The Soul escrita por CaahOShea, Bellah102


Capítulo 21
Decidida


Notas iniciais do capítulo

Oi minhas amoras, tudo bem com vocês?

Sim, mais um capítulo fresquinho de The Soul pra vocês!

Ai gente, estamos muito felizes, chegamos ao capítulo de número 20! Queriamos agradecer a todas vocês que acompanham a FIC e deixam seus lindo reviews! Vocês são nossa inspiração!

Bom, agora vai começar a segunda parte da FIC! E essa promete muitas surpresas e emoções pra vocês hein! Uhu! kkkkk

Sem mais bora ler? Aproveitem a leitura e até lá em baixo!



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POV ESPECTRO DE FOGO:


‘’- O que vai fazer?’’ – Ian perguntou assombrado.

‘’- O obvio. Vou contar a verdade para Maya! Ela tem que saber! ‘’

‘’- Não, por favor! Não nos entregue!’’

‘’- E por que eu faria isso? Por que mentiria para Maya?’’

‘’- Primeiro, Maya vai levar uma legião de Buscadores para lá.’’– Começou Ian e eu podia sentir seu cérebro trabalhando a todo vapor para inventar algo plausível. – ‘’Eles podem machucar Peg!’’

‘’- Por que eles fariam isso?’’ - Interrompi abruptamente.

Embora fosse um modo de vida absolutamente estranho aquela garota não estava fazendo nada que nos prejudicasse. Um pensamento levitou em minha mente, mas Ian o puxou de volte antes que eu pudesse ver.

‘’ - Se acontecer uma luta lá dentro, e vai acontecer, um deles pode atirar nela por engano ‘’

Era possível. Mais do que possível, era provável. Mas eu não ia me deixar levar por uma possibilidade, ela ia se machucar com toda certeza se ficasse ali.

‘’- Mas ela é uma traidora Ian!’’

‘’- Por favor, eu posso te contar tudo, mas primeiro tem que despistar Maya e prometer que não vai nos entregar.’’

‘’- Vai me falar a verdade?’’

‘’- Sim, eu prometo.‘’

‘’- Ok. Eu não vou contar nada a Maya. Mas agora você vai me explicar tudo DIREITINHO!’’

‘’- Obrigado!’’

– E então Espectro de Fogo, vai nos ajudar? – Perguntou Maya tirando-me da minha conversa interna com Ian.

– Claro Maya, será um prazer. Assim que eu tive alguma informação, você será a primeira, a saber.

– Excelente! Aqui está o meu cartão. Pode me ligar a qualquer horário.

– Claro, sem problemas. – Disse sorrindo. Maya se levantou, saindo do apartamento aparentemente frustrada por não ter conseguido nenhuma informação. Respirei fundo, fechando a porta.

''- E então Ian, pode começar a contar. Toda a história e não tente me enganar’’ – Falei firme. Então, Ian começou a contar toda a história, desde o principio. Aquela garota... não era uma traidora... Era a alma mais corajosa que eu já conhecera! Era uma heroína!


POV PEG:


Pela janela do meu ‘’ quarto ‘’, olhei pela milésima vez o céu cinzento. Uma garoa fina caia naquela tarde. Lágrimas salgadas caiam copiosamente sobre as maçãs do meu rosto.

Três semanas. Fazia três semanas que eu estava vivendo em Tucson, como Pet. E a cada dia, a saudade parecia me consumir. A cada dia sem Ian, eu parecia morrer aos poucos. Uma parte de mim morria a cada minuto, a cada segundo. Somente meu filho e o enorme desejo de reencontrar Ian, me davam forças para seguir em frente.

Eu não poderia viver daquela forma. Era impossível. Insuportável. Não posso viver sem ouvir sua voz, sem sentir seu perfume, seu toque. Sem seus olhos Neve, Safira, Meia Noite, que sempre foram meus portos seguros.


Você, com olhos tristes
Oh, eu sei,
É difícil criar coragem.


 

Hoje eu veria pela primeira vez a tal Buscadora Maya. A Buscadora que enviara Austin para espionar a minha família. Eu tinha que ser bem convincente. Qualquer deslize, qualquer erro que eu cometesse, colocaria todo meu plano por agua abaixo. Maya estaria me esperando na Delegacia no centro de Tucson.

