Remember escrita por K Valentine


Capítulo 39
Ela vai me enlouquecer




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[Tom Narrador Mode-On]

Quatro e meia da manhã.

Mal consegui dormir, minha cabeça está a mil desde que deitei. Fiquei rolando de um lado para o outro e nada do sono aparecer. Logo eu que sempre capoto na cama e durmo no minuto seguinte, cá estou mais aceso do que nunca. Eu precisava descansar, mas a lembranças de ontem não deixavam. Não consigo esquecer todos os maravilhosos sorrisos dela que provoquei.

Não vou mentir: tem sido assim desde a primeira vez que a vi.

No início cheguei a pensar que tudo isso não passava de viadagem da minha parte, mas depois me rendi à realidade. Confesso que ainda me dá um frio na barriga, um tremor, um medo de depender de alguém, de sofrer, de escolher errado, de lutar por algo que não vale a pena. Foi por isso que corri, tentei fugir. Eu me sentia um pouco perdido em meio a tudo isso, afinal acho que nunca senti nada parecido. Ela me assustava, porque era a única mulher que conseguia me deixar sem reação quando estava por perto. Às vezes chego a ficar puto, porque parece que ela é inalcançável.

E sabe desde quando uma mulher foi inalcançável para mim? NUNCA!

Eu sempre soube me virar e conseguia sair com a mais gata da boate no fim da noite. Tinha a mulher que eu quisesse! Mas agora não consigo nem jogar a real para a que eu mais quero... Meu Deus, o que está acontecendo comigo? Estou perdendo o controle de mim mesmo! E pensar que hoje ela estará no mesmo lugar que eu, toda linda, perfumada ...

Puta merda! Já são quase sete da manhã e eu aqui, parecendo um zumbi. A solução vai ser tomar um café bem forte e tentar recuperar o sono perdido depois do almoço. Levanto-me da cama e vou em direção à cozinha. Assim que chego na escada, já sinto o cheiro do café que Mary preparava.

– Bom dia senhor Kaulitz! – sorri ao me ver.

– Bom dia, Mary! Esse café é tudo que eu preciso nesse momento. – sento-me na bancada.

– Então irei lhe servir, aqui está!

– Obrigado.

– Credo! Que cara é essa? Parece que você andou sendo atropelado por um caminhão de madrugada! – Bill faz careta ao me ver. – Bom dia, Mary! – vai até a empregada e lhe dá um beijo na testa, sentando-se na bancada em seguida.

– Bom dia senhor Kaulitz!

– O que aconteceu com você? – ele me olha.

– Insônia, você conhece? – digo, seco e forçando um curto sorriso.

– E mal humor também, né? Socorro! – ele faz uma pausa. – Você tem é que estar feliz, afinal hoje a noite promete! – diz, sorridente.

– Não começa! Eu nem sei se a sua ideia vai dar certo, as coisas estão muito recentes ainda para eu já chegar falando tudo assim, de uma vez. Então trata de ficar de boa aí!

– E você vê se larga de ser frouxo! Vai perder a chance de novo? – me interroga, provocando. – Não acredito!

– Só não quero estragar nada. Se eu achar uma brecha, falo, se não, paciência. E não me enche! – levanto-me. – O café estava ótimo, Mary! Obrigado. – saio, deixando Bill na cozinha.

Tem horas que ele me pressiona muito. Eu quero fazer as coisas direito, no meu tempo. A Alicia é o tipo de pessoa que não dá pra prever e ela nunca deixou claro que se quer sente algo por mim, além de amizade. Então preciso ser cauteloso para não assustá-la. Se eu fizer algo errado, sei que tenho muito a perder.

***

Consegui recuperar um pouco do meu sono à tarde. Ainda bem, caso contrário não ia durar nem duas horas naquela boate. Eu estava ansioso, escolhi a minha melhor roupa e fui direto pro banho. A única coisa que vinha em minha mente era a possibilidade da minha vida mudar completamente essa noite e o nervosismo tomava conta.

Eu só queria que tudo desse certo.

Estava quase na hora. Bill queria sair de casa às onze e como ele sempre foi extremamente pontual, eu não poderia me atrasar. Coloquei a roupa, borrifei meu perfume preferido e imaginei se ela também iria gostar do meu cheiro... Enchi um copo com whisky para tentar acalmar os ânimos.

– Está pronto? – Georg surge na porta.

– Sim. – respondo. – Nem vou perguntar se estou bonito porque sei que você vai dizer que sim. – dou uma golada no resto do whisky.

– Com esse cheiro de gambá? Vai nessa! – ele ri, debochado. – Bora lá! – saímos andando.

Entrei no carro e meu coração disparou. Respirei fundo e tentei não transparecer para os caras o quão nervoso estava. Chega a ser pior do que a sensação que tive na primeira vez que subi num palco. Segui o caminho conversando e rindo, como sempre. A boate ficava à mais ou menos quinze minutos do condomínio. Tempo esse que voou. Quando me dei conta, já estávamos a um quarteirão do local.

