Fearless escrita por lisiidly


Capítulo 1
Capítulo 1 - Changes




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Depois de morar a vida inteira em São Paulo, Annabeth Chase se vê obrigada a se mudar para New York. Sua mãe, Atena, estava um tanto deprimida depois da perda de seu marido que também era pai de sua querida filha, portanto, não agüentava mais ficar no país onde nasceu, cresceu e viveu metade de sua vida com ele. Mas Annabeth não era muito compreensiva com a situação, já que seu namorado e sua melhor amiga moravam em sua rua desde quando ela se mudou para lá. Ela sempre teve a ajuda e companhia deles, eles sempre foram totalmente verdadeiros com ela... Apesar de sua mãe questionar isso. Não gostava deles, sentia que tinha algo de errado ali, sempre sentiu. Só permitiu o namoro com Matheus e a amizade com Sofia, porque sabia que sua filha não tinha muitos amigos. Quer dizer, ela não tem mais nenhum amigo além deles. Ela era muito tímida e calada, e levou um certo tempo para ela poder se acostumar com os vizinhos. Não estava preparada para isso, depois de tanto tempo convivendo dia após dia com todos ali, era impossível não questionar, por mais que ela soubesse o final da discussão.

- Eu não quero ir! Não posso deixar São Paulo, aqui é tudo para mim! Não posso deixar o Matheus e nem a Sofia! – Esperneava uma garota aborrecida.

- Tente me entender querida... Eu não agüento mais ficar neste país. Seu pai era tudo o que eu tinha, e agora... Ele se foi. – Tentava explicar-se.

- Não me venha com essa chantagem... Eu não irei ceder desta vez! Você sempre envolve o meu pai para usar como desculpa. Mas não adianta, eu aprendi a me controlar.

- Não tem como voltar atrás. Partiremos agora, eu já pedi minha transferência para New York. Vai se dar bem lá, já que fala inglês perfeitamente.

- Eu não vou! – Finalizou Annabeth, sentando-se no chão como se fosse um protesto.

- Deixe de ser infantil, você já tem 16 anos!

- Eu não me torno infantil por não querer me afastar das pessoas que eu amo! – Annabeth se levantou, irritada.

- Vá terminar de arrumar suas coisas. – Atena havia perdido a paciência.

Annabeth decidiu parar de reclamar, sabia que de nada iria adiantar, aliás, ela ainda dependia de sua mãe. Correu até a varanda e sentou-se no balanço que tinha ali, pensando no quanto ia sofrer com a ausência de seus amigos, e por conta disto, não conseguiu impedir a única lágrima que corria pelo seu rosto que estava vermelho por conta da raiva.

- Annabeth? – Chamava uma garota que tinha o cabelo cacheado e negro.

- Sofia! Matheus! – Annabeth abaixava a cabeça, não queria que eles a vissem com aquela expressão. – Eu estou me mudando.

- É, eu fiquei sabendo. – Falou Matheus com indiferença, o que foi estranho para aquela situação.

- Só tem isso pra me dizer? Eu não vou mais te ver. – Perdendo o medo de mostrar sua expressão, ela levantou o rosto e olhou para ambos, que estavam de mãos dadas.- Mas que diabos...

- Annabeth, não sei a melhor maneira de dizer isso, mas... Acabou. – Matheus era curto e grosso, sem se importar com os sentimentos da garota.

- Desculpe-me amiga, mas... Espero que esteja tudo bem. – Completou Sofia, tentando amenizar a situação.

- Há quanto tempo?  - Annabeth se levantou. – Há quanto tempo vocês estão juntos?

- Hoje faz cinco meses. Estávamos com pena de te contar, sabíamos que iria ficar arrasada, já que você é louca por mim. E também, eu tenho 18 anos, não estava afim de ficar em abstinência. – Declarava o convencido.

- Corrigindo, eu era louca por ti. Agora, eu te desprezo. Na verdade, quero que vocês fiquem bem, aliás, vocês se merecem. E Sofia, querida amiga... – Annabeth sorriu, cinicamente.

- Sabia que você ia me entender, aliás, eu não tenho culpa por ser mais simpática e atraente que você. Sem ofensas, você se veste igual à um garoto e...

- Sofia, eu estava sendo cínica. Posso me vestir como um garoto e não ser tão simpática, mas pelo menos, não sou uma vadia que acha que raiz quadrada é uma espécie de planta.

- Mas não é?... Quer dizer, não é verdade! Pelo menos, tenho o que na verdade, você achava que era seu. – Finalizou Sofia, puxando Matheus para um beijo.

- Minha casa não é puteiro para você ficar se rebaixando dessa maneira. Se vocês não saírem daqui em exatamente cinco segundos, eu transformo a vida de ambos em um inferno, mesmo estando longe. E vocês sabem que eu sou capaz. – Mentiu Annabeth, pois não tinha coragem nem de prejudicar seu pior inimigo. Mas por outro lado, deu certo, pois não demorou nem dois segundos para ambos correrem daquele local, já que sabiam que a garota batia muito bem.

