DAY 400

POV SUMMER

“O destino é uma questão de escolha”

Augusto Cury

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=kHNjvdLhZvw

Minhas mãos foram de encontro com as de meu pai.

Ele pegou minhas mãos e me deu um leve abraço, ele me afastou um pouco;

- Você está linda... Eu... – ele se interrompeu, parecia pensar no que dizer – Summer... Quando eu fui embora... – ele começou a dizer com a sua voz falha- Eu perdi toda a sua infância por que eu havia sido egoísta... Ah! Eu não sei como dizer isso. – ele se rendeu

 - Não precisa dizer nada... Você já demonstra. – eu disse lhe dando um abraço.

Ele me afastou novamente.

- Você tem certeza do que está fazendo?-ele me perguntou me encarando seriamente.

Eu fiz um pequeno gesto com a cabeça. Assentindo.

- Então vamos.

Os braços de meu pai se enroscaram nos meus.

Minhas mãos suavam, meu corpo tremia, de acordo com os passos que dávamos.

  “Olhe nos meus olhos e diga que o ama.”

Eu tentava afastar tudo de minha cabeça.

Meus passos lentos pelo longo corredor da igreja me tiraram dos pequenos devaneios quando meu pai parou e nos posicionou em frente a uma grande porta de madeira, com grandes detalhes rústicos.

- Vamos entrar agora.

Eu balancei minha cabeça.

Eu estava com o meu coração pulsante em meu peito e apertado.

Toda a coragem que eu havia tinha se perdido.

Minha respiração estava ofegante, o nervosismo dominava cada parte do meu corpo.

A porta se abriu e todos se levantaram das grandes fileiras de bancos.

Seus rostos com sorrisos delicados e de felicidade se voltavam para o meu rosto nervoso. Eu tentava soltar um sorriso sincero, mas eu não conseguia. O desespero estava estampado em meu rosto.

Eu encarei Daniel a minha frente, seu sorriso sincero me encarava.

Ele estava feliz.

Eu ia andando com meu pai pelo longo tapete vermelho que fora posto no chão da igreja.

Meu salto branco dava pequenos baques com meu andar pesado.

Meu vestido arrastava um pouco pelo longo tapete.

Os passos vagarosos faziam parecer que era uma longa estrada que eu estava percorrendo a pé e que parecia não acabar.

“Olhe nos meus olhos e diga que o ama”

“Eu amo você... Eu nunca que quis te magoar...”.

“Você sabe a diferença entre gostar... E amar?”

“Ela pode ter sido um erro... Mas ainda seria a minha filha”.

Meus lábios em sincronia com os de Tyler dominavam minha cabeça, assim como as lembranças que eu tanto tentava esquecer.

“Isso! Berre! diga para a vizinhança inteira que estamos brigando!”

“Saia daqui Summer! Sai!”

Eu dei um suspiro pesado, e parecia que finalmente, Daniel havia se aproximado.

Seu sorriso sincero me fez devolver o mesmo, só que apertado, disfarçado.

Suas mãos se estenderam.

Meu pai depositou a minha na sua.

- Sejam felizes. – ele disse por fim. Se afastando de mim.

Em toda a minha vida eu só me senti desamparada uma vez... Quando o meu pai saiu de casa... Esse sentimento havia voltado para mim.

- Você está bem? – Daniel perguntou em um sussurro baixo.

Eu apenas assenti.

Eu me virei para frente, no mesmo tempo que ele.

Por que isso estava vindo em mim agora?

Acho que pelo fato de ser real...

 Em um movimento todos se sentaram.

-Noivos caríssimos, - o padre começou a dizer - viestes à casa da Igreja para que o vosso propósito de contrair Matrimónio seja firmado com o sagrado selo de Deus, perante o ministro da Igreja e na presença da comunidade cristã.  – Durante sua as coisas se tornavam mais reais na minha cabeça - Cristo vai abençoar o vosso amor conjugal. Ele, que já vos consagrou pelo santo Baptismo, vai agora dotar-vos e fortalecer-vos com a graça especial de um novo Sacramento para poderdes assumir o dever de mútua e perpétua fidelidade e as demais obrigações do Matrimónio.  – O medo me invadia, eu percebi minhas mãos começarem a tremer levemente - Diante da Igreja, vou, pois, interrogar-vos sobre as vossas disposições.

Ele virou seu rosto para mim e Daniel, nos olhando nos olhos.

- Daniel Johnson e Summer Anne Campbell… Viestes aqui para celebrar o vosso Matrimónio. É de vossa livre vontade e de todo o coração que pretendeis fazê-lo?

Daniel respondeu primeiro.

- Sim. – ele disse com um tom de orgulho.

- Sim... – eu disse hesitante e com a voz falha...

-Vós que seguis o caminho do Matrimónio, estais decididos a amar-vos e a respeitar-vos, ao longo de toda a vossa vida?

- Sim. – Daniel respondeu primeiramente.

Eu podia sentir as lágrimas rondando meus olhos... Eu quero isso?

- Sim... – respondi novamente, com a minha voz falha.

- Estais dispostos a receber amorosamente os filhos como dom de Deus e a educá-los segundo a lei de Cristo e da sua Igreja? – o padre tornou a perguntar nos fitando e a pequena bíblia.

- Sim. – Daniel respondia calmamente e com sinceridade.

Eu demorei na resposta o padre virou os olhos para mim...

- Sim... – eu disse novamente. Com a lágrima descendo meu rosto.

Eu não sei o que eu quero.

- Uma vez que é vosso propósito contrair o santo Matrimónio, uni as mãos direitas e manifestai o vosso consentimento na presença de Deus e da sua Igreja.

Tyler ergueu sua mão direita.

Eu coloquei a minha sobre a sua... Meu rosto estava duro, sem expressão.

Ele começou a dizer os votos.

-Eu Daniel Johnson, recebo-te por minha esposa a ti Summer Anne Campbell, e prometo ser-te fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida.

Ele finalizou com um sorriso.

http://www.youtube.com/watch?v=nsZKgZcBvyw

Era a minha vez de falar. Minha boca abria, mas de dentro nada saia.

Eu tentava, mas parecia que minha voz estava faltando.

Zoey se aproximou botando um papel em minha frente, para que eu lesse.

Eu encarei o papel, o rosto de Daniel esperava pacientemente a resposta.

Depois de alguns segundos ele perguntou em um sussurro.

- Summer... Você está bem...

- E... Eu... – eu tentava dar uma resposta.

Mas nada saia de dentro.

Ouve um grande baque na porta da igreja.

Os rostos saíram de mim e foram para a porta.

Ouve novamente outro baque.

Ninguém aparecia, meu pai desceu a escada e começou a andar pelo corredor, mas antes que ele chegasse à metade do tapete um terceiro baque foi dado a porta e Tyler apareceu.

  - Não faça isso. – ele disse em um berro, correndo até a metade da igreja.

E repetiu.

- Não faça isso... Não com ele...

Continua...