Não dessa Vez escrita por JusBiebs, woon


Capítulo 4
Professores, Grupinhos e Merda


Notas iniciais do capítulo

E aí?? Não me matem, pelo menos, não antes de lerem o cap, ok? Desculpem a demora!!
Gente, conhecem a Woon? Então, ela vai passar a ser a co-autora da fic, tá? Se eu fosse vocs, leria as histórias dela, são maravilhosas *



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O professor se chamava Anthony. Era alto e tinha uma pele branca. Cabelos escuros e olhos verdes. Era bem musculoso.

-Nossa, eu morri e to no paraíso? – perguntei para Mi em voz baixa quando entramos. Eu olhava para o professor e ela entendeu o que eu quis dizer.

 Deu uma risadinha.

-Quem dera! – exclamou –  Isso aqui é o inferno. – ela disse rindo junto comigo. – ele é apenas uma exceção... – falou olhando para o professor e sorrindo com malicia. Ela não parecia do tipo nerd, nem uma das patricinhas populares. Apenas mais uma garota comum na escola. Uma garota comum como eu.

Rimos e nos sentamos. Ela ficou ao meu lado.

 O professor começou a aula e a voz dele era... nossa! Era uma voz grossa e forte. Nem prestei atenção na aula. Nem no que ele falava. Só na sua voz, nos seus olhos e nos seus músculos – esse último foi o que eu mais prestei atenção...... Até que o maldito sinal tocou e eu tive ir embora da sala. Fiquei tão triste por ter que sair.

   Quando entrei no corredor, tomei coragem pra parar de olhar para o chão e observar as pessoas.

   Vi que a maioria me olhava, então deduzi que não deveriam ter muitos alunos novos na escola. Vi também que eram todos muito brancos. Quer dizer, isso não é muito comum. Acho que o frio os afeta tanto que os canadenses acabam ficando branquinhos demais.

   Ah, vocês não estão entendo, né? Já sei, já sei. É porque eu esqueci um pequeno detalhe... eu não nasci no Canadá. Eu sou brasileira, moro aqui faz dois anos. Saí do Brasil aos treze, ideia da minha mãe. Ela queria vir morar aqui depois que viu uma reportagem falando sobre o Canadá e minha mãe, quando põe uma ideia na cabeça, não há nada para fazê-la mudar. No Brasil, eu tinha amigos e uma vida. Mas depois que mudei, fomos perdendo contato e já faz um ano e meio que não falo com meus amigos. Quando me mudei, eu resolvi adotar a condição de nerd certinha na escola, porque na antiga escola lá no Brasil, as pessoas me tratavam como riquinha e mimada sem nem me conhecer e eu não gostava disso. Eu nunca me familiarizei com esse lugar.

     As pessoas no Brasil têm a pele bronzeada e morena, coradinha. Aqui todo mundo é claro, tem olhos claros, cabelos claros e tal. Talvez, pode ser por isso que as pessoas ficam me olhando tanto. Eu não tenho pele clara. Nem cabelos claros. E muito menos olhos claros. Eu era morena, tinha cabelo castanho- escuro e olhos também. Eu era anormal. Diferente. E as pessoas pareciam notar essa diferença e se importar com ela.

    Eu e Mi fomos até nossos armários. Guardei meu livro de biologia e estava pegando o de matemática.

-Aquele ali é O grupinho da escola. – ela disse dando ênfase no “O” – São as lideres de torcida. – apontou para cinco garotas que praticamente desfilavam pelo corredor. A medida que passavam as pessoas iam dando espaço e elas eram recebidas com olhares de nojo por algumas meninas e sorrisos maliciosos de alguns garotos. Estavam com roupas parecidas: uma regata branca com um colete rosa por cima. Uma saia pregada rosa Pink e meias-calças pretas. Usavam saltos com cerca de cinco centímetros. Três eram loiras e duas tinham cabelos castanhos claros, quase loiros. Os olhos variavam em azuis e verdes. Eram todas muito lindas, admito.

