A Mil por Hora escrita por Utakata Bad Boy, Fanclub_Tsukai


Capítulo 1
Capítulo único.


Notas iniciais do capítulo

Deixem reviews, não é legal escrever pras paredes.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/131096/chapter/1

Era uma noite animada como todas na cidade de Tókio em dias de corrida, e todos estavam lá como sempre estiveram. Particularmente nunca gostei de platéia, correr era algo que eu fazia apenas para me divertir e nada mais do que isso. Mas claro que a sensação de ganhar era algo espetacular, eu não poderia negar isso.
Sei que muitos consideram isso algo perigoso, mas é porque não sabem o que é a sensação de estar a mais de mil por hora em uma pista. Esquecer-se dos problemas, das dores. Apenas eu, meu carro e a pista. Sem importar-me com mais nada. Nada de arrependimentos, nada de tristeza e nenhum rastro de ódio.

– Teme, vai fazer aquecimento hoje? - Naruto meu melhor amigo perguntou encarando-me fixamente.
– Você não se cansa de perder pra mim, não? - sorri de canto, ao lembrar-me da cara de frustração que ele sempre faz ao perder as corridas.
– Eu só te deixo ganhar pra você se sentir confiante durante as corridas - fez uma expressão emburrada.
– Claro - debochei. – Não vai dar tempo de fazer o aquecimento hoje, vou correr daqui a 5 minutos - falei saindo de cima do capô do meu belo Skiliner vermelho. – Me faz um favor, dá uma revisada no Taka pra mim - falei jogando as chaves do carro para ele.
– Que nome ridículo pra um carro - franziu o cenho. – Daqui a 10 minutos tô de volta.
– Se tiver um amassado no meu carro, considere-se um homem morto - falei, com minha expressão fria de sempre.



Coloquei as mãos nos bolsos, caminhei na direção da arquibancada e me dirigi até a área onde ficavam os carros.


– Eu vou correr com quem hoje, Itachi? - perguntei, apertando a buzina do carro do meu querido irmão apenas pra irritá-lo e assustá-lo.
– Caralho, eu vou te matar seu emo, viado - ouvi a voz de Hidan após ele bater com a cabeça no capô.
– Desculpa aí, Hidan, achei que fosse o meu irmão - falei educadamente, recuando um passo e preparando-me para correr.
– Se ferrou irmãozinho tolo - aquela besta surgiu do nada. – Refri? - falou me jogando uma lata de coca-cola.
– Valeu - respondi, abrindo a latinha; afinal, estava com sede. – Vou correr com quem hoje?
– Com o vencedor da última corrida de Tókio - ele respondeu. – Ainda não sei quem é, só sei que o cara é bom no que faz.
– Eu sou melhor - respondi, tomando um gole da coca. – Cadê o Naruto com meu carro? Já se passaram 10 minutos.
– SAI DA FRENTE! - um débil mental gritou, derrapando o carro e parando bem perto de nós. Por pouco não fui atropelado. – Que bom que não acertou. Já pensou se amassa o capô?
– Tinha que ser você Deidara - reclamei. – Tá querendo matar a gente?
– Na verdade eu queria matar o Itachi, mas nunca dá certo - respondeu. Francamente me assustei com aquilo.
– Olha a hora - Itachi chamou nossa atenção – já ta na hora, Sasuke, e vê se não me faz vergonha; afinal, tenho uma reputação a manter.
– Correr pra mim é uma arte, tô pouco me lixando pra sua reputação - respondi indo em direção à pista.


Caminhei até o ponto de largada e me pus a esperar meu carro, que Naruto, por sinal, estava demorando a trazer. Encarei o relógio por alguns segundos e quando menos esperei vi um carro prateado parar em minha frente, pra ser mais exato ele praticamente derrapou quase me atropelando. "Qual é? Hoje é o dia nacional de tentar atropelar o Sasuke?", pensei.



Olhei para o veiculo e após abaixar o retrovisor consegui avistar meu concorrente, ele estava com um capacete impossibilitando que eu visse seu rosto. Ele apenas fez um sinal de jóia - acho que me cumprimentando -, fiquei meio sem saber o que fazer e apenas o ignorei. Uma música alta começou a tocar do carro - sério, desta vez me assustei, pois estava bem alta. Estava tocando Bleed It Out, do Linkin Park (é, parecia que meu concorrente tinha bom gosto para músicas). Só não me conformei dessa ser a "minha música", afinal minhas entradas sempre aconteciam com esse som lembrando-me aquele ar 'Velozes e Furiosos'.


– Ei, Itachi? - chamei meu irmão de maneira sutil. – Qual é o nome daquele indivíduo? - apontei para o ser dentro do carro.
– Ninguém sabe - ele respondeu tomando outra latinha de coca-cola (que vicio!). – Só sabem que o chamam de "C".
– Cê? Uma letra ajuda muito. - Falei com sarcasmo.
– A culpa não é minha se ele quer manter sua identidade misteriosa, ué - ele deu de ombros, e naquele momento percebi que tinha um irmão irresponsável. Me deixar correr com um desconhecido assim... Vai que é um maluco e eu tô perdido?


