The Soul escrita por CaahOShea, Bellah102


Capítulo 9
Segunda Chance * Bônus Especial*


Notas iniciais do capítulo

Oi amoras!
Repostado em 04/06! Esperamos que gostem!
Finalmente nesse capítulo saberão a reação do mais novo papai de primeira viagem, Jared Howe.
Como será que ele irá reagir?
Só lendo para saber! =P
Sem mais, boa leitura!

Ah aqui trecho+link da música escolhida para o capítulo.

We Belong Together_Mariah Carey

Não podia imaginar que
Um dia ficaria sem o seu amor
Nunca imaginei que ficaria
Sentada aqui sozinha
Porque eu não conhecia você,
Porque você não me conhecia
Mas eu achei que sabia de tudo
Eu nunca senti

O que estou sentindo agora
Que não ouço a sua voz
Ou ao menos seus toque e o seu beijo
Porque não tenho escolha
O que eu não daria
Para tê-lo do meu lado na cama,
Bem aqui, baby

http://letras.mus.br/mariah-carey/125795/traducao.html



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POV Peg:

Os primeiros raios de sol finalmente tocaram minha pele delicada, despertando meus sentidos aos pouquinhos. Pisquei pálpebras, e sorri ao encontrar os olhos Safira de Ian me fitando com carinho.

– Bom dia, Peg.

Sussurrou com voz rouca.

– Bom dia, Ian.

Sorri.

Ansiosa para voltar para casa?

Oh sim, muito. Na verdade, quase catatônica.

Brinquei enrugando o nariz.

– Sabe, acho que posso distraí-la, minha noiva.

– Ah, é?

– Oh sim!

Ele disse mudando o tom de voz. Ele então tomou meu rosto entre suas mãos, selou seus lábios, dando uma leve mordida, seus lábios desceram pelo meu queixo indo para o meu pescoço, ele o beijou fazendo uma onda de arrepio tomar meu corpo.

– Ian...

Eu murmurei.

Ele separou nossos lábios, enquanto eu tentava recuperar o fôlego. E eu me perguntava desde quando estava tão quente, pois não passava das 7h00min.

Ou talvez fosse eu mesma.

Eu realmente não aguentaria muito tempo dessa tortura. Céus, eu não sabia se estava pronta para me entregar completamente a ele, mas quando ele me beijava, eu só sabia que tudo que eu menos queria era que ele parasse.

Um pequeno risinho abafado fez com que interrompêssemos o beijo rapidamente. Tempo o bastante que para meus olhos pudessem captar o rostinho da pequena invasora nos encarando com seus olhinhos azuis brilhantes, escondida atrás da porta improvisada.

– Bom dia, Allie. O que quer fazer hoje?

Ian murmurou sorrindo para pequena.

Eu não ouvi o que Allie respondeu a Ian, apenas fiquei observando quando ela pulou no colo de Ian, enquanto contava animada que encontrara uma pequena tartaruguinha tentando chegar ao mar e tinha ajudado o bichinho.

– Ei Peg, você não vem?

Ian perguntou sorrindo, me tirando as minhas divagações.

Eu apenas fiz que sim, sorrindo com a cena.

E assim as nossas últimas horas na belíssima praia passaram correndo.

Depois de tomar um café da manhã reforçado, aproveitei para entrar por alguns minutos no mar, sentindo a água gelada arrepiando minha pele. Mas eu não me importei. Apenas fechei os olhos sentindo o sol tocar minha pele delicada. Após o banho, coloquei uma roupa linda, um vestido cor de pêssego de tecido fino que Tracy havia arrumado para mim.

E eu não podia estar mais ansiosa par voltar para casa.

Com a ajuda de Camila e Alysson, que estava quase flutuando de ansiedade, separamos algumas mudas de roupas, assim como comida e agua, que eram itens indispensáveis para nossa viagem.

Tem mesmo certeza que não querem ficar mais um tempo?

Gil perguntou enquanto terminávamos de colocar as coisas no carro, que ele mesmo havia nos emprestado, prontos para partir.