– Dê a volta, tem um estacionamento restrito que a imprensa não tem acesso. – disse Bill.

– Ainda bem! Muito melhor assim. – comenta Gustav.

Descemos do carro e Bill pegou em meu braço.

– Vai dar tudo certo, meu irmão! – sorriu, confiante.

– Assim espero. – rio de nervosismo.

A boate já estava cheia. Assim que passamos da portaria, fui direto pro bar com Georg pegar uma bebida forte pra relaxar. Sentamos em uma mesa no canto onde Bill e Gustav já estavam, e no caminho até lá, corri o olho pelo local e não vi nenhum sinal dela ainda, o que foi me deixando mais aflito.

Algum tempo depois, eis que a vejo vindo em nossa direção junto da Gaby e do Brad. Ao me ver, estampou aquele largo sorriso no rosto e continuou caminhando em minha direção. Me levantei e ela me abraçou forte. Naquele momento eu percebi, que queria sentir aquele abraço durante minha vida inteira, ainda que uma vida fosse pouco tempo perto da minha imensa vontade de ficar ao lado dela.

– Que perfume delicioso! – exclama, me olhando e sorrindo.

– Obrigado! – digo, sem jeito.

Ela se vira para cumprimentar os caras e Georg me dá um cutucão, rindo.

– Amei aqui, gente! É maravilhoso. – comenta ela.

– Sabia que você ia gostar! Os ambientes são sensacionais, você viu? – Bill pergunta.

– Não! Vamos lá? Assim aproveito e pego uma bebida. – Alicia chama Bill, saindo da mesa em seguida com ele e com Gaby.

A noite estava só começando. Enquanto eu estava sentado lá com Brad e os G’s, percebi várias garotas passando e me encarando. Em outros tempos eu já teria ido caçar, mas agora a situação era diferente. Fiquei bebendo e conversando com os caras, conseguindo assim deixar um pouco o nervosismo de lado.

Na boate, havia muita gente famosa. Como nós da banda éramos meio que novatos na América, não tínhamos muitas amizades naquele meio ainda, a não ser com produtores. Assim, hora ou outra alguém passava e cumprimentava primeiro o Brad e depois a gente.

Bill voltou para a mesa com as meninas depois de uma eternidade. Se antes eu estava nervoso, agora estava a ponto de ter um ataque. Dou uma golada na bebida e tento agir normal, nada pode dar errado hoje!

– Noooossa! Eu amo essa música! – comenta ela. – Vamos dançar Gaby!

– Ai amiga, esse sapato está me matando! Acho que vou ficar te devendo essa.

– Eu vou com você! – diz Brad.

Os dois se levantam e vão andando e eu observo cada passo dela, que já sai no clima da música. Quando ela chega na pista e começa realmente a dançar, eu mal acredito no que estou vendo. Fiquei hipnotizado. O jeito que ela se movimentava fazia qualquer um pirar. De tão entorpecido, passei a ver aquela cena em câmera lenta, o que ficou mais interessante principalmente com os sorrisos que ela soltava. Parecia que ela conseguia sentir a música a cada batida e expressava isso maravilhosamente bem.

Ela vai me enlouquecer desse jeito. – comento perplexo com Georg e saio em seguida.

Se eu ficasse mais dois segundos ali eu nem sei o que poderia acontecer. Fui em direção ao bar e pedi a bebida mais forte que ele tinha lá. Aquela cena não saia da minha cabeça, nem agora e nem nunca mais. Depois de uns minutos, volto para a mesa e no caminho percebo que apenas Brad voltou.

– Cadê a dançarina? – não me contenho e pergunto.

– Foi ao banheiro. – responde Bill, me olhando como se quisesse fazer algum comentário, mas não dei bola.

Conversa vai, conversa vem e muito tempo havia se passado. Nada da Alicia voltar. Começo a ficar apreensivo. Onde será que ela se meteu?

– Você não acha que ela está demorando muito? – pergunto a Georg.

– Pensando bem, está mesmo... Por que você não vai procurá-la e aproveita a chance? – ele incentiva.

– Acho que é a hora. – tomo coragem e vou.

Ando de um lado para outro e nada dela... O ruim de a boate ser grande e ter vários ambientes, é que poderíamos nos desencontrar com facilidade. Quando chego na área externa, tenho uma péssima visão.

Alicia estava lá, beijando outro cara.

[Tom Narrador Mode-Off]


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Notas finais do capítulo

Quem será o cara que a Alicia estava beijando?! Só posso adiantar que era um CANTOR famoso!
Me contem tudo o que acharam do capitulo nas reviews!
Se houverem erros, por favor me avisem!
Küsse :*



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