I Hate Love You... escrita por QueLopes


Capítulo 8
Capítulo 8. Sorvete Derretido


Notas iniciais do capítulo

*tira as teias de aranha, assopra a poeira* Ufa! Até que enfim, néh gente? Que verg! rsrs... Peço mil desculpas pela super demora, sério gente, minha inspiração tomou chá de sumiço e foi pra Marte! Não consegui escrever nada por um bom tempo... E como eu já disse pra uma CERTA PESSOINHA, sim, eu preciso de inspiração para escrever, e como eu estava - estou - passando por um momento complicado na minha vida, ficou difícil. Tudo depende do meu humor. =)
Mas chega de papo e vamo pro que interessa!

Espero que gostem do capítulo, nos falamos lá embaixo.

Boa leitura!

P.S: Novo personagem: Dylan - http://3.bp.blogspot.com/-435ycHrOiQM/Tcm35E4Pq-I/AAAAAAAAAdk/fKXADC894Ww/s1600/shiloh-fernandez-da-man-magazine-april-2011-06_large.jpg



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Sábado. Eu podia até ouvir o coro de aleluia. Finalmente eu poderia comer besteiras, sem nenhum peso na consciência – o que era uma grande mentira, mas tudo bem -, e ficar deitada na minha cama, encarando as infiltrações do teto de meu quarto.

Espreguiçei-me demoradamente. Não tinha nenhuma pressa em colocar os meus pés no chão frio. Quem sabe eu ficasse ali pelo resto do dia e...

-BOM DIA, MANINHA QUERIDA DO MEU CORAÇÃOZÃO! – Pronto! Minha paz acabou!

-Ai, o que você quer estrupício? – Resmunguei já de mau-humor. Meu lindo dia de tranquilidade havia acabado de ir por água abaixo mesmo, o mínimo que eu poderia fazer era descobrir o que o meu querido irmão queria ali, tamanha 8h da manhã!

-Eita, mau-humor, viu? Pra quê isso? A vida é tão... –

-Bela! Eu já sei! – Retruquei jogando o meu travesseiro na cara dele, que nem teve como se defender. Já me bastava o Adam, por Deus! –O que você quer? – Perguntei novamente, coçando o meu olho direito.

-Que tal se nós formos à sorveteria, hein? – Henry piscou os olhos duas vezes, o que me fez rir.

-Faz muito tempo que você não me faz um convite desses. – E fazia mesmo. Acho que a última vez que ele havia me levado para tomar sorvete foi quando eu tinha sete anos, e creio que ele ainda fora por pura obrigação.

-É, eu sei. – Ele olhou para baixo, envergonhado. Revirei os olhos, sorrindo.

-Tudo bem. Mas você tem que sair do meu quarto pra que eu troque de roupa. – Coloquei as mãos na cintura. Ele riu e deu um beijo na minha testa, antes de ir quarto afora.

Depois de alguns minutos eu já estava pronta e bem disposta. Desci para tomar apenas um suco, afinal, se eu iria me entupir de sorvete, era melhor que não estivesse de barriga cheia. Pelo menos era isso que Henry sempre dizia.

Enquanto eu tirava o suco da geladeira, escutava Henry gritando com Barney e seus amigos, na sala. Ele dizia que o dinossauro roxo era uma péssima influência para as criancinhas, pois ele incitava as pequeninas à rodopiarem entre árvores de papelão, cantando músicas ridículas e estupidamente alegres. Um completo perigo, segundo meu irmão. Então tá, né?

-DINOSSAURO ROXO INFELIZ! – Ergui uma sobrancelha, vendo meu irmão apontando o dedo indicador ameaçadoramente em direção à TV, onde o dinossauro roxo exibia seu constante sorriso e cantarolava a maldita música final, rodeado de criancinhas, que eram pagas só para suportar aquele boneco de pelúcia gigante. Numa coisa eu tinha que concordar com o meu irmão, aquilo era realmente irritante.