Nós agradecemos Gil, mas realmente estamos ansiosos para voltar para nosso lar. Ian disse sorrindo enquanto dava leves tapinhas de agradecimento no ombro do homem mais velho.

– Certo, mas sabem que podem voltar sempre que quiser. – Tracy disse enquanto me abraçada apertado. E eu agradeci mentalmente por minhas costelas não doerem mais – Vocês já sabem o caminho agora.

– Claro que sim, Tracy.

Concordei e não pude evitar sorrir.

O Ford Maverick¹ branco-neve estava estacionado a apenas alguns metros de nós, sua pintura nova reluzindo sobre a luz do sol, as chaves dançando nas mãos de Ian, pronta para serem usadas. Apenas Andrew, Alysson, depois de muito insistir muito para que o pai permitisse e Allie nos acompanhariam na viagem.

Sentia uma sensação se aquiescer em meu peito, meu coração ansioso, martelando rápido demais. Estava ansiosa para reencontrar minha família, meus adoráveis humanos, que agora estavam tão longe de mim.

Ian encostou seu queixo em meu ombro, suspirando.

– Aly está demorando. Será que aconteceu alguma coisa?

Ele anuiu olhando para a cabana de palha distante de nós, procurando algum sinal de Alysson. Acariciei seu queixo, tranquilizando-o. Estávamos encostados no carro, esperando Alysson chegar com a pequena Allie.

E meus olhos finalmente capturaram quando a porta se abriu, e sorri quando Alysson saiu de lá, segurando as mãozinhas da pequena Allie, que acenava um pequeno ‘’Tchau’’ para todos os presentes na nossa partida. Porém, meu sorriso logo se desfez quando de trás delas, quando o olhar acusatório de Cassie encontrou o meu, sorrindo com desdém enquanto equilibrava duas malas de viagem.

– Ah não! Eu não acredito!

Choraminguei ao vê-la caminhar em nossa direção.

– Peg, esqueça Cassie, por favor – Ian murmurou - Sabe que eu só tenho olhos para você, meu amor.

– Ian – Eu gemi – Eu tenho certeza que ela não vai nos deixar em paz, e além do mais... – Falei sendo interrompida por Ian, que uniu nossos lábios num selinho.

– Bom dia, queridos. – Cassie cumprimentou sorrindo – Grande dia, não?

Perfeito.

Eu resmunguei.

– Quer ver ela totalmente sem graça?

Ian propôs com um sorriso malicioso.

Dei de ombros, concordando, e antes mesmo que eu pudesse me situar, Ian envolveu seus braços em minha cintura, me puxando para mais perto dele. Seus lábios capturaram o meu com fúria, pegando-me de surpresa. Em segundos eu estava completamente em transe e arfante, separando nossos lábios para respirar.

Alucinada, era o que eu diria. Afinal, com certeza não fora um beijo comum, e poderia jurar que Melanie diria que seria um beijo digno de cinema. Afastei o corpo de Ian, empurrando-o me leve com as mãos.

Pelo canto dos olhos, pude ver Cassie totalmente sem graça, os lábios apertados numa linha fina, e o rosto baixo, encarando os próprios pés. Ela praguejou algo inaudível e no carro sem dar uma palavra sequer, com um olhar flamejante.

Sorri triunfante.

– Vamos lá, pessoal – Ian chamou – Pé na estrada!

Ian disse, esperando que todos estivessem perfeitamente acomodados antes de lugar o motor, que roncou, provavelmente pela falta de uso.

Lar doce lá, ai vamos nós.

Eu pensei, alegre.

POV. Mel:

Tio Jeb me encarava com uma expressão pensativa.

– Tio Jeb, precisamos fazer alguma coisa! – Insisti apreensiva – Já faz nove dias que Peg e Ian estão sumidos, não podemos mais ficar de braços cruzados.

Meu coração se apertou.

– Mel, eu também estou preocupado, mas não podemos arriscar a vida de todos aqui, temos que ser cautelosos... – Ele falou usando a sua famosa face de poker, pra tentar esconder a preocupação – Não vamos ajudar Ian e Peg se algum de nós for pego. Prometo que se eles não chegarem em doze horas vamos dar um jeito de ir atrás deles, ok?