Finny começara a acreditar que eu fora sequestrada durante esse tempo em que estivera ‘’ desaparecida’’ por isso resolvera pedir a ajuda de Maya para ver se eu começava a me lembrar de alguma coisa.

Olhei-me pela última vez no espelho, antes de ir até a Delegacia onde Maya me esperava. Eu estava com um sapato de salto alto vermelho, uma calça social preta, e uma blusa social feminina xadrez, mais larga do que o costume, para esconder a pequena protuberância em meu ventre, que crescia mais a cada semana. Acaricie meu ventre ternamente. Meu filho continuava ali, formando-se dentro de mim. E eu sabia que ele também podia sentir minha dor. Eu tinha que lutar. Por ele. Por Ian. Pela nossa família. Tinha que ser forte.


Num mundo cheio de pessoas
Você pode perder tudo de vista,
E a escuridão dentro de você
Pode te fazer sentir tão insignificante...


 

Eu não podia permitir que Maya descobrisse a verdade. Pelo menos por enquanto, ela não poderia saber da minha gravidez. Ela poderia desconfiar que eu não era Pétalas Abertas Pra Lua. Ela poderia ligar as coisas como num quebra cabeça e se ela juntasse as coisas, seria o fim. Afinal, como explicaria o fato de que eu havia sumido por tanto tempo e voltara grávida, do nada, em um acidente de carro?

Peguei as chaves do carro em cima da escrivaninha e desci as escadas, chegando rapidamente à garagem, onde um sedam ano 2011 estava estacionado. Suspirei, tentando me acalmar e liguei girei a chave no contato. Eu não dirigia desde o acidente... estava um pouco apreensiva, mas logo, estava na Rodovia Interestadual, em direção a Delegacia onde Maya estava me esperando.


POV. Espectro de Fogo:


* Alguém gritava e gritava alto. Muito alto. O grito agoniado ecoava pelas paredes de corredor em que eu estava. Tentei correr, mas estava paralisado no lugar, fadado a assistir. Aquele sonho não era meu, percebi com espanto, era de Ian. Assisti-o correndo através do corredor escuro e sem portas, procurando por algo, suando e olhando em volta. Finalmente, uma porta se abriu no fim do corredor, espalhando um foco de luz. Ian correu para lá e o meu fantasma o seguiu.

Do outro lado da porta iluminada havia um quarto escavado na pedra, com uma cama encostada à parede. Peg, o anjo de olhos prateados de Ian, chamava por ele, deitada na cama, em uma poça de seu próprio sangue. Percebi que era ela quem gritava, uma som tão horrível e agonizante que fazia arrepiar os pelos da nuca. Ian se sentou atrás dela e a abraçou para que parasse de gritar. Passou as mãos por sua cintura e pousou-as na barriga inchada de gestante que eu deixara de notar.

-Calma Peg, está tudo bem agora. Estou aqui, eu vou te proteger. - Ele disse, trazendo-a para perto. Ela parou de gritar e falou com ele ofegante e aos gemidos.

-Está nascendo Ian. Está vindo... ESTÁ VINDO!

Os gritos recomeçaram mais agoniados, tristes, dolorosos e arrepiantes do que antes. Nunca havia visto nas minhas 5 vidas tanta dor como eu via agora. Tanto nos gritos de Peregrina quanto nos olhos de Ian.

Acordei com um sobressalto, sentando na cama, suando frio. De repente, antes que eu pudesse me recuperar, outra lembrança invadiu com toda força minha mente.



‘’ - Todos estão liberados! Podem ir descansar! – Disse um homem, que eu identifiquei como Jeb. Todos, muito cansados, foram saindo do local. E não demorou muito para que eu saísse também.

Eu estava de frente para uma estrutura negra e irregular, que se erguia imponente, como se estivesse estado ali no último milhão de anos.

Meu coração, o coração dele, se encheu de alegria e conforto com a visão da caverna. A caverna que eu nunca tinha visitado. A caverna em que ele morara nos últimos anos.