-Não adianta Henry. O Barney jamais irá ouvir os seus protestos. – Dei um tapinha solidário no ombro de meu irmão, que bufava.

-Eu ainda vou mandar um mandato de prisão à este dinossauro, filho de uma...

-TÁ BOM! Vamos logo! – Empurrei-o para fora de casa, antes que ele acabasse quebrando a televisão.

Em questão de segundos, o humor de Henry passou de prestes à matar, para feliz como nunca. Ele parecia uma criança que acabara de entrar numa loja de brinquedos, mas com as diferenças que, ele não era uma criança – fisicamente falando -, e estava prestes à entrar numa sorveteria, e não numa loja de brinquedos.

Eu estava começando a pensar que talvez passar o sábado dormindo não fosse uma idéia tão boa. Seria muito melhor aproveitar o dia ao lado de meu irmão...

É claro que eu estava errada.

-Ai, não. – Murmurei paralisando na entrada da sorveteria.

Aquilo foi como levar um balde de água fria na cara e um soco, tudo ao mesmo tempo. Não dava pra acreditar. De tantos lugares para ir num sábado de manhã, e ele tinha que escolher justo uma sorveteria? Seria melhor ficar em casa, debaixo de um mundo de edredons.

Dylan Cooper. O garoto que em uma época distante, me fizera tão feliz a ponto de imaginar um futuro maravilhoso ao seu lado. Isso até eu deixar de ser a garotinha boba e sonhadora, e acabar com o coração despedaçado. E tudo isso, sem sequer termos qualquer tipo de compromisso.

Henry olhou para o ponto que eu encarava e entendeu instantaneamente. Ele passou o braço pelo meu ombro e beijou minha cabeça.

-Quer ir para outro lugar? – Perguntou. Apenas assenti. Mal conseguia respirar normalmente, o que era totalmente ridículo, afinal, eu já não havia superado essa fase? Perguntei a mim mesma enquanto dávamos a volta para fora do estabelecimento.

-Felícia? – Congelei.

Não. Eu ainda não havia superado.

[POV. Bernardo]

-Quantas moedas você tem? – Kyle perguntou, mexendo freneticamente em seu cabelo. Suspirei impaciente. Aquilo já estava me dando dor de cabeça. Por Deus, era só pegar o dinheiro, comprar o sorvete e pronto! Era tão difícil assim?!

- Deixa eu ver... – Mauro murmurou contando suas moedas. – Denzessete... Denzoito... DENZEL WASHINGTON! – Ele gritou rindo, exibindo as moedas. Bati a mão na testa, escutando as risadas de Kyle mescladas às de Mauro. (N/A: Nem liguem... As palavras estão erradas de propósito. Foi uma pequena “piada” que um amigo meu fez. ;-))

-Certo, você tem dezenove moedas... - Frisei a palavra, encarando Mauro, que riu. -... Mais algumas minhas e de Kyle... – Fiz as contas mentalmente e conclui: - É o suficiente para três picolés.

-Se é assim. – Kyle deu de ombros, concordando com Mauro.

Depois de um longo tempo contando moedas – vergonhoso, eu sei, mas não tenho culpa se minha mãe cortou minha mesada! -, finalmente pudemos entrar na sorveteria sem o risco de pagarmos o mesmo mico da última vez...

::: FLASHBACK ON :::

Mauro e eu estávamos duplamente felizes. Primeiro: era mais um sábado dedicado ao sorvete, e segundo; dessa vez tudo seria por conta de Kyle.

-Isso não é justo. – Ele reclamou mais uma vez.

-A vida não é justa, meu amigo. – Mauro deu-lhe um tapa amigável no ombro, mas eu sabia que no fundo ele gostaria mesmo era de tirar uma com a cara de Kyle.

