“Cesta? Cartão? De quem?” Dimitri tinha uma voz séria e sua aura mostrava ciúmes. De novo?

“Quer que eu leia? Tem um brazão dos Mazur gravado em cera!” Adrian riu, mas ficou preocupado. Será que o pai dela – assim como a minha tia – soube de hoje e não gostou e me mandou esse cartão pedindo que eu me afastasse?! Acho que eu não quero me afastar... Mas por outro lado, por que ele me mandaria uma cesta pedindo isso?!

“Adrian? Adrina você ta aí ou é só o seu corpo?” Dimitri riu. Eles eram bem amigos e só Dimitri conseguia aturá-lo ultimamente.

“Hã??! Sim. Leia. Por favor!” Dimitri riu de novo. Adrian continuava com uma cara idiota. Gente, o que deu nesse cara????

“Querido Adrian

Eu só queria me desculpar mais uma vez pelo tombo e se o ofendi. Eu sou mesmo às vezes, meio estabanada.

Queria principalmente lhe agradecer a manhã incrível que eu passei, começando com as flores.

Ah! Espero que goste de chocolates e vinhos.

Com carinho.

Rose Mazur.”

Adrian ficou com um sorriso bobo na cara, mostrando as presas e toda felicidade que sentia naquele momento. Levantou-se devagar da banheira, se enrolou no roupão, pegou sua bengala e saiu do banheiro ainda sorrindo.

“Dimitri, o que tem na cesta e, será que você poderia ler o cartão de novo??

Dimitri retesou. Ela bem que podia ter me pedido desculpas também por tentar me atacar com fogo!!! Dimitri, não seja idiota! Ela está claramente a fim do Adrian e ela é uma princesa moroi... Da última linhagem pura Mazur... Como diabos ela se envolveria com você? Um damphir??!

“Dimka?”

“Sim. Bem, na cesta tem um champagne Don Perignon, um Merlot Moe Chandon, um Chadornnay Frascatti, chocolates de todos os tipos e sabores que você possa imaginar, inclusive trufas e muitas frutas. Até tâmaras! Onde ela encontrou tâmaras aqui é que eu não faço idéia!” Adrian riu mais ainda.

“Wow! Como ela sabia que eu gostava tanto de chocolate?”

“Ah! Cara! Tem uma observação atrás do cartão.”

“Se você não quiser engordar e quiser companhia para o champagne, me avise e eu vou te ajudar a comer e beber. Beijos. R.M.”

Adrian nada disse, mas continuava com aquele sorrisinho bobo na cara que já estava dando nos nervos de Dimitri. Não o entenda mal, ele adorava a felicidade de Adrian, mas estava com ciúmes.

“Dimka, posso pegar no cartão? Quer dizer, será que dá para eu sentir a forma da letra dela? Não citando que o que ele queira realmente, era sentir seu cheiro de novo. Dimitri entregou-lhe o cartão.

“Ah! Parece que a letra dela é bem feita. E o seu perfume ainda está no cartão. Eu posso sentir!” Disse cheirando-o profundamente, como se quisesse que o cheiro penetrasse em sua alma.

“Sim. A letra dela é bonita!” Dimitri se limitou a responder. Enciumado.

“Será que você agora, poderia descrevê-la?” Dimitri pensou e achou melhor responder, antes que Adrian começasse com o seu mal humor de novo. Ele suspirou.

“Ela é realmente linda!!! Ainda mais do que dizem. Deve ter mais ou menos 1,72m de altura, magra mas definida com curvas incomuns aos morois, seios fartos, lindos olhos castanhos claros amendoados, com cílios espessos, uma boca delicada que mais parece um botão de rosa, cabelos quase negros e lisos, compridos até à cintura. Ela é realmente linda, Adrian! Linda! Tem um olhar tímido e cheio de dor também...” Adrian suspirou e começou a rir.

“O quê?! Você não queria que eu a descrevesse? Agora fica aí, rindo!”

“Dimitri Belikov! Você está apaixonado!” Dimitri arregalou os olhos.

“Hã?! Você enlouqueceu ou é efeito do whisky?” Adrian riu mais ainda.

“Não e eu não dei mais que dois goles no whisky. Você ta alaixonado. Você não só me descreveu Rose, mas o fez de forma poética... Suspirando... E bem, você sabe que eu vejo auras, não é? E a sua se expandiu e ficou com tons de rosa e vermelho. Você está apaixonado. É fato!”

Dimitri queria morrer naquele instante. Mas que merda! Era só o que me faltava. O Adrian sabe do meu interesse por ela e vai se fechar de novo e eu não quero isso. E, já que ele vê auras, será que ele não notou o interesse dela nele? Ou será mesmo que ela só quis ser gentil?! Eu não posso permitir que ele sofra, droga! E eu? Eu sou quem? Eu sou só o guardião do sobrinho da rainha e ela é uma princesa e tem que dar continuidade à sua linhagem... Adrian tirou Dimitri de seus pensamentos.

“Dimka?” Esperou e nada. Dimitri estava com a aura estranha. Ainda rosada, mas com tons de cinza.

“Dimitri? Hey? Fala alguma coisa! Tudo bem que você está apaixonado, isso acontece e, quem sabe você não se diverte um pouco?! Acho que está na hora de parar de bancar a minha babá!”

Dimitri ainda estava estático. Ele tinha que falar para o Adrian a sua impressão da princesa.

“Adrian, pare de gracinha e se vista! A rainha está te esperando e você ainda tem que dar retorno para Lissa.” Tentou mudar de assunto, mas Adrian não aliviou.

