Capitulo 10.

Depois de meio segundo de hesitação eu estava nos braços de tio Emmett, que me apertava como se eu fosse desaparecer a qualquer momento.

- Não... Respiro... – Murmurei e ele me soltou.

- Ah Nessie! Nem acredito que você está aqui! – Dessa vez foi Jasper que me puxou para um abraço firme, mas cuidadoso.

E assim ficamos.

Pelo resto da tarde, eu fiquei com a minha cabeça apoiada no colo de tio Emmett ou de tio Jasper, sempre com eles discutindo quando eu era mudada de lugar.

- Ei! – Emmett exclamou quando fui retirada de seu colo e colocada delicadamente no colo de Jasper, que embarcou em uma sonora risada e, rapidamente eu o acompanhei.

- Não tem graça... – Emmett fez um biquinho fofo e eu só consegui rir mais.

- O que... –Tomei fôlego. – O que vamos fazer agora?

- Bom... Temos Guitar Hero, Xbox e Playstation, o que quer? – Emmett falou empolgado.

- Hum... Xbox! – Eu e Jasper exclamamos em uníssono e acabamos rindo feitos bêbados. Como o Xbox ficava no quarto do tio Emmett, nós subimos rapidamente para lá e ficamos até sei lá que horas, jogando joguinho que você tinha que matar o outro.

- Nossa senhora, não dava para vocês desligarem isso e conversarem, seus alienados? – Vovó entrou no quarto com uma cara brava, mas não agüentou e começou a rir de nós três empoleirados na grande cama que ficava no quarto do tio Emmett.

- A, vovó! Pra que conversar se o jogo é mais interessante? – Nós três rimos com o meu comentário, só a vovó que fez careta.

- Hayley, seu jantar está pronto.

- Ahhhh... – Fiz biquinho. – Já?

- É, mãe. – Achei legal quando tio Emmett a chamou de mãe. – Só mais um pouquinho, por favor!

Vovó fez uma cara séria e negou com a cabeça e me puxou para a cozinha, mesmo que eu ficasse reclamando e dizendo que eu podia andar. Ela me sentou na mesa em frete à um prato com sopa.

- Sabe vovó, desse jeito vou ficar mau-acostumada. Com você me mimando desse jeito.

- Ih, meu amor, eu tenho um pouco mais de 13 anos atrasados para mimar você, pode ficar desacostumada que eu deixo. – Vovó se sentou do meu lado e tio Emmett e Jasper já estavam sentados também.

- Sabe, é meio estranho comer com pessoas te encarando. – Então Emmett virou a cara e falou:

- Pode comer agora, eu não estou te encarando. – Nós quatro rimos feito bêbados.

Depois de comer, vovó não tinha mais como implicar com agente por ficarmos enclausurados no quarto do tio Emmett jogando videogame.

Olhei no relógio e me assustei, JÁ ERAM QUATRO E TRINTA E CINCO DA MANHÃ! E EU ESTAVA SEM SONO!... QUE LEGAL!

- Você ainda não dormiu? – Vovô entrou no quarto. – Já para a cama! – Me puxou até o quarto do meu pai e me deitou na cama, me cobrindo com uma facilidade assustadora.

- Boa noite e aliás, seus tios não vão te acordar por que eu não vou deixar. – Ele deve ter percebido a minha cara de duvida e murmurou: - Vou ficar de vigia na porta e nem adianta reclamar, você precisa dormir. – Beijou minha testa e saiu do quarto deixando a porta encostada para quem um fiozinho de luz no corredor adentrasse no quarto, vi claramente ele se postando na frente da porta, ficando de vigia.

Como eu sabia que não tinha como fazê-lo mudar de idéia, virei de lado e dormi.

Ou pelo menos tentei.

A noite estava fria demais, mesmo com a calça jeans, o casaco pesado e a grossa colcha dourada, eu estava com frio. Do nada, minha avó entrou no quarto e fechou a porta de vidro na varanda, então percebi que estava ventando muito.

Beijou meus cabelos e, aos poucos meu corpo foi esquentando até que mais uma noite com sonhos meio desconexos se abriu em minha mente.