-Ué, ninguém lhe mandou perder a aposta. – Dei de ombros inocentemente, olhando cúmplice para Mauro, que segurou o riso. Ninguém iria saber que os dados obtiveram uma “ajudinha”

Entramos na sorveteria e o que Mauro e eu pedimos, Kyle pediu em dobro. Ele era um fominha por sorvete. Quando terminamos, Mauro e eu ficamos esperando Kyle pagar a conta, o que acabou demorando mais do que o normal, por isso decidimos ir ver o que estava acontecendo. Quis dar a volta e fugir, depois da cena que Mauro e eu presenciamos.

-COMO ASSIM NÃO QUEREM  DAR O MEU UM CENTAVO DE TROCO?! EU EXIGO PELOS MEUS DIREITOS DE CONSUMIDOR! –

A critatura decidiu soltar a franga!

-Então, o que vai ser? Você segura e eu bato, ou uma morte rápida? – Mauro sugeriu, tão pasmo quanto eu.

-Não vamos ser tão radicais... – Suspirei. –Vamos sair de fininho e se ele vier falar conosco, nos jogamos no meio da rua e todos vão acreditar que ele é louco e nos empurrou para debaixo de um caminhão. – Mauro assentiu e então tentamos sair disfarçadamente dali, mas...

-Mauro!... Bernardo! – Mauro e eu entreolhamo-nos.

-CORRE! -

::: FLASHBACK OFF :::

Acabou que Kyle ficou sem seu um centavo, e por fazer arruaça em local público, tivemos que lavar a louça da sorveteria. E isso porque ele pagou a conta.

-Ei, Bernardo, aquele não é o seu primo? – Mauro apontou com o queixo. Fiquei surpreso e olhei para conferir, e para o meu desgosto, era realmente ele.

-Sim, é ele. – Murmurei tentando prestar mais atenção na máquina de sorvete.

-Como é o nome dele mesmo? – Kyle se interessou. 

-O nome dele é Primo que eu odeio do fundo do meu coração e não quero falar sobre ele! – Respondi calmamente, estralando meus dedos. O dia está tão bonito.

-Ah... Grandinho esse nome, né? – Fechei os olhos e respirei fundo. Calma Bernardo, ele é seu melhor amigo, não mate-o!

-Ô cabeçudo, cala a boca! – Ouvi o som de tapa e o protesto de Kyle.

-Olha, aquel... –

-Kyle!!! – Mauro e eu gritamos juntos. Kyle arregalou os olhos assustado.

-Mas é a Felícia. – Ele apontou e eu rapidamente virei o rosto, só para ver Felícia que parecia se esconder atrás de um armário! Aquele cara era enorme!

-Hum, o Bernardo mudou de humor logo. – Mauro brincou e eu revirei os olhos, tentando disfarçar meu interesse no que a garota fazia.

-Vai falar com ela. – Kyle sugeriu enquanto contava as moedas... De novo.

-Alguém foi mais rápido. – Mauro disse e eu franzi a testa, olhando novamente na direção de Felícia.

-Que raios ele quer com ela?! – Perguntei entre dentes, vendo meu “adorado” primo se aproximando de Felícia, que pareceu não gostar muito. 

-Bernardo, você tá vermelho! – Kyle alertou. –Mas aonde você tá indo? –

-Shii, calado! Agora que a coisa vai ficar boa. – Escutei Mauro falar, mas ignorei, pois já estava prestes a voar no pescoço de um certo primo!

[POV. Felícia]

Ai, minha santinha! O que eu faço? Falo com ele? Bato nele? Deixo meu irmão bater nele? Chuto seu ponto fraco? – Vontade não falta! – Jogo ácido sulfúrico na cara dele? Meu Deus, me dá uma luz!!!

-Que surpresa te encontrar aqui. – Ele deu aquele sorriso tão encantador e ao mesmo tão cínico.

-Pois é, né? O dia está tão surpreendente. – Ri nervosa, segurando fortemente a mão de meu irmão para evitar arrancar os olhos do indivíduo.

-Então, você parece bem... Está cada vez mais linda. – Ele ousou tocar... Isso mesmo! TOCAR o meu rosto! Ah,bandido!!!