    A líder do grupo, eu imaginei que fosse a do meio. Era a mais bonita e mais “encorpada”. Tinha seios fartos e coxas grossas e parecia se aproveitar disso. Ela tinha olhos azuis claros e seus cabelos loiros eram ondulados e baixos, chegando na altura do busto. Ela passou por mim e me olhou de cima a baixo sem parar de andar. Fez cara de indiferente e continuou rebolando corredor afora.  Eu ri quando ela parou na minha frente e ri do jeito que ela andava. Parecia que estava na São Paulo Fashion Week, dando uma de Gisele Bündchen.

-O nome dela é Leah Beadles. É irmã de um dos jogadores do time de basquete, o Chris. Ainda não sei como ele é tão bom, é tão pequenininho, coitado! – ela disse, e depois suspirou. Quando olhei para ela, estava com os olhos brilhando e parecia estar longe do planeta Terra.

-Ei, Terra para Marte! Chamando Miranda. Miranda? – estalei os dedos na sua frente e ela sacudiu a cabeça e me olhou confusa – Você gosta dele? Do... do... – eu não me lembrava do nome.

-Do Chris? – ela perguntou e eu fiz que sim com a cabeça – Ah, não! – ela deu uma risada de diversão, como se minha pergunta fosse uma idiotice e a resposta fosse óbvia – Eu prefiro ficar longe desses garotos. Mas particularmente, eu prefiro o Chaz Somers. – e riu novamente olhando para mim.

-Quem? – eu disse em duvida. Quantos nomes!

-Chaz Somers. Olha só. São cinco garotas: a Leah Beadles, Cinthya Anders, Anni Schäffer, Suzy e Kendall Wolff. As duas últimas são irmãs. – ela disse dando de ombros. – Já os garotos, são quatro. O Chris Beadles, irmão da Leah, o que você já conhece. Tem também o Chaz Somers que é, como eu já disse, meu preferido. Tem o Ryan Butler e um chamado Justin Bieber, que é o capitão do time, o pegador, o aproveitador, chame como quiser. – ela disse indiferente, mas parecendo esconder algo sobre o tal... Justin?

-Hum... – foi tudo que consegui dizer. – O sinal já vai bater. – eu disse lembrando a ela que tínhamos que voltar para nossa sala de aula.

-Tudo bem, vamos! – ela falou me puxando e me arrastando. Quando entrei na sala lembrei do que Mi tinha falado sobre o professor de biologia ser uma exceção. A professora de matemática era uma magrela, mas magra mesmo, magra até de mais. Com a pele branca feito folha de papel (N/A: folha de papel? Tem outra coisa melhor pra comparar não?!)toda caída ela aparentava ter uns quarenta anos. Usava uma saia de tricô roxa, que ultrapassava os joelhos e uma blusa laranja de manga cumprida, de tricô também! A gola da sua blusa tampava o pescoço. Tinha o cabelo castanho-claro que ficavam na altura dos ombros, eram lisos com as pontas curvadas para os lados. Seu nariz era até bem desenhado, mas tinha uma verruga bem grande, bem grande mesmo, bem do ladinho. Acho que eu vi uns cabelos na verruga. Eca! Ela usava óculos enormes e tinha olhos bem pequenininhos. Pelo menos, foi o que deu para notar quando ela os tirou e me olhos, fazendo uma cara estranha e confusa.

-Senhorita Fill? – ela perguntou com a voz antipática. A sua voz confirmou minhas suspeitas: ela tinha 40 anos ou mais!

