Eu beijei-lhe a face

Lágrima fria escorreu
Num rosto inocente ficou
Canção de meu amor

Eu lhe acaricei os cabelos
De meus dedos fugiram
Num rosto inocente desapareceu
Sorriso que nunca foi meu

Eu caminhei para além do portão

Uma chuva fresca me recebeu
Eu não ouvi nenhum adeus
Eu apenas caminhei para além do portão

Não havia nenhuma certeza
Tão pouco satisfação
O caminho a minha frente
Guiava-me apenas para uma vasta escuridão

Homens fracos e fortes
Rostos juvenis e idosos
Tudo numa pintura negra
Para todos, para tudo, acabado.

Entre os sonhos destruídos
E o sangue inimigo
No delírio de um caído
Vi o sorriso que nunca foi meu

Rosto inocente, madeixas de sol

Anjo de tantos sonhos
Erradiando a luz que tanto buscava
Nos campos enegrecidos da batalha

Assim, esquecido do mundo
Deixei me guiar por mãos amigas
Que nunca esqueceram-se de mim
E meu corpo elevou-se no ar, para além daqui.

Eu não sei mais o que aconteceu
Se a guerra acabou ou não
Eu não sei quanto tempo se passou
Desde que minha alma aqui repousou



Ela lembrou-se de mim
E já não dói mais as feridas
Já não há mais lágrimas e vilanias
Somente eu e ela, nesse céu sem fim.

Assim quero que seja
Pelos tempos imemoriais
Nessa luz inocente que me leva
Nesse abraço que me conduz

Seguirei assim com ela, mia amada donzela
Meu cantar, meu clarim
Somente ela, meu querubim
Meu anjo de pura luz.

“Que exista sempre um anjo de luz para todos os guerreiros”

“Inspirada na música: dante's prayer de Lorenna Mckennit”

Luciene -Luna
2011