunca havia imaginado que seu melhor amigo a amasse em segredo. Olhou para o prato em sua frente tentando digerir a informação. Amava a Houjo, mas como amigo e não queria que ele se afastasse. Tornou a olhá-lo. Queria dizer algo, mas não conseguia. Ele resolveu poupa-lhe o trabalho.
- Então pelo visto fui precipitado - suspirou frustrado.
- E me assustou. É verdade o que disse?
- Claro! Amo-te desde o colegial. Sempre nos demos bem e eu pensei, que com o tempo, que nos acertariamos.

- Houjo você é o meu melhor amigo, sempre estive ao meu lado, mas eu nunca pensei que me amasse.
Ele empalideceu.
- Devo concluir que meus sentimentos não são correspondidos?
- São até certo ponto. Admiro seu intelecto, gosto e respeito você. Quero-o sempre do meu lado - segurou sua mão por sobre a mesa e olhou diretamente os olhos dele - Mas eu não o amo, pelo menos não do jeito que deseja.
Ao redor deles as pessoas conversavam animadas ou simplesmente comiam, mas para eles era como se estivessem sozinhos. As palavras, que ela pronunciava, enceravam qualquer conversação. Não podendo agüentar mais aquela mais aquela situação, ela se levantou.
- Tenho que ir.
- Eu a acompanho até em casa.
- Não é necessário.
- Eu insisto. Não discuta.
Houjo ficou em pé com uma expressão severa em nada parecida com a qual, poucos minutos declarara o seu amor.


Quando chegaram em casa, Sango preparou uma macarronada para ambos. Enquanto comiam conversaram sobre várias coisas, entre elas, sobre uma espada achada nas escavações da equipe da garota.
Enquanto lavavam os pratos, ela prometeu que a mostraria ao haion.


Ao chegarem na casa da jovem, Houjo deu a volta e abriu a porta para que Kagome pudesse sair do carro. Quando desceu, ele a virou para si e sorriu de modo que a deixou em estado de alerta.
- Kagome fique sabendo que não desisto tão facilmente.
Ela soriu levemente.
- Quer dizer que ainda está feliz em ser meu amigo?
- Não diria isso. Mas sou paciente. Se não fosse não seria um cientista.

Seus olhares se encontraram por um momento. Ele segurou seus ombros e a beijou. Kagome não retribuiu, mas não se afastou. Nenhum dos dois sabia que alguém os observava.
Quando se separou, ela o fitou, sorriu e afastou-se em direção a sua casa. Ele ficou algum tempo observando-a, depois entrou no carro e pariu.

"Não tem um namorado não é? Só um amigo ela disse. Como tem a coragem de dizer isso tão descaradamente!
O haion andava de um lado para o outro como uma fera enjaulada.
"Ficam se beijando na frente de todo mundo e depois vem com mentiras desladas de que ele é só um amigo não é? Pois a mim você não engana mais!"
- Inu Yasha o que deu com você?
Estava tão concentrado em sua raiva que nem percebera quando Sango retornou trazendo uma enorme caixa de madeira.
- Não é nada!
- Façamos você finje que é verdade e eu finjo que acredito! Bem aqui está a espada que eu falei.
Depois de retirar a tampa de madeira e o linho branco, já amarelado pelo tempo, que a envolvia, ele finalmente avistou a "famosa" tessaiga.
- Tem certeza que essa espada velha pode matar mil yokais com um único golpe Sango? - incrédulo.
- Mas é claro que sim! Você só dúvida por que ela não se transformou.
- E como ela se transforma?
- Primeiro é necessário que consigamos desembanha-la.
- Como assim?! Você não conseguiu?
- Não e tentamos de tudo! Até a ultilização de uma serra, mas nada deu certo. Eu esperava que você me desse uma pista - entediada.
- Eu?!
- Sim Inu Yasha. Por que ela data do período feudal idiota! Você não ouviu nada do que eu disse enquanto almoçavamos?
- Eu estava distraído - "pensando naquela mentirosa", completou em pensamento.
A campainha tocou e a jovem foi atender. Logo "a mentirosa" adentrou na sala. Inu Yasha a olhou com tanto rancor que ela percebeu que algo estava errado no ato, mas nada comentou.
- Kagome, você chegou bm na ora. Eu estava mostrando ao Inu Yasha aquela espada que eu te falei ontem.
- A tal da te-tessaiga não?
- Isso. E você prometeu que me ajudaria a transformá-la...
- Como se ela fosse capaz - com desprezo em cada palavra.
A jovem engoliu a provocação. Pegou a tampa de madeira, colocou em seu colo, sentando-se em sua antigo lugar.
- E você já tem alguma pista?
- Se você observar a bainha - entregando a ela a mesma - há um símbolo, uma meia lua para ser mais precisa. Bem... eu andei pesquisando e esse símbolo pertence ao clã dos yokais cães do oeste...
- Mas é o clã do meu pai! - exclamou o haion.

Continua...