– Obrigada, tio Jeb!

Agradeço abraçando-o ternamente.

No fundo, eu sabia que tio Jeb também estava imensamente preocupado, assim como eu. Fazia nove dias que Kyle, Sunny e Aaron voltaram pra casa, e nada de Peg e Ian. Todos nas Cavernas estão começando a pensar o pior. Se Jared e tio Jeb não tivessem praticamente prendido Kyle aqui, nas Cavernas, ele já teria ido atrás deles.

De repente os meus devaneios são interrompidos quando mãos firmes e ágeis me envolvem pela cintura.

– Jared, que susto!

Sussurrei com coração palpitante.

Ele sorriu.

– Mel, eu não sou TÃO feio assim – Murmurou num tom brincalhão, me fazendo cair na gargalhada. De repente, senti um mal estar forte, meu estômago se contraindo dentro de mim, me deixando fortemente nauseada.

Respirei fundo, contando até dez para conter os enjoos.

– Mel, tudo bem?

Jared perguntou, franzindo a testa.

– Tudo bem, só estou um pouco enjoada essa manhã.

– Mel, esse enjoos definitivamente estão me preocupando.

Sua voz saiu preocupada, os olhos semicerrados.

– Jared, eu estou bem. – Balbuciei.

As palavras pareciam não querer sair da minha boca.

Por quê?!

Por que eu não conseguia contar a verdade a Jared?!

Por quê?!

Logo a minha gravidez ficaria evidente, não teria mais como esconder e dentro de alguns meses, eu teria um bebê em meus braços. O nosso filho, ou filha. Puxei Jared pela mão até o nosso quarto. Não queria que ninguém nos interrompesse naquele momento.

Nós precisávamos conversar.

>>>>

– Jared... - Eu o chamei. Ele levantou os olhos do colchão e acariciou meu rosto.

– O que foi? Você parece nervosa?

Ele pergunta com expressão curiosa.

Suspirei realmente nervosa. Eu estava tremendo. Eu tinha que contar para ele... Já havia feito à lista de prós e contras e previsto todas suas reações possíveis. Na pior das hipóteses ele me odiaria.

– Eu... Sinceramente não sei como dizer isso... - Disse sentando-me, tentando respirar fundo. Ele sorriu, sentando também. Decidi falar tudo de uma vez - Estou grávida!

O sorriso sumiu de seu rosto no segundo em que ele entendeu minhas palavras. Uma expressão de espanto e puro horror tomou conta de seu rosto.

– Ah não, Mel... Não, não, não... -Ele tapou a boca e levantou-se. Deu uma, duas, três voltas no quarto e apoiou-se com a mão na parede. Jared esfregou o rosto como se tentasse limpá-lo da minha notícia. Quando observei atentamente, seus olhos estavam cheios de lágrimas, nada foi dito durante longos minutos, alongando a minha aflição a cada segundo.

– Jared... - Chamei baixinho com a voz chorosa. - Por favor... Diga alguma coisa...

– O que eu posso dizer?- Ele perguntou duro, quase instantaneamente, com um fiapo de voz, como se a tivesse perdido em algum lugar de seus pensamentos conflitantes - Você tem certeza? - Perguntou olhando em meus olhos. Pude ver que ele pedia para que eu dissesse que não. Eu fiz que sim, com os olhos cheios de lágrimas, fechei-os, baixando a cabeça, tentando segurá-las.

– Colocar uma criança inocente nesse mundo é uma irresponsabilidade Mel! - Ele gritou - Esse não é o mundo que eu queria para o meu filho!

Me levantei também, apontando o dedo indicador para ele.

– Acha que eu quis isso?! - Gritei - O fato é que aconteceu e nesse momento temos que lidar com fatos.

– FATOS?! Quer saber de um FATO?! Você vai trazer ao mundo uma criança inocente! UM SER QUE NUNCA MERECEU O MAL QUE ELE VAI CONHECER!

Acidentalmente, uma lágrima escapou do meu controle e rolou quente pelo meu rosto.

– Por que fala disso como se fosse culpa minha?! Essa criança não foi gerada por mim como um câncer! É um fruto do nosso amor!