   “Senhorita Fill?” Ih, me chamou assim, é porque ferrou geral! Essa era a pergunta que vinha seguida de “Venha aqui e se apresente para a turma!” Apresentar para a turma é dizer quem sou eu. É olhar nos olhos de todo mundo da classe e dizer seu nome. É corar de vergonha e esquecer o próprio nome quando vê que as pessoas te olham maliciosas e invejosas. É causar uma primeira impressão, que normalmente é de ‘garota desastrada’ porque agente fica com tanta vergonha que acaba corando violentamente e esquecendo-se de tudo: nome, idade, o que faz, o que gosta. “Senhorita Fill?” é a frase que dá medo. É a frase inicial para a desgraça.

-Sim Senhora... As... Astha... – respondi tentando ler o nome dela que estava escrito em uma plaquinha em sua mesa. Eu aprendi inglês, mas aquele nome era a coisa mais difícil de se falar do mundo!

-Astharoth! – ela berrou o nome. Eu fiz cara de “quê?” – Agora diga seu nome para a turma. Não precisa falar mais nada, já sei que pela sua cara, você não vai conseguir dizer nada alem disso sem embolar... – ela disse me olhando. “Pela minha cara eu não vou conseguir?” quem essa velha pensa que é? Só porque eu não soube falar a porcaria de nome que ela tem, não significa que eu não saiba falar meu nome e de onde venho, o que quero fazer quando crescer e etc. Há! Ninguém mandou essa vaca falar isso de mim.

   Sorri cínica para ela e olhei divertida para Mi que soltou uma risada, já imaginando o que eu faria.

-Claro Astha qualquer coisa... – eu disse o nome dela era impossível!

-Astharoth senhorita! Astharoth... – ela repetiu com raiva. Dei de ombros e fui para frente da turma.

   Eu nem tive vergonha. Aquela velha magrela vai ver! As pessoas conversavam e nem notaram minha presença ali. Respirei fundo.

-Aham! – pigarreei. Todos me olharem e eu nem corei, só sorri divertida com tudo aquilo. Quando consegui prender a atenção de todos, dei uma rápida olhada para minha amiga que estava parada na porta com uma sobrancelha arqueada me encarando. Eu queria rir, rir muito mesmo, mas me contive em piscar o olho. Ela sacudiu a cabeça e eu dei uma espiada na cara da professora. Estava com os braços cruzados sobre o busto me olhando. Me voltei para a turma e comecei... Ah, eu sou foda!

-Oi! – disse sorrindo largamente – Meu nome é Samantha Fill, serei colega de classe de vocês. A professora Astharoth – disse pronunciando o nome dela como se fosse a coisa mais simples de todo o mundo e ouvi uma risada de vinda de Mi atrás de mim – pediu que eu me apresentasse à vocês. – pausa – Bem, eu não sou Canadense. Vim para cá aos treze anos, sendo que moro aqui a três. Sou nacionalmente Brasileira. – quando disse brasileira, vi varias caretas de duvida. Ai que povo burro! – Brasileira é quem é do Brasil para os que não sabem disso... – falei o óbvio revirando os olhos e ouvindo alguns “Ah!” se surpresa, de nojo, admiração e vai saber o que mais. – Espero que nos demos bem esse ano... É só... – finalizei meu pequeno discurso segurando uma gargalhada da cara da magrela que ficou pasma com o que eu disse. Fui me sentar e Mi veio sentar-se ao meu lado.

-Você é doidinha!! – ela sussurrou rindo.

-Ah, doida, não. Eu sou corajosa e esperta. – pisquei um olho e ela riu.

-Calem-se as duas! – a magrela metida à professora berrou e nós duas apenas rimos...

   A aula estava um tédio! Eu simplesmente odeio matemática. A professora tinha uma vozinha enjoada e já estava me dando dor de cabeça. E eu estava com sono.

-Boa noite! – disse sonolenta para Mi, me deitando sobre meus braços e os apoiando na mesa. Acabei dormindo um pouco, mas o sinal tocou e aquele barulho estridente me acordou!

-Caralho, agente não pode mais dormir, não? – disse para Mi. Ela riu.

-Boca porca! – falou me puxando para fora da sala.



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Notas finais do capítulo

Qee taal??
Bjjs



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