Minhas pernas me impeliam para frente quase instintivamente, em direção ao lugar estranho, ao meu lar, e eu não quis impedi-las. Eu queria estar ali. Meu corpo queria estar ali.

A sensação de entrar ali, antecipada por várias memórias anteriores, passou pela minha cabeça como um filme. Minha casa. O lugar em que eu nunca havia pisado.

Eu esperava encontrar alguém. Peg! Esperava encontrar Peg!

Então, assim que ele removeu a porta improvisada, seus olhos se encheram de alegria ao vê-la. Peg estava lá, deitada na cama, olhando distraidamente as fendas no teto rochoso das Cavernas e acariciando com carinho o abdômen. Ela sorriu serenamente a me ver entrar no quarto, com um suspiro. Sentei-me ao seu lado na cama, beijando-a levemente.

– Está melhor meu amor? Fiquei preocupado. – Disse baixinho. Ela suspirou.

–É sobre isso que eu queria falar com você. – Ela respondeu. Olhei-a de um jeito estranho e fiz que sim. Estava preocupado. Algo em sua expressão me perturbava. Ela estava doente?

- Ian. Nós vamos ter um bebê! ‘’


‘’- Ela vai ter um bebê!’’ – Falei com espanto. Ela estava... estava grávida! Estava carregando um bebê humano em seu ventre! E aquele bebê era...

‘’- Meu filho’’ – Ian respondeu desolado, ainda chocado pelo pesadelo. A ideia de perder Peg erra horripilante.

‘’- E quando pretendia me contar isso, Ian? Até quando ia esconder de mim que ela está esperando um filho SEU! ‘’ – Disse indignado.

‘’- Me desculpe por não ter contado antes. É que eu... não sabia se podia confiar ainda em você sabe. Tinha medo de que você os colocasse em risco. ‘’

‘’- Tudo bem eu entendo. Você a ama não é?’’

‘’- Mais que tudo nesse mundo. Pra Sempre‘’ – Ian respondeu desolado, e um sentimento intenso de perda encheu meu coração. Ele tinha medo de perdê-la pra sempre. E por mais que eu detestasse admitir, eu tinha dó dele. Mas o que eu poderia fazer para resolver aquela situação?

‘’- De quantos meses ela está? ‘’

‘’- Quatro meses e meio ’’

‘’- Se acalma ok, vai dar tudo certo. Ainda temos tempo até que Peg dê a luz ao bebê.’’

‘’- Não se Maya os encontrar.’’ – Ian disse assombrado – ‘’E se ela acabar achando a entrada das Cavernas?’’

Não! Ela não poderia! Não poderia! Não poderia encontra-los. Mas no fundo, eu sabia que aquilo poderia acontecer, e, antes mesmo do que esperávamos.

Sacudi a cabeça, tentando tirar aquele terrível pensamento as minha cabeça. Maya não poderia encontrar Peg, não naquele estado! Peg corria risco naquela Caverna enquanto Maya estivesse caçando-a sem tréguas. Então, a imagem de Peg, grávida e sorridente, preencheu minha memória e foi rapidamente seguida por outra, em que ela gritava em agonia enquanto tentava expelir um bebê humano de dentro de seu ventre.

‘’- Você tem razão. Ela corre perigo’’ – Confessei para Ian. Peg não corria perigo apenas por causa de Maya, mas também, com aquele corpo frágil, como ela poderia dar a luz a uma criança? Aquilo me assustou. Como alguém como ela poderia sobreviver ao parto? Ao parto em uma remota Caverna, longe de qualquer civilização e de qualquer tecnologia? Ela iria sofrer muito, e Ian não estaria lá pra confortá-la naquele momento. E se... e se ela ou o bebê não resistissem?

‘’- Por favor, pare com isso! Ela não vai morrer! Doc é um excelente médico, não vai deixar que iss...’’ – Ian argumentou, mas interrompeu a frase pela metade. Ele sabia que aquilo não dependia apenas de Doc. Um calafrio, meu e dele, desceu minha coluna vertebral como uma faca gelada. Sabíamos que várias mulheres já haviam morrido em partos antes.

