Cuz Big Girls Dont Cry escrita por CrimsonQueen


Capítulo 1
Capítulo único - Cuz' Big Girls Don't Cry




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/128605/chapter/1

Eu estava dobrando minhas roupas tranquilamente em meu quarto quando escuto alguém esmurrando a porta da entrada. Saio correndo com um cabide nas mãos que logo jogo no sofá, assustada.

Olho pelo olho mágico. Naruto.

— Mas o que houve, Naruto? — Olhava preocupada para ele, que parecia ter dado voltas e mais voltas em torno da vila em tempo recorde, ofegando e vermelho, suando.

— Sak... Sakura... chan...

— Calma! Sente-se. — O levei pelos ombros até uma cadeira da sala e fechei a porta, corri até a cozinha e trouxe um copo com água gelada – Respire fundo, e me conte.

Suas mãos tremiam o copo enquanto ele tomava a água com velocidade. Ele me entregou de volta o pequeno recipiente.

— O SASUKE... ELE... MEU DEUS, ELE TÁ AQUI NA VILA! ELE VOLTOU! ELE VOLTOU! VOLTOU!! É UM MILAGRE! — Escuto o barulho das pernas da cadeira roçarem contra o piso de madeira enquanto Naruto me dava a notícia em alto e bom tom.

A informação me deixou letárgica por uns instantes, e quebrei o copo apenas usando três primeiros dedos. A dor me acordou.

— Ai, droga. — Abaixei e soltei o copo, sujo de sangue

— Sakura-chan, Sakura-chan. — Naruto surgia detrás de meus ombros para ver o que eu tinha feito – Você não ouviu o que eu falei? SASUKE VOLTOU!! PRA VILA, PRA NÓS... PRA VOCÊ! – Ele pegou minhas mãos sujas e as apertou junto das dele. Mas a minha cara não era nem um pouco de quem estava feliz.

—... O ... Que aconteceu...? Não está feliz?... Você precisa vê-lo! — Ele se levanta — Vamos cuidar da sua mão e vamos direto e reto para a academia!! Ele ainda deve estar lá!

— Hã? A-ah... ah... hã...

... O que era aquilo? Minha ficha não tinha caído?

Um furacão de memórias invadiu minha mente e filmes intermináveis passavam por trás das minhas pálpebras. Eu não sabia se ria, ou chorava, ou gritava, ou batia nas coisas, ou pulava, ou saia correndo.

Mentira. Eu sabia sim, só não queria praticar a ação.

— Sakura-chan, rápido! — Diz Naruto sentado na mesa, abraçado à cesta de primeiros socorros.

— T-tá... Er... Certo! Deixa só eu... — Joguei todos os cacos e os restos mortais do copo na pia e limpei minha mão com um pano de prato. Deixei o braço esticado na direção de Naruto, enquanto ele cuidava do pequeno ferimento.

Meu cérebro trabalhava a mil por hora. Eu estava pensando muito... e agora, o que eu faço? Sasuke-kun finalmente voltou, mas estou com medo de encará-lo.

Enquanto estávamos procurando, até que era... “menos pior”, pois tudo o que tínhamos que fazer era manter nossas esperanças vivas e montar um quebra-cabeça de infinitas peças... que nem sempre se encaixavam.

Meus olhos se marearam algumas vezes, outras eu senti extrema raiva; me conformei. Senti que o buraco no meu coração começou novamente a ser cutucado, mas uma escuridão tomou conta logo em seguida, fazendo a dor cessar. O que eu tinha que fazer, realmente? Mostrar a Sakura de antes... a Sakura de agora... uma nova Sakura? Uma que vai começar a correr atrás dele novamente, até que seja aceita? Ou até que tome um fora forte o suficiente para matar o amor de anos dentro dela e fazê-la desistir?

Eu precisava de quinze minutos sozinha. SÓ ISSO. Anos de reflexão me fizeram saber tomar decisões bem mais rapidamente.

— Pronto, como nova. — Naruto cruzou os braços e eu olhei para a faixa confusamente enrolada em minha mão.

— Haha, vai demorar pra você aprender a enfaixar uma pessoa.

— He he. Bom... Vamos?

— Vai na frente, tenho que terminar de guardar umas roupas. Já já eu apareço por lá.

— Huuuuumm... — ele franziu o cenho enquanto fingia pensar — ... Certo! — Se levantou e lançou um olhar para garantir que eu não estava mentindo. Acenou da porta, e fechou-a.

Eu voltei para a cozinha e arrumei a faixa na minha mão, mas fiz isso numa velocidade muito baixa, para pensar. Realmente estava tudo escuro dentro de mim.

Mas eu me coloquei no lugar de Sasuke-kun: Ter alguém na sua cola que elogia tudo o que você faz ou diz, te persegue, fica olhando para você a todo o momento, enfim, uma verdadeira TIETE, enquanto você vive uma vida completamente independente e planejada, com objetivos e metas. Ele tinha tudo isso, já eu... Não tinha nada.