– UM FRUTO DO NOSSO AMOR?! MELANIE ISSO É UMA INSANIDADE!

– E O QUE EU PODERIA FAZER?! - Perguntei gritando o máximo que eu podia, abrindo os braços, deixando que as lágrimas castigando meu rosto, rolando soltas. - É TÊ-LO OU MATÁ-LO E NÃO VOU FAZER ISSO!!!

– É claro que não... - Ele concordou baixando a voz - Claro que não, mas deve ter outro jeito...

– NÃO. HÁ. OUTRO. JEITO. JARED! - Gritei pausadamente, sentindo meu rosto ficar vermelho. - DEIXE DE SER INFANTIL E ACEITE O QUE VOCÊ FEZ! O QUE NÓS FIZEMOS!

– EU. NÃO. FIZ. NADA!

Ele sibilou.

O silêncio que se seguiu aos gritos foi como um vácuo. Encaramo-nos ofegantes até eu atirar um travesseiro furiosamente nele.

– Vá embora... - Sussurrei, com a voz fraca - VÁ EMBORA DAQUI! - Gritei quando vi que ele não movera um músculo. - VOCÊ NÃO É O HOMEM POR QUEM EU ME APAIXONEI!!! NÃO É O PAI DO MEU FILHO! VÁ EMBORA!

Eu não falei sério quando disse

Que não o amava tanto assim

Eu devia tê-lo agarrado firmemente

Não devia tê-lo deixado ir.

Com uma expressão que era um misto de fúria e mágoa, ele saiu do quarto, batendo com força a porta atrás dele. Para impedir que ele voltasse, na raiva, eu encaixei uma cadeira embaixo da maçaneta. Queria ficar sozinha. Sozinha com a dor que parecia rasgar meu coração ferido. Me joguei na cama abraçando meu travesseiro contra o peito para evitar que ele explodisse. Chorei contra a fronha limpa encharcando-a. Lembrei-me da minha primeira vez com Jared, quando havíamos concebido o nosso bebê.


Estávamos nos beijando no quarto.

Não havíamos conseguido aguentar chegar até a cama e estávamos nos beijando desde que entramos no nosso corredor. Achamos o quarto batendo nas paredes de pedra. O beijo se tornou ardente, perdemos o controle.

– Jared... - Sussurrei entre beijos. Estávamos arfantes. Dei um passo atrás, deixando-o confuso. Tirei a camiseta e encarei-o séria. - Eu não tenho medo. Eu te amo e sei muito bem o que eu quero.

Ele se aproximou devagar e passou as mãos pela minha cintura de pele macia e morena, olhando fundo em meus olhos.

– Tem certeza? - Jared perguntou roçando os lábios em minha bochecha. Fiz que sim, beijando a curva de seu ombro, agarrando seus cabelos curtos. Então não precisei fazer mais nada. Como numa reação química, estávamos em combustão.

Naquela noite, não dava para dizer onde eu terminava e onde ele começava. Éramos um só. O nosso amor falou mais alto. Falou mais alto que a separação, que os medos e todos os nossos receios, tivemos a nossa primeira noite de amor.

Como tudo podia ter mudado tão rápido? O fato de eu estar esperando uma criança que eu não havia planejado e não havia concebido sozinha fazia Jared me amar menos? Senti uma náusea fortíssima de repente e tive que fechar os olhos com força para não vomitar na minha cama.

– Peg, minha irmã, como eu queria que você estivesse aqui agora... - Murmurei baixinho

Em quem vou me apoiar quando as coisas estiverem mal?

Me levantei trêmula para abrir a porta e gritar por ajuda, mas nem cheguei a alcançá-la, Uma onda de vertigem fez tudo girar, minhas pernas viraram gelatina e o chão sumiu sob meus pés. A escuridão me engoliu completamente.

Eu fui estúpida, burra.

Eu menti para mim mesma

POV Jared:

– Eu estou grávida!

Mel disse de uma vez só.

Foi com se o chão tivesse sumido dos meus pés. Não, isso não poderia estar acontecendo! Tem que estar errado! Mel está... Está... Grávida! Eu vou ser pai?! Milhares de pensamentos percorriam a minha mente, me deixando ainda mais confuso.

