As Fantásticas Fantasias Fantasiosas

Capítulo Zero à Esquerda

Aos leitores Desavisados.

“Você acredita em magia?

Ou talvez em um passado eternamente esquecido,

Talvez deixado por você.

Mas sua alma pode desejar algo do fundo de seu coração e mente,

No entanto seu mundo estará preparado para quando seu desejo for

Realizado.

Caso receba um envelope de visita em branco.

Cuidado!

Sua vida poderá mudar para sempre.”

       Se vocês soubessem a grande enrascada que os esperam, não iniciariam esta leitura. Poderiam pensar que até seja uma brincadeira de minha parte, ou talvez um grande golpe de promoção. Mas, é claro, vocês estariam redondamente enganados, por que embora Luner, Tim e Walter estivessem prestes a passar por aventuras emocionantes e memoráveis, como daquelas estórias recheadas de gnomos, dragões, elfos ou escolas britânicas de bruxaria, esta por sinal nem de longe se compara.

       Se este for o livro que vocês procuraram por horas nas livrarias ou talvez apenas pegaram-no porque acharam a capa bonitinha, eu vos asseguro que estão lendo o livro errado. Feche-o agora e sem demora guarde-o em uma prateleira mais próxima, pois esta é uma história diferente, e ainda nem um pouco parecida com um conto de fadas.

      Como vocês sabem na maioria das histórias o bem sempre triunfa, terminando assim de forma agradável e recheada de moral. Logicamente em algumas estórias são tão fáceis.

       A moral de “Chapeuzinho Vermelho”, por exemplo, é: “Coma a vovó e dê o fora, nunca em hipótese alguma espere sua neta, pois você pode morrer de dor de barriga”. A moral de “Branca de Neve”, por exemplo, é: “Jamais coma maçãs”. A moral da “Primeira guerra mundial”, por exemplo, é: “Jamais assassinem o Arquiduque Ferdinando”. A moral “Do fim da era Napoleônica”, por exemplo, é: “Jamais pose para um retrato em cima de um cavalo branco”. A moral da “Pequena Sereia”, por exemplo, é: “Jamais deseje ter pernas, pois elas se encherão de celulite”.

       E por assim seguem as morais dentro das estórias, talvez vocês descubram mais tarde se continuarem, se evidentemente houve ou não um final feliz. Pois como disse, esta pequena estória nem de longe se assemelha.

       Então, mais uma vez dar-lhes-ei a chance incontestável de guardar este livro, ou melhor, jogue-o agora mesmo na lixeira ao lado. Pois esta não é uma história onde príncipes encantados conseguem destruir o dragão e salvar suas donzelas de um castelo em chamas, ou onde caçadores salvam vovó e netinha, derramado varias lágrimas comoventes, ou ainda onde a fantasia é maior do que a verdade. E está longe de ser, porque esta é apenas um conto terrível para Luner, Tim e Walter.

       Se mesmo depois de não considerar os meus pedidos, e ainda soltar pequenos risos desta lamentável introdução, vire a página, e mergulhe por conta própria nesta aventura que mais parece um peso de papel.

 Atenção: Este pequeno texto nao faz mais parte do livro original.