Quando eu disse que não gostava do Naruto, ele se conformou e seguiu em frente, sempre sorrindo, buscando ficar cada vez melhor em tudo o que fazia. Eu não. Fiquei agindo feito uma criança mimada e sonhando que Sasuke-kun me olhasse de um jeito diferente e correspondesse o que eu sentia. Mas ele não fez isso. E eu fiquei atrás dele até ele ir embora. E mesmo depois disso eu ainda fui atrás, sem ao menos parar e perguntar: “Sasuke-kun, você quer voltar para a vila conosco?”

Eu fui muito egoísta.

E estou pagando por isso agora.

Eu devia ter sido como o Naruto.

E não como uma menina mimada e fraca.

Sasuke tinha razão ao me chamar de “irritante” todo esse tempo.

Na verdade, até eu estou um pouco irritada com o que fui.

Mas agora eu mudei. Minha mente, meu coração. Não vivo no passado, sei entender o que a palavra “NÃO” significa. Se tiver que matar os sentimentos dentro de mim para poder continuar a ter a vida que construí para mim agora, eu o farei.

Afinal, é o que a conduta shinobi diz.

— Bom, chega de drama e fossa, porque isso não é mais a minha cara. Vou apenas receber meu companheiro de equipe. Certo? — Olhei para o teto, esperando uma resposta. Mas a batida de meu coração não ajudou.

Fui pro quarto, calcei minhas botas, arrumei minha bandana e saí. A luz so sol pareceu mais brilhante hoje.

À

s vezes correndo, andando, parando. Foi assim até chegar à academia. Olhei para cima. Aquilo mais me parecia uma sentença de morte. Comecei a suar, engoli em seco, fechei os olhos. A menina que monta o quebra-cabeça tinha feito sua pausa para procurar a última peça.

Que meus sentimentos nunca chegaram nem vão chegar ao Sasuke-kun eu já sabia. Eu só não estava querendo aceitar. Mas agora, depois de tudo o que eu vivi, eu aprendi que tem existem coisas muito piores do que tomar um pé na bunda.

Mesmo que tenha amado a pessoa desde pequena.

Quando finalmente me senti lúcida o suficiente para mandar impulsos para minhas pernas se moverem, o mundo começou a se mover em câmera lenta. Os sons estavam baixos. Eu fui andando lentamente...

Lentamente...

Muito lentamente...

... Até eu o ver.

Uchiha Sasuke, o amor de minha presente vida até instantes atrás. A pessoa que já tentei trazer de volta das trevas por motivos egoístas – sem nem ao menos perguntar se aquilo eram mesmo trevas -. No fundo, eu não o entendia de verdade. Tudo o que eu queria era ele. E para conseguir enxergar que isso não era realmente certo, tive que perder muita coisa. Mas pelo menos agora, mesmo que apenas em parte, ele voltou para mim.

Ops.

Não para mim...

... Para o seu lar: Konoha – A Vila Oculta da Folha.

Acho que ele tomou um tremendo susto ao me ver, e eu percebi que seu olhar se encheu de descontentamento. Mas ao invés de me magoar, eu entendi o porquê daquele olhar.

“Parte desse seu jeito foi contribuição minha, não é?”

Essas palavras ecoaram na minha mente. Mas eu estava ali pra acabar com isso agora. Ele nunca mais ia precisar se sentir incomodado enquanto eu estivesse em sua presença.

Juntei toda a minha vontade de mudar. E coloquei-a em ação.

Coloquei um sorriso nos lábios, enquanto caminhava calmamente em direção à ele, acompanhado de Tsunade e Kakashi-sensei. Enquanto a distância diminuía, nossos olhares se cruzavam às vezes, e eu tinha uma estranha vontade de rir.

Enfim, ficamos frente a frente.

O momento que eu esperei todo esse tempo.

Isso. Somente isso.

Tudo o que eu sempre quis. Agora, bem aqui.

—... Bem vindo de volta, Sasuke! — Apenas fechei os olhos e sorri, passando para ele as boas-vindas da colega de equipe. Foi isso que Tsunade e Kakashi-sensei viram.

Eu vi muito mais do que isso.

O libertei desse meu amor egoísta e obsessivo.

Da repulsa que ele sentia sempre ao ouvir o meu nome, ou a minha voz.

Da raiva que ele sentia toda vez que eu caminhava em direção a ele.

O direito de tranqüilidade do qual eu nunca percebi que o estava privando.

Inclusive, resolvi retirar o “kun”. Não tenho mais porque chamá-lo daquele jeito. Já sou crescida para usar apelidos de infância.

Para a minha surpresa, toda a expressão pesada do rosto dele simplesmente sumiu. Ele ficou atônito, enquanto eu o olhava, esperando um resmungo costumeiro.