– VÁ EMBORA DAQUI! – Ela gritou a plenos pulmões depois da nossa discussão - VOCÊ NÃO É O HOMEM POR QUEM EU ME APAIXONEI!!! NÃO É O PAI DO MEU FILHO!!! VÁ EMBORA!

Não!

Eu não queria ter gritado com ela. Não cheguei nem ao fim do corredor antes de me explodir em lágrimas e culpa. Mel tinha razão. Ah Deus, Melanie tinha toda a razão! Eu estava sendo infantil. Não podia fugir das minhas responsabilidades como um garotinho assustado.

Claro que colocar uma criança nesse mundo infestado de Almas era mesmo uma irresponsabilidade, mas era minha e de Mel. Além disso, deixar a criança desprotegida por não querer assumi-la, ou pior, matá-la com receio de que ela sofresse não faria o menor sentido. Por isso, coloquei meu orgulho de lado e caminhei pé ante pé novamente até a porta do nosso quarto. Encostei o ouvido na porta.

Silêncio.

Bati à porta.

– Mel? Tudo bem?

Sem resposta. Suspirei. Ela tinha toda a razão para estar com raiva de mim.

– Eu fui um idiota... Estou com medo, só isso... - Forcei a porta para tentar abri-la. Estranhei a porta estar impedida. Não tínhamos tranca. - Por favor, Mel, abre a porta... Me dá mais uma chance.

O que estou sentindo agora

Que não ouço a sua voz

Ou ao menos seus toque e o seu beijo

Porque não tenho escolha

O que eu não daria

Para tê-lo do meu lado na cama,

Bem aqui, baby

Ainda não ouvi nada, nenhuma reação do lado de dentro. Um pânico começou a tomar conta de mim. Milhões de imagens entre flashes de lembranças antigas de fugas e situações em que estávamos encurralados e terríveis fantasiam de tudo de ruim que poderia estar acontecendo dentro daquele quarto escavado na pedra. Forcei a porta com mais força e ela se moveu um pouco. Me distanciei para pegar impulso e joguei todo o meu peso contra a porta.

Quando a porta caiu no chão, os estilhaços da cadeira de madeira que devia estar bloqueando a porta espalharam-se por todo o quarto. Mel estava desfalecida no meio do quarto, corri até ela, caindo de joelho ao seu lado. Peguei-a no colo, apertando-a contra o peito.

– Mel... - Chamei-a, balançando-a levemente - Melanie, por favor... – Supliquei mais uma vez, beijando cada músculo de se rosto, mas ela continuava sem reagir... Havia uma lágrima no canto de seus olhos.

Eu não podia ficar ali parado, enquanto Melanie continuava inconsciente. Eu tinha que fazer alguma coisa... Então, coloquei Melanie com cuidado em meus braços e sai quase correndo pela Praça Central em direção ao Hospital, rezando para que Doc estivesse lá, naquele momento.

– Vai ficar tudo bem, Mel – Falei, enquanto Doc a examinava, deixando ás lágrimas caírem soltas pelo meu rosto, segurando suas mãos frias entre as minhas. – Eu vou cuidar de vocês

POV Mel:

– Mel? Mel, eu te amo. Mel volta. Mel, Mel, Mel. - A voz de Jared estava tentando me chamar... - Mel, por favor. Abra os olhos.

Meus olhos se abriram, e enfrentam Jared de perto, seus olhos estão estampados de preocupação, seus lábios prontos para falar novamente. Senti meu coração bater acelerado quando vejo que Jared segura minhas mãos frias entre as suas. Eu sinto a mão segurando meu rosto. Sinto os lábios queimarem minha testa.

Meus olhos ainda sentem o inchaço das lágrimas frescas seguindo o caminho, descendo até minhas têmporas.

– Mel? Doc vêm aqui! Eu acho que ela está sentindo dor!

Jared alertou, sua voz soando preocupada.

Vi Doc andando rapidamente em minha direção. Só então me dei conta que estava no Hospital.

