Para ele, Integra era uma criança entediada

Para ela, Alucard era um sádico ensandecido

E a lua de Londres, nublada

Refletia o vermelho enlouquecido

Os dias na Hellsing eram todos assim;

uma montanha russa, louca, sem fim.

Os olhos penetrantes de vampiro

Marcaram lhe a alma, Cilício.

Integra respaldava-se na rotina: “atiro!”

E ela mantinha seu orgulho em sacrifício.

E o ciclo se repetia, viciante

De novo de novo, numa eterna roda-gigante.

Sua imagem lhe assombrava

Seus olhos espiando pelos espelhos

E ela calmamente sussurrava:

“Deixem-me, olhos vermelhos!”

Os olhos se fechavam, mas longe ele não ia

Naquela casa de espelhos, vigilante agonia.

Sua rotina era num trem-fantasma um passeio

Diferença única? Era seu ofício.

Ele bradava: “Mestre, uma ordem anseio!”

Recebê-la, fogos de artifício.

E tiro ao alvo, sem fichas, ele joga

Prêmio vão, mas sua sanidade prorroga.

Ela lhe parabenizava: “Bom trabalho, servo meu”.

Mas mostrava-se indiferente, acostumada

Ele se perguntava: quem mudou, ela ou eu?

Procurava, queria sua criança assustada.

Mas ela não o via, não como filho da escuridão

E certamente menos, como de um circo a aberração.

Mas ela seguia longe, insensível à sua busca

Seguia para seu quarto, sonhar com seu dia agitado

Jogar-se na cama, fechar os olhos de forma brusca

E ele a observava, mesmo cansado.

Não via a dama de ferro, na cama com dossel.

Via um anjo sereno, num alegre carrossel.