Vienna escrita por BelBloom, BelBloom


Capítulo 3
2. She Is


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos comentários, pelos elogios, e espero muito que eu possa continuar escrevendo da forma que vocês estão gostando.
Ps.: A Bella nessa fic é pouco - como ela própria disse - bicth. Vocês verão ;)



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“Isso vai me deixar de joelhos
E apenas queria abraçar você pertinho de mim”

She Is – The Fray

Minha cabeça parecia estar dentro de uma roda de caminhão em uma rodovia esburacada, mas isso não me impediu de me levantar da cama, tomar um banho e esperar por Bella.

Era ridículo, eu sabia, mas eu estava muito ansioso para estar sozinho com ela, porque a falta que eu estava sentindo dela era muito grande, e isso até estava me assustando.

Não que eu viesse fazer uma doidera, coisa que eu já havia descartado horas antes quando quis realmente acabar com o rosto de James e estrangular ela própria, mesmo que fosse para tanto; antes disso eu era uma pessoa centrada, que conseguia fazer com que o controle estivesse sempre em equilíbrio, nada de oito ou oitenta.

Passei a mão em meus cabelos um pouco, confesso, nervoso. Eu queria muito que ela chegasse logo, e mostrasse logo o seu sorriso, que eu estava sentindo tanta falta, porque aqueles míseros minutos que ela passou comigo e me lançou alguns sorrisos na noite anterior eram míseros mesmo.

— Idiota. — murmurei comigo mesmo, antes de ouvir o barulho da campainha.

Passei minha mão novamente em meus cabelos e respirei fundo. Levantei e caminhei em direção da porta.

E lá estava ela.

Com um pequeno sorriso, segurando algo em sua mão e... linda.

Respirei fundo novamente tentando sentir todo o seu perfume, e quase sorri por ela estar usando o perfume que sempre usava quando estava somente comigo, só não o fiz porque eu estava prestando atenção em como seus lábios se moviam falando algo que eu não conseguia escutar.

Mas um gemido atravessou todo aquele momento, me fazendo sair dos meus devaneios para perceber que fora eu quem havia gemido.

Porra.

Bella riu jogando a cabeça para trás, me mostrando bem o seu pescoço branquinho que eu adorava deixá-lo vermelho com os meus beijos.

Caralho.

— Espero que isso seja para a Strata de Maçã que eu fiz. — disse voltando me encarar, mas sem deixar seu sorriso morrer. — E então, vai me deixar morrer aqui? — perguntou fazendo uma careta.

Balancei a cabeça querendo tirar qualquer pensamento que me fizesse parecer um covarde, e Bella viu nisso como uma resposta para sua pergunta.

Ela passou por mim, sem encostar nenhum fio de cabelo, e a agradeci mentalmente por isso, porque o que eu mais queria no momento era abraçá-la e beijá-la, até que ela se esquecesse que existiam pessoas fora do meu apartamento.

Fechei a porta com um ar de derrotado, e vi sua bolsa jogada no meu sofá e ela caminhando para a minha cozinha. Parecia que ela era mais dona daquele lugar do que eu, esse pensamento não me fez mal, e sim ficar um pouco surpreso, porque eu nunca tinha tido esse tipo de pensamento.

— Eu pensei que poderíamos cozinhar... juntos, algum problema? — ela perguntou voltando da cozinha.

— Não. — respondi rapidamente, e ela sorriu mais uma vez.

Eu podia vê-la fazendo um ‘L’ com a mão sobre a testa, e rir de mim, mas felizmente ou infelizmente, Bella gostava de mim em um nível que coisas de como eu ser um completo idiota não a fazia expor ou brincar com essas coisas.

— Aconteceu alguma coisa? — ela perguntou andando até a mim.

Sim, você terminou comigo.

— Não, por quê? — respondi sem demonstrar nenhuma emoção que pudesse revelar minha mentira.

— Pode ser um pouco estranho, mas... nós ainda somos amigos, não somos? — ela perguntou levantando uma sobrancelha e me olhando de uma forma carinhosa.

A minha resposta estava na ponta da língua.
“Claro que somos, mas eu ainda quero transar contigo em cada espaço desse apartamento.”
Mas o que saiu, foi totalmente diferente.

— Pff! Que história é essa? — perguntei tentando ao máximo não dizer o que eu queria realmente dizer.

Bella mudou seu olhar carinhoso para o de escárnio no mesmo instante, me fazendo perceber que o nível que ela gostava de mim permitia sim expor o meu ridículo, que no momento era a minha voz uma oitava acima do normal.

Tossi tentando fazer com que ela voltasse ao normal, e assim eu pudesse despejar algumas mentiras a mais.

— Nós tínhamos uma coisa — minha voz me traiu e tossi mais uma vez. —, que eu gostava e você também gostava?

Não era uma pergunta, mas era o máximo que eu estava conseguindo.

E por um momento essa pergunta parecia a pergunta da minha vida, porque Bella abaixou a cabeça desviando minhas mentiras ensaiadas e fazendo com que eu ficasse preocupado. Porque se a resposta dela fosse uma negativa...

— Claro que eu gostava. — ela respondeu voltando a me olhar, totalmente corada.