Então, uma chama de alegria pareceu encher o coração de Ian. Uma saída. Ele havia encontrado uma maneira de proteger Peg.

‘’- Eu já sei! Só que vou precisar da sua ajuda Espectro.’’

‘’- Tudo bem. Qual o plano?’’ – Falei, mas me perguntava por que estava fazendo aquilo.

‘’- A única forma de protegermos Peg e o bebê é se... você se tornar um Buscador.’’

‘’- O que? Um Buscador? Você enlouqueceu? Eu não posso fazer isso! Não nasci pra isso! ‘’

‘’- Por favor, Espectro, eu te imploro. Estamos em suas mãos. Você é o único que pode nos ajudar e sinceramente eu não vejo outra saída a não ser essa!‘’

‘’ – Mas Ian, isso é loucura! Maya vai descobrir! Não podemos nos arriscar desse jeito!’’

‘’- Por favor, eu te peço. Não deixe Peg e o meu filho serem pegos. Não deixe! A vida deles está em suas mãos. ‘’

‘’- Eu não sei Ian. É muito arriscado. Sinto muito.''

Ian ficou em silencio, derrotado. Eu estava tirando dele a única esperança que ainda lhe restava. Mas o que poderia fazer? Tornar-me um Buscador seria uma grande insanidade. Seria uma sentença de morte caso caíssemos nas mãos de Maya. Então, aproveitando minha distração, Ian jogou um flash de imagem em minha mente. Eu sabia que não era uma memória.


‘’ Peg estava sentada na maca, sorrindo. Lágrimas doces escorriam de seus olhos brilhantes. E... ela tinha um pequeno pacotinho de vida em seus braços.

– Ian, meu amor, olha, ele não é lindo? - Ela disse sorrindo. Aproximei-me mais da maca e tive uma grande surpresa. Envolto por cobertores, estava um lindo bebê. Um lindo menininho de bochechas rosadas, e de espessos cabelos loiros e radiantes olhos azuis. Meu coração se encheu de alegria. – Quer segurá-lo?

Fiz que sim, pegando nosso pequeno bebê nos braços. Ele era lindo! De repente, tudo começou a perder o brilho, e depois, pouco a pouco a figura de Peg foi desaparecendo. Ela gritava, chorando muito, pedindo que eu protegesse nosso filho. Então, ela sumira completamente. Vi-me sozinho, com o nosso bebê nos braços. Inesperadamente de sua boca um líquido vermelho e quente começou a sair. Ele tossia, tossia agoniado. Ele estava morrendo. Morrendo! O filho de Peg e Ian estava morrendo em meus braços. Então, tudo se tornou escuridão‘‘.


‘’- Ian ,por favor! Pare com isso!’’ – Implorei quando me dei conta que fora Ian que implantara aquela terrível cena em minha mente. Ver aquele pequeno e indefeso bebê humano morrer em meus braços mexeu comigo.

O que Ian estava querendo com aquilo? Seja como for, a minha decisão estava tomada. Levantei-me da cama, trocando rapidamente de roupa. Pegando as chaves do carro.

‘’- Aonde vamos?’’ – Ian perguntou, confuso.

‘’- Vamos até a Delegacia.’’ – Disse enquanto me dirigia até o elevador. – ‘’ Você me convenceu Ian O’Shea. Vou me tornar um Buscador. Fique sabendo que eu ainda acho esse plano uma loucura! Mas não se acostuma não hein, estou fazendo isso pela Peg e pelo bebê. E também, por que eu odeio Maya. Ela não vai descansar até achar as Cavernas. ‘’

‘’- Bom, então acho que concordamos pela primeira vez em alguma coisa.’’ – Ian disse, ele também não gostava nenhum pouquinho de Maya. Ele estava louco para rever PEG.

Pelo visto, Ian e eu estamos começando a nos entender.


POV PEG:


Aquela era a Delegacia marcada. Respirei fundo, antes de descer do carro e caminhar a passos curtos até a porta de entrada. As palmas das minhas mãos estavam suadas e frias, e minhas pernas bambaleavam. Eu estava assustada. Temia não conseguir fazer aquilo. Eu não poderia errar. Tinha que ser uma atuação perfeita, caso contrário, estaria tudo perdido.