Esperei mais alguns minutos e o maldito Naruto que não aparecia. Eu estava quase perdendo a paciência quando aquele débil mental finalmente apareceu (só de pensar que pedi apenas uma revisada...), mas claro que ele estava correndo com meu carro, apesar de eu ter dito para estar lá em 10 minutos. Corri até o veículo e praticamente o expulsei. Liguei o motor e fui até a linha de largada. Esperei a contagem regressiva para dar a partida e em seguida pisei no acelerador com força, largando com o carro.



Em questão de segundos era apenas eu e a pista, uma adrenalina inexplicável tão viciante quanto uma droga. Na real, quem precisa de drogas quando se existe algo natural como adrenalina? Embora fosse perigoso, eu não me importava com isso: para mim bastava apenas estar à mil por hora. Na estrada os sonhos não tinham limites - pelo menos era no que eu escolhia acreditar.


A corrida foi bastante calma, claro que de um jeito de um corredor, pois até então não havia problemas. Era apenas a disputa pelo primeiro lugar. Estávamos no percurso de uma avenida, dirigindo-nos até a direção da orla da praia para chegar à linha de largada. Tudo parecia bem até que sirenes atrapalharam o silêncio envolvente daquela noite.


– Droga, a polícia! - praguejei, olhando pelo retrovisor. – Interessante - sorri de canto ao perceber tamanho desafio à minha frente.


Olhei para o lado e vi meu concorrente fazendo algo. Era deveras corajoso virar o carro no meio da pista e começar a correr na contra mão. Tentei fazer uma manobra também e, vendo que os policiais aceleravam para tentar alcançar-me, parei o carro bruscamente no acostamento - começando a correr de ré e passando por eles na contra mão. Rapidamente virei o carro, entrando em um beco de uma esquina, na intenção de ir atrás de meu concorrente. Não o perderia de vista, já que estava com vontade de ver suas habilidades. Aquilo havia se tornado bastante divertido...


Acabei por alcançá-lo na pista novamente. Parecia querer desafiar-me ao sair da estrada e começar a correr em pleno parque, mas acabei por segui-lo. Encontrei-me em uma corrida mais difícil do que imaginara. A propósito, desviar de árvores e bancos não era uma tarefa fácil. Entretanto, ele era bom nisso, tanto que havia conseguido me deixar para trás. Mas não, eu não me daria por vencido.


Lembrei-me de tudo o que havia aprendido com Itachi em todos esses anos, e pela primeira vez tudo que ele havia ensinado-me estava servindo para algo. Continuei a observar minha frente quando vi que meu rival estava virando novamente (mas que cara exibido, parecia gostar de se mostrar). Acabou seguindo para a orla e, quando dei por mim, já estava na mesma pista novamente. Como era possível eu correr em círculos sem nem ao menos perceber? Por fim decidi por concentrar-me no fim da corrida, quando algo inesperado aconteceu; parecia que aquele ser misterioso gostava de me surpreender. Eu até poderia ter ignorado aquela ação e terminado a corrida, porém não o fiz: acabei decidindo-me por seguí-lo, pois a essa altura do campeonato a curiosidade já conseguia me tirar a concentração.


Segui-o por toda a cidade até parar em frente a um estacionamento abandonado. Ele fez questão de ir até o ultimo andar do local e eu me perguntava o por quê. Mais exibicionismo?



Ao chegar lá encima no topo, acabei por encontrá-lo encostado no capô do carro, com os braços cruzados parecendo esperar por algo.

– Me pergunto o porquê disso tudo. Não vai terminar a corrida? - falei em meu tom frio costumeiro, enquanto saía de meu carro, e a única resposta que obtive foi o silêncio. – Não vai dizer nada? - Continuei.
– Essa corrida já acabou pra mim - surpreendi-me ao ouvir o tom de voz doce e ao mesmo tempo familiar. – Sasuke-kun. - Mal acreditava em meus olhos.
– Sakura? - falei atônito ao confirmar que o meu rival era "ela"?
– E aí, gostou da minha performance? - ela perguntou em um tom sedutor enquanto retirava o capacete deixando seus longos e delicados fios rosados caírem por cima de seus ombros, e naquele momento só uma coisa veio à minha cabeça ao notar detalhadamente sua roupa de corrida: "Sem dúvida isso é sexy", pensei dando um sorriso de canto inconscientemente.
– Você não me respondeu - ela falou irritada, enquanto me encarava com aqueles orbes verdes extremamente hipnotizantes. – Não me diga que é machista?
Sou, claro que sou, mas eu não ia falar isso.
– Não - disse meio sem jeito, claro como encontrar a maneira certa de dizer "Não ouvi uma só palavra do que você disse". – Eu ainda não to acreditando que você é o "C", o corredor que venceu a estadual.
– É a Cê, Cherry, pra ser exata - ela sorriu. – Se eu dissesse que sou uma garota, provavelmente se recusaria a correr comigo. Porque seria humilhante pro grande Sasuke perder pra mim, uma garota irritante no seu ponto de vista.
– Essa corrida não acabou ainda - deixei meu orgulho falar mais alto. Afinal, eu estava certo, ninguém havia perdido nada. – Você é corajosa, tenho que admitir.
– Não faz idéia do quanto - em um movimento brusco ela colou seu corpo ao meu, tão rápido que nem a notei sair do meu lado e vir parar na minha frente. – Eu fiz tudo isso por você.
– Por mim? - perguntei, completamente confuso.
– Um pouco. Era a única forma de chamar sua atenção.
– E por que iria querer chamar minha atenção? - respondi, fazendo-me de desentendido, já que não sabia o que dizer.
– Você só liga pra corridas, sempre foi assim. Essa foi a única forma de chegar até você - ela falou aproximando-se de mim.
– Pelo visto conseguiu - dei um meio sorriso, encarando seus olhos mais profundamente. Senti algo estranho no estomago à medida que ela se aproximava de mim, era difícil de ser explicar. Eu só sabia que já havia sentindo isso antes.