— Ah... É. — Ele não sabia mais o que falar, o que me fez soltar um risinho.

— Ah, Tsunade-sama, sobre a última ficha que eu fiquei de revisar...

— Tudo bem, tudo bem. — ela abanou a mão na frente do rosto — O próximo lote só sai segunda-feira. Você pode me entregar até amanhã à tarde. Vamos, Sasuke? Acompanharemos você até sua casa. Já não deve se lembrar de onde ela está, não é? — Ela deu um tapinha nas costas de Sasuke que aparentemente nem se abalou, mas eu juro que por um segundo vi ele derrear.

— Acho que ele pode ir para lá com as próprias pernas. Pode acompanhá-lo até lá, Sakura? — Kakashi olhou para mim achando que depois eu o agradeceria eternamente, mas educadamente recusei.

— Na verdade, estou procurando aquele inútil do Naruto. Ele chegou correndo em casa e simplesmente sumiu. Ele veio pra cá?

Quando recusei, senti a respiração de Sasuke ser interrompida por uns segundos. Acho que ele ficou aliviado... ou não.

— Se está procurando aquele traste, tratei de expulsá-lo daqui! Estava fazendo uma zorra na minha sala, e azucrinando Kakashi e Sasuke. Deve estar lá fora.

— Hmm... Certo. Vou tentar achá-lo. – Gentilmente agradeci e fui embora, acenando para Sasuke, que... acenou de volta para mim.

Diminuí a velocidade assim que virei o corredor, e por um segundo me dei o direito de chorar ali mesmo.

— Ele acenou pra mim! Haha... — Olhei para a mão que usei na despedida — Agora sim, dessa vez, ele pôde perceber que eu mudei. Pelo menos um pouquinho, eu espero.

Escutei uns passos e depois a voz de minha mestra:

— Tá vendo só o partidão que você perdeu, Sasuke? Sakura deu um giro de mil graus desde a última vez que vocês se viram! HAHAHA! – escutei um baque depois disso, e pelo gemido de Sasuke, acho que ela bateu em suas costas de novo. Tive que me segurar para não rir alto.

— Tsc, me deixe em paz. – Sua voz rabugenta ecoou pelo corredor enquanto eles se aproximavam. Tratei de sair dali rapidinho, ainda com a mão na barriga, e acima de tudo: Feliz por ter conseguido dar um grande passo sozinha, com a minha própria vontade. Sai da academia tranquilamente e orgulhosa de mim. Como uma criança que consegue, sem a ajuda de ninguém e com as próprias mãozinhas, montar um quebra-cabeça de infinitas peças.

Claro que em breve a dor vai bater à minha porta, eu vou rasgar alguns travesseiros e quebrar algumas janelas, mas eu vou recebê-la de braços abertos, como uma criança que recebe o colo da mãe, para que juntas possam contemplar a imagem das peças finalmente juntas e encaixadas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bom, não era esse o final... exatamente.
Era pra Sakura ficar triste e talz, curtir uma fossinha, mas eu acho que se você se conformar, claro que você vai sofrer, chorar, se rasgar.
Mas é melhor do que ficar chorando as pitangas eternamente imaginando e se....
Não sei se incorporei 100% ela, mas eu acho que seria mais ou menos isso que aconteceria, mesmo. -qqq
E o Sasuke.
Bom, eu nem quis ficar presa a ele se não eu não sairia do lugar nunca. Já que ele ta sempre a mesma coisa, acho que desse jeito ficou bom. QQ
ENFIM, ERA PRA SER UMA FIC MAIS EMO. QQQ
Eu queria adequar ainda mais a algo que realmente poderia acontecer, mas não consigo pensar em nada. Enfim, nem eu sei definir IRAIRAIRAIRIRAIRI!!
Apenas me adequei a uma Sakura que procura mudar na medida do possível. Lembrei daquele episódio em que ela o atacou, e isso me fez perceber que OPA, agora ela também quer matar ele? ADOOOORO!!.
Acho que esse simples ato significou que nem ela agüenta amar alguém tão renegado como ele. Bom, amar ela pode, mas perdoar não.
Usei isso pra parte em que ela pensa e decide que insistir num amor que ela já sabe o final não vale a pena.
A parte do aceno do Sasuke: Ele não tem lá muita etiqueta, mas acho que se ele acenar para a Sakura a mão dele não vai cair. E me agarrei ao fiozinho de idéias que uma ficwritter tem ao assistir a parte em que ele vai embora da vila, e agradece à ela por se importar tanto com ele.
Bom, acho que fiz um bom trabalho... ou não? D:
Outra coisa é o lance do título: não sei se alguem percebeu o porque dele, mas achei legal por causa que é nessa mesma conclusão que a Sakura chega: Garotas Crescidas Não Choram.
Anyway, espero que tenham gostado ♥ Até a próxima vassalos lindos ;D



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Cuz Big Girls Dont Cry" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.