Meus olhos cintilaram, o ódio transbordando.  A mulher a minha frente, recuava lentamente, enquanto o ferimento do peito sangrava. A dor e a raiva eram visíveis no olhar. Esbocei um sorriso no rosto e os olhos dela estremeceram.

A faca e o sangue quentes em minhas mãos. Ela gritou, mais estávamos sozinhas. Levei minha mão limpa ate o capuz e o abaixei para traz, revelando meu rosto. Pude ver seus olhos aterrorizados quando viu meu rosto.

- Por quê? – perguntou ela confusa. Sua respiração falhou novamente, procurando ar enquanto sufocava com o próprio sangue

- Tinha que ser – falei dando um sorriso – mamãe

Ela lutou por ar, mais não lhe restava muito. Vi vida sair dos olhos dela. Eu havia matado minha própria mãe.

O relógio tocava ao meu lado. A luz atravessava a janela, batendo no meu rosto.

Olhei para o relógio. Atrasada seria a palavra certa. Arranquei as cobertas e corri para o banheiro.  Tomei um banho e me vesti. Olhei-me no espelho e afirmei a mim mesma que seria alvo de piadas. Passe a maquiagem pesada se sempre, onde eu poderia me esconder por trás daquilo que se tornara a minha vida. [n/a: http://www.polyvore.com/cgi/set?id=28197491]

Peguei minha mochila e o shake que estava no canto do quarto. Desci as escadas e fui ate a cozinha. Peguei uma maça na geladeira e peguei o bilhete que estava na porta. Dizia: “Seja expulsa e você ficara sem o shake e sem seu celular”.

Otimo, pensei. Deixei a casa para traz e segui rumo à escola.

Acho que me esqueci de me apresentar. Sou Amy Hale. Tenho 15 anos. Moro atualmente em Forks. Meu pai morreu quando eu tinha três anos e vivo com a minha mãe. Ela não gosta muito de mim. Veio morar aqui, por causa do trabalho.

Cheguei à entrada da escola, que tinha uma enorme placa dizendo: FORKS HIGH SCHOOL. Segurei o skate na mão e coloquei o capuz na cabeça. Andei com a cabeça abaixada e pude sentir que estava sendo observada. Ignorei os olhares e apenas andei ate a diretoria.

- Oi, vim pegar meu horário – falei me encostando no balcão

- Você deve ser Amy Hale, estou certa? – perguntou a mulher e eu afirmei. Ela procurou algum papel sobre a mesa e me entregou – Aqui esta

Disse um “Obrigada” e sai. Meu armário era o numero 113. Olhei para a grade de aulas e a minha primeira era de química, que ficava na ala norte, sala B. Quando entrei na sala, todos já haviam chegado e o professor estava presente.

- Você é a novata? – perguntou ele e eu afirmei novamente – Bom classe, essa é Amy Hale, nova aluna da escola

Vi algumas pessoas sussurrando umas para as outras. Um garoto levantou a mão e pediu para fazer uma pergunta.

- Você é sempre assim, estranha? – perguntou ele e todos riram menos duas garotas ao fundo.

Me sentei na ultima fileira e fiquei sem parceiro. As garotas que não riram da piada, estavam sentadas a minha frente. Uma tinha cabelos cacheados, cor de mel e roupas da moda. A outra tinha canelos castanhos, a pele era um pouco bronzeada e as roupas normais.

Conclui que seria pouco o tempo, ate elas me chamassem de estranha ou coisas do tipo. Não liguei muito na aula, ate a hora que o professor disse uma coisa que eu não gostei.

- Vou passar um trabalho sobre moléculas – disse ele e todos da sala resmungaram – E vai ser de três. Procurem seu grupo e me entregue próxima aula

Abaixei minha cabeça. Eu estava ferrada. Provavelmente teria que chorar aos pés dele e implorar para fazer sozinha. As duas garotas a minha frente viraram e me encararam.

- Quer fazer com a gente? – perguntou a dos cabelos cacheados

- Bom, minha situação não esta das melhores aqui – conclui – Não tenho outra opção

- Ok. Na hora do almoço conversamos – disse a outra, de cabelos castanhos

Levantei-me e segui para a próxima aula. Refleti, que aquelas duas garotas só estavam falando aquilo para me humilhar depois. Tocou para o almoço, depois da ultima aula. Segui ate o armário 113 e abri-o.

De repente todos os meus livros que estavam em minhas mãos, estavam no chão. Os garotos saíram correndo, rindo. Me agachei no chão para reconhecer os livros. Duas mãos também me ajudaram. Quando me levantei, me espantei quando vi quem era.

- Ah você – falei me referindo a patricinha dos cabelos cacheados

- Prazer, meu nome é Renesmee, mais pode me chamar de Nessie – disse ela estendendo a mão

- Amy Hale – falei apertando a mão dela – Porque esta fazendo isso?

- Isso o que? – perguntou ela

- Sendo legal comigo – falei – Vai em frente e me humilha. É somente o que eu recebo no primeiro dia de aula de pessoas como você mesmo

Feche o meu armário com raiva e segui para a cantina. Varias pessoas riram enquanto passava. Tentei não me importar com aquilo. Sentei-me bem longe de todos, em uma mesa perto do lixo, onde provavelmente ninguém se sentava. Liguei meu iPod e comecei a comer a maçã.

Coloquei Fuckin’ Perfect da P!nk, que simplesmente era perfeita. De alguma maneira Áquila musica me fazia me sentir melhor e tranquila. Duas pessoas se sentaram a minha frente.

- O que faz aqui? – perguntei quando vi quem era Renesmee e a outra garota

- Posso me sentar aqui? – perguntou ela e eu dei de ombros – Hey Amy, eu não sou como as outras pessoas, como você pensa. Eu sei como você se sente. Não acho certo o que as pessoas fazem com você

- Pra mim, você não tem metade dos problemas ou sabe metade da minha vida – falei

- Não por fora, mais por dentro – disse ela – Um dia você vai saber. Aceita ser minha amiga

Pensei e a encarei. Ela não me parecia como as outras pessoas. Ela não era maldosa.

- Aceito – disse dando meu primeiro sorrisso

- Então pode me chamar de Nessie e essa aqui é a Claire – disse ela apontando para a outra menina – Bom você tem mais aulas?

- Não – falei

- Então, vamos. Você precisa conhecer a família Cullen - disse ela