Respirei fundo mais uma vez e abri a porta de entrada da Delegacia. Não estava muito cheia, apenas alguns policias e alguns Buscadores conversando alheios a minha entrada. Apenas a jovem no balcão de atendimento pareceu perceber minha entrada, enquanto eu caminhava até ela.

– Olá, em que posso ajuda-la? – Ela perguntou sorrindo francamente.

- Eu, tenho um horário marcado com a Buscadora Maya. – Falei, dando o melhor dos meus sorrisos.

– Claro, você é Pétalas Abertas Pra Lua certo? Maya me avisou que você viria. A Sala dela é a primeira do corredor. No momento ela está atendendo outra pessoa, mas você pode esperar na Sala de Espera. Não deve demorar. Quer que eu a acompanhe?

- Não, obrigada. Não é necessário. – Disse e naquele momento meu coração saltava pela boca.

– Tudo bem então. Seja bem vinda!

– Obrigada, Alicia – Falei, vendo o nome da jovem atendente do crachá. Depois, caminhei em direção à primeira porta do corredor. A porta ainda permanecia trancada. Sentei-me no pequeno sofá na Sala de Espera, enterrando meu rosto em minhas mãos pequenas, tentando conter o nervosismo. Afinal, o que eu iria falar pra ela?

Respirei fundo, ajeitando minhas roupas. Olhei para janela. A garoa agora se transformara numa chuva forte, com direito a raios e trovões estrondosos.

Eu tinha que fazer aquilo. Por Ian. Pelo nosso bebê. Pela nossa família. Lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto. Sequei-as rapidamente, antes que alguém notasse que eu estivera chorando. Então, ouvi a porta principal da Delegacia ser aberta. Voltei meu rosto curiosamente pra lá. Um homem de capuz entrou cabisbaixo e caminhou até o balcão circular de atendimento Não, não pode ser! Meus olhos não acreditavam no que estavam vendo!

Suguei o ar fortemente, com espanto, com as mãos tapando a minha boca escancarada. Lágrimas voltaram a escorrer inevitavelmente sobre as maçãs do meu rosto, quando aquele par de olhos Neve, Safira, Meia – Noite me fitaram. ERA ELE! Mas algo parecia errado... Seus olhos não tinha mais aquele brilho que tanto me hipnotizavam com um simples olhar... Agora eles pareciam tristes e confusos...


Mostre-me um sorriso então,
Não fique infeliz, não me lembro
Quando foi a última vez que vi você sorrindo

- Ian? – Murmurei baixinho, fazendo seu olhar se voltar para mim novamente. As chamas do medo e da esperança se acenderam dentro de mim. Corri desesperadamente ao encontro dele, me esquecendo da audiência de pessoas em nossa volta.

- Desculpe, mas quem é você? – Ele apertou com as mãos a cabeça, numa luta interna.

– Você não... Não se lembra de mim? – Minha voz era trêmula e um nó se formara em minha garganta, eu não havia percebido. Os olhos que me fitavam de neve, safira e meia-noite agora eram feridos por um brilho prateado. Passei delicadamente a ponta dos dedos embaixo de sua nuca, senti a sua leve cicatriz e os pontos recém-formados do que seria a implantação de uma alma dentro do meu amor... Do meu Ian! Abruptamente, ele se afastou de mim.


POV IAN:


Eu estava em silencio, isolado num canto da mente que agora pertencia a Espectro de Fogo. Ele dirigia em direção a uma Delegacia no Centro de Tucson.

Descemos do carro rapidamente, correndo o máximo possível, mas mesmo assim, chegamos completamente encharcados no balcão circular, onde uma jovem atendente digitava alguma coisa.

‘’- Ai Ian, para de reclamar! Você não é feito de açúcar! Não vai morrer por causa da chuva.’’ – Reclamou Espectro de Fogo, ao perceber que meu humor não era dos melhores.