Um sorriso apareceu em meus lábios antes que eu pudesse pensar em detê-lo, e minhas mãos já estavam ameaçando a apertar a cintura dela, porque eu havia feito uma distância pequena entre nossos corpos — também sem pensar —, quando ela riu.

— Minha barriga roncou.

Realmente eu não sei quanto tempo eu fiquei parado olhando para ela sem saber o que fazer, mas eu sabia de duas coisas:


a) Bella não queria mais nada comigo,
b) E eu não estava preparado para isso.


Porque no fundo eu achava que seu pedido para almoçar comigo, em pleno domingo, na minha casa, logo depois de uma festa em que ela estava acompanhada, fosse um aviso de que ela estava pensando em mim do mesmo jeito que eu ainda pensava nela, que ela queria nosso relacionamento de volta, que ela me queria.

Afastei do seu corpo como se tivesse levado uma surra, e parei de andar para trás quando meu corpo se encontrou com a parede da sala. Ela ainda estava olhando para mim, mas com uma expressão de preocupação.

— Edward... — ela disse meu nome e meu peito se comprimiu um pouco.

Eu não queria ouvir a sua voz chamando meu nome daquele jeito, eu não queria sua pena, eu não queria nada além de ser correspondido.

Um som apareceu me fazendo parar de fitá-la. Olhei para a mesa de jantar e percebi que era o meu celular.

Andei até a mesa agradecendo mentalmente a pessoa que havia me ligado e me tirado daquele momento que eu sabia que era um perdedor.

— Alô? — murmurei ainda sem me recompor.

Hey Cullen! — uma pessoa exclamou e forcei para saber de quem se tratava, já que o seu número era desconhecido. — É uma merda mesmo quando os amigos se esquecem da gente...

— Desculpe. — eu disse sem graça, já um pouco melhor.

Sou a única loura que te esnobou.

Eu não estava acreditando.

Dei uma risada, me esquecendo por um momento de segundos atrás.

— Tanya! — exclamei com uma alegria maior do que o normal.

Porque parecia que eu estava de volta ao passado, onde eu não conhecia Bella, e nada havia acontecido para que eu estivesse tão mal.

Eu sabia que você nunca tinha se recuperado disso. — ela disse divertida, e olhei para trás.

Eu esperava que com Bella eu me recuperasse e esquecesse.

— Não é para menos. — falei já sem a mesma alegria de antes. — O que aconteceu? Nunca mais nos vimos.

Estou na cidade. — disse também sem sua alegria. — Conhecer os pais de Lauren. — murmurou a última parte e eu já havia entendido.

— Eu não acredito que você ficou séria. — brinquei e vi Bella ir para a cozinha. — Conhecer os sogros não era uma coisa para a velha Tanya. — falei dando uma risada.

A velha Tanya, não tinha sogros! — exclamou um pouco furiosa e soltei mais uma risada. — Eddie, qual é?!

— Eddie não, Little Baby. — retruquei ouvindo um gritinho dela.

Eu não acredito que você ainda não se esqueceu disso!

— O que eu posso fazer se você mora no meu coração? — perguntei rindo, e ela riu junto comigo. — E então, aonde nós vamos nos encontrar? — perguntei ansioso para reencontrá-la.

Está com tantas saudades assim? — perguntou e soltei um resmungo, a fazendo rir mais uma pouco. — Terça-feira no Signature Lounge, meio-dia, tudo bem?

— Claro! — eu disse alegre. — Esteja preparada para terça-feira. — forcei a voz a deixando ficar mais grossa, e ela riu.

Tenho que desligar, Lauren me prometeu uma sessão de sexo antes de conhecer os pais dela.

— Eu não precisava saber disso. — murmurei, e ela resmungou desligando em seguida.

Coloquei meu celular de volta na mesa, sabendo que da mesma forma que a ligação havia terminado, a minha realidade havia voltado.

E por mais que eu não a aceitasse, era isso.

Não existiam mais Edward e Bella, do modo que eu gostava, somente Edward e Bella, amigos.

Passei a mão pelo cabelo e andei até a cozinha, onde ela estava de costas para mim, mexendo em uma panela. Como se fosse a dona dali.

— Eu espero que você não coloque tanto sal quanto na última vez. — falei trazendo comigo o Edward que era amigo da Bella.

Ela virou para mim e mostrou a língua.

— Eu não coloquei muito sal, só coloquei pouca água. — explicou indo para a bancada. — Esses tomates estão te esperando. — ela disse apontado para eles.

— Eu sei que sou especial. — falei forçando uma expressão de superior.

Coisa que eu não estava sendo no momento.

— Eu sei que você é. — ela disse séria e voltou olhar para a panela.

Como sempre eu havia ficado sem saber o que fazer, eu estava parecendo mesmo um adolescente descobrindo o mundo, e isso me irritava, porque eu queria ser homem o suficiente para passar por tudo sem problemas nenhum, sem sentir nenhuma perda.

— Os tomates não vão criar pés. — ela disse mexendo na panela, e me acordando.

Sorri sabendo que não era o momento de estar em crise comigo mesmo, porque eu queria aproveitar todo o tempo que eu teria com ela, mesmo que estivéssemos tão perto e distantes ao mesmo tempo.


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