Fé de Mediadora escrita por Persephonne


Capítulo 11
Capítulo 11




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Quando vi os corredores da minha escola do outro lado, nem pensei. Agarrei Vaughn e passamos. E então eu voltei pro meu corpo. E Brett ainda estava lá. Parecia bem surpreso ao ver Vaughn. Tipo, como ele podia ser tão estúpido a ponto de achar que só eu voltaria?
- Não era pra você passar! - ele gritava para Vaughn. - Era só ela!
Eu fiquei muito p. Com mais raiva do que daquela vez em que eu baixei um arquivo, e o download demorou o dia inteiro, e quando eu fui abrir, deu a mensagem de que alguma coisa deu errado, o arquivo ficou corrompido e não poderia ser aberto. E olha que mais raiva que isso é muita raiva mesmo.
E Vaughn também devia estar no mesmo estado. Porque todo o corredor começou a tremer.
Eu acendi as minhas chamas. Só que dessa vez o fogo consumiu o meu corpo todo (ainda sem me queimar, duh). E não foi só um flash, ficou realmente, pelo tempo que eu quisesse! E Vaughn brilhava. Era um brilho negro, frio, de ódio. O chão começou a tremer. É impressão minha ou nós dois voltamos da Terra das Sombras com nossos poderes elevados à potência de n?
Não era impressão. E Brett seria o primeiro a testar o nosso upgrade.
Eu avancei nele, envolta nas minhas lindas chamas azuis. Peguei a peste pela garganta e o levantei acima do chão. A pele dele não deve ter gostado muito.
E aí veio a questão moral: devemos matá-lo?
Eu sei, Mediadores ajudam fantasmas, não criam. Se eu fizesse aquilo, não seria diferente dele, blah blah.
Mas se eu fizesse, seria um doido a menos no mundo. Nós não temos o Asilo Arkham (NdA: se você já ouviu falar de um certo Batman, sabe do que eu estou falando) em Seattle. Com certeza me livraria de um monte de problemas, porque eu não queria ficar me preocupando com "Brett McNamara: o Retorno". E a vingança seria tão boa...
- Nós podíamos mandar ele para aquele lugar. - Vaughn sugeriu.
- Ele pode voltar. Vai que alguém desse lado abre um portal, e ele volta mais poderoso.
- Ninguém sai da Terra das Sombras.
- Nós saímos.
- Deixe ele ir. - eu ouvi uma outra voz. Pain! Ele pulou no meu colo e nos abraçamos.
- Ele pode voltar.
- Vamos fazer assim: - Vaughn falou. - Nós o matamos. Se ele voltar, nós... nós...
É, não tinha jeito.
- Vocês nunca viram Star Wars? - Pain falou. - Se ele morrer, pode ficar ainda mais poderoso. Nós temos que deixá-lo ir.
Eu não conseguia acreditar. Nos filmes, o herói sempre mata o vilão no final. Porquê que eu não podia? Suspirei e agarrei Brett pelo pescoço. Ele estava tão fraco que não conseguia fazer nada.
- Se você voltar, eu vou te mandar direto pro inferno. Ouviu?
- Tá, tá. - ele falou. - Eu te amei.
- E tentou me matar. Realmente, esse é o caminho para o coração de uma garota. Agora, some. E lembre do que eu falei sobre o inferno.
Eu o soltei e ele saiu correndo. Eu olhei para Vaughn, e nos abraçamos. Ele me olhou nos olhos, e me beijou. Foi tão bom quanto a primeira vez.
Quando voltamos pra casa, estava amanhecendo. Eu sempre gostei de ver o amanhecer. Entrei em casa e subi para o meu quarto o mais silenciosamente possível (o que é difícil, sendo que tudo nessa casa range ou é estrategicamente colocado pra gente bater). Assim que cheguei no quarto, caí na cama. Foi aí que notei que estava com a roupa de dormir. Foi uma noite cheia.
Vaughn foi para a janela, e ficou olhando para o horizonte. Aí olhou pra mim e fez sinal para eu ir à janela também. Eu fui.
- Eu sempre gostei de ver o amanhecer. - ele falou. Eu sentei na janela do lado dele, e encostei a cabeça no seu ombro.
- Eu também. Eu gosto daquela hora do pôr do sol em que uma metade do céu está clara e a outra está escura. É tão místico. - falei.
- Você acha que ele vai voltar?
- Se ele quiser uma passagem só de ida no expresso inferno...
Nós ficamos lá, na janela.
- Sabe de uma coisa? - falei. - Vai parecer piegas e o maior clichê, mas eu acho que te amo. Eu nunca amei ninguém além do meu daemon, mas eu realmente acho que te amo.
Ele riu. Porquê todo mundo sempre ri da minha cara? Mas aí ele gentilmente segurou o meu queixo, para eu olhar pra ele, e falou.
- Eu também te amo.
Oh, muito original. Mas eu não falei isso, porque senão ele poderia desistir do beijo-de-fim-de-história que estava pra vir. E eu queria muito esse beijo. Aí ele falou:
- Você não vai fazer nenhuma piada sobre a minha (falta de) originalidade?
- Me beija logo!
E então aconteceu o beijo mais romântico, mais suave, mais tudo da minha vida. Só faltava a música-emocionante-do-fim, dos filmes antigos.
Ok, acho que os créditos podem começar a rolar.


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