Acordei de manhã com Damon deitado do meu lado na cama. Pensei um pouco e empurrei-o dali, fazendo-o parar no outro cômodo e derrubar a parede.
– Seu idiota! – exclamei enquanto ele se recuperava – Você estragou a parede! E
o que você está fazendo aqui?
– Eu te segui. – respondeu simplesmente.
– Como?
– Você não fechou aquele portal.
– E quanto tempo ele ficou aberto?
– Uma hora.
– Mais alguém entrou?
– Eu não vi.
– COMO VOCÊ NÃO VIU???!!!- levantei-o no ar e o joguei pela janela do quarto.
Damon me puxou junto e, quando eu estava quase no chão, alguma coisa pesada me empurrou para o lado e eu caí a alguns metros de distancia dele ao invés de
cair em cima. Abri os olhos e vi Edward tentando me dar um soco. De última hora, eu o lancei longe e ele voltou em menos de um segundo – parecia um
bumerangue – e tentou me atacar de novo.
– Cadê ela?! – Edward perguntou enquanto me atacava e desviei.
– Ela quem?! – exclamei. Normalmente eu sabia do que se tratava quando alguém
tentava me atacar bravo desse jeito, já que, na maioria das vezes, era minha
culpa, mas não dessa vez.
– A BELLA!!
– NÃO FUI EU!!! Não dessa vez...
– Como não?! Você mesma disse que não pensaria duas vezes antes de tentar
matá-la!!
– Eu sei, mas dessa vez não fui eu, juro!
– Então quem foi?
– Como é que eu vou saber? – pensei um pouco – Você já tentou sentir o cheiro
do sequestrador?
– Já, eu não reconheci.
– Talvez eu reconheça.
Nós fomos até a casa da Bella e eu farejei. Era exatamente como eu esperava.
– Originais! – murmurei.
– O que isso significa?
– São os primeiros vampiros da raça humana.
– Você sabe qual foi o primeiro?
– Claro! – dei uma jogadinha básica no cabelo – Sou eu!
– Não era o Klaus? – Damon perguntou.
– Não! – me zanguei. – Fui eu quem o transformou!
– E se não tinha ninguém para te transformar, quem fez isso? – Damon deu um
passo à frente, ficou a centímetros de mim e dei um empurrão nele.
– Aos meus 19 anos eu morri de velhice. – expliquei – Morri dormindo, mas teve
um clarão, eu não sabia o que fazer e comecei a cair. Não parava de cair e foi
ficando mais e mais quente até que eu bati no chão duro e fervente.
 “Um cara encapuzado me levou até uma sala estranha com muitos ossos, gente chorando, uma mesa grande no fundo, uma cadeira grande e algumas coisinhas de enfeite na mesa. Tinha também uns caras em cadeiras menores em volta da mesa, e eles eram muito estranhos. Todos tinham os olhos fixados em mim".
 “‘Entre! ’, o que estava sentado na cadeira maior tinha uma voz grave, olhei bem para ele, sua aparência era normal. ‘O que você, mortal, quer de mim? ’, estremeci um pouco e respondi.
" ‘Eu adoraria voltar à vida. ’ Engoli em seco. ‘Para sempre’. A expressão do rosto dele passou de calma para furiosa. ‘Como ousa me pedir uma coisa absurda dessas?’ ele começou a pegar fogo. Os outros também não pareciam muito contentes, cochichando entre si e me lançando olhares incrédulos de ódio. "
"‘Eu imaginei que você iria ficar assim’ sorri pelo canto da boca. ‘Que tal um trato?’ ele sorriu. "
"‘Que tipo de trato?’"
"‘Enquanto eu estiver lá em cima, eu mandaria mais almas para você. ’ O sorriso dele se alargou, ‘Por exemplo, bebendo sangue das pessoas e mandando as suas almas direto para cá. ’"
"‘E como saberei que cumprirá o trato?’"
"‘Se eu ficar sem beber sangue, eu volto e pago a punição que mereço’, sentei em uma das poltronas da sala, ‘Mas, como as pessoas são valiosas, eu quero recompensas pelas almas mandadas’"
"‘A recompensa será sua vida de volta!’"
"‘Eu posso simplesmente parar quando achar que cumpri minha parte do trato. ’ Ele fez um gesto impaciente para eu continuar. ‘Quero força e rapidez, e mais algumas coisas que desejar conforme eu for matando, e poder transformar outras pessoas para você ganhar cada vez mais almas’ ele sorriu e estendeu a mão para selar o trato, apertei-a. "
"‘Quanto mais você matar, mais força, rapidez e outras habilidades terá. ’ E tudo ficou escuro. "
"Acordei na sepultura que minha família tinha feito para mim. Sai do buraco e vi minha filha mais velha chorando na frente da identificação da sepultura, ela olhou para mim e saiu correndo. Fui atrás, cheguei ate ela mais rápido que meu normal. "
"‘Não fuja. ’ A abracei, mas, ao fazê-lo, eu senti um cheiro doce em seu corpo e minha garganta começou a arder de uma forma insuportável, meus dentes
ficaram mais pontiagudos, meus caninos ficaram maiores que o resto, senti que
podia enxergar melhor, não consegui me controlar e a mordi. Bebi tudo, até a
última gota. "
"Quando me dei conta, eu estava com ela, já morta, em meus braços, ambas
todas ensanguentadas. Comecei a gritar de dor pela minha perda. O resto da
família e amigos chegaram até onde eu estava, e, vendo minha situação, eles
pensaram que estavam vendo um monstro que tinha tomado a minha forma e me
chamaram de Vampira, que naquela língua significava, mais ou menos, demônio
chupador de almas que manda tudo que toca para o inferno ardente, e me
expulsaram da aldeia."
"Passei os próximos dias andando sem rumo. Enquanto eu andava no meio da
mata, um galho me cortou e começou a sangrar. Nesse momento, um homem quase morrendo me agarrou e pediu ajuda. Coincidentemente, um pouco de sangue do meu ferimento caiu na boca dele e ele bebeu. Mais coincidentemente ainda, um tigre o atacou e o matou de vez. Não sei se foi coincidência ou se foi um certo cara lá em baixo." Falei a última frase com a voz pingando sarcasmo.
"Enquanto eu fazia alguma coisa para enterrar o cara e não deixar ele a mostra para carniceiros ou algum louco que quisesse carne humana estragada, o cara levantou como se nunca tivesse morrido. Descobri que aquilo era um sinal do cara do inferno, me mostrando como transformar outros em vampiros. "
"'Olá, qual é seu nome?'perguntei a ele, que ainda estava confuso. "
"'O que aconteceu?' ele fez uma careta 'Onde tem um riacho aqui? Estou com
sede. '"
"'Não é esse tipo de sede que você esta sentindo' eu e ele fomos até a aldeia mais próxima, senti o cheiro e a minha garganta ardeu muito. "
– E o que isso tem a ver com o sequestro de Bella? – Edward perguntou.
– Não sei, só queria ver se você se esquecia da Bella, mas, pelo visto, não
funcionou. – Ele se zangou e me arrastou até a janela para irmos logo resgatar
sua amada. Damon foi logo atrás.