-Primo! Que bom te ver! – Dylan espantou-se afastando sua mão asquerosa e feia! (Mentira! Era macia feito veludo e confortante, MAS ISSO NÃO VEM AO CASO AGORA!) Ambos surpresos ao ver quem acabara de aparecer.

-Esse aí não é o... –

-Bernardo. Ele mesmo. – Henry assentiu.

 -Ah... Olá, primo. – Dylan não parecia muito feliz. PERAÍ! Ele disse primo?!

-Primo? – Dei voz ao meu pensamento confuso.

-Isso aí, Felícia querida. Sou primo dessa pessoinha tão legal aqui. – Bernardo era péssimo ator. Não conseguia esconder o desgosto de estar perto do seu... Primo. Uia! Éramos dois então.

-Bem, nós já estávamos de saída, foi bom te ver, Dylan. – Henry apertou – ou esmagou – a mão de Dylan, que fez careta. Bernardo riu feito um bobalhão – acho que ele ficou feliz pelo ato de meu irmão - e também se despediu dele.

-A gente se vê, Licy. – Encarei Dylan por alguns segundos, que não deixava de exibir seu sorriso que eu odiava tanto por ainda me deixar boba diante dele. Foi então que Bernardo me puxou para longe dalí.

[...]

Bernardo, Henry e eu fomos até uma praça que não ficava muito longe da sorveteria, mas era distancia o suficiente de Dylan.

-Vou comprar alguma coisa. – Henry avisou, deixando Bernardo e eu sentados num banquinho de frente à um lago.

Fiquei observando meu irmão se afastar, sem a mínima idéia de como começar algum assunto com Bernardo. Parecia que havia algo engatado em minha garganta que me impedia de falar algo coerente ou o menos idiota o possível. Por isso era melhor ficar calada. Eu estava constrangida e nem fazia idéia do motivo, afinal, eu não fiz nada... Eu acho.

-Como conheceu Dylan? – Dei um pulo ao ouvir a voz de Bernardo tão de repente. Bastante sutil, inclusive. Fiquei estática por algum tempo, e acho que ele estava começando a pensar que eu estava em estado de choque, mas logo consegui encontrar minha voz para responder.

-Err... Na minha antiga escola. Estudamos juntos. – Dãã...

-Hm... Ele parece te conhecer bem. Até te chamou de Licy. – Por que tive a impressão de que ele praticamente cuspiu a última palavra?

-Era meu apelido... E por favor, não diga isso ao Mauro. – Falei rapidamente.

-Pode deixar. – Ele riu um pouco, mas a expressão séria logo voltou. –Vocês... Err... Namoraram? – Ele perguntou cuidadoso.

-Pirou, foi?! – Quase gritei. Bernardo riu. –Quer dizer, não. – Revirei os olhos, com vontade de me enfiar num buraco!  

-Houve alguma coisa entre vocês. – Não foi uma pergunta, nem uma afirmação.

-Ele tem o dom de nos fazer sentir que somos especiais. Eu só fui mais uma das vítimas. – Minha voz acabou saindo mais amargurada do que eu queria. Bernardo me olhou, pareceu querer dizer algo, mas preferiu o silêncio.

E naquele momento era só o que eu queria. Silêncio. Não, a voz de Bernardo não era irritante. Palavras apenas eram desnecessárias.

TO BE CONTINUED...


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Notas finais do capítulo

Então pessoinhas, tenho que ser sincera, esse não é um dos meus capítulos preferidos, mas foi bem necessário. É a partir daqui que a ação começa! Uhuuu... rsrs. Tá, parei. Em meio há tanto "primo", "denzel sei lá o quê" e wathever, me sinto aliviada em ter conseguido finalizar esse capítulo.=) Palmas pra mim, kkk'

Bom, como já disse, minha inspiração depende do meu humor, então torçam para que eu fiquei bem feliz todos os dias... Vou torçer por isso também, e não só por causa da história. ;)

Bjinhus,xau xau!