(Yuuki)

Eu estava realmente assustada com o que tinha acontecido. Quase fui morta por um level E. Sorte que Zero é um timo caçador e percebeu minha ausência.

-Yuuki, tenho que reportar o que houve para o diretor e para isso precisamos sair daqui, desse calabouço, porque alguém já descobriu seu paradeiro. – Zero falava meio aflito ainda. Tínhamos acabado de sair da estuda, que ainda tinha vestígios daquela luta de olhares.

-Zero... Mas não seria mais perigoso sair daqui? – perguntei medrosa.

-Na verdade não. Já sabem onde você está. Só colocaram aquele desgraçado aqui para ter certeza, por isso preciso tirar vocês daqui. – ele afagou meu rosto e deu um pequeno sorriso. – Yuuki, fique tranqüila, eu vou te proteger de todo o mal. – eu o abracei.

-Está com fome Zero? – perguntei para quebrar o gelo. – eu estava fazendo o almoço quando tudo isso aconteceu... Acho que nem vai adiantar continuar a fazer, deve estar fria a comida... – ele pegou em minhas mãos, levemente, acariciando-as com seus lábios macios.

-Você sabe do que necessito Yuuki... – ele pegou em minha cintura, me virou de costas e me bateu na parede, eu gemi de dor. – quero o alimento que mais gosto... Sangue... É o que nos alimenta Yuuki. – ele sorriu malicioso. – se você não quiser que eu faça isso tudo bem...

-Z-Zero... – eu falei quase inaudível. – tudo bem, se você quer, pode fazer... – fechei meus olhos para não sentir suas presas fincando em meu pescoço. Meu coração acelerava cada vez mais. – ele sorriu novamente.

Zero foi cheirando meu pescoço até perto de minha orelha, ele a mordeu e em seguida voltou a me cheirar, como um lobo sedento por alimento. Ele foi descendo até a curva de meu pescoço, lambeu meu pescoço, gemi.

-Eu te amo Yuuki... – ele falou em minha orelha. De repente ele foi fincando suas presas no pescoço, cada vez a dor aumentava, mas era prazeroso para reclamar, era o que eu queria ser, o único alimento dele. – eu ouvia cada sugada que ele dava no meu pescoço, era tão estranho e frenético, eu também queria fazer aquilo. As batidas do seu coração aceleravam cada vez mais, era alucinante aquele cheiro de seu sangue carmesim, eu queria muito!

-Zero... – eu falei o afastando de meu pescoço, ele parecia estar sem fôlego, mas também, havia sugado muito sangue, eu estava fraca. – estou com sede também... – ele sorriu e apontou para seu pescoço. Sem cerimônias fui já o atacando, sedenta pelo seu sangue. O mordi rapidamente, ele gemeu de dor. Fui sugando seus sentimentos misturados ao rancor com os vampiros, mas aquilo já era passado, Zero estava junto á uma vampire sangue-puro.

-Yuuki... – Zero afagou meus cabelos, suavemente. – precisamos ir agora para a cidade, falar com o diretor. Pode aparecer alguém aqui, que nem antes... – eu me afastei. Ele me olhou profundamente e me deu um selinho. Em seguida, ele lambeu meus lábios cheios de seu sangue, eu corei e ele faz uma cara de desgosto. – meu sangue é ruim! Como gosta? – eu sorri, ele entendeu o porquê.

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Já tínhamos arrumado as malas para a viagem, eu ia mesmo embora daqueles confins do mundo. Eu estava feliz, mas pensava em todo o momento em Kaname-sempai.

-Aiai... – suspirei. Eu me despedia daquela casa onde havia tantos momentos que passei com o onii-sama.

-Vamos Yuuki? – Zero perguntava, estendendo sua mão em minha direção. Eu assenti, segurando suas mãos frias. Aquilo era um novo começo que seria difícil.

Fomos de carro, demoramos umas 2 horas até a estação de trem e mais duas no trem até chegarmos à cidade onde ficava a associação.

