(Yuuki)

-V-você? - eu indaguei com um olhar de surpresa, mas minha voz mostrava apreensão.

-Sou seu guarda-costas a partir de hoje, espero q você não me irrite, Yuuki. - falava Zero friamente, com seus olhos rondando a casa inteira.

Ele jurou que iria me matar, eu tinha que perguntar... Mas tinha medo.

-Zero... Você não disse que ia- - ele me interrompeu.

-Não agora. Preciso de um motivo concreto para isso. Enquanto isso, eu preciso viver com o dinheiro que ganho com a associação. - ele adorava interromper as pessoas! Ele foi entrando. Olhava as janelas, mas nunca diretamente para mim.

-Então... Posso mostrar onde será seu quarto? - perguntei apreensiva de novo.

-Mostre. - disse frio como gelo. Ele era irritante nesses momentos.

Subi as escadas grandes e largas de minha casa e Zero me seguia por trás. Estava louca para olhar para trás, mas tinha medo da reação dele. Entrei num corredor com nove portas, quatro na direita, quatro na direita e uma no meio do corredor.

-B-bem... Aqui será seu quarto. - abri a primeira porta a esquerda. - no meio, é o banheiro, certo? Já tem toalhas e lençóis limpos. - olhava esquivando seus olhos lilaces. - pode se acomodar, depois aviso quando vamos servir o almoço. - fui me dirigido á escada.

-Yuuki. - Zero falou, eu me surpreendi e olhei com alegria assim posso dizer. - O-obrigado. - ele fechou a porta. Senti-me até aliviada. Eu preferia que tivéssemos uma relação normal dentro daquela casa por enquanto.

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(Zero)

Por que pedi desculpas? Tem momentos que ser cordial demais me irrita, mas aquele rosto dela, praticamente radiante por eu ter falado "obrigado"... Deixou-me com vontade de... Sugá-la a ponto de ela morrer. Isso me matava por dentro, dia a dia.

Sentia um cheiro de... Curry. Era meu prato favorito, parecia que Yuuki estava fazendo. Ela quer me agradar, pelo que eu conheço a peça, mas só quero ser um guarda-costas... Que droga! Esse maldito Kaien... Ele me paga quando eu voltar para a associação.

(memória Zero)

-Kiryuu-kun, Tenho uma missão para você. - falava o Diretor com uma apreensão de quem ia aprontar algo.

-Qual é? E o mais importante: eu vou ganhar bem? - perguntei frio, curto e grosso.  Sou rápido em respostas.

-Sim, você ganhará bem... Mas será uma missão para uma pessoa importante para mim, então, quero que ouça com atenção... - Kaien pausou em seguida. - você será...  Guarda-costas de um vampiro. - senti meu corpo endurecer e meus olhos se encherem de raiva.

-Por que um vampiro? - perguntei quase gritando.

-Porque essa pessoa é o líder dos vampiros e sua noiva estará sozinha por alguns dias... – Kaien me olhou, eu já sabia de quem ele falava. - você sabe quem é não é Kiryuu-kun? É a Yuuki. - minha garganta parecia queimar naquele momento. Minha sede... Estava pior do que eu imaginava.

-Certo... Só se eu ganhar bem farei essa droga de missão. - falei frio e esquivo.

-Obrigado Kiryuu-kun. Ah! Prometa que não fará nada contra ela ou o Kuran, certo? - falava Kaien.

-Certo... Só farei minha missão... - terminei de falar e me dirigi à porta.

(fim das memórias de Zero)

-Zero!!! - ouvi quase inaudível uma voz suave. Eu estava imerso em minhas lembranças.

Ouvi passos vindos até o quarto onde eu estava. A porta rangeu e vi um cabelo marrom escuro e longo sobre a porta.

-Venha Zero. Preparei algo que você adora! Curry! - disse Yuuki feliz, parecendo que demorou muito para fazer, ela estava toda suja de curry e arroz.

-Estou sem fome. - disse frio, senti que seus olhos se abaixaram.

Vi uma mão me segurando de leve.

-Zero não faça desfeita comigo... Mesmo sendo inimigos para você, ainda acho você o Zero normal. Por favor, venha comigo, odeio comer sozinha, você sabe! Hehe - Yuuki sorria para me levar a mesa.

-Aff... Tudo bem... - bufava enquanto eu levantava.

Fomos à mesa grande, de doze lugares, tão vazia para só duas pessoas... Eu estava numa ponta e ela em outra. Nós nos olhávamos como se houvesse algo que nós dois quisessem falar.

-Aiai... A empregada faz umas coisas tão absurdas! Haha - Yuuki riu discretamente e levou seu prato, talheres e o copo para uma cadeira do meu lado. - odeio quando ela me desaproxima dos outros. - ela me olhava.

Parece que algo estria para acontecer naquele dia... Um pressentimento estranho me rondava...