Little Lies escrita por yellowizz


Capítulo 13
Capítulo 13 - Cartas pra você.


Notas iniciais do capítulo

Particularmente gosto desse capítulo, acho que ele surpreende muito. Boa leitura. :)



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No dia seguinte foram os fracos raios de sol que me acordaram, transpassando o tecido fino da cortina e refletindo sobre minha cama. Percebi que o suporte que usava em meu pé até a noite passada estava no chão ao lado do pé direito do meu chinelo de pano, eu ri com a idéia do novo par de calçados que me esperava. Olhei para a ferida na minha perna esquerda, ela não parecia ter sido tão profunda, mas a dor que senti quando a bala me atingiu me fez perder as forças e acho que só acabei desmaiando mesmo por causa do susto. As minhas roupas manchadas de sangue eu não sei aonde foram parar, talvez eu nem queira mesmo saber. Coloquei a “bota” em um pé e o chinelo em outro e segui para o banheiro para fazer a minha higiene matinal, tomei um banho cuidando do curativo e depois desci até a cozinha.

- Bom dia. – cumprimentei bem humorada minha mãe que lia um jornal sossegadamente na mesa.

- Bom dia. – ela respondeu desviando a atenção do papel para mim. Ela pediu com os olhos que eu me virasse para a escada novamente. A obedeci e constatei que sobre a mesinha ao pé da escada um buquê de lírios cor de rosa. Aproximei-me das flores pegando-as em minhas mãos cuidadosamente sentindo o perfume bom que exalavam. Vi que no lugar onde o buquê estava havia um envelope endereçado a Blair Waldorf. Meu estômago revirou-se só de imaginar de quem seria. Tremulamente peguei-o em mãos e tirei de dentro uma folha de papel em tons envelhecidos. Era uma carta escrita com uma letra inegavelmente bela e a primeira coisa que li foi o meu o próprio nome.

Blair, primeiramente me desculpe. Acredite, está sendo difícil pra mim. Estou saindo da cidade porque enquanto estivermos próximos eu irei seguir você, cuidar de você, querer você. Como sei que a sua decisão é totalmente contrária a isso, decidi por mim mesmo me afastar. Sei que está magoada, que sou culpado pela cicatriz em sua pele e sei que provavelmente quando olhar para ela irá lembrar-se da escolha que fiz. Esse era o Plano B, aquele que eu não quis explicar na noite em que te fiz minha. Peter queria matar você e quando ele havia me feito a pergunta, vi os policias preparados na porta, então fiz a escolha errada para que tudo desse certo, mas Peter se precipitou e disparou contra você mais rápido do que imaginávamos. E então o Plano B quase deu certo e a probabilidade disso fez meu estômago se contorcer diversas vezes. Só queria que você soubesse, que de todas as vezes que estive ao seu lado eu não estava impedindo que fugisse, eu a estava protegendo, porque sabia que ele a procuraria em todos os cantos. O DVD, entreguei uma cópia obviamente para a polícia, mas Peter acabou descobrindo o original na última gaveta da minha mesa, usou disso para colocá-la contra mim. Espero que não tenha totalmente conseguido. Não esqueça de mim, Blair. Eu não o farei. Lírios são a sua cara. Não se preocupe com a cor de seus cabelos, você fica linda dos dois jeitos. Até logo, Waldorf, se cuide.

C.B.

Nesse momento eu já havia sentado no segundo degrau da escada, pois as minhas pernas já não sustentavam mais o peso de meu corpo, meu rosto estava banhado em lágrimas, minhas mãos trêmulas não conseguiam guardar a carta dentro do envelope. Soltei-a ali mesmo, ao pé da escada, derrubando também os lírios sobre o meu colo e permitindo-me descarregar todos os meus sentimentos chorando como uma criança.

Eu não vi nem minha mãe nem Dorota perambulando pela casa naquele momento, era como se todos pudessem entender que eu precisava daquele tempo sozinha, me arrependendo por ter dito adeus, por ter retirado suas mãos do meu rosto quando o que eu mais queria agora era senti-las. Depois de ler a carta eu entendi, entendi todos os motivos pelos quais ele fez o que fez. O Plano B, ele era contra, mas não queria me explicar porque não queria admitir que não conseguiria cumpri-lo. Mas o que mais me machuca ainda, é saber que eu nunca tive a chance de dizer que o amava, porque só agora consigo admitir que seja verdade, e que eu nunca vou saber o que ele sentiu, porque ele também não disse.

Perdi a fome, a vontade de sair de casa e o meu bom humor durante duas semanas ou mais. Foi só quando depois desse tempo todo, cedi aos pedidos insistentes de Dorota e fomos juntas ao Central Park alimentar os patos.

Confesso que sentia muita falta de Chuck, mas esses dias em casa me fizeram bem, um mês depois de tudo o que aconteceu eu já estava mais bem humorada, claro que na medida Blair Waldorf. Meu café da manhã de hoje? Cerejas. Estupidamente redondas e vermelhas.

- Encomenda para Blair Waldorf. – Dorota entrou na sala de jantar mudando a sua voz me fazendo rir da maneira engraçada com que trazia a caixa.

- Não me lembro de ter encomendado nada, Dorota. – levantei da mesa pegando a caixa pequena das mãos dela e a depositando sobre a mesa.

O conteúdo que havia dentro dela quase fez as cerejas voltarem por onde entraram. Era um acessório, uma tiara vermelha. Segurei-a firmemente colocando-a em seguida em meu cabelo. Olhei para o espelho da sala de jantar e percebi que ela combinava perfeitamente com a saia alta preta e a blusa estampada com flores em tons avermelhados que eu vestia. Sorri terminando de ajeitar meu cabelo. Voltei meus olhos para a caixa e peguei um pequeno papel que estava lá. Não tinha remetente ou algo do tipo, apenas o bilhete escrito em preto sobre o papel branco.

“Vermelho fica bom pra você.”

E eu não precisava mais de nenhum remetente, porque eu sabia exatamente qual era a única pessoa que podia me dar tal presente e ainda escrever isso em um bilhete. Chuck Bass.

Aproximou-se enquanto eu ainda analisava a tiara no espelho. Tomou a liberdade de tirá-la do meu cabelo e colocar no lugar a vermelha que a pouco havia pegado. – Vermelho fica bom pra você. – declarou Chuck olhando-me pelo reflexo.

Lembrei-me de quando ele usou a mesma frase enquanto eu experimentava as tiaras em sua casa. Respirei fundo, agradecendo mentalmente pelo presente e por saber que de alguma forma, um mês depois, ele ainda lembrava-se de mim.


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Notas finais do capítulo

Comentem por favor, e espero que tenham gostado. :D



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