Annabeth entrou em casa e pegou sua mala, se segurando para não gritar ou chorar. É nessas horas que as pessoas se arrependem de não darem ouvidos à própria mãe, aliás, quase nunca elas erram. Depois de 1 ano namorando um garoto, ela descobre que ele sempre estava com outras garotas, ou melhor dizendo, sempre estava com Sofia, sua suposta melhor amiga. Era muita coisa de uma só vez, ela começou a se sentir inútil, como se sua existência não fizesse diferença naquele mundo, como se sua vida, não passasse de uma mentira mal contada.

- Mãe! Vamos logo, vamos perder o vôo! – Gritou a garota, andando até o táxi que estava na porta.

- Tudo bem, vamos. – Atena passou correndo pela porta e a fechou, sem se despedir da casa onde morava há tanto tempo. Colocou as malas no carro e sentou no banco de trás juntamente a Annabeth. – Querida, não pude deixar de ouvir... Você está bem?

- Porque as pessoas perguntam se eu estou bem se já sabem a resposta?!  - Pelo visto, ela ainda estava bastante irritada.

- Eu só perguntei. Mas eu sempre te avisei, não é verdade?

- O que eu menos preciso agora, é de você jogando coisas na minha cara.

__

Depois de horas de vôo, elas finalmente chegaram ao local desejado, ou seja, New York. A cidade era bastante movimentada e fria, já que estavam no inverno. Annabeth olhou para a casa à sua frente e estranhou um pouco de inicio, mas depois se acostumou com aquela aparência diferente.

- Não me falou que aqui fazia tanto frio! – Reclamou Annabeth, que abraçava si mesma. – E é aqui que iremos morar?

- Sim. Como ainda são oito horas da manhã, ainda dá tempo de fazermos a sua matricula antes de fazermos as compras para a nova casa.

- Onde eu irei estudar? – Perguntou Annabeth, curiosa.

- Fica à dois quarteirões daqui, vamos andando.  – Atena ia andando e puxava a filha.

- Mas e as malas?

- Ah, é mesmo! – A mãe que era esquecida correu até o taxista e pegou ambas as malas, levando rapidamente para dentro da nova casa e correndo até a filha. – Vamos?

- Okay. – Annabeth começava a andar, suas pernas estavam começando a ficar dormente por conta do frio, mas a preguiça de ir procurar um casaco na mala era maior.

- É uma escola pública, não vai precisar usar uniforme como no Brasil. – Atena tentava animar a filha, ela estava com a expressão cabisbaixa desde o acontecimento.

- Tanto faz... Só quero que me prometa uma coisa.

- Sim? Qualquer coisa!

- Nunca mais iremos voltar para São Paulo. – Annabeth se segurava para não chorar.

- Eu prometo. De agora em diante, iremos viver aqui. – A mãe sorria, estava contente por a filha estar começando a se acostumar com a idéia. Aliás, depois de pedir a transferência do trabalho, não poderia voltar atrás durante vinte anos.

Annabeth tentou um sorriso forçado, mas pareceu mais uma cara de choro. Ela levantou a cabeça e olhou para o lado, parecia que era a entrada da escola, e isso acabou deixando-a um pouco assustada. Era um lugar novo, com pessoas novas. Sabia que naquele país, existia bastante preconceito na escola, principalmente por parte das famosas lideres de torcida.

Enquanto estava perdida em seus pensamentos, Annabeth não pôde deixar de reparar em um garoto que passava ao seu lado. Ele tinha cara de ser o típico bagunceiro, mas que sabia a hora de parar. Além disso, era muito bonito, ela adorava olhos verdes e essa era a cor dos olhos do tal garoto. Ele olhou discretamente para Annabeth e deu um sincero sorriso, o que a fez corar instantaneamente e arrancar uma pequena risada do tal garoto.

- Huh! Parece que já está se dando bem, hein. – Brincava Atena.

- Mãe, sabia que é muito estranho uma mãe falar isso para uma filha?

- Sabia, mas sua cara é divertida.

- Minha cara de constrangimento? – Annabeth arqueava uma de suas sobrancelhas.

- Exatamente!

As duas resolveram ficar em silencio quando entraram na escola, era o primeiro dia que pisavam lá e não gostariam que chamassem a atenção. Foram direto para a secretaria e fizeram a matrícula, o começo das aulas, ou como Annabeth dizia: da entrada para o inferno, era amanhã às oito e meia. Ainda tinham que comprar o material, as coisas para a casa e colocar internet, ambas não viviam sem uma rede social.

Depois de um dia cansativo, elas finalmente terminaram. Entraram na casa e colocaram o colchão no chão para as duas dormirem, amanhã seria um longo dia.

