Acordei sobressaltada com o meu celular que tocava repetidamente. Apressei-me a atender para, mesmo sabendo que era algo difícil (tipo impossível) de acontecer, não acordar ninguém

- Mudança de planos venha já até ao portão da escola. Algo se passa. – Sussurrava Rima, do outro lado da linha, desligando de seguida.

Não foi preciso ela ligar mais alguma vez. Peguei à pressa numa roupa confortável, que eu tinha deixado na noite anterior, para vestir esta manhã, visto que era sexta e as aulas tinham sido canceladas devido a um evento desportivo que ocuparia toda a manhã e parte da tarde.

Corri até ao portão e, encontrei lá uma Rima toda descabelada e roupas sujas e rasgadas. Não sei bem como mas, quando estava a menos de 4 metros dela e ela virou-se para mim, fiquei assustada.

Os olhos que pertenciam à KusoKuso, amarelos, e não os habituais olhos âmbar, olhavam para mim de forma assustadoramente altiva, mesmo que ela parecesse não notar o olhar que fazia.

- Rima? – Perguntei de forma assustada.

- Amu… Eu não sei como aconteceu, foi tão depressa. Alguém me provocou e eu fiquei tão chateada que fui embora da escola, então encontrei uns ovos estranhos e a KusoKuso me avisou que eles não eram bons, então quando eu fiz o Chara Nari com a KusoKuso e, quando os ataquei, eles destruíram-se e um pó caiu sobre mim. Quando vi, e dei por mim, eu tinha os olhos da KusoKuso, parece com o Chara Nari, mas a KusoKuso continua bem aqui - apontou para a Chara que se escondia aflita, atrás do cabelo da loira. – E, o mais estranho é que eu agora consigo ouvir tudo o que ela pensa! Me ajuda Amu! Por favor… - Parecia que aquelas palavras sussurradas de Rima tinham sido gritadas aos meus ouvidos. Os sinais indicavam apenas para um caminho que, eu esperava estar muito engada, e tudo aquilo não passasse de uma anomalia, que eu sabia que não existia.

Ela estava no 3º nível! Só poderia ser isso.

E, como no dia anterior, Rima não tinha estado connosco, pois tinha estado sabe-se lá onde, desconhecia o que se passava com ela.

- Rima, precisamos falar com a Arisu. Só ela, neste momento, será capaz de te ajudar, pois eu não irei conseguir fazer nada. – Falei um pouco magoada, não por ela, mas por mim mesmo.

Puxei-a pela mão em direcção ao Palácio, para irmos até ao quarto de Arisu, mas antes de lá chegarmos, Rima puxou minha mão e, olhando para mim, disse:

- Amu, isto é mau. Dói, seja lá o que for, dói demasiado. Tens de ter cuidado com aqueles ovos. – Ela pediu chorosa.

- Eu terei, Rima. Agora, vamos.

Batemos à porta da Arisu, que a abriu de forma sonolenta e mole, mas ao ver o estado de Rima, disse apenas:

- Entre Rima. Amu, obrigado por a trazer até aqui. Eu assumo a partir daqui.