Os segundos pareciam correr em câmera lenta. Palpitação, respiração ofegante, um frio na barriga assim como um calafrio na espinha... Falta de ar... Adrenalina... Ansiedade... Êxtase... Coração à mil por hora.

Um beijo caloroso e profundo foi o que senti ao notar que seus lábios tocavam os meus. Fechar os olhos, sentir o clímax, foi o que fiz. Seu perfume envolvia-me.


Suas mãos em minha nuca, minhas mãos em seu corpo. Frio. Apenas o capô de um carro frio, numa noite fria que estava tão... "quente".

– Não vamos terminar essa corrida? - provocou-me.
– Pensei que já estávamos em uma. Parece que de um jeito ou de outro saí ganhando - tomei seus lábios novamente, segurando sua cintura com mais força e invertendo nossas posições - desta vez pressionando-a sobre o carro.


Nossos lábios se tocavam de maneira ardente, eu queria lhe roubar todo o ar naquele momento. Demorei mais alguns segundos até separar-me dela.

– Temos uma corrida pra terminar - falei roçando nossos lábios novamente sem ao menos deixá-la responder. – Prepare-se para perder - soltei-a bruscamente correndo até meu carro e pisando fundo.


Talvez compartilhar a pista fosse melhor do que estar nela sozinho. A solidão era minha amiga e a companhia era meu êxtase. A noite era minha testemunha e a velocidade era meu limite.



Concentrei-me na pista não deixando que ela roubasse minha atenção outra vez. Embora, eu me considerasse um vencedor, de todas as formas, só acabaria quando o último carro cruzasse a linha de chegada. A sensação deixada naquele momento era única. Toquei meus lábios levemente com a língua, recordando-me de cada segundo do que ocorreram minutos atrás. Libertei-me desses devaneios e voltei a encarar a pista, a fim de vencer aquela corrida, a melhor corrida.


Faltavam poucos segundos até tudo finalmente terminar, a linha de chegada estava a poucos metros e faltavam poucos segundos para cruzá-la. Fixei-me em meu objetivo final, as luzes oscilavam receptivas e os gritos histéricos eram convidativos ao grande vencedor.


Fiquei atônito ao descer do carro depois de finalmente concluir meu objetivo, pois não acreditava no que meus olhos presenciavam. Eu havia perdido? Era isso mesmo?


Demorei um tempo para engolir meu orgulho e finalmente aceitar que Sakura havia vencido a corrida. Era realmente muito difícil deixar meu ego de lado e ir parabenizá-la, até que finalmente percebi algo, eu também era um vencedor. Corrida ou não naquela noite eu havia ganhado algo importante.


Acabei sorrindo de leve sem nem ao menos entender o porquê, esperei todos se afastarem e caminhei sutilmente até ela - que se encontrava perto de seu carro de corrida -, enlacei sua cintura não me importando o que os olhares curiosos sobre nós. Sem demora finamente selei nossos lábios em mais um beijo caloroso. Nada precisava ser dito, apenas um beijo era o suficiente. Eu não era um perdedor, jamais seria.



O Sangue ferve na medida em que o tempo passa... Paixão? Realmente não sei.

Apaixonado... Realmente apaixonado por esse estilo de vida e quem sabe por algo a mais.

Viver... Correr... Sentir...

Era apenas uma corrida, diversão. Era apenas uma Arte; a arte de correr, a arte de deixar seu espírito no limite, a arte de viver a mil por hora.

Perder? Vencer? Desta vez nesse jogo não havia perdedores, apenas um vencedor: Eu.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Não faço a mínima idéia do porque escrevi essa one, simplesmente estava ouvindo música e surgiu a idéia, simplesmente escrevi e isso que normalmente não acontece, sério eu não me empolgo tanto. Bom, junto com essa surgiram varias outras ones como se fossem continuações, mas não sei se as postarei, pode ser que sim e pode ser que não. E bom, se tiver a continuação terá o mesmo nome apenas com um complemento.Ok a segunda one caso eu posta é a Mil por hora 2 - Desafio no México. Espero que tenham gostado.