- Sinto sua falta. – Sussurrou Annabeth antes de cair no sono.

__

-Annabeth! Está na hora de acordar. – Falava a mãe que acordava em um pulo.

- Mãe, já estou acordada desde quatro e meia. – Annabeth não tinha conseguido dormir direito, então desistiu de tentar quando seu celular tocou com um lembrete um tanto desagradável. – Hoje faria um ano e um mês.

- É querida, eu sei. Mas você tem que esquecer, agora é vida nova! Tanto para mim, quanto para você. – Atena procurava na mala uma toalha para poder tomar banho.

- Já coloquei as toalhas no banheiro e já tomei meu banho, portanto, estou saindo. Gosto de ser a primeira a chegar quando entro em uma escola nova.

- Txudu biem querrica! – A mulher estava escovando os dentes, portanto, era muito difícil de entender o que ela falava.

Annabeth estava vestindo uma blusa branca com um casaco largo por cima. Sua calça era reta e seu sapato, um all star, como de rotina. Colocou a mochila nas costas e foi andando em direção à escola. Arrependeu-se por não ter colocado um casaco que fosse um pouco mais grosso, não estava acostumada com aquele frio que deixava qualquer um gripado, e com certeza, também iria deixá-la. Entrou na escola e foi direto para a sua sala, onde não havia chegado ninguém. Como de costume, sentou no fundão, onde era seu local predileto, pois, não chamava atenção. Depois de dez minutos, entrou um garoto na sala, o que deixou Annabeth nervosa, pois era o mesmo garoto que lhe presenteou com um sorriso no dia anterior. Ela tentou se esconder, mas foi em vão, o garoto estava indo diretamente para ela.

- Novata? – Perguntava o garoto.

- Exatamente... – Respondia Annabeth, um pouco constrangida.

- Veio de onde?

- São Paulo, Brasil. – Annabeth estava sem coragem de prolongar aquela conversa.

- Wow, primeira pessoa de lá que vem estudar aqui. Você se acostuma rápido!

- Espero... Aliás, qual o seu nome? – A garota estava comemorando por dentro, pois tinha criado coragem para conversar com ele.

- Percy. Percy Jackson! – Ele estendeu a mão para Annabeth. – E o seu?

- Annabeth Chase. – Disse, apertando a mão do garoto logo depois sorrindo.

- Posso te chamar de Anny?

- Fique a vontade. – Demonstrou indiferença quanto ao apelido, mas na verdade, estava feliz, nunca ninguém lhe chamou assim, só era Annabeth, ou quando sua mãe estava brava, Annabeth Chase.

- Percy! – Gritava uma garota ruiva ao correr até o garoto e abraçá-lo. Ela parecia ser a típica gostosona. – Quem é essa?

- Han... Annabeth. – Falava a garota, desanimada. – E você é...?

- Elizabeth. – Respondeu a ruiva. Percy podia não perceber, mas Annabeth sentiu um tom de falsidade logo no primeiro oi. – Seja bem vinda à nossa escola, querida!

- Obrigado, eu acho... – Annabeth tentou ser simpática, mas era quase impossível. Não gostava principalmente de quem a chamava de querida. Só permitia que sua mãe a chamasse assim.

- Estava com tantas saudades de você, meu amorzinho! – A ruiva abraçou Percy e lhe beijou, o que deixou Annabeth sem graça e... Enojada.

- Acho que vou vomitar. – Sussurrou Annabeth para si mesma. Achava amorzinho um termo particular, não se deve chamar o namorado de amorzinho na frente dos outros, provavelmente ela vai ficar com vergonha e constrangido.

Ela virou-se para frente e ignorou aqueles que estavam se agarrando logo atrás dela. Esperou o inicio da aula, sendo simpática com todos que vinham lhe dar boas vindas. Uma professora que parecia ser rígida entrou na sala, sem se importar com a presença da nova aluna, o que era bom. Odiava quando tinha que se apresentar para todos. Elizabeth rapidamente saiu do colo de Percy e foi sentar-se na frente, fingindo que nada tinha acontecido.

- Ei. – Chamou Percy, cutucando Annabeth que estava quase dormindo. – Me desculpe, aquela é minha namorada, ela é muito ciumenta e quer demonstrar para todos que eu tenho dona.

- Tudo bem, já sou acostumada com esse tipo de gente. – Respondeu, tentando ser o mais educada possível.

- Bem, querendo ficar com a gente no intervalo, é só me procurar.

- Tudo bem. – Com certeza Annabeth não iria procurá-los.

O resto da aula se passou normalmente. Annabeth teve dificuldades para acompanhar no inicio, mas logo se acostumou. Ela adorava aula filosofia, e estava sendo interessante aprender com uma pessoa que realmente tivesse cultura, diferente da sua antiga professora. 


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