Antes paramos num prédio velho e pequeno que havia perto da associação, fomos entrando e tudo fazia rangidos. Aquilo era meio sinistro.

-Entre Yuuki. É humilde, mas nenhum vampiro pensaria que você esta na casa de um caçador... – era um lugar pequeno, sem ventilação praticamente e escuro.

-Posso abrir as janelas?  - eu falei inocente. Zero assentiu, mesmo não querendo. Ele não gostava de luz.

Abri as cortinas violentamente e via a rua molhada pela chuva, aquilo era nostálgico. Abri em seguida a janela, que estava meio travada, mas com minha força sobrenatural, consegui abri-la. Aquela brisa parecia querer me pegar e me levar para o céu, era tão bom. Senti alguém segurando minha cintura e respirando em meu ouvido. Zero me abraçou calorosamente.

-Desculpe-me se não havia lugar melhor para você Yuuki... – ele falava meio envergonhado. Eu virei para ficar cara a cara com ele.

-Não faz mal Zero... Eu estou feliz só com isso... – o beijei delicadamente, mas ele me pegou forte pela cintura e me fazia ficar louca com suas caricias enlouquecedoras. Seu beijo era muito melhor do que de Kaname-sempai, que nem fazia uma forcinha para melhorar. – arf, arf... – eu arfava para recuperar o fôlego, eu estava corada ao bastante para Zero rir de mim e foi o que ele fez. – bobo! – fiquei de cara fechada, ele sorriu e me abraçou.

-Vamos para a associação? – ele falava. Fiquei meio estática. Estava com medo daqueles homens assustadores. – Yuuki, não precisa ter medo, eu estou com você e, além disso, você é a queridinha do diretor... – eu assenti e fomos até lá.

Chegamos com Zero atracado em minha mão, nem olhava para os lados. Eu estava receosa e com razão, todos me olhavam meio com certo espanto. Paramos em frente a uma porta de madeira maciça, cheia de detalhes estranhos, mas estava velha ao bastante para ter uns 100 anos. Entramos na sala. Era grande e medieval, de tijolos e com uma mesa grande á nossa frente. O diretor estava sentado lá, olhando um bloco de papel.

-Ah! Zero? Yuuki? – o diretor falava surpreso, soltando na hora o bloco e tirando seus óculos, ele não parecia acreditar que eu estava lá. – que surpresa ótima! Como você está filhinha? – ele se levantou e me abraçou, tirando as mãos de Zero das minhas. – que saudades...

-E-Eu estou bem diretor... Quer dizer, pai... – eu falei meio que feliz até, mesmo tendo vindo por outro motivo mais sórdido.

-Por qual motivo vocês DOIS estão aqui e ainda por cima estavam de mãos dadas? – diretor falou curioso, eu corei, esquivando do olhar dele.

-Vim relatar que Yuuki foi atacada por um level E hoje de manhã, em sua casa. Eu a trouxe para ela não ficar em perigo constante. - Zero falava frio como gelo. Ele era rápido em respostas diretas.

-Hum... O que houve? – diretor falou. – ah claro! Sentem-se antes, talvez esse assunto seja longo...

Sentamos-nos e ficamos lá, falando do que havia acontecido e o diretor fez já um esquema para me deixar em segurança até a volta de Kaname-sempai.

-Mas... Ainda estou intrigado com algo. – diretor falou, eu emudeci, Zero olhou para baixo. – vocês estavam de mãos dadas, houve algo a mais? – corei no exato momento, Zero ficou mudo. – não precisam ter vergonha...

-N-Nós... Nós... Fizemos amor e descobrimos que nos amamos. Pronto! – falei de cabeça baixa e quase gritando. O diretor ficou mudo, mas de repente ele começou a gargalhar.

-Me expliquem isso. Tim-Tim por Tim-Tim... – diretor falou, parecia que teríamos muito assunto pela frente...