“O que houve? Responda Dimitri Belikov, é uma ordem!” Raramente ele usava de seu poder que tinha sobre Dimitri. Eles eram mais como melhores amigos, irmãos, mas ele precisava ouvir, precisava saber... Dimitri bufou.

“Adrian, isso não é justo. O que você quer saber é pessoal...” Adrian ficou ainda mais chateado com essa resposta.

“Ah! Que ótimo! Então agora você pode bisbilhotar a minha vida, meus sentimentos e não pode me responder a uma simples pergunta?! Que espécie de amizade é essa que EU PENSO que eu tenho com você? É amizade de mão única? Muito obrigado. Isso eu passo. Pensei que você fosse meu amigo...” Dimitri revirou os olhos. Mais chantagem!

“Okay, Adrian. Tudo bem! E sim, eu sou seu amigo. E sim, eu quero mesmo saber tudo sobre você, porque além de ser seu amigo, sou seu guardião e me preocupo com a sua segurança!” Adrian bufou.

“Adrian, quando é, pelo amor de Deus, que uma princesa do nível da princesa Mazur, iria se interessar pelo guardião de um real?! Você só pode estar maluco! E tem mais, ela está visivelmente interessada em você...”

“Ah! Claro! Ela está mesmo interessada em mim. Rá! Você leu o cartão Dimitri, ela só quer se retratar. Ela está é preocupada porque quase atacou a um maldito inútil e ao seu guardião! E pelo que eu soube, ela namorava um damphir lá na Turquia e ele seria o seu guardião se não tivesse sido morto. Acho que ela não está muito preocupada com a linhagem...”

“Adrian, sabia que você às vezes é muito irritante! Você é idiota ou o quê? Você lê auras... O que a dela lhe parece? Dó? Pena? Algo assim?!” Adrian não respondeu a isso.

“Ligue para a Lissa. O número está aí em algum lugar...” Dimitri ligou e passou para Adrian.

“Sim prima, pode falar.”

“Adrian, gostou da cesta?” Ela ria e Adrian sorriu.

“Sim. Adorei! Mas ela não precisava ter se preocupado com isso...”

“Adrian, você não é idiota! A Rose está a fim de você!!! Não é possível que você não percebeu...” Ele só pensava em quantas vezes ele seria chamado de idiota naquele dia.

“Co-co-como assim???” Ele se sentiu todo quente. Um calor o invadiu e ele sentiu seu rosto esquentar. “Lissa, eu sou só o idiota cego que ela derrubou e quer se retratar!” Lissa bufou.

“Cale a boca, seu idiota!” Ela riu. “Adrian, a Rose não se interessa por ninguém há muito tempo... Ela até andou dando uns beijos no Jess, mas quando ele falou em namoro ela o dispensou. Acho até que se ela estivesse sóbria, não teria ficado com ele...” Ela riu. Adrian ficou furioso de ciúmes.

“Jess??! Jesse Zeklos?!?” Ele bufou e Lissa riu.

“Eu sei que você o odeia, mas ele gosta mesmo dela. Só que ela só o vê como um amigo, ou na pior das hipóteses, como seu fornecedor de álcool!” De repente, ele sentiu Lissa taciturna, séria.

“Lissa, eu tenho que me encontrar com a minha tia. A gente se vê mais tarde? Digo, se você não tiver compromisso...” Ela riu.

“Tudo bem. Nós podemos comer umas trufas também?!” Ele riu.

“Nah! As trufas, os chocolates, as bebidas, são só minhas. Mas se quiser umas tâmaras frescas, eu posso pensar no caso. Mas você disse nós?!” Já se enchendo de esperanças em ter a companhia de Rose de novo. Ela riu.

“Nós. Christian, Rose e eu...”

“Ta. Tudo bem. Agora eu tenho mesmo que ir!”

“Bye, primo!”

“Bye!” Ele sorria agora. Só de pensar em sentir o cheiro dela de novo! Será que ela me deixaria tocar seu rosto?!? Ele desligou. Terminou de se arrumar, pegou sua bengala e foi encontrar-se com sua tia. Dimitri não falava nada, só o acompanhava. Ele ficou só pensando no que Lissa disse que confirmou o que o Dimitri já havia dito. Será?!

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“Oi tia!”

“Oi querido!” Tatiana guiou Adrian pela mão até o sofá e o fez se sentar. Tatiana como rainha, politicamente, era implacável, mas com Adrian ela era a pessoa mais carinhosa que pudesse existir. Ela percebeu que ele estava radiante e sabia que Rose o havia levado para patinar mais cedo. O puxou em um abraço forte o espremendo. Ele riu.

“Ai tia, assim a senhora me deixa ser ar!” Ela sorriu e ela se sentiu maravilhada. Fazia tempo que ela não o via sorrido assim. Ela também notou que ele não estava bêbedo ou de ressaca.

“Ah! Filho, é tão bom te ver sorrir assim de novo! Você é tão lindo, meu amor, deveria sorrir mais...” ele ainda sorira.

“Tia, eu patinei hoje!” Disse todo orgulhoso e Tatiana deixou escapar uma lágrima. Ela sabia como isso era importante para ele. Ele amava patinar antes de perder a visão.

“Eu soube, querido, mas eu queria ouvir de você. Rosemarie te convenceu?!” Ele assentiu. “Que bom, filho. Ela é uma ótima garota, só está passando por uma fase difícil... Acho que será bom para os dois essa convivência na St. Vladimir.” Tatiana disse, esperançosa de que Adrian melhorasse daquela tristeza que ele andava. Se Rosemarie o havia feito sorrir assim, então ela seria capaz de ajudá-lo, e quem sabe isso não fizesse bem a ela também?! Pensou.