Olá, meu nome é Isabella Swan. Eu prefiro Bella, na verdade. Alguns me achariam louca por estar gravando isso. A verdade é que eu tenho essa mania. No meu quarto existem milhares (tudo bem, milhares é forçar um pouco a barra...) de fitas cassetes. Alguns não sabem nem mais o que vem a ser uma fita cassete, muito menos um gravador. Bem... são uns aparelhinhos que gravam a voz das pessoas e reproduzem fitas que parecem as dos antigos vhs, que foram substituidos pelos dvds. É, eu gosto de coisas mais clássicas e antigas, meus cantores preferidos também são de uma outra geração, a dos meus pais. Não sei, a música era de melhor qualidade, talvez alguns não entendam isso.

Bom, mas sem desviar da questão: por que eu gravo isso? Mania herdada da minha mãe, Renee Dwyer Swan. Talvez usando o antigo gravador dela, eu me sinta mais perto daquela que perdi aos nove anos de idade.

Minha mãe foi uma mulher incrível. Bonita, simpática, batalhadora... ela cursou Pedagogia na SAU, South Atlantic University, e foi membro da Fraternidade Kappa Phi Nu.  Ela sempre me contava sobre o tempo que viveu lá, as amizades que fez e, quando ela foi diagnosticada com leucemia, começou a gravar fitas para mim, fitas que só descobri mais tarde, e me foram muito úteis.

Tipo, quando eu não tinha ninguém mais e somente meu pai, Charlie, e seus auxiliares da delegacia, Harry e Billy para olharem por mim. Isso significa que não aprendi nada sobre maquiagem, mas muito sobre auto-defesa. Por isso, a fita sobre como funcionava o esquema de menstruação foi muito útil, pois Charlie nem sabia como começar a me explicar aquilo, à princípio.

Meu pai é um grande cara, mas ás vezes uma menina precisa da mãe... é por isso que decidi ir pra mesma faculdade que ela, e ficar na mesma universidade. Ver se consigo absorver mais do que ela foi. Ainda agora estive ouvindo a fita onde ela confidenciava suas impressões da faculdade e falava diretamente pra mim. A fita que eu deveria ouvir no meu primeiro dia de faculdade. Suas palavras ainda estão impressas na minha memória.

"Querida Bella, eu a amo muito.

Desculpe não estar aí para vê-la ir para a faculdade. Já que não posso estar, coloquei nessa fita e na caixa que a acompanha, as minhas melhores lembranças da faculdade. A foto, no balanço sob as macieiras, é a minha favorita. Era o meu lugar preferido em todo o espaço da Kappa.

Viva cada momento, Bella. Agarre toda oportunidade, divirta-se em tudo o que fizer. Os amigos que fizer na faculdade serão para toda a vida.

Talvez você vá guardar nessa caixa as suas próprias lembranças, como o seu broche da Kappa Phi Nu, junto com as minhas, para passar à sua filha um dia. Saiba que, embora eu não possa estar junto à você agora, estarei sempre a seu lado, a cada passo que vc der."

Eu sei, é muito sentimentalismo, eu quase não choro... puxei isso do meu pai. Mas é quase impossível não ficar com os olhos cheios de lágrimas ao observar mais uma vez as fotos de minha mãe com as amigas de faculdade, o broche e o livro da irmandade, com a inscrição: Kappa Phi Nu, compromisso com a comunidade e a amizade.

- Bella, filha está na hora!!!

É, meu pai acaba de bater na minha porta. Está na hora de ir para Port Angeles, pegar o avião para a Flórida. Tão longe de tudo o que já conheci e que vivi!

Sei que vai ser uma barra me despedir de meu pai. Durante oito anos fomos somente ele e eu... espero que ele fique bem. E que não queime a comida, nem se entupa de besteiras.

Bem, fico por aqui. Até a próxima fita.