Naquele instante, com um flash, as cenas de nossa briga inundaram a minha mente. Com ele podia ter dito tudo aquilo? Como ele pôde ser tão cruel? Então, a imensa mágoa no meu coração se transformou em raiva. Raiva por eu ter acreditado que poderia contar com ele nesse momento... Mas estava errada!

Dolorosamente errada.

Quando você partiu, perdi uma parte de mim.

É tão difícil de acreditar

Volte, baby, por favor.

– Mel, querida, tudo bem?

– Como você pôde? - Eu gritei – É O SEU FILHO! O NOSSO FILHO! COMO PÔDE DIZER TUDO AQUILO?!

Ele soltou a minha mão direita, e a lancei atingindo o seu rosto na bochecha. A força do golpe machucou os ossos da minha mão. Ele se e assustou e foi para trás, liberando a minha outra mão. Eu estava fora de controle. Doc me olhava com olhos arregalados.

– Mel – Chorou Jared. – Ouça, por favor! Eu sei que não deveria ter dito aquelas coisas pra você, mas é que... Eu estava com medo Mel... Medo do que pode acontecer daqui pra frente... Medo de perder você de novo... Desculpe-me!

Jared pegou minha mão novamente. Eu respirei fundo e tentei ver esta nova realidade. Nós agora formaríamos uma família. A nossa família. Ele estava arrependido e tentava consertar a situação.

Meu coração foi se acalmando.

Jared tirou-me da cama e me colocou em seu peito.

– Tudo vai ficar bem, eu prometo - disse Jared. – Vamos enfrentar isso juntos... - Eu acredito nele. Aspiro o cheiro da sua pele e sei que este é o lugar onde eu quero estar.

– Eu te amo, Jared! – Falei, com a voz chorosa. – Me perdoe por não ter falado antes e... – Jared me silenciou com um beijo.

– Não importa. O que importa agora é que estamos juntos e que o nosso filho nasça bem... – Ele falou. Eu me sinto forte novamente. Tudo vai ficar bem. Jared acaricia meu abdômen liso, ainda sem vestígios de gravidez.

Então, ele começou a sussurrar no meu ouvido, parte de um poema. Um poema lindo que fez meus olhos se encherem de lágrimas.

Da minha cabeça nossos momentos não saem

Na primeira vez que nos encontramos

Por besteira quase brigamos

Mas no fim da noite nos beijamos

A vida me ajudou a perceber

Que ao seu lado eu quero crescer

Se mais uma chance você me conceder

Prometo te fazer uma mulher feliz!

Agora nos meus olhos alegria você pode ver

Meu coração só quer ter você

O destino me fez encontrar contigo

Sei que já paguei meu castigo

Quer se casar comigo?


–Oh, Jared!

– Mel, você aceita se casar comigo?

Ele repetiu a pergunta, com os olhos marejados.

– Sim! – Respondi emocionada, pulando em seus braços. Naquele instante, me senti a mulher mais sortuda e feliz do mundo. Só falta uma coisa para que a minha felicidade ficasse completa... Ouvimos palmas ecoarem do corredor. Jared e eu nos entreolhamos, confusos.

– Peg!

Exclamei de pura alegria, quando vi Peg e Ian entrarem no Hospital de mãos dadas. Tremi nos braços de Jared. Corri para abraçar a minha irmã, minha querida Peg! Nós duas nos abraçamos forte e choramos por um bom tempo.

Então a minha felicidade estava completa novamente.

Jared e eu iríamos nos casar.

Nós teríamos o nosso bebê.

Peg e Ian estavam são e salvos e a minha família estava novamente unida e naquele momento, eu ó poderia agradecer a Deus por minha família.

'' Nós pertencemos um ao outro'














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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam o capítulo?
Jared não aceitou muito bem de inicio a gravidez, mas depois de pensar com clareza, ele percebeu que um filho é uma bênção, apesar da difícil situação.
E finalmente nossa casal voltou para as Cavernas! E com convidados! Agora as coisas vão esquentar, acreditem. Cassie vai aprontar muito, ela está apenas se aquiescendo. # parando com o spoilers
Bom, é isso flores! *-* Até o próximo!
Caah & Bella *-*