‘’- Se pegarmos uma gripe, a culpa vai ser TODA sua! – Resmunguei – Falei pra você pegar o guarda chuva antes de sairmos’’ – Completei petulante, completamente distraído. Espectro de Fogo tirou o capuz, bagunçando meus cabelos que estavam completamente encharcados, assim como toda roupa.

Naquele instante, ouvi alguém sugar forte a respiração, como de surpresa. Espectro também percebeu, voltando imediatamente meu rosto para o pequeno sofá na Sala de Espera da Delegacia. Não, não pode ser! Meus olhos não acreditavam no que estavam vendo! ERA ELA! Minha PEG! Minha Peregrina!

Oh Deus! Naquele instante eu queria poder abraçá-la, sentir seu perfume, seu toque outra vez. Eu sentia tanta falta dela! Tanta falta!


E você aguentou tudo que consegue tolerar,
Me chame
Porque você sabe que estarei lá...


 

Minha Peg, meu amor, você não se esqueceu de mim, você voltou! Ela corre desesperadamente até mim, esquecendo rapidamente da audiência de pessoas em nossa volta. Mas então, Espectro de Fogo colocou uma parede entre nós, impedindo que eu pudesse gritar, falar a ela que eu AINDA estava ali, que LUTAVA por ela todo esse tempo! ‘’ Você voltou pra mim Peg! Eu te amo! ‘’ pensei, mas não foram essas palavras que saíram da minha boca e sim um desconhecido e grosso tom de voz...

- Desculpe, mas quem é você? – O QUE! Enlouqueceu? Diga que estou aqui, não vê que ela esta sofrendo? Não sabe quem ela é, pois eu lhe digo, ela é o amor da minha vida, é a minha mulher! Minha Peregrina!

– Você não...Não se lembra de mim? – Sua voz era trêmula e as lágrimas logo lhe invadiram o rosto. Ele tocou com as pontas dos dedos a cicatriz da Inserção. Como eu queria poder aconchegá-la em meus braços, consolá-la, dizer que tudo ficaria bem, mas, não foi isso que aconteceu. Espectro fez com que meu corpo se afastasse abruptamente, correndo para fora da Delegacia.

– IDIOTA! O que pensa que está fazendo?- Gritei mentalmente em vão para a alma, que estremeceu ao me ouvir! Depois tudo passou como um flash parecia que havia uma barreira que essa alma impôs, na qual eu ficava numa parte externa e inativa de sua mente, não podia falar nem vê-la. Só havia escuridão


POV PEG:


Ele correu rapidamente para fora da Delegacia. Será que Ian tinha sucumbido? Não, não pode ser, não o MEU amor! Corri atrás dele, o mais rápido que pude.

– Ian, espera! – Gritei ofegante. A chuva caia forte, encharcando-me por completo e ensopando meus cabelos. – Ian... por favor... eu sei que você está ai!

- Ian não existe mais! – Foi o que a alma disse secamente pra mim, e continuou correndo. De alguma forma, ela sabia quem eu era, e não queria perder seu corpo Hospedeiro. Mas de repente, ele parou a alguns metros a minha frente, numa viela, ofegante.

- Ian... eu sei que você ainda está ai meu amor. Por favor, eu só preciso de uma prova. Dê-me um sinal. Ian, eu não posso viver mais sem você. Eu sei que você ainda está ai, então PROVE! PROVE pra mim que você me ama! Eu sei que você consegue! – Disse e já não conseguia mais conter as lágrimas.

De repente, para minha surpresa, ele se aproximou de mim e um sorriso bobo se abriu em seus lábios.

Suas mãos foram para minha bochecha, secando minhas lágrimas, depois ele colocou sua jaqueta em volta dos meus ombros. Eu sabia! Aquela era a prova que eu precisava, meu Ian ainda esta vivo! Ele lutara por mim!

– Eu te amo, Peg! – Ele sussurrou no meu ouvido. Ele conseguira! Conseguira quebrar o bloqueio feito pela alma que dominava seu corpo! Eu podia ouvi-lo! Ouvir MEU Ian!

- Obrigada, meu amor. Obrigada lutar pelo nosso amor – Sussurrei baixinho. Eu sabia que ele podia me ouvir. Sabia disso. Ele envolveu seus braços protetoramente em volta da minha cintura, me puxando para mais perto. Senti seus lábios se chocarem com os meus. Mergulhei naquele beijo, com todo o amor imaginável que estava preso em meu peito, minhas mãos apertavam e puxavam seus cabelos, enquanto as dele procuravam cada parte do meu corpo. Era tão bom senti-lo perto de mim outra vez.



Quando nos separamos para buscar o ar que nossos pulmões tanto imploravam, percebi que Ian me fitava assustado.

- Peg, se afaste dele! – Sua voz era rouca e grave, como uma ordem, eu sabia que ali não era alma quem falava e sim “IAN”. O seu ciúme foi a maior prova de que ele ainda dominava o corpo e isso me encheu de alegria.

- Não, não, não! – Ele gritou, levando as mãos a cabeça. A Alma voltara a dominar seu corpo. Ele se afastou de mim e saiu correndo, em direção a Avenida, me deixando novamente completamente sozinha com a minha dor. Eu o havia perdido novamente. Mas eu sabia que Ian lutaria até o fim e eu estaria ao seu lado!

Então, decidi fazer o que talvez seja a maior loucura de todas as minhas vidas – me tornar uma Buscadora para encontrar Ian. Não tinha alternativa. Aquela era minha única chance, ou, nunca mais teria meu amor de volta. Ou nunca mais o veria novamente.


‘’ E é por isso que eu te amo. ''

True Colors - Cyndi Lauper.


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Notas finais do capítulo

E ai, e ai, gostaram? Que tal reviews?

Pois é gente, o Espectro não contou a verdade para Maya! Ufá!

E ai, gostaram do encontro da Peg e do Ian? Do beijo? Eu sei que vocês devem estar querendo nos matar por não ter deixado eles juntos ainda, mas a culpa é toda do Espectro de Fogo! KKKKKK Foi ele que fez o Ianzinho se afastar de Peg e ir embora, de novo! * Triste *

Mas calma minhas amoras, tudo vai se resolver ok? Mas muita agua ainda vai rolar! Muita calma! kkkk. E também, a FIC acabaria logo se colocassemos um pitadinha de emoçãoe drama nela. kkkkkkkkkkkk

Bom lindas, espero de coração que tenham gostado!

E que tal mais uma recomendação pra deixar as autoras MUUUUUUUUUUUUITO felizes???

E há florzinhas, não se esqueçam de dar uma passadinha na nossa nove FIC ok? Ficariamos HIPER felizes com a sua presença lá também! : http://www.fanfiction.com.br/historia/166367/Wanted_-_Dead_Or_Alive

Há, já ia me esqueçendo, hoje tem trechinho do próximo capítulo:

[...]

Olhei para o espelho novamente encarando meu reflexo. Levantei minha bata favorita para esconder minha gravidez da minha nova mãe. Era difícil esconder os sintomas, não comentar nada, mas era isso que manteria a mim e ao meu filho seguros até que pudéssemos salvar Ian e ir para casa. Minha barriga já era inegável se vista de frente e nua, elevada e redondinha, grande para o tempo. Passei a mão de cima a baixo na pele esticada, acariciando meu bebê com carinho.

....

Alguém sugou o ar fortemente na porta, fazendo-me desviar os olhos do espelho da penteadeira a minha frente. Fiandeira de Nuvens fitava minha barriga com espanto, com as mãos tapando a boca escancarada. Abaixei a bata e fechei os braços protetoramente ao redor do meu ventre como se seu olhar pudesse feri-lo. Eu havia sido descoberta. Abri a boca, mas nada saiu de lá por alguns primeiros segundos.

-Mãe... Eu só... Eu... Eu...

Não consegui desenvolver a frase, nem inventar nenhuma história sequer em minha mente, e antes que eu pudesse voltar a falar, seus olhos se reviraram e ela caiu no chão com estrondo.

[...]

E ai, o que será que a Finny vai fazer? Pelo visto, ela não reagiu muito bem ao descobrir que a Peg está esperando um bebê! O que será que vai acontecer? Bom isso só no próximo capítulo amores! Não percam hein!

